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História The Clash 2 - The Distance, The Overcoming and The Change - O Caminho do Pai e o Desejo do Filho


Escrita por: TakaishiTakeru

Notas do Autor


Olha quem reapareceu depois de um loooongo tempo! hahaha... Sério, desculpa mesmo pela demora! Mas é que nessa época tudo fica muito corrido, ai fica dificil, mas estou aqui.

Narrativa do Max

Boa leitura :D

Capítulo 13 - O Caminho do Pai e o Desejo do Filho


A chuva está realmente forte essa noite. — Estou sentado no sofá da sala estar, sozinho. — Meus avós foram jantar no restaurante da família Evans, meu pai ainda está no trabalho e sabe lá Deus onde está minha mãe.

 

— Não foi minha culpa! — Patrick surge do nada gritando.

 

   Caio do sofá assustado.

 

— Você é louco? — pergunto em gritos. — Como chega assim sem fazer barulho nenhum?

— Droga, eu não queria machucar a Lucy. — ele diz se virando.

— Espera... O que? — pergunto levantando. — Como assim machucar a Lucy? O que você fez?

— Nada. — ele se senta no sofá e respira fundo.

— Como nada? Você chega desesperado dizendo que não queria ter machucado a Lucy. — paro em sua frente. — Patrick o que aconteceu? O que você fez?

 

   Ele de repente chora. — Droga, se ele machucou a Lucy eu... Eu...

 

— Não consigo...

— O que? — ele presta atenção em mim.

— Respirar...

 

   Patrick se levanta assim que caio de joelhos no chão. Ele me coloca sentado no sofá.

 

— O que eu faço? — ele pergunta assustado.

— Na segunda gaveta da cozinha. — digo com dificuldade.

 

   Ele corre e me deixa aqui. Não demorou muito para ele voltar, ele traz minha bombinha... Inalo o remédio, e aos poucos consigo controlar minha respiração.

 

— O que diabos foi isso? — ele pergunta assustado se sentando do meu lado.

— Asma. — digo ainda com dificuldade.

 

   Pois é... Como se já não bastasse todos os meus problemas, eu tenho asma. — Na verdade eu me tratei quando criança, e por um tempo funcionou, mas desde o sequestro, toda vez que me assusto de forma intensa, eu fico completamente sem ar.

 

— Não se preocupe. — digo em sussurros. — Obrigado.

— Não me agradeça. — ele diz se ajeitando no sofá. — Foi minha culpa, eu te assustei.

— A Lucy...

— Não se preocupa. — ele insiste. — Eu vou te contar tudo antes que você ouça por terceiros e também entenda tudo errado.

 

   Acho que tenho medo do que ele vai me contar, mas isso envolve a Lucy.

 

— Lucy me viu arrombar e pegar meu notebook do armário do Jeff, e me viu entregando ele para uma pessoa. — ele conta.

— E porque você faria isso? — pergunto.

— Alguém pegou meu notebook com algum intuito. — ele diz. — E se for a pessoa que eu estou pensando, o meu computador também tem provas contra ela.

— Ela. — repito. — Seria “ela” a mesma pessoa que vi na sala de áudio e vídeo? — pergunto confuso.

— Provavelmente. — ele diz.

— Mas o que a Lucy tem com isso? Por que chegou assustado dizendo que não queria machuca-la?

— Eu me apavorei quando a vi, na verdade não percebi que era ela. E quando eu finalmente me aproximei, as luzes apagaram de repente, e cai em cima dela, e quando voltaram que vi que era ela. — ele conta. — Acontece que do modo que tudo aconteceu, ficou parecendo que eu estava tentando agarrá-la a força.

— Eu acredito em você. — digo me acalmando.

 

   Ficou um tanto silencioso de repente, exceto pelo som da chuva.

 

— Acredita? — ele pergunta.

— Claro. — confirmo. — Você gosta da Lucy, todo mundo sabe, todo mundo já percebeu, você não estragaria tudo tentando forçar alguma coisa com ela.

— Ótimo. — ele murmura. — Diz isso pra ela.

 

   Sangue começa a escorrer repentinamente de seu nariz, e só então noto seu tom de voz anasalado e que seu nariz está roxo.

 

— Sangue. — digo apontando. — O que aconteceu com você? Ela te bateu?

 

   Ele se levanta com a mão no nariz.

 

— Seu ex-namorado me bateu, de novo. — Patrick responde irritado.

— Alguma coisa você fez. — digo. — Quero dizer... Quantas vezes ele já te bateu desde que voltei?

— Sei lá... Ele se irritou porque o chamei de troglodita. — ele diz limpando o sangue.

 

   Não sei por que, mas isso me tirou uma risada de canto de boca. — Jeff se irritou por ouvir outra pessoa o chamar do jeito que eu costumava o chamar.

 

— Do que está rindo? — ele pergunta.

— Não é nada. — digo ainda sorrindo. — Acho melhor cuidar disso, antes que ele acabe pior do que já está.

— Claro... — ele murmura enquanto saio da sala.

 

   Vejo a porta do meu quarto, aberta. — Não me lembro de não ter trancado. — Empurro-a assustado e dou de cara com um homem sentado em minha cama.

 

— Patrick! — grito apavorado.

 

   O homem corre até mim e tapa a minha boca.

 

— Calado. — ele sussurra me forçando a entrar.

— Max! — Patrick finalmente aparece.

 

   Patrick e o homem se encaram como se fossem velhos conhecidos.

 

— Droga Clint. — Patrick diz irritado. — Solta ele, é o meu primo.

— Você está louco. — grito assim que ele me solta. — Quem diabos é você?

— Ele é o tal cara para quem eu dei o notebook. — Patrick conta. — Eu disse que era a janela da esquerda, não da direita. — ele reclama com o homem.

— Desculpa, mas... Sabem que porta existe por algum motivo não é?

— Nós estávamos assustados, com o lance da Lucy. — Patrick diz. — Mas já que você já sabe de tudo não tem problema.

— Claro que tem problema. — digo. — O maluco invadiu meu quarto.

— Foi mal. — o tal Clint se desculpa. — Erro meu.

— Droga. — reclamo sentando na cama.

 

   Definitivamente não existe um dia normal na minha vida. — Isso é pedir demais?

 

— Por que ele está aqui? — pergunto.

— Nós vamos passar as coisas do HD do meu notebook para o meu outro notebook. — ele diz.

— E você tem outro notebook?

— Isso não vem ao caso. — ele desconversa. — Mas já que você já sabe de tudo, quer ajudar?

— E eu ajudaria em que? — pergunto.

— Sei lá. — ele chama Clint. — Pelo menos você vai poder saber em primeira mão quem está brincando de nos atormentar.

— Tudo bem. — concordo levantando.

 

 

   Desde que se mudou para minha casa nunca tive a oportunidade de entrar em seu quarto. — Na verdade preferia não ter entrado agora também.

 

— Por sorte nem tudo aqui foi destruído. — Clint diz se sentando no chão. — O baque foi forte, mas não está tão quebrado assim, você mesmo poderia ter pegado os arquivos.

— Apenas faça isso rápido. — Patrick o apressa.

— Podemos conversar? — digo indo para fora do quarto.

 

   Patrick me acompanha e fecha a porta.

 

— Quem é ele? — pergunto. — É um dos seus amiguinhos da policia?

— Não fale as coisas no diminutivo, é chato. — ele reclama. — E não, Clint me ajudou em algumas coisas no ano passado, não se preocupe, ele sabe mais sobre você do que você mesmo.

— E não devo me preocupar com isso? — pergunto em sussurros. — Patrick esse cara me assusta, ele estava sentado na minha cama, e ninguém o viu entrar.

— Ele pode nos ajudar a descobrir quem está fazendo isso com a gente. — ele diz. — Não sei se o seu, o Jeff te contou, mas a Samantha apareceu na escola hoje.

 

   Samantha? Aquela Samantha?

 

— Se já acabaram com a fofoca, acho que consegui alguma coisa aqui. — Clint anuncia.

 

   Patrick e eu voltamos para o quarto. — Seja lá o que for ou quem for que estiver naquelas imagens, é a pessoa que esta fazendo de nossas vidas um inferno.

 

— Nada se perdeu. — Clint diz. — Mas seu computador já era. Eu estou terminando de transferir os arquivos do seu HD, mas acho que o que já foi o seu colega ai vai gostar bastante.

 

   Ele vira seu notebook para mim. — Aquelas fotos, as mesmas que estavam travadas na tela quando eu entrei na sala de áudio e vídeo... As imagens que seriam exibidas no dia do baile. A foto intima do Jeff e eu.

 

— Isso é embaraçoso. — digo em sussurros.

— Dá para tirar isso dai. — Patrick reclama. — O que mais conseguiu?

 

   Clint nos mostra mais algumas fotos, algumas minhas, outras do Jeff, da Lucy, dos meus pais, dos pais da Lucy... E, espera aquela é...

 

— Melissa. — digo confuso. — Por que você tirou uma foto da Melissa?

— Quem é Melissa? — Patrick pergunta parecendo ainda mais confuso.

 

   Só então noto que a irmã do Robert está conversando com outra pessoa na imagem, porém a outra está de costas.

 

— Não fui eu que tirei essas. — Patrick diz olhando para Clint.

— Acho que fui eu então. — ele diz. — Você me disse para seguir a mãe daquele perturbado.

 

   Então Clint faz parte dos informantes do Patrick... Legal, isso está ficando cada vez mais estranho.

 

— Então essa que está falando com a Melissa é a Jéssica? — Patrick pergunta agora olhando para mim. — A mãe do Jeff.

— E o que tem de mal a mãe do Jeff falar com a Melissa? — pergunto. — Elas não podem ser conhecidas ou algo assim?

— É exatamente esse o... — Clint começa a dizer, mas é interrompido por Patrick.

— Deve ser apenas coincidência. — Patrick diz um tanto nervoso. — Clint você termina isso em casa tá legal? Depois me manda tudo o que conseguiu por e-mail.

 

   Pego um pedaço de papel na escrivaninha de Patrick e anoto o meu e-mail.

 

— Eu também quero uma copia de tudo. — digo entregando o papel.

— Sinto muito, mas eu trabalho para o seu primo. — ele diz se levantando.

— Eu pago o dobro do que ele estiver te pagando, eu sou rico, dinheiro não é problema, não importa o que você encontre nesse HD, eu também quero uma copia de tudo. — digo.

— Feito. — ele diz apertando minha mão.

 

   Patrick e eu descemos junto com ele, e assim que Clint vai embora Patrick fica me encarando como se eu tivesse feito algo errado.

 

— O que foi? — pergunto andando em direção à sala.

— Como o que foi? — ele pergunta. — O que foi aquilo? Por que pediu aquelas copias a ele? Até parece que não confia em mim.

— Parece? — pergunto. — Patrick eu não confio em você, ficou claro essa noite que aquele seu computador tem mais informações do que você imaginava, e antes que você resolva fazer alguma besteira por conta própria, eu também vou ficar sabendo de tudo e poder fazer algo também.

 

   Seu olhar de repente muda, torna-se sombrio. Ele me agarra pela gola da camisa e me joga no sofá, quase me enforcando.

 

— O que acha que está fazendo? — pergunto gritando.

— Eu só estou tentando te proteger. — ele grita. — Fica longe daquilo, fica longe disso tudo.

— Você está me machucando. — grito empurrando-o. — Agora mais do que nunca eu quero saber o conteúdo daqueles arquivos. — digo correndo para escada.

 

   Tranco-me em meu quarto e fico sentado na minha cama. — Ele realmente me assustou.

 

— Então é isso. — digo a mim mesmo. — Quando eu tiver aqueles arquivos finalmente vou descobrir quem está brincando de infernizar a minha vida.

 

(...)

 

   Não consegui dormir muito bem essa noite. — Para falar a verdade fiquei com medo de outra pessoa invadir meu quarto pela janela. — Fiquei pensando diversas coisas, criando diversas teorias, e uma delas me deixou louco. — Jeff e Robert foram procurar pistas da Gangue dos Trilhos, consequência, horas depois o Robert é preso... E se eles souberem que estou procurando algo também? O que fariam comigo? — Se Patrick realmente ainda for membro da Gangue dos Trilhos ele teria coragem de fazer algo comigo? Espera... Foi por isso que ele surtou quando pedi a copia dos arquivos?

 

   Acordei bem cedo essa manhã, tomei meu banho e me vesti de forma diferente, já que hoje eu não vou para a escola. — Esqueci-me de avisar não é? — Hoje é minha primeira reunião oficial na empresa do meu pai. — Pois é... Aquela conversa que tivemos na mesa de jantar realmente rendeu frutos, e ele acabou levando minhas palavras bem a sério. — Olho-me no espelho, estou usando um terno preto, a camisa por baixo é azul escura, e minha grava também preta. Meus cabelos estão jogados para trás com gel.

   Desço e vejo meu pai, meu avô e minha mãe me esperando. — Nossa... Eu estou idêntico ao meu pai, isso não é legal de se admitir.

 

— Ele tem mesmo que fazer isso hoje? — minha mãe pergunta. — Ainda têm aula e...

— É só hoje Michelle. — meu pai a interrompe. — Depois de hoje seus horários ficarão flexíveis e de acordo com seus horários na escola. — ele me explica.

 

   Concordo um tanto envergonhado. — É tão estranho o modo como ele me trata quando me vê assim.

 

— Não se preocupe mãe. — digo. — Eu recupero o tempo perdido amanhã.

 

(...)

 

   Meu pai não me deixou dirigir hoje, ele fez questão de me levar. — Enquanto nosso motorista leva meu avô e minha mãe.

 

— Isso é tão estranho. — murmuro.

 

   Ele está nitidamente feliz. — Eu quase nunca o vejo assim, mas vê-lo agora, me dá um aperto tão grande no peito.

 

— Obrigado por estar fazendo isso. — ele diz me deixando surpreso.

— Não precisa me agradecer. — digo sem graça. — Você é o meu pai, e eu prometi seguir suas ordens sem reclamar.

 

   De repente as imagens dele descobrindo sobre eu e o Jeff surge em minha cabeça, seu olhar, seu desgosto... A surra que ele me deu.

 

— Eu sei que não quer fazer isso, mas quero que saiba que tudo isso é seu. — ele continua. — Mesmo que quando eu morrer você não assuma meu lugar... O vendo agora faz todo meu esforço valer a pena.

 

   Eu queria tanto retribuir suas palavras, mas quando ele fala isso, tudo soa tão egoísta, como se ele estivesse tentando fazer minha cabeça.

 

— Um passo de cada vez pai. — digo. — Eu não faço ideia do que me espera hoje, mas eu prometo a você que eu vou tentar, eu vou me esforçar.

— Eu sei que vai. — ele volta a se concentrar no transito, porém agora com um sorriso bobo no rosto.

 

(...)

 

   Chegamos enfim a empresa. — Corporações Miller — A última vez que estive aqui foi quando o meu pai me pegou invadindo seu computador.

 

— Bom dia Sr. Miller. — Tita o cumprimenta com um brilhante sorriso assim que chegamos ao nosso andar.

 

   Minha mãe e meu avô também chegam.

 

— Os outros já os aguardam na sala de reuniões. — Tita anuncia.

— Maximilian aguarde na sala de esperas até que eu mande te chamar. — meu pai diz.

— Certo. — digo.

 

   Assim que todos entram na sala de reuniões dirijo-me a sala de esperas. — Estou tão nervoso e ansioso que minhas mãos não param de tremer.

 

— Fica calmo. — digo a mim mesmo.

— Aqui.

 

   Sua voz me faz estremecer. — O vejo em pé em minha frente me oferecendo um copo de água. Está usando um terno cinza, a camisa por baixo é branca, e está sem gravata.

 

— Jeff?! — digo confuso. — O que está fazendo aqui?

  

Aceito o copa d’água, e ele se senta do meu lado.

 

— Meu pai voltou para empresa. — ele conta. — Foi uma oferta de ultima hora, mas está sendo melhor assim.

 

   Espero que aquela rixa entre nossas famílias não se inicie novamente.

 

— Mas porque você está aqui? — pergunto novamente.

— Ameaçaram cancelar meu contrato com a agência se eu não viesse aqui hoje. — ele diz irritado. — Minha querida mãe agindo novamente.

— Isso é horrível. — digo. — Sabe... Vocês deveriam arrumar um jeito de se entenderem.

— Não acredito que disse isso. — ele diz sorrindo. — Até parece que se esqueceu de tudo o que ela fez ano passado.

— Claro que não esqueci. — digo sem encará-lo.

 

   E aqui estamos novamente, sempre que Jeff e eu conversamos acabamos voltando ao assunto do ano passado, e novamente eu fico constrangido e não consigo encará-lo.

 

— Pela Jenny talvez. — digo sem jeito. — Como ela esta por falar nisso? Ela é minha vizinha agora, mas quase não a vejo.

— Jenny se tornou uma prisioneira naquela casa. — Jeff conta.  — Nem mesmo eu posso visitar minha irmã, isso me irrita, Jéssica está fazendo de tudo para que eu vá viver com ela, mas eu não vou ceder.

 

   Seus olhos brilham sempre que fala da irmã, e seu olhar escurece quando menciona o nome de sua mãe. — Eu queria poder fazer alguma coisa, queria poder ajudar o Jeff com isso.

 

— E você? — ele pergunta. — O que está fazendo aqui? Fazendo cosplay do seu pai. — ele sorri.

— Cosplay? — pergunto realmente confuso. — É uma daquelas coisas estranhas que o Robert fala, está realmente passando muito tempo com ele.

— Fazer o que né... Perdi aquele dicionário que você me deu. — ele brinca.

— Hoje é meu primeiro dia na empresa. — anuncio. — Na verdade foi um mal entendido, eu só queria evitar que meu pai e meu avô brigassem, e acabei aqui.

— Avô? — ele pergunta. — Seu avô está na cidade?

— Pois é. — resmungo. — Ele é tipo... O meu pai mais velho, só que muito mais muito mais chato.

 

   Jeff sorri. — Tinha esquecido como o sorriso do Jeff tem o poder de me deixar tranquilo. — Sua simples presença aqui me fez esquecer todo o nervosismo.

 

— Quanto tempo mais eles vão nos fazer esperar? — Jeff pergunta levantando.

 

   Os minutos começam a passar tão lentamente, que já estou ficando irritado de ver o Jeff andar de um lado para o outro. Como se isso fosse fazer o tempo passar mais rápido.

 

— Maximilian Miller, Jeff Johnson. — Tita finalmente aparece. — Podem entrar.

— Nós dois? — pergunto confuso.

— Os dois. — ela diz.

  

Trocamos olhares confusos, mas a acompanhamos até a sala de reuniões. — Nunca estive aqui antes, é realmente grande. — Uma enorme mesa e quase todas as cadeiras estão ocupadas. Atrás dessa mesa tem o logo da nossa empresa, e as janelas de vidro mostram a chuva que cai forte.

 

— Queiram acomodar-se. — Jéssica diz com um sorriso debochado no rosto.

 

   Meu pai está sentado na cabeceira da mesa como sempre, meu avô está sentado do seu lado esquerdo, e Leonard, o pai da Lucy, em seu lado direito. Mais dois homens estão sentados do lado direito da mesa, entre eles, Yan Johnson, outros dois do lado esquerdo. Minha mãe está sentada na outra ponta da mesa. — Sento-me na cadeira a direita da minha mãe, e Jeff à esquerda.

 

— Como todos sabem esse é o meu filho. — meu pai diz fazendo um sinal para eu levantar. — Maximilian Miller.

— E Jeff Johnson. — Jéssica diz fazendo o mesmo sinal para Jeff. — Claro não filho dele, meu filho.

 

   Meu pai e Jéssica trocam olhares irritados. — Minha mãe pede que nos sentemos.

 

— Pois bem. — meu pai continua. — Como havíamos anunciado anteriormente, o cargo que era ocupado anteriormente pelo Sr. Dean, volta a ser ocupado por aquele que sempre o desempenhou de maneira exemplar. — meu pai diz. — Yan Johnson.

 

   Jeff bufa. — Sinto vontade de rir, mas permaneço sério.

 

— Tendo em vista os últimos acontecimentos, meu filho se ofereceu para conhecer a empresa que um dia será dele.

 

   Eu me ofereci? Quando perdi isso?

 

— Então um novo setor foi criado, a dos estagiários. — ele continua. — E para acompanhar o Maximilian nessa nova jornada, o filho de nossa queridíssima Jéssica.

 

   Ela abre um sorriso realmente forçado.

 

— O Sr. Johnson. — ele diz tão baixo que todos notam sua desaprovação quanto a isso.

— O que? — Jeff e eu perguntamos ao mesmo tempo.

 

   Alguém diz que eu estou sonhando. — Tento evitar ele o tempo todo na escola, agora somos obrigados a trabalhar juntos? — Anda Jeff... Diga alguma coisa.

 

— Como assim? — ele pergunta se levantando. — E quando pretendia me contar isso Jéssica? A minha vida não é sua para você decidir o que eu vou ou não fazer, além do mais eu mal tenho tempo parar dormir, como vou conciliar tudo?

 

   Vejo meu pai e Yan abrirem um sorriso discreto.

 

— Não se preocupe com sua carreira de modelo. — ela diz. — Nós já acertamos tudo, depois que voltar da Califórnia seus horários serão compatíveis a sua agenda com eles.

— E quanto ao que eu quero? — ele questiona. — Isso não conta?

  

Eu sei que já usei do mesmo termo com meu pai, mas eu queria ter essa coragem do Jeff, de se levantar e se impor. — Talvez isso não seja tão ruim. Quero dizer, eu nunca conheci o Jeff direito, tudo o que sabia sobre ele era o que eu fantasiava... Nós queremos ser amigos agora, ele está namorando e até vamos viajar junto como amigos para a Califórnia.

 

— Tudo bem. — digo.

— Tudo bem? — Jeff pergunta me olhando. — Tem certeza?

 

   Por fim, Jeff mesmo relutante aceitou. A reunião se estendeu por mais algumas horas.

 

(...)

 

— Espera. — Yan me aborta na saída do escritório.

— Algum problema? — pergunto confuso.

 

   Acho que nunca paramos para conversar. — Nossa de repente me sinto tão envergonhado de estar em sua frente.

 

— Nós vamos jantar. — Jeff diz aparecendo. — Com a Jenny, sei lá, se quiser vim junto.

— Não sei se vai ser uma...

 

   De repente alguém me abraça por trás me assustando. Viro-me e dou de cara com Jenny. — Meu Deus, como ela está grande. — Seus cabelos loiros estão presos em um rabo de cavalo, e está usando um sobretudo rosa e botas da mesma cor.

 

— Eu senti a sua falta. — ela diz sorrindo.

 

   Seus olhos azuis brilham. — Nem dá para acreditar que meses atrás ela estava lutando para vencer um câncer.

 

— Então você vem? — Yan pergunta.

— Eu não...

— Claro que vem. — ela responde sorrindo.

 

 

   Acabou que não tive como recusar. — Viemos os quatro ao restaurante da família Evans.

 

— Como era no colégio interno? — Jenny pergunta.

— Não faz esse tipo de pergunta. — Jeff reclama.

— Não tem problema. — digo sorrindo. — Acredite ou não, dessa vez foi bem diferente. Meu colega de quarto, o Zac, era um tanto... Estranho, ele ficava me perseguindo como se quisesse alguma coisa.

— Vai ver ele queria. — Jeff murmura.

 

   Jenny sorri com as palavras de Jeff.

 

— Agora que eu já tenho dez anos, e que posso fazer um monte de coisas. — seu olhar de repente muda.

— Você está triste? — pergunto.

— Claro que está. — Jeff diz irritado. — Eu já te disse que ela é prisioneira da Jéssica.

— Legal Jeff. — ela diz se ajeitando na cadeira. — Obrigada por estragar o clima.

— Que clima? — ele pergunta.

— Eu vou ver porque o papai está demorando tanto. — ela diz levantando da mesa.

 

   Ver a Jenny levantar irritada me fez lembrar a Jéssica.

 

— Droga. — Jeff murmura.

— Você precisa relaxar. — falo. — Para de falar essas coisas perto dela, ela diferente de você está tentando se reaproximar da mãe.

— E porque eu iria querer me reaproximar dela? — seu olhar irritado agora se volta para mim. — Quer saber, eu não quero falar disso... Você não devia ter vindo, porque não vai embora e liga para o seu amigo Zac, porque parece que ele é bem mais divertido do que eu.

— Oi? — pergunto confuso. — É sério isso Jeff? Vai ficar bancando o idiota agora.

— Eu não estou bancando o idiota. — ele reclama em sussurros. — Você foi embora e na primeira oportunidade se agarrou com um cara qualquer.

— Hey! — quase grito. — Você não tem o direito de me cobrar nada, e para começar eu nunca me agarrei com ninguém, eu nem se quer fiquei com alguém depois que nós terminamos, diferente de você que ficou com a escola inteira e agora está se agarrando em cada canto da cidade com aquela tal de Bella.

 

   Paramos por alguns segundos, nos olhamos e finalmente percebemos o quão patéticos estamos sendo. E de repente começamos a rir um do outro.

 

— Isso foi estranho. — Jeff diz sorrindo.

— Demais. — concordo. — Isso não vai dar certo, você e eu trabalhando juntos.

— Não. — ele concorda. — Mas vai ser bom. Pelo menos eu não vou precisar de uma desculpa para ficar perto de você. E eu sei o que vai dizer, mas não me importa que esteja fingindo que não me ama mais. Eu sou capaz de me sentir bem só estando perto de você.

 

   Suas palavras fazem meu coração acelerar. — Por que ele faz isso comigo? Isso é tortura demais.

 

— Voltamos! — Jenny volta sorrindo.

 

   Tirando minha discussão sem sentido algum com o Jeff, nosso almoço foi bem aproveitado. Todos conversaram bastante, e mesmo estando envergonhado de estar na presença do pai do Jeff, consegui me divertir. — Quase 15h00min, Yan teve de voltar para a empresa, e Jeff e eu ficamos encarregados de levar Jenny para o ballet.

 

— É tão estranho me despedir dela sabendo que quando eu chegar em casa ela não vai estar lá. — ele diz melancólico.

 

   Jenny está realmente animada. — Ela disse que o Matthew está na cidade, e que ele que vai vim busca-la, por isso praticamente nos expulsou de lá.

 

— Eu acho que já vou indo e...

 

Sms – Desconhecido – “E-mails enviados. E só para saber, enviei primeiro para você. E valeu pela quantia.”.

 

— Como ele conseguiu meu numero? — pergunto a mim mesmo.

— Algum problema? — Jeff pergunta curioso.

 

   Eu não devo mentir não é? Afinal isso também o envolve, Jeff tem o direito de saber.

 

— Vamos para minha casa. — digo.

 

   Ele abre um sorriso tão pervertido que tenho certeza que fiquei vermelho.

 

— Não é nada disso. — corto seu sorriso. — Eu preciso te mostrar uma coisa.

 

   Ele faz que sim. — Pegamos um taxi e em pouco tempo chegamos.

 

(...)

 

   Não tem ninguém aqui. — Meus pais ainda estão na empresa, meu avô também está lá. Minha avó provavelmente deve ter se voluntariado para ajudar na arrumação do festival de primavera.

 

— O que quer me mostrar? — ele pergunta assim que entramos.

— Vamos para o escritório, não confio em você no meu quarto.

 

   Ele sorri.

   Abro meu e-mail, e vejo um anexo de vários arquivos.

 

— E isso seria? — Jeff pergunta.

— Os arquivos do notebook do Patrick. — conto.

— Mas eu não quebrei o notebook dele? Espera, o notebook dele está no meu armário como conseguiu isso?

— Patrick arrombou seu armário ontem à noite, a Lucy o viu, eles discutiram ou algo assim... Mas o que importa é que um hacker amigo dele conseguiu recuperar os arquivos, e agora eu estou em posse deles. — conto.

— Ele arrombou meu armário. — ele diz irritado. — Ele está pedindo outro soco.

 

   Não sei exatamente o que estou procurando. Têm milhares de fotos aqui, arquivos... Todos os dossiês que ele fez e...

 

— Clica aqui. — ele diz apontando para uma pasta. — Olha é um vídeo.

— E olha a data e a hora. — digo. — Esse vídeo foi gravado antes de destruir o computador.

 

   Abro o vídeo. — Não sei se o vídeo foi gravado de proposito, ou se o notebook de Patrick tinha algum sistema de segurança, mas o que importa é que finalmente vou saber quem está fazendo isso com a gente.  — Passamos um pouco o vídeo que não aparecia ninguém, de repente a porta da sala de áudio e vídeo se abre e eu entro na sala. As imagens me mostram ali e depois eu correndo. De repente a imagem trava.

 

— Só poder ser brincadeira. — reclamo.

 

   A imagem então volta, e a porta abre novamente... E ela aparece. — É brincadeira não é?

 

— Max. — Jeff diz incrédulo. — Essa é a... Essa não é a Melissa? Irmã do Robert? 


Notas Finais


As primeiras pistas sobre quem é a GT finalmente estão começando a surgir, e agora que o Max e o Jeff encontraram uma importante prova resta saber o real significado disso tudo. Será que a irmã do Robert tem realmente algo com tudo isso?

Como eu demorei tanto para vir com o capitulo, eu vou trazer o capitulo seguinte ainda hoje, então aguarde!


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