História The Choicen Ones - A Seleção - Interativa - Opiniões opostas

Matthew James Cambridge

Como assim? Centenas de fichas? Como se nós anunciamos a alguns dias apenas? Elas devem mesmo estar animadas como minha mãe acabara de falar. Será que as meninas irão ser "perfeitinhas" como todos pensam? Não pode ser que não exista uma menina mais agressiva e sincera como... como eu.

Christian saira do cômodo com muita raiva. Sim, me dava prazer ver ele assim, logo depois das "respostas malcriadas" que ele me deu. Me chamar de "preguiçoso"? Como, se eu trabalhei muito duro para a chegada das Selecionadas? Ah é, nenhum deles presta atenção em mim por ser o filho preferido da Bridget. Significa que ninguém gosta de mim por não gostarem dela, mas por que me colocam no meio disso? Digo, não quer dizer que eu goste dela também! Tudo bem, já cometi muitos erros, mas e as coisas boas que fiz? E quando eu defendi a Audrey da Bridget que estava prestes a enchê-la de críticas horríveis? Mas deixa para lá, já havia entendido a muito tempo que não importa quantas vezes você tenha acertado, as pessoas sempre vão te julgar pelo seu único erro.

— Por favor Nicollas, não. Tenho quase certeza que ela fez isso justamente para você ir lá tirar satisfações. Fique, por favor. — Fala Audrey.

Eu não suportava ver a Audrey assim, ela era a única que não ligava para os erros das pessoas, ela era pura. O que Bridget fazia com ela não era certo, até mesmo Audrey sabia disso, e resolvia perdoar. Porém, tudo em excesso faz mal, principalmente agressões, só quero ver quando a Audrey resolver se rebelar, e claro, eu vou ajudá-la! Nada melhor que uma briguinha para refrestar o otimo relacionamento que esta família tem.

Pedi para que uma criada que estava passando ao lado de fora da sala trouxesse gelo para colocar no rosto de Audrey.

— Já vai melhorar, Audy. — Garanto a ela, que balança a cabeça negativamente.

— Não tem problema, foi culpa minha, eu não deveria ter esbarrado naquele vaso e... — Tenho que interrompê-la, isso não está certo, o que a Rainha fez não está certo! Bater em uma menina como ela... Não. Balanço a cabeça negativamente.

— Audrey, para! Foi um acidente! A culpa não foi sua. Temos que resolver isso, e temos que resolver agora! Se não, a Rainha vai acabar matando todos! — Falo e Nicollas assente, o menino parece estar passando por um momento de mudaças, como a puberdade. Parecia estar querendo se rebelar, está mais confiante. Isso vai fazer bem a ele.

— Não creio que ela seja capaz de matar alguém, ela é a Rainha, todos desconfiariam dela. E ela não te mataria, você é o filho favorito dela. Porém, isso que você falou de resolver as coisas está certo. Ela está passando dos limites a muito tempo, precisamos impedi-la de fazer uma coisa maior. E se ela tentar fazer alguma coisa com as nossas meni... Digo, as Selecionadas — Ele cora. Meu irmão corando? Alguma coisa está errada.

Minha irmã descorda e vai pegar o gelo que a criada havia trazido.

— Já falei que vou perdoá-la. Alguma coisa muito ruim deve ter acontecido para virar esse tipo de pessoa, todo cometem erros. — Diz ela ao voltar. Começo a ficar com raiva da falta de noção dela.

— Como você pode ser tão cega ao ponto de não ver as coisas que essa mulher te faz? Ela te xinga, te agride, te humilha e depois finje como se nada tivesse acontecido. Ela é má! Ser humano é errar e depois aprender com os seus erros, mas ela não faz isso, pelo contrario. Ela sente prazer em nos irritar! — Ela ri fraco de mim.

— Ai que dramático! — Zomba ela. Balanço a cabeça.

— Não. Você sabe o que é ser dramático? É quando você precisa passar emoção, mostar o que esta dentro de você. É isso o que trata ser dramático. Eu não sou dramático, não quero te mostrar a minha emoção, só estou falando a verdade e você se recusa a me ouvir! Escute o que eu estou falando, você não irá aguentar essa mulher por muito tempo. Você é fraca, é melhor cortar o mal pela raiz logo. — Percebo que estou com a voz um pouco alta demais e apontando para ela. Ela me olha com os olhos marejados.

— Às vezes Matthew, não perdoar nos impede de continuar. Agora vejo que você... Você é igual ela, não tem coração — Ela vira para ir embora, mas desiste e olha novamente para mim — Ah, você também é cego, por não perceber que eu sou assim para que a nossa família fique unida, porque se eu me "rebelar", nós vamos nos separar, porque, acredite você ou não, eu sou a pessoa que nos une. — Ela fala e vai embora quase chorando. Nicollas olha pra mim e balança a cabeça.

— Você não consegue fazer nada sem magoar ou irritar alguém, não é? Tenho pena das meninas que irão vir aqui por você. — Ele fala e logo sai correndo atrás de Audrey.

Por que eu sempre estrago tudo? Vou para o meu quarto e fico tocando um pouco mais de violão.

Audrey Kathrin Cambridge

Depois da discussão com Matthew, não consigui parar de pensar nele. Acho que fui grossa demais. Sensível demais. Sensibilidade eu tenho ao extremo, e não é algo que eu goste. Mas... Já não basta Bridget me chamando de fraca, de incapaz de fazer algo, e vem o Matt?! Não. Não consigo suportar um irmão que eu amo tanto, que eu daria a minha vida pela dele, fazer o que Bridget faz comigo.

Mesmo que não seja totalmente certo, perdoarei Bridget. Eu apenas queria entender o porquê dela me tratar dessa maneira. Por Deus, o que eu fiz além de nascer?
Talvez seja isso. Ela não queria que eu estivesse nascido.

Depois de um longo banho com o propósito de clarear meus pensamentos e ideias, saio de dentro da banheira e Marilyn quase tropeça nos próprios pés com o objetivo de me trazer um roupão para me enxugar o mais rápido possível.

— Cuidado... — Falo para Marilyn enquanto ela me cobre com o roupão.

— Desculpe-me, Alteza — Marilyn fala um pouco envergonhada. Fazia pouco tempo que ela estava aqui, porém nunca havia perdido a timidez, mas já a considerava uma amiga.

— Não tem que se desculpar, Marilyn, você não fez nada para mim. Apenas estou lhe dando um conselho. E, por favor, menos formalidade. Apenas Audrey — Digo e vou penteando meu cabelo, enquanto Marilyn pega algum vestido.

— Desculpe-me, Alteza — A olho e ela percebe a pequena falha — Quero dizer, Audrey. Não precisa pentear seus cabelos, senhorita, este é um trabalho meu — Marilyn diz e eu suspiro.

— Não sou feita de vidro ou porcelana, Marilyn. Posso muito bem pentear meus cabelos, não irei me machucar. Quero apenas ir mais rápido, você não precisa fazer tudo por mim — Esclareço e Marilyn abaixa a cabeça como se estivesse se desculpando. Sorrio. Não foi meu objetivo repreender, apenas quis deixar claro que posso sujar minhas próprias mãos e ninguém precisa ter medo do risco de mim pegar alguma doença.
 

《》《》《》《》

Adentro o quarto de Nicollas depois que o mesmo consente minha entrada. A pequena discussão entre mim e Matthew ainda não havia saído da minha cabeça. Apenas Nicollas conseguia me ajudar em momentos como esse.

— É sobre a briga entre você e Matthew? — Nicollas deduz antes mesmo de mim conseguir me lembra do propósito pela qual entrei nesse quarto.

— Sim, Senhor Leitor de Mentes — Falo me sentando em sua cama e ele ri. — Enfim, não sei o que fazer. Eu costumo assumir quando estou errada, mas nessa situação não consigo deduzir quem é o certo.

— Olha Audy, eu não posso opinar pois é um assunto que diz respeito a você e Matt. Mas, primeiro, você tem que tirar conclusões sobre a sua opinião e depois se colocar no lugar do Matt para tirar conclusões do ponto de vista dele. Eu falou o que pra ele você deveria fazer, mas sua ideia sobre tudo é outra. São opiniões distintas, pois são de pessoas diferentes. Ninguém é igual a ninguém. Mas, independente da situação, acho que no fundo, você sabe o que fazer. — Nicollas me olha e eu sorrio. Ele não é meu gêmeo, mas é tão igual quanto. O abraço e saio do quarto, para fazer o que eu deveria ter feito a muito tempo.
 

《》《》《》《》

Entro no quarto sem bater. Ele está muito distraído tocando para me ver, mas acaba percebendo minha presença do mesmo jeito. Sorrio e sento ao seu lado, e faço um sinal para que ele continue a tocar. Depois de um tempo e sem aviso prévio, o abraço.

— Por que você fez isso? — Ele pergunta, pego de surpresa.

— Porque eu queria que você soubesse que eu amo você, e nenhuma opinião oposta vai mudar isso. — Concluo e o aperto ainda mais, sendo correspondida em seguida.