Eu devia voltar e pedir desculpas. — Mas ai eu estarei assumindo que estou errado. — Que merda porque eu sempre faço essas coisas? — Mas a culpa não é só minha, ele deveria ficar do meu lado, afinal não é para isso que servem os parceiros? Para te apoiarem mesmo quando você faz uma besteira?
— Você quer, por favor, parar de me seguir. — Samantha reclama.
— Não estou te seguindo. — respondo passando por ela. — Apenas estou indo para o mesmo lado.
Quando sai da casa do Robert tive o desprazer de encontra-la do lado de fora, e agora estamos andando pelo mesmo caminho, debaixo de toda essa chuva. — Certo quanto a isso eu preciso reclamar, o Miller está sendo cruel demais comigo me fazendo pegar essa chuva toda.
— Você sabe o quanto de problemas está me causando? — pergunto gritando a obrigando a parar.
— A que gracinha. — ela me ironiza. — Então eram verdade aqueles boatos não é? Você se apaixonou por aquele garoto, isso é tão ridículo.
Limitei em solta-la e voltar a andar, porém dessa vez ela que me faz parar.
— Jeff isso é sério? — ela pergunta. — Você é gay?
— Não! — grito a assustando. — Me deixe em paz.
Não consigo entender, eu tenho sentimento pelo Miller, sentimentos que eu deveria ter pela Bella, por exemplo, mas eu não consigo admitir que isso me torne...
— Não me importo com isso. — ela diz me soltando.
Mesmo com toda essa chuva, consigo ver dois homens nos observando de dentro de um carro.
— Ande rápido e não faça perguntas. — digo.
— O que aconteceu? — ela pergunta confusa.
— Apenas ande.
Como imaginei, assim que apertamos o passo o carro ligou. — Puxo Samantha pelo braço e corremos.
— O que foi? — ela pergunta.
— Estamos sendo seguidos. — respondo.
Pulamos o muro de uma das casas e corremos pelo jardim encharcado, pulamos o muro novamente e saímos em um uma rua atrás da casa de Robert.
— Max! — grito assim que o vejo sair da casa.
Ele olha assustado para nós dois correndo e então corre para o carro, em seguida Robert sai de casa e ao notar a confusão corre para junto do Max.
— O que está acontecendo? — Max pergunta.
Repentinamente tiros são disparados contra nós, e um deles atinge o carro de Max.
— Vamos sair daqui. — Robert grita entrando no carro.
Entramos os quatro no carro e fugimos do local.
— Acho que despistamos eles. — Samantha diz ofegante.
— Eu não acredito que isso está acontecendo. — Max diz apavorado.
— Max fica calmo. — digo do banco do carona. — Respira fundo.
Era só o que faltava ele dar um ataque de pânico agora.
— O que a gente faz? — Robert pergunta. — Eu não posso voltar para casa, eu moro lá sozinho eles vão voltar.
— Você mora naquela mansão enorme sozinho? — Samantha pergunta.
— Já chega, nós precisamos avisar a policia. — Robert diz. — Toda essa história já está indo longe demais.
Ninguém concordou ou discordou com a ideia do Robert, porém Max o deixou na delegacia. Duas quadras depois Samantha desceu do carro.
(...)
Mesmo eu tendo pedido, Max resolveu vir para a escola, e aqui estamos. Descemos do carro e eu o trouxe para o vestiário de futebol americano.
— Eu tenho que ir para aula. — ele reclama.
— Não, você precisa se secar primeiro. — digo jogando uma toalha para ele.
Soco um dos armários o que o faz gritar.
— Desculpa, eu não queria te assustar. — digo me sentando no chão.
Ele de repente começa a chorar. — O que foi agora?
— Você poderia ter morrido lá. — ele diz como se estivesse com algo preso à garganta. — E seria minha culpa, pois eu te mandei ir embora.
— Não é verdade...
— É sim! — ele então grita. — Eu fui idiota, eu fui egoísta. — ele então respira fundo e se levanta. — Jeff eu não aguento isso, de verdade eu não aguento.
— Fica calmo, você vai acabar chamando a atenção de alguém.
— Não estou me importando. — ele diz levantando. — Eu preciso ir para aula.
— Você vai ficar bem?
— Não Jeff, eu não vou ficar bem até aquelas pessoas serem presas, e até eu saber que o Robert voltou da delegacia em segurança. — ele fala irritado e então sai do vestiário.
No exato momento em que Max sai, Alec, o treinador, entra.
— Incrível que toda vez que vocês dois estão no mesmo ambiente alguém está irritado ou chorando. — ele diz entrando.
— Não estou chorando. — murmuro.
— Mas está jogado no chão como se tivesse acabado de receber uma noticia ruim. — Alec diz sentando no banco em minha frente.
Como eu sempre disse, Alec é como um pai para mim, ele sempre esteve do meu lado e mais do que ninguém sabe por tudo que eu passei, ele é alguém com quem eu realmente posso contar, mas será que eu devo me abrir com ele sobre o que está acontecendo agora?
— Eu não vou te obrigar a me dizer o que está acontecendo com você. — ele diz. — Mas você sabe que sempre vou estar aqui quando resolver me contar.
— Eu sei. — digo com um sorriso no rosto. — É só que dessa vez as coisas conseguem ser bem mais complicadas do que foram ano passado.
— E como pode se notar, o Miller ter voltado para Ohio só fez tudo isso piorar, ou começar. — ele deduz.
— Talvez. — respondo. — Treinador, você acha que eu sou uma má pessoa?
Alec limita-se em me estender a mão e me ajudar a levantar. — Eu sou mais alto que ele, o que deixa a situação um pouco engraçada.
— Você é o homem mais gentil que eu conheço. — ele diz. — Tudo o que fez pela sua irmã, tudo o que fez pela sua família, o que fez por aquele garoto ano passado.
— Qualquer um faria tudo o que eu fiz. — digo.
— Não Jeff, nem todos fariam o que fez. — ele continua a me engrandecer. — Não importa o que esteja acontecendo com você agora, eu sei que vai dar um jeito, como sempre deu.
— Obrigado treinador. — agradeço em um abraço que o deixa surpreso. — Eu vou para a aula. — digo saindo do vestiário.
Os corredores ainda estão cheios, e parece que o sinal ainda não tocou. — Não consigo entender como o Miller ainda tem cabeça para vir estudar depois de tudo isso. — Mas outra coisa me preocupa também, Robert, não o que pode acontecer com ele, mas o que ele pode falar, se ele acabar falando demais, falar sobre mim e a Lucy, ou até mesmo sobre o Liam, estamos todos acabamos. — Vejo Patrick mexendo em seu armário. — Esconda seu orgulho e faça o que é certo.
— Precisamos conversar. — digo o chamando.
— Está falando comigo? — ele pergunta.
Continuo a andar, o ouço fechar o armário. — Chegamos em uma sala vazia.
— Eu não gosto de ficar sozinho no mesmo ambiente que você. — ele diz. — Toda vez que isso acontece você me bate
— A culpa é sempre sua por agir como um babaca toda vez. — digo fazendo ele se irritar.
Ele ameaça sair da sala.
— Eu preciso da sua ajuda. — confesso envergonhado.
Patrick sorri e se senta entrelaçando os dedos. — Estou começando a me arrepender disso.
— E o que um babaca como eu poderia fazer para te ajudar? — ele pergunta irônico.
— Essa mania sua e do seu primo de fazer perguntas dentro de uma frase gigante. — resmungo. — É o Robert. — digo. — Você disse uma vez que tinha gente na policia, e por falar nisso parecem ser bem inúteis, mas em todo caso, eu preciso que fale com eles, preciso saber tudo o que o Robert está falando naquela delegacia.
— E porque o Robert está na delegacia? — ele pergunta intrigado.
Vou até a janela. — A chuva ainda está caindo bem forte.
— Hoje nós cercamos a Samantha, o Max e eu. — conto. — Depois fomos para a casa do Robert para tentar tirar alguma informação dela, mas foi inútil, ela não sabe de nada.
— Vocês fizeram o que? — ele pergunta se levantando.
— Isso não foi nada. — digo. — Depois que saímos um carro preto começou a nos seguir, e atirar na gente, o Max enlouqueceu, mas está aqui, e estamos todos bem.
Patrick de repente avança contra mim me empurrando contra a parede.
— Está maluco? — pergunto gritando.
— Não. — ele sussurra. — Você é que deve estar maluco, outra vez colocando meu primo nessas situações de risco, o que você quer? Que ele morra?
— Obvio que não. — respondo.
— Mas é o que parece. — ele diz. — Obvio que vou dar um jeito para descobrir o que o Robert está falando lá, mas Jeff eu juro, juro que se algo assim acontecer de novo será você o próximo a ir para a cadeia.
— É uma ameaça?
— Você quer que eu desenhe?
Patrick me solta e sai irritado da sala. — Obvio que eu poderia ter confrontado, mas cada palavra que ele disse faz sentido. Eu querendo ficar próximo do Max o estou colocando em perigo.
— Você está aqui. — Bella diz entrando na sala. — Que cara é essa, aconteceu alguma coisa?
— Eu só não dormi bem essa noite. — minto. — Estava me procurando?
— Não é nada, eu encontrei o Max ainda agora, e ele pediu para eu ver como você estava. — ela conta.
O Max pediu isso? — Talvez o Patrick tenha razão, eu estou sendo egoísta demais vendo aqui só os meus sentimentos, eu não tenho direito algum de cobrar o Miller amor por mim, não depois de tudo que fiz com ele no ano passado. — Foi realmente uma boa coisa, nós termos voltado?
E as horas enfim vão passando. Robert não apareceu na escola hoje, assim como a Lucy. Robert nos revelou que tudo que contou a policia foi sobre os tiros hoje em sua casa. E como está muito apavorado para voltar, ofereci o antigo quarto da Jenny para ele ficar por alguns dias.
(...)
E finalmente chega o dia primeiro de abril de dois mil e quinze. E dá-se a largada ao evento que aqui chamando de Olimpíada Escolar. — Esse primeiro dia foi a abertura, onde a escola simplesmente lotou, pais de alunos, amigos e familiares se juntaram para ver a abertura dos jogos. E como era de se esperar, somente a mãe do Max veio, e somente o meu pai veio, porém junto a Jenny. — A Olimpíada teve inicio com um discurso da treinadora Holy e do treinador Alec, logo depois o clube do coral cantou o hino americano, e foi dada a largada. — Essa primeira semana está sendo toda dedicada à natação e ao futebol. Na natação masculina como era de se esperar, Max se classificou para as semifinais, assim como Bella no futebol feminino.
Seis de abril de dois mil e quinze. Minha vez de brilhar, em uma corrida de cem metros onde até mesmo o Ralph estava competindo, eu consegui vencer, e também me qualifiquei para as semifinais. — Lucy chegou de última hora, e quase foi desqualificada, porém ela conseguiu vencer a Sarah que durante toda a corrida estava em primeiro lugar, assim então também se qualificando para as semifinais.
Hoje treze de abril, dá-se inicio as semifinais.
— E com um tempo recorde, quem segue para as finais e competira contra Vincent do primeiro ano é... — Alec diz fazendo suspense. — Maximilian Miller do segundo ano.
Max sai empolgado da piscina e é felicitado por Liam.
— Estamos quase lá. — Liam diz animado.
Max abre um sorriso tão caloroso, que até mesmo eu sentado da arquibancada sinto sua vibração. — Nessas duas semanas que se passaram evitamos falar sobre o que aconteceu aquele dia na casa do Robert, e o mais incrível de tudo, é que durante essas semanas não tivemos nenhum problema envolvendo a G.T. — Quanto a minha relação com o Max, está tudo um pouco esquisito, nós trabalhamos juntos agora, mas até mesmo lá evitamos falar sobre nós dois, o que não quer dizer que tenhamos terminado, já que nos encontramos duas vezes por semana em nosso lugar especial.
— Jeff, vamos lá. — Bella diz me puxando.
Fizemos uma pequena reunião do nosso time. Do nosso grupo, Liam foi o único que não foi classificado para a final, mas ganhou a medalha de bronze. Bella e eu chegamos as finais, assim como o Max.
— Parabéns. — Bella corre e abraça o Max.
É tão estranho ver os dois se darem tão bem.
— Só mais uma e já vencemos. — digo sorrindo. — Já é nosso.
— Não vai contando vitória antes do tempo. — Sarah diz se aproximando. — Por mais que eu te adore Max, o Vincent também é muito bom nadador.
— Chega disso gente. — Max diz fechando roupão. — Ainda temos uma semana não é? Então vamos relaxar e ir lá torcer pela Lucy.
Antes de ir para o circuito de corrida no campo de futebol, fomos à quadra, onde está ocorrendo as semifinais do vôlei.
— Robert. — Max o chama.
Robert está na entrada da quadra observando o jogo. — Robert já está classificado para as finais com sua dupla, em um dos times que está jogando agora, está o Patrick.
— Nervoso? — pergunto.
— Eu quero muito que ele vença. — Robert diz empolgado.
— Sério? — Max pergunta. — Quero dizer, ele é muito bom.
— Até demais. — Liam diz irritado. — Ele me tirou da competição, ele faz a dupla dele ser inútil em jogo.
Os gritos da torcida chamam minha atenção.
— Ele venceu. — Bella fala apontando.
— Certo. — Robert diz se espreguiçando. — Vamos ver a Lucy?
Assim que chegamos às arquibancadas vemos as meninas se ajeitando na linha de partida. — Lucy, Louise e outras duas meninas estão na competição.
— Só eu acho que a Lucy esta esquisita? — Sarah pergunta. — Ela está um pouco...
— Nervosa. — Robert a interrompe. — É só nervosismo.
Um disparo faz iniciar a corrida, Lucy e Louise estão lado a lado.
— Olha quem está ali. — Max diz em sussurros.
Jéssica, Jéssica está aqui.
— Vai Lucy! — Sarah grita.
— Tem alguma coisa errada com ela. — Bella observa.
Repentinamente, Lucy desmaia na pista de corrida. — Louise atravessa a linha de chega, mas corre de volta para onde Lucy esta.
— Lucy. — Max chama assustado.
Um grande tumulto toma conta da arquibancada, e também da pista de corrida. — Max, Robert e eu corremos para lá.
— Lucy! — grito me aproximando. — Lucy!
Finalmente atravesso o muro de pessoas. Chegamos no exato momento em que Alec a pega em seus braços.
— Têm uma ambulância no estacionamento. — alguém grita.
Assim que chegamos ao estacionamento, o numero de curiosos e também paparazzi aumentou. — Lucy é colocada dentro da ambulância, e como nenhum familiar está aqui, Max vai junto com a ambulância.
— Lucy. — sussurro assustado.
Eu não sei bem o que está acontecendo com ela, mas ultimamente a Lucy vem agindo de forma muito estranha, evitando a todos, e agindo como agia quando... Não, ela não faria isso. — Vejo Jéssica se aproximar do seu carro. Corro até ela.
— O que fez com ela? — pergunto irritado.
— Oi filho. — ela diz irônica.
— Não vem com essa, o que fez com a Lucy? — insisto.
— Eu não me orgulho do que ela fez. — ela diz parecendo irritada.
— E o que ela fez? — pergunto confuso.
— Pergunte a ela. — ela diz entrando no carro.
Jéssica vai embora.
— Jeff!
Robert, Patrick, Liam, Sarah, Louise e Jacob se juntam a mim no estacionamento.
— Alguma coisa? — Patrick pergunta. — O que aconteceu com ela?
— Não sei, o Max foi com ela para o hospital, eu estou indo para lá. — digo.
— E porque você? — ele pergunta.
— Dane-se. — Sarah diz me puxando. — Eu vou com você Jeff.
Por mais que eu não goste de passar o tempo com a Sarah, acabo que concordo em leva-la.
(,,,)
Não demorou muito para chegarmos. Assim que entramos no hospital vemos Max andando de um lado para o outro.
— E então? — Sarah pergunta ansiosa.
— Ainda estão fazendo alguns exames, mas ela acordou na ambulância. — Max conta. — Ela estava chorando muito, sentindo fortes dores.
Os minutos vão passando, até que finalmente o médico vem até nós.
— Ela já está bem melhor. — ele diz. — Foi só uma queda pressão.
— Ainda bem. — Max respira, aliviado.
— Algum dos dois é namorado dela? — o médico pergunta.
Max e eu trocamos olhares e fizemos que não.
— Eu quero vê-la. — Sarah diz.
— Max, por favor. — ela insiste. — Me deixe falar com a Lucy antes que os pais dela cheguem.
— Tudo bem. — ele concorda confuso.
O médico acompanha Sarah. — Eu só espero que minhas suspeitas estejam completamente erradas, porque se o que estou pensando for verdade... Não, não pode ser verdade.
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