Capítulo 6
(...)
Balancei a cabeça abrindo meus olhos.
- Hoseok...- sussurrei vendo o mesmo abrir os olhos. - acho melhor irmos embora. - disse com o mesmo tom de voz saindo de cima dele.
Hobi suspirou e sentou na cama me olhando.
- Eu...eu não sei explicar. Mas me sinto muito bem perto de você. - Ele sorriu de lado abaixando a cabeça e bagunçando o cabelo.
Não respondi nada e apenas botei uma mexa de cabelo atrás da orelha.
- Não tem nada a dizer sobre isso? - ouvi sua voz rouca.
Olhei pra ele.
- Não sei o que dizer. Acho que você está sobe o efeito da bebida. - Peguei sua mão e ele me puxou novamente me fazendo sentar em seu colo. Olhei bem em seus olhos e os seus estavam concentrados nos meus.
- Com você eu sinto coisas que eu nunca senti e nem sei o que significa. - Ele sussurrou tocando minha bochecha. - Consegue entender?
Apenas continuei olhando pra ele.
- Sinto vontade de...encostar minha boca na sua. - O vi morder o lábio. - O que significa isso?
Pisquei inúmeras vezes e levei minhas mãos até sua nuca.
- Não sei, Hobi...- me aproximei. - Mas acho que sinto o mesmo...
Ele me olhou sereno revezando seus olhos entre meus olhos e boca. Por fim senti seus lábios macios e doces nos meus em um beijo calmo mas ao mesmo tempo intenso. Deixei uma perna minha em cada lado entrelaçando sua cintura e ficando mais perto dele. Cada movimento meu com a boca era seguido por ele. As mãos de Hobi apertavam devagar minha cintura me puxando pra baixo. Suspirei entre o beijo encostando minha testa na sua.
- Hobi...
- shiii...- ouvi de seus lábios que voltaram a me beijar agora de forma mais intensa.
Puxei seu cabelo e mordi seu lábio deixando-o entre meus dentes e soltando em seguida. Involuntariamente mexi meu quadril e ouvi o mesmo suspirar forte.
- Hoseok...acho melhor irmos...- Parei o beijo pousando minhas mãos em seus ombros.
Ele ainda de olhos fechados, abaixou a cabeça.
- Tudo bem...- Ele levantou o rosto e me pegou no colo levantando e me pondo ao chão. - Vamos. - Ele balançou a cabeça e saiu do quarto. Suspirei e o acompanhei indo até a saída da casa.
(...)
*20h36 do outro dia*
- Você não faz nada! - ouvi minha mãe dizer isso pela milésima vez.
Abaixei a cabeça ainda sentada na cama.
- Mãe. ..eu deixei tudo arrumado. Foi o papai de sujou. - eu disse brincando com os meus dedos.
- Não interessa. Sabes que tem que deixar tudo limpo.
Olhei pra ela.
- Eu não sou escrava de ninguém aqui! - disse alto.
- Você é a única que me dá trabalho aqui. Não estuda. Não o faz nada. Não sabe nem o que quer fazer da vida.
Ouvir aquelas palavras doeram demais.
- não precisa dizer isso pra mim. - olhei pra baixo.
- Esquece. És inútil mesmo. - Ela saiu batendo a porta do quarto.
Assim que ela saiu, comecei a chorar.
Meu rosto ardia e doía. Várias lágrimas caiam e eu tinha certeza de que meu rosto estava vermelho.
Andei até o banheiro e me olhei no espelho. Meus olhos vermelhos assim como todo meu rosto. Abaixei a cabeça e vi a lâmina encostada próxima ao pente no balcão. Mais lágrimas vieram e eu a peguei me sentando dentro na banheira vazia. Puxei a manga da blusa pra cima e observei minha pele limpa. Senti a raiva em meu corpo e comecei a cortar minha pele.
A dor como sempre já era uma amiga. Então não doía tanto. Vi o sangue sujar o cinza do moletom e o branco da banheira. Um alívio tomou conta de mim e então continuei esquecendo do mundo e me concentrando apenas naquilo. Pisquei devagar olhando meu braço já marcado e senti uma certa fraqueza.
- Yura! - ouvi a voz de Hobi mas não mexi a cabeça.
Ele se aproximou e eu pude ver seu rosto.
Ele estava com uma calça moletom preta e sem camisa. Seu cabelo todo bagunçado e sua expressão assustada.
- por que fez isso?! - ele tirou a lâmina da minha mão e me pegou no colo me sentando no vaso sanitário.
Esticou o braço até o kit de primeiros socorros e começou a limpar os ferimentos.
- Droga, Yura. Por que?! - ele dizia enquanto limpava o sangue.
Olhei pra ele e sorri de lado e voltei a chorar.
- De-desculpa, Hobi...- solucei.
Logo ele terminou e fez o curativo me pegando no colo novamente e me levando pra cama. Me deitou com cuidado me deixando confortável e sentou ao meu lado.
- Por que?! Por que fez isso? - Ele perguntou tocando meus rosto.
Eu não conseguia dizer nada então desviei o olhar.
Ouvi ele suspirar e se aproximou deitando mais próximo e me puxando para o seu peito desnudo.
- não faça mais isso ... por favor... você me deixou muito preocupado...- ouvi ele sussurrar enquanto acariciava meu cabelo é rosto. - Por favor. ... não faça mais isso, Yura.
Me encolhi em seus braços e o mesmo selou minha testa.
- Eu sempre vou estar aqui pra você. Não precisa mais fazer isso. Sempre pode contar comigo. - Ele me abraço forte me puxando mais pra perto. - Sempre...
Sorri levemente e fechei meus olhos.
- Pode dormir. Vou estar aqui quando acordar. - Ele puxou o lençol me cobrindo e me deixando confortável. - Durma bem, pequena.
Fechei os olhos sentido seu carinho e logo dormi da melhor forma possível.
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