Não entendo. Por que estou agindo dessa forma? — Atravesso a rua correndo. — Não entendo... Eu não deveria estar me sentindo assim.
— Já voltou? — Guadalupe me questiona assim que entro em casa.
Ignoro sua presença e suas palavras, corro escada acima e me tranco no meu quarto.
— Eu não devia ter visto ele. — digo a mim mesmo. — Eu não consigo respirar.
Caio de joelhos e permaneço no chão. — Sinto como se algo estivesse preso em minha garganta, meu ar simplesmente não sai.
— E-eu...
E então eu grito, grito tão alto que cada pelo do meu corpo se arrepia. Lagrimas caem incansavelmente dos meus olhos, minhas mãos estão tremulas e mal me sustentam de joelhos no chão. — Por quê? Por que ele tinha que estar lá?
— Sr. Miller. — Guadalupe bate na porta.
— Sai daqui! — grito.
— Por favor. — ela insiste. — O que aconteceu?
— Saia! — grito levantando e jogando um porta-retratos contra a porta. — Me deixe sozinho, eu quero ficar sozinho.
Estou agindo como uma criança, como uma criança que acaba de perder algo importante, mas eu simplesmente não consigo fazer parar, não consigo. — coloco a mão em meu peito. — Por que dói tanto? Por que a simples presença dele faz meu coração bater tão forte? Eu o odeio, odeio com todas as minhas forças... Mas ao mesmo tempo eu o amo.
— Alguém me ajuda. — sussurro em lágrimas.
O que eu devo fazer? Devo sair e falar com ele? Devo apenas ignorá-lo? — Não é assim que as coisas são, e não é assim que eu sou. Eu sei que mais cedo ou mais tarde eu vou acabar procurando ele.
— Mas não agora. — digo me levantando.
Tudo que está acontecendo agora é resultado de nossas escolhas e de nossas ações. — Ele fez o que fez comigo e isso não pode ser mudado, e eu não consigo simplesmente perdoa-lo. Eu escolhi deixa-lo ir, não devo ficar agindo assim sempre que encontra-lo, eu sou mais do que isso, eu sou melhor do que ele. — Pego o porta-retratos quebrado do chão. A foto que está aqui amaçada é a foto que tiramos ano passado no parque, nós cinco. — Não importa o que aconteceu entre Jeff e eu, eu não vou perder meus amigos que são tão importantes para mim por culpa dele.
— Devo parar de agir como uma criança. — ordeno a mim mesmo enxugando as lagrimas. — Devo agir como um verdadeiro Miller que eu sou.
Jogo a foto em cima da minha cama, tiro minhas roupas e caminho até o banheiro. Ligo o chuveiro e me jogo em baixo da água morna.
— Chega de lamentar. — digo. — Chega de nutrir esses sentimentos. A partir de agora eu renuncio a qualquer sentimento que ainda possa ter por ele.
Algo bate na janela do meu quarto me assustando. — Os ventos estão muito fortes neste inverno.
(...)
Saio do quarto e vejo Patrick encostado na parede mexendo no celular. — Esse estilo de roupa que usa faz parecer que não tem dinheiro para comprar algo descente para vestir.
— Você voltou a uma semana e não me disse um oi. — ele diz assim que me vê.
— O que queria que eu dissesse? — pergunto fechando a porta.
Fico encostado na parede em sua frente. — Nossos olhares se cruzam. — Não entendo o que ele deseja de mim.
— Você sabe que tudo o que eu fiz foi...
— Para o bem da nossa família, para não manchar a reputação intocável dos Miller. — digo o interrompendo. — Se é só isso. — digo andando.
— Você perdoou a Lucy, perdoou o Robert. — ele diz. — É tão difícil fazer isso por mim? Tão difícil me perdoar?
— Robert não tem nada a ver com tudo isso. — falo. — Ele só se envolveu para proteger a Lucy, e se eu perdoei a Lucy ou não o problema é meu.
— E quanto a mim? — Patrick insiste. — Você vai me perdoar um dia?
— Quem sabe. — digo descendo as escadas.
Ele desce correndo atrás de mim.
— Vamos fazer alguma coisa então. — ele diz. — Nós nunca tivemos a oportunidade de nos conhecermos direito.
— E porque será né? — pergunto o ironizando. — E... Eu não quero andar com você, você me assusta, faz parecer que esta me vigiando, como sempre.
— Pode chamar seus amigos se quiser. — ele sugere. — Mas, por favor.
Não entendo sua insistência, mas que mal tem?
— Tudo bem vai! — acabo aceitando. — Mas duvido que...
— O que foi?
Amigos. Desde que voltei para Ohio não procurei nenhum deles, apenas falei com o Robert por acaso, e Lucy é praticamente da família, mas...
— Acho melhor irmos, só nós dois mesmo. — falo um tanto desanimado.
— Certeza? Não tem medo de eu te jogar da escada rolante ou algo assim? — ele pergunta rindo.
Fomos até a garagem e abri um breve sorriso quando revi meu carro.
— Acho que cuidei bem dele enquanto estava fora. — Patrick me entrega as chaves.
— Acho que nem lembro mais como...
— Deixa de drama. — ele me dá um tapa nas costas. — Você só ficou fora dois meses.
Entramos no carro. Patrick apertou o botão no controle para abrir o portão e saímos. — É realmente a coisa mais estranha do mundo sair com ele.
— Aonde vamos? — pergunto.
— Ainda está cedo. — ele observa. — A gente pode ir ao cinema ou só beber.
— Somos menores de idade. — digo. — Ninguém vai vender bebida para nós dois.
— Então isso é um sim para o cinema. — ele diz sorrindo. — Aliás, eu nem bebo mesmo.
Fui obrigado a abrir um sorriso.
— Viu? Eu não te faço só chorar, você acabou de rir.
(...)
Chegamos ao shopping por volta das 13h30min. Ficamos fazendo hora até começar o filme, fizemos compras, ele me obrigou a vê-lo dançar em uma maquina, e por fim o filme.
— Não consigo me acostumar com o tamanho dessa tela. — digo me sentando.
— Você realmente parece um bicho do mato. — ele sorri sentando-se ao meu lado.
As luzes apagaram e o telão foi ligado. Começam umas propagandas e...
— Eu devia ter dito sobre isso. — ele diz em sussurros.
Um comercial, onde os protagonistas são Jeff e Lucy. — Estou começando a achar que Patrick não me trouxe aqui por nada.
— Te incomoda? — ele pergunta comendo a pipoca. — Quem eu quero enganar, claro que incomoda, você estava gritando feito um louco quando chegou em casa mais cedo, e antes disso você tinha saído da casa da Lucy, onde coincidentemente estava o...
— Cala a boca. — grito.
As outras pessoas se irritam com meu grito e me mandam calar a boca.
— Desculpa, mas eu precisava ter certeza. — ele diz ainda em sussurros.
— Certeza de que?
— De que você ainda gosta dele.
Eu sou estupido demais por acreditar que ele estava tentando ser meu amigo de verdade.
— Eu vou embora. — digo levantando. — Acho que você consegue pegar um taxi sozinho não é?
Saio da sala do cinema e caminho pensativo pelo shopping.
— Olha aqueles dois. — uma mulher diz a outra.
Um casal... Dois homens estão de mãos dadas andando pelo shopping.
— Que absurdo. — a outra resmunga. — E um desperdício.
Ando apressado e enfim chego ao estacionamento, guardo minhas coisas no porta-malas e dirijo.
— Você é um completo idiota Maximilian Miller. — grito comigo mesmo.
(...)
Paro o carro perto da praça do centro. — Eu sempre digo as mesmas coisas a mim mesmo, me impulsiono a seguir em frente, mas não seria mais fácil se eu parasse de fugir do Jeff de uma vez?
— Por que esse desgraçado não sai da minha cabeça? — pergunto em sussurros.
Batidas na janela do carro me assustam. Levanto a cabeça e desembaço o vidro.
— Sarah? — digo surpreso.
Saio do carro e me coloco de pé em sua frente. — Seus cabelos castanhos estão soltos, ela veste um sobretudo marrom e uma bota longa da mesma cor, luvas pretas e um gorro também preto. — Meu coração está batendo forte, mas não sei bem o motivo. — Ano passado Sarah foi a melhor pessoa que eu poderia pedir para ter como amiga, ela me ajudou, e me apoiou de diversas maneiras... E mesmo eu a tratando como segundo plano em algumas situações, ela sempre esteve presente.
Ela repentinamente me dá um tapa no rosto.
— Acho que talvez eu tenha merecido isso. — digo colocando a mão no local do tapa.
— Você foi embora prometendo escrever, manter contato. — ela começa a chorar. — Você voltou a uma semana e não me disse um oi, não me visitou não deu sinal de vida.
— Desculpa. — peço. — Eu não tenho direito de pedir isso, mas eu peço mesmo assim. — insisto. — Eu voltei, mas... Eu não sabia se iria ficar ou não.
— E você nem por um segundo cogitou a hipótese de ir me ver? Ou ver qualquer um de nós.
— Eu não sei o que quer ouvir, eu já pedi desculpas. — insisto. — Me desculpa.
A neve começa a cair mais fraca. — Sarah e eu nos sentamos em um banco e conversamos bastante sobre nossos últimos dois meses. Contei a ela sobre o Zac, a visita da Lucy... Sobre meu retorno o reencontro com Robert e o Jeff.
— Lembra? — ela pergunta. — Estivemos aqui no ano passado, acho que foi depois do seu aniversario.
— Um dia antes da viagem para Nova York. — lembrei. — Sim... Mas não tinha tanta neve, e estava quente. — brinco.
— Aquele dia nós ficamos juntos pela segunda vez. — ela diz corando. — Quando a gente tinha começado eu sabia que era tudo para você fingir ser hetero, mas então você e o Jeff ficaram juntos... Tanta coisa aconteceu. Eu fiquei com medo de nunca mais te ver.
A abraço e sinto seu corpo sobre o meu. — É impossível não me lembrar da nossa primeira noite.
— E o que vai fazer agora? — ela pergunta. — Não vai voltar para escola?
— Na verdade na segunda estarei lá. — falo sorrindo. — Acredite ou não eu sinto falta daquele lugar.
Ela me dá um beijo na bochecha e se levanta.
— Você estava indo para algum lugar quando me encontrou aqui? — pergunto.
— Combinei de encontrar com umas amigas no boliche. — ela diz sorrindo.
Olho para a cor cinza do céu e depois foco o olhar nela.
— É sério?
Suas bochechas ficam coradas.
— Você está saindo com alguém! — digo surpreso.
— Não é bem saindo com alguém. — ela sorri timidamente. — Mas ele é um garoto legal.
Fico feliz, realmente muito feliz que a Sarah tenha encontrado alguém que a mereça de verdade, alguém que possa dar a ela tudo que eu não pude.
— Max. — aquela empolgação de repente some. — Eu sei que desde que voltou devem estar te enchendo de perguntas, mas vou ser obrigada a perguntar também.
— Por favor, não. — levanto. — Eu não aguento mais todo mundo perguntando quando eu vou parar para conversar com o Jeff, não é como se eu não quisesse.
— Aquele bendito conflito interno. — ela murmura. — O mesmo que o quase fez hesitar quando estávamos juntos.
— Isso é diferente. — afirmo. — Não tem nada a ver.
— Max... Ninguém pode te obrigar a nada, e ninguém está te obrigando a voltar com o Jeff, só que ao menos devem conversar.
— Nós já dissemos tudo o que tínhamos para dizer um pro outro antes de eu ir embora. — digo. — Não há nada mais a se dizer.
Minha reação em vê-lo essa manhã só prova que se ficarmos sozinhos em uma sala para conversarmos eu vou acabar cedendo, me entregando novamente. — Mas não é o que eu quero. — Eu decidi superá-lo e é isso que vou fazer, mesmo que a minha felicidade seja o custo disso tudo, eu preciso e vou superar o Jeff.
— Não está um pouco atrasada para o seu encontro? — pergunto um tanto rude.
— Acho que sim. — ela confirma. — Sabe... Eu já conheci três diferentes Max em você ao longo disso tudo, o primeiro que é o que todos amamos, o segundo que voltou das férias de verão um tanto diferente, mas ainda assim era o Max... E você agora, e eu realmente não estou gostando do que estou vendo.
— O que quer dizer? Todos mudam não é?
— O único que mudou foi você. — ela insiste.
— O Jeff...
— O Jeff sempre foi daquele jeito. — ela grita irritada. — Você que nunca quis enxergar, você que sempre fechou os olhos só para ver a coisa bonita e romântica da situação. Pense nisso Max, pense no que está perdendo afastando todo mundo de você.
— Eu não estou tentando afastar vocês de mim. — digo me levantando. — Estou tentando me reaproximar de vocês.
— Bom... Está fazendo isso da forma errada. — Sarah diz realmente zangada.
Nunca a vi dessa forma, nem mesmo em nossos piores momentos... Não, não era assim que as coisas deveriam ser não é assim que as coisas deveriam acontecer.
— Espero que a volta à escola faça você voltar ao que era. — ela murmura. — Porque o Max que eu vejo agora é um Max completamente diferente.
— Querendo ou não esse sou eu agora.
— Não é. — ela me interrompe. — Você está fingindo ser alguém mais forte, mais maduro... Mas adivinha? Você não é você é um adolescente com problemas de adulto. Não tente ser quem você não é isso nunca acaba bem. Tome o exemplo da Lucy e do Jeff.
Vejo-a se afastar, logo que chega à pista um carro azul para. Alguém desce um jovem da nossa idade eu acho talvez mais velho, esta usando roupas de frio. Ele abre a porta para a Sarah e ela me lança um último olhar antes de entrar no carro.
— As coisas não podiam acabar piores, poderiam? — pergunto a mim mesmo.
(...)
Dessa vez mantive-me firme. Não chorei, não gritei nada fiz... Absolutamente nada. — Passei o final de semana todo evitando meu primo, e também evitei ir à casa dos Evans. — Lucy me deu copia de toda a matéria que tiveram até então. — Eu comecei esse semestre nessa escola, e estudava com Lucy apenas em duas matérias, acho que dessa vez tive o azar de ter somente uma única aula com ela.
A segunda-feira, dia dois de março de dois mil e quinze finalmente chegou. — Não que eu esteja ansioso ou algo assim... Quem estou enganando, não dormi nada da noite passada, estou realmente muito ansioso para voltar.
— Ele voltou. — sussurros se espalham pelos corredores.
Acho que eu já esperava por isso. Todos estão falando sobre mim, sobre como eu abandonei Ohio e voltei para o colégio interno, mas parece que ninguém sabe o real motivo de eu ter voltado. — Devo admitir, meu pai consegue me surpreender sempre. Como ele fez para tudo isso sumir assim de repente?
— Miller. — alguém me chama.
Meu coração quase sai pela boca. — É ele? — Viro-me e...
— Achei que me formaria e você não estaria aqui. — Liam diz com um sorriso estampado no rosto.
— Oi. — retribuo o sorriso.
Definitivamente não me lembro se Liam e eu voltamos a ser... Sei lá, alguma coisa.
— Como estão as coisas? — ele pergunta me empurrando para um passeio pelo corredor.
— Boas, eu acho. — respondo confuso. — Quero dizer, meu pai foi para Los Angeles depois que passou por uma cirurgia, mas ele está bem.
— Okay. — ele me da um tapa nas costas.
Eu já mencionei o quanto isso me irrita? Porque as pessoas desse lugar não podem ser civilizadas e nos cumprimentar com um aperto de mão? Como o Zac fazia... Espera, não é bom usá-lo como exemplo, ele geralmente me cumprimentava nu enrolado em um avental minúsculo e com uma bandeja de biscoitos amanteigados.
— Agora é definitivo? — ele pergunta.
— Max! — o grito escandaloso de Robert fez com que todos olhassem para ele. — Foi mal. — ele se desculpa.
Robert corre até mim e antes que ele pudesse me dar um tapa nas costas ergui minha mão e ele... Bem, não sei exatamente o que ele fez, mas disse algo como: “esse é o nosso toque secreto”.
— Então... — Robert diz um tanto musical. — Responde o nadador. É definitiva a sua volta?
Abro a porta do meu armário e coloco alguns livros e cadernos dentro.
— Mesmo se eu quisesse não poderia. — fecho a porta. — Fui expulso de lá no momento em que entrei naquele helicóptero de volta para Ohio.
— Que ótimo! — Robert grita.
Sua euforia foi tanta que vi um sorriso no rosto de Liam.
— Chega né? — Liam o interrompe.
— Ah! — ele parece se dá conta de algo. — Quero dizer, que chato... — e então ele me dá vários tapas nas costas.
Salvo pelo sinal.
Minha primeira aula é de... Espanhol. — Entro na sala e me deparo com um homem incrivelmente... Foco... Ajeitado.
— Taylor Palmer. — ele se apresenta.
Okay... Sabe aqueles momentos do colegial onde acabamos por... Criar paixonites pelas professoras? Pois bem, acabei de criar uma pelo Sr. Palmer. — Ele é alto, provavelmente um metro e oitenta e cinco. Pele clara, porém bronzeada. — Acho que pratica esporte, é absurdamente musculoso. — Seus cabelos pretos são cortados no estilo militar, mas não tão baixo. Olhos... Castanhos. — Ele me lembra de alguém. E não... Não é o Jeff.
— Maximilian Miller. — retribuo o cumprimento.
— O famoso fujão. — alguém murmura.
— Arranje um lugar para se sentar. — Sr. Palmer volta a se concentrar no quadro.
Olho para os olhares dos meus novos colegas de classe e percebo o quão difícil isso vai ser.
— Max?
— Jacob. — digo um tanto surpreso ao vê-lo entrar na sala.
Ele está mais alto e mais forte. — Em relação aos músculos. — Mas sim... É ele.
— Parece que temos o primeiro tempo juntos. — falo.
— Legal. — ele concorda um tanto sem jeito.
Sou obrigado a sentar em uma das últimas cadeiras. — Sabe o quão frustrante é para mim sentar aqui atrás? — Jacob está sentado no meio. — Eu não entendo, realmente não entendo o que aconteceu ano passado que nos afastou tanto... Desde que ele foi passar as férias de verão no Brasil voltou dessa forma.
— Hola classe! — Sr. Palmer inicia sua aula com um sotaque realmente engraçado. — Abra el libro em la página veintisiete
Passei o primeiro tempo todo em silencio, apenas ouvindo as explicações do Sr. Palmer, e também as piadas sem graça vinda dos meus colegas. — O segundo tempo não melhorou em nada. Aula de geografia e a única aula que Lucy, Sarah, Jacob e eu temos juntos. — E dessa vez! Ahhh! Consegui meu lugar na primeira fileira.
— Como está indo o primeiro dia? — Lucy pergunta sentando na cadeira atrás de mim.
— Normal. — respondo. — Nada demais... Eu só sinto falta de ter todas as aulas com você.
— Eu sei. — ela murmura.
— Talvez os dois possam usar seus privilégios para conseguirem dar um jeito nisso. — um rapaz intimidante entra na sala.
— Do que esta falando estranho? — Lucy pergunta debochada.
— Não sei. — ele diz. — O garoto mais rico da cidade, a modelo que trás dinheiro para escola, talvez devessem formal um casal. — ele finalmente olha para mim. — Ou o branquelo aqui é chegado em...
— Max! — novamente o grito escandaloso de Robert faz com que todos o olhem. — Desculpem novamente.
O pequeno tumulto foi encerrado com a chegada de Robert. — O que é um alivio.
— O que está fazendo aqui? — Lucy pergunta.
— Não sei se percebeu, mas ele acabou de evitar um confronto. — Sarah diz.
— De nada linda. — ele manda um beijo para Lucy. — De qualquer forma... Estou encarregado de te guiar pelo colégio hoje, sou como seu instrutor.
— E para que isso? — pergunto confuso. — Eu já estudei aqui lembra?
— Eu sei... — ele praticamente grunhe ao dizer isso.
— Está fazendo isso para matar aula. — Lucy observa. — Não deviam estar estudando para S.A.T?
— Tá tudo bem. — ele bate o pé em protesto.
Sou obrigado a rir de sua atitude, mas também noto seu desconforto.
— Depois do almoço, tudo bem? Eu ainda tenho um tempo livre. — digo.
— Tem? — Sarah pergunta.
— Ainda não decidi sobre a natação.
— Você definitivamente não deveria — Sarah diz.
— Você definitivamente deveria. — Lucy diz em contraposto.
— Tá vendo? — pergunto olhando para o Robert. — Ainda tenho que decidir.
— Certo. — ele diz. — Nos vemos no refeitório.
Ele sai da sala assim que nossa professora chega.
— Você não esta considerando voltar não é? — Sarah pergunta.
— O que tem isso? — Lucy pergunta confusa. — Ele e o Jeff não podem se evitar para sempre.
— Desde quando você é a fã numero um do casal “Jax”?
— Jax? — pergunto confuso.
— É a combinação do seu nome e o do Jeff. — Lucy responde.
“Jax”? O que diabos seria um “Jax”? Só consigo imaginar um jacaré completamente deformado.
— Estou apoiando eles, porque parece que a maior fã deles desistiu do posto não é? — Lucy pergunta irônica. — Por que será.
— Chega. — as interrompo em um sussurro que fez a professora se virar para nós por uns instantes. — Parem de falar de mim como se eu não estivesse presente. Que mania chata. E eu decido o que vou fazer. Okay? E só para deixar claro, não existe mais Jeff e eu.
— Mas...
— Entenderam?
— Sim. — elas dizem ao mesmo tempo.
(...)
O plano era simplesmente matar aula junto com o Robert, mas de repente se tornou um tipo de reunião, onde o convidado principal sou eu, e eu não estou nem um pouco confortável com isso tudo. — Estamos na biblioteca, Robert, Lucy, Sarah, Liam, Jacob e Louise.
— Por que estamos aqui? — pergunto confuso.
Bom... Durante o almoço Robert e eu conversávamos sobre o que faríamos a seguir, acho que Louise ouviu e acabou chamando Liam, que por sua vez chamou o Jacob... Já as meninas eram de se esperar que nos seguissem.
— É sério. — insisto. — Estou muito desconfortável aqui, se for para ficar assim prefiro assistir a aula.
— Não seja chato. — Liam se senta no sofá. — Estamos sendo seus amigos.
— Estão? — pergunto confuso. — Como? Sentados me encarando durante trinta minutos?
— Ele está certo. — Robert concorda. — Estamos aqui faz tempo e ainda não decidimos nada.
— Decidiram sobre o que? — o encaro.
— Sua festa de boas vindas. — Louise diz empolgada. — Não que estejamos em um bom momento para comemorar, quero dizer seu pai.
— Espera. — interrompo. — Eu não preciso de uma festa de boas vindas. — digo sem jeito. — É sério, eu já me sinto bem recebido estando com vocês aqui, isso já é muito para mim.
— Tenho uma ideia então. — Robert se levanta. — Max não quer uma festa, e nunca conseguiríamos arrastar o Jeff para a casa dele.
— Eu não o deixaria entrar. — digo debochado.
— Então, podemos ir a outra festa e agirmos como se fosse uma comemoração pela volta do Max. — ele abre um enorme sorriso no fim da frase.
— Seu plano é estupido. — Lucy diz se olhando no espelho de bolso.
— Não. — Liam parece concordar. — Talvez de certo, e eu já sei um lugar onde sempre tem festas.
— Só não me diz que é... — digo sem coragem de terminar.
— A casa abandonada! — Robert e Liam concluem juntos.
— É perfeito. — Liam se anima. — Eu posso descolar as entradas.
— Não acho que vai dar certo, somos menores de idade. — Sarah diz.
— Isso nunca nos impediu. — Robert diz. — Além disso, para garantir podemos conseguir algumas identidades falsas.
— O que? — pergunto assustado. — Não, não, não. Nem pensar, eu não vou ser preso. — digo um tanto exaltado.
— Ei cara, relaxa. — Robert coloca sua mão em meu ombro. — Você não precisa se preocupar com nada, Okay? É por nossa conta.
— Não. — recuso. — Pessoal, eu realmente agradeço o que querem fazer por mim, mas de verdade, não precisa, não precisa mesmo.
Pego minha mochila e levanto.
— Aonde vai? — Lucy se levanta.
— Não precisam me seguir. — digo sem graça. — Olha... Desculpe, eu tenho que ir.
Deixo a biblioteca na certeza de que não estou sendo seguido, e na maior certeza ainda que magoei todos eles. — Não que eu me importe com o que a Louise ou o Jacob pensam sobre mim.
Ando pelos corredores até chegar à quadra das piscinas. Assim que entro escuto o som dos nadadores caindo na água.
— Pelo visto está considerando voltar para a equipe. — a treinadora Holy aparece atrás de mim me assustando.
— Não. — me recomponho. — Estava apenas passando e... Acho que eu não me dava conta o quanto eu sentia falta desse lugar.
— Se quiser pode se juntar e mostrar a esses molengas, o que é nadar de verdade. — ela diz sorrindo.
— Posso? — pergunto ansioso.
— Não com essas roupas.
— Eu trouxe. — falo animado. — Quero dizer, eu trouxe minha sunga.
— O vestiário não mudou de lugar. — ela diz indo na direção da piscina.
O piso molhado, o brilho azul refletido a água da piscina, o som da água. — Eu realmente senti falta desse lugar.
Entro no vestiário. — Parece não ter ninguém aqui. — Porém um dos chuveiros está ligado.
— Olá? — chamo enquanto caminho para desligar o chuveiro.
Ouço uma das portas dos armários se fechar e pulo em susto.
— Não desligue. — ele diz fazendo meu coração saltar.
É ele, realmente é ele. — Seus cabelos dourados estão maiores e mais arrumados, mas definitivamente é ele. — Está com uma toalha azul escura enrolado na cintura. Seus olhos verdes parecem brilhar.
— Jeff...
Meu Deus... Sinto como se meu peito fosse explodir.
— Não precisa me olhar com essa cara. — ele diz em tom debochado, passa por mim e entra no box. — Até parece que nunca me viu antes.
Ele tira sua toalha e vai para debaixo do chuveiro. — Talvez eu deva dizer algo, um “oi” talvez, sei lá, eu só não sei agir com ele como amigo, porque acho que nunca tivemos tempo de sermos amigos.
Viro-me de costas e começo a andar.
— Vai ser assim? — ele pergunta me fazendo parar de andar. — Toda vez que nos virmos agora vai fingir que eu não existo?
Permaneço em silencio. — Droga, eu quero falar com ele, mas simplesmente não sei o que dizer, as palavras fogem de mim, e quando imagino um dialogo só consigo, me ver acusando-o.
— Droga, Miller! — ele grita.
Olho para trás, ele sai do chuveiro e se enrola novamente a toalha, e anda até mim.
— Diga alguma coisa. — ele me agarra pelos braços.
— O que quer que eu diga? — pergunto quase em sussurros.
— Qualquer coisa. — seu aperto fica ainda mais intenso. — Quando você correu da casa da Lucy, achei que não te veria mais.
— Você está me machucando. — murmuro.
— Eu sei que isso tudo...
— Não seu idiota. — grito. — Você está me apertando, está me machucando.
Jeff me solta e dá uns dois passos para trás.
— Desculpa. — ele se desculpa sem graça.
— Olha isso não vai dar certo, eu achei que poderia voltar para escola e andar pelos corredores e te ver sem sentir nada, mas eu me enganei.
— As coisas não tem que ser desse jeito. — ele diz. — Foi sua escolha, nós dois terminarmos, foi sua escolha voltar para o internato e agora é sua escolha estar aqui. O que está fazendo? Me provocando?
— Provocando? Jeff, eu sou a vitima aqui lembra? — pergunto. — Se não me falha a memoria foi sua ideia a invasão minha casa, e você só se aproximou de mim por...
— Chega. — ele passa por mim. — Eu não tenho que te ouvir novamente.
— Mas agora eu quero falar. — digo.
— Mas eu não quero ouvir. — ele soca o armário. — Você me acusa e me acusa, mas eu salvei sua vida.
— Minha vida não estaria em risco se você não a tivesse colocado nessa situação.
— Sua vida já estava em risco antes mesmo de eu te conhecer, apenas adiei o inevitável.
— Quer saber. — passo por ele. — Não importa, eu vou embora.
— Claro que vai, é tudo o que sabe fazer não é? Virar as costas e fugir.
Não sei o que esta dando em mim, mas eu simplesmente me viro ando até ele e o puxo pelo braço e... O beijo. — Bem ali, no meio do vestiário, correndo o risco da treinadora Holy ou qualquer outro aluno entrar. — Simplesmente o beijo, e durante o beijo é como senti-lo novamente em Nova York, sentir seu primeiro toque em meu corpo.
— Por que isso agora? — ele pergunta parecendo confuso.
— Droga. — grito indo até a saída. — Apenas... Apenas esqueça, esqueça que isso aconteceu.
Ele dá uma risada.
— Acha isso engraçado? — pergunto.
— Acho que estamos situações opostas agora não é? — ele pergunta me deixando ainda mais confuso. — Ano passado era eu que costumava a dizer isso, para esquecer... Parece que...
— Apenas me deixe em paz, sem mais joguinhos, sem mais encontros no vestiário, sem... Sem mais nada, apenas adeus.
— Até logo. — ele diz.
Então corro. Corro do vestiário, corro da quadra das piscinas. Quando me dou conta estou sentado chorando na escada. — Eu não entendo. Como ainda posso amá-lo? Como ainda posso sentir alguma por ele mesmo sabendo de tudo que ele fez comigo?
— Algum problema?
Enxugo as lagrimas rapidamente e me levanto, olho para o alto da escada e vejo o Treinador Alec.
— Não sabia que já tinha voltado. — ele diz.
— Primeiro dia. — digo pegando minha mochila.
O Treinador e eu não temos um histórico lá tão legal, para falar a verdade nunca conversamos direito, tudo o que sei sobre ele é que ajudou muito o Jeff, e ano passado fazia de tudo para eu não atrapalhar o desempenho do Jeff.
— É complicado se adaptar a escola voltando no meio do semestre. — Alec desce as escadas e me força a acompanha-lo.
— Não tem tanta diferença assim. — falo. — Afinal só fiquei dois meses, afastado.
Eu já havia percebido antes, mas sempre quando fico perto de pessoas ligadas ao Jeff, me sinto constrangido.
— Desculpe treinador, mas eu preciso ir. — digo andando em passos largos.
Eu passei por muita coisa nesse último ano, passei por coisas que jamais imaginaria. — Fui sequestrado, vitima de bullying, traição, mentiras. — Mas eu ainda estou aqui não é? Então eu deveria simplesmente deixar tudo o que aconteceu para trás e seguir em frente? Bem, é o que eu quero, é o que eu espero que aconteça.
O dia passou e as coisas na escola parecem que estão se normalizando. Estou me adaptando novamente ao colégio publico, e já me acostumei a ficar trocando de sala a cada nova matéria. Em relação a tal festa de boas vindas, bom, teve a festa... Só que eu não fui. — Acho que tive medo dele estar lá. — Mas o que importa é que nessa semana que passou voltei a me reaproximar da Sarah, o que é uma coisa boa, e também com o Robert.
(...)
E hoje dia três de março, é o dia que meu pai volta para cara. — Ele sofreu um infarto, e dias depois que fui visita-lo ele teve uma complicação e precisou de cirurgia. Desde então ele foi para Los Angeles com minha mãe para se cuidar. — Nesse tempo fiquei em casa apenas com meu primo Patrick, e por mais que nossa situação seja ruim, tentamos não nos matar. — Claro que não literalmente. — Ele começou a me tratar normal depois de perceber que venho evitando o Jeff na escola, e eu simplesmente trato-o como um visitante indesejado na minha casa.
A neve ainda está derretendo lá fora, porém aquele frio todo já não faz mais parte do nosso dia a dia, as arvores chamam atenção pelo verde de suas folhas. — A doce primavera.
— O que está assistindo? — Patrick pergunta se jogando no sofá.
— Um filme. — digo colocando a tigela de pipoca vazia em cima da mesa de centro.
— Isso eu sei. — ele sorri.
Não é que eu esteja o ignorando, mas eu não consigo olhar em seus olhos e achar que está sendo sincero comigo, porque quando eu achei isso ele me arrastou para um cinema apenas para me mostrar um comercial do Jeff e ter certeza que eu ainda sou gay.
— Como foi a escola hoje? — ele insiste em falar comigo. — Eu cheguei agora porque eu tenho aquelas atividades extracurricular e...
— Eu não me importo com o que você tenha que fazer na escola depois do horário, Okay? Apenas me deixe ver o filme.
— Seco. — ele murmura se levantando. — Está todo arrumado assim por quê? Pretende sair?
— Sabe que não podemos sair hoje. — digo. — Meus pais estão voltando de viagem.
— E precisa dessa formalidade toda? — ele pergunta. — São seus pais.
Nossa conversa se encerra quando ouvimos o som de um carro estacionando. — Patrick e eu nos posicionamos na entrada da mansão, e assim que as portas se abrem ela vem em meu encontro.
— Meu pequeno. — minha mãe me abraça.
Ela está elegante, seus cabelos pretos estão amarrados em um rabo de cavalo, usa um sobretudo vermelho e luvas.
— Senti sua falta. — sussurro.
Ver meu pai entrar por aquela porta me deu arrepios. Seus cabelos pretos estão um pouco maiores do que o de costume, seus olhos azuis brilhantes, e sua barba esta feita... Olhando assim ele realmente...
— Não tem nem como dizer que não são pai e filho, vocês dois são idênticos. — Patrick brinca o recebendo em um aperto de mão.
— Pai. —digo me aproximando. — Como o senhor está?
— Não vou dizer que estou pronto para outra, porque não estou. — ele diz sério.
— Vovô e vovó?! — Patrick exclama surpreso.
Vovô e vovó?
— Como está grande. — a senhora o abraça.
Meu pai para do meu lado e os encara.
— Maximilian, porque não os cumprimenta? — ele pergunta.
— Eu, eu não sei quem são. — digo confuso.
De repente me vejo em um clima de tensão. O senhor fica me encarando como se estivesse tentando ler meu pensamento.
— Não seja mal-educado. — meu pai reclama em sussurros.
— Não seja duro com o menino. — a senhora vem até mim. — Era de se esperar essa reação, afinal você o trancafiou naquele lugar a vida toda, e nem mesmo nós chegamos a vê-lo.
Ela segura minha mão. — Suas mãos são macias e quentes.
— Eu sou sua avó, Margareth. — ela diz em um brilhante sorriso
Margareth Miller é minha avó por parte de pai. Têm cinquenta e sete anos e ajuda seu marido a cuidar da empresa, ela é uma grande empresaria. Sua aparência não diz que ela tem tudo isso de idade, sua pele é tão clara como a minha, seus olhos são de um verde tão claro que parecem cristais, cabelos pretos cortados na altura dos ombros, ela é mais baixa um pouco do que eu.
— É um prazer conhece-la, Sra. Miller. — digo tão formalmente que pude me sentir corar. — Digo... Vó.
Meu, meu avô olha para o meu pai como se não gostasse dessa situação.
— Fale com o menino. — minha avó dirige-se ao seu marido.
Ele estende as mãos para mim, e a aperto em cumprimento. — Diferente da minha avó, ele tem uma aura fria, como se desejasse afastar as pessoas. Seu nome é Sebastian Miller, dono de um enorme império em Los Angeles. Têm cinquenta e nove anos, branco, cabelos curtos grisalhos. Ele é alto, e seus olhos são azuis.
— Desculpe a intromissão. — digo. — Mas o que estão fazendo aqui?
— Seus avós vão passar um tempo conosco. — minha mãe diz. — Afinal faz tempo que a família toda não se reúne.
— Nem todos estão aqui. — Patrick diz dando de costas.
— Não de as costas para nós, ainda estamos aqui. — meu avô diz de forma tão rancorosa que o ar pareceu estremecer.
— O senhor não é meu pai para cobrar educação. — ele diz indo em direção as escadas.
Nossa, eu realmente nunca o vi desse jeito. — Acho que ele ficou assim, pois sua mãe não veio.
— Maximilian vai ver como está o seu primo. — meu pai praticamente ordena.
— Eu não. — recuso.
— Como é? — meu avô contesta. — Seu pai te deu uma ordem.
— Se vocês estão preocupados com ele vão lá e vejam, não dou a mínima para aquele garoto.
— Olha aqui moleque insolente. — ele aumenta o tom de voz.
— Olha aqui você. — digo. — Acaba de chegar e já quer botar moral? Eu deixei de ser aquele Maximilian babaca que todo mundo fazia o que queria com ele... E não me olhe desse jeito pai, a culpa é sua.
Passo pelos meus avós e saio de casa. — Eu acho que fiz besteira, mas... Mas eu não vou suportar ficar naquela casa com uma versão mais velha e mais chata do meu pai.
Uma limusine estaciona em frente à mansão dos Evans, Lucy sai esplendorosa do veiculo. — Ela está usando um vestido de gala, seus cabelos dourados está preso em um coque.
— Teve uma boa noite? — pergunto atravessando a rua.
— Max. — ela sorri em me vê. — Apenas um jantar de negócios. — ela diz.
— Nossa. — abro um pequeno sorriso. — Sua vida realmente mudou.
Ela olha para mim, e assim que seus olhos foram para minha mansão e voltaram a mim percebi que ela já notou que não estou bem.
— O que aconteceu? — ela pergunta. — Já brigou com seu pai?
— Antes fosse só com ele. — abaixo a cabeça. — Acho que fiz besteira. Meus avós vieram passar um tempo na minha casa, e eu meio que explodi com meu avô.
— Ah! — ela diz surpresa. — Vovô Miller não é legal?
— Vovô Miller parece o meu pai mais velho. — digo não tão animado.
Rimos juntos. — Eu não queria perguntar, mas vendo-a desse jeito, só imagino se o Jeff estava junto com ela.
— Sim. — ela diz. — Ele estava no jantar.
Bruxa!!!
— Credo. — digo sorrindo. — A gente nem formula a pergunta e você já responde.
— Está estampado na sua cara. — ela diz. — Você ainda o ama, porque não param com essa infantilidade?
— É mais complicado do que aparenta ser. — murmuro. — Sabe quando vou voltar com o Jeff? Quando você admitir que gosta do Robert.
— Coitado do Jeff então. — ela sorri. — Vai te esperar para sempre.
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