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História The Clash 2 - The Distance, The Overcoming and The Change - Gangue dos Trilhos


Escrita por: TakaishiTakeru

Notas do Autor


Voltei rapidinho!!!

Capitulo Narrado pelo Jeff

Capítulo 8 - Gangue dos Trilhos


Hoje já é sábado, de novo. Faz dois dias que a Gangue dos Trilhos resolveu fazer de mim e dos meus... Colegas de escola, um alvo. — Para começar, talvez apenas para nos assustar colocou aquela foto que tiramos ano passado na ponte daquele parque, e se o Max não tivesse tido a ideia de procurar alguma coisa na sala de áudio e vídeo, outras imagens poderiam ter sido expostas, e entre elas, imagens intimas do Miller e eu. — Desde então eu tenho dormido pouco, imaginando que a qualquer segundo alguém vai bater na minha porta me ameaçando, talvez até ao meu pai. Não me preocupo muito com a Jenny em relação isso, pois eu sei que a Jéssica irá protegê-la. Mas falando na minha querida mãe, o Max diz ter visto uma mulher entrar na sala no momento em que ele estava lá sozinho. E eu tenho quase que uma certeza absoluta que ela tem algo a ver com isso, mas eu não posso provar, e se eu quero que a polícia se envolva nisso para que possamos finalmente ficar em paz, eu precisa achar provas, algo que ligue Jéssica a tudo isso, algo que prove que ela é a verdadeira líder da Gangue. — É irritante admitir, mas eu preciso de ajuda. — Eu nunca pediria ao Patrick para me ajudar, não confio naquele garoto, ainda estou desconfiado do computador dele ter sido usado para colocar aquelas fotos. A Sarah fez questão de dizer que não se envolveria nisso, mesmo ela estando na mira deles, mas também não a colocaria em risco, assim como não farei com a Lucy, por mais que ela seja valente, eu não quero que ela se coloque em uma situação que possa se machucar novamente. Sobram dois, e obviamente eu não pedirei ajuda ao Max, então...

 

— Nem pensar. — Robert diz fechando a porta de sua casa assim que entro.  — Você quer poupar os outros de se machucar, mas eu que se dane né? Grande amigo você.

— Não foi isso que eu disse. — digo me sentando no sofá.

 

   Eu não consigo me acostumar com quão grande a casa do Robert é, talvez seja até um pouco maior que a casa dos Miller. — E tudo isso para ele viver sozinho com a irmã.

 

— E Melissa? — pergunto.

— Ela resolveu ficar no campus da faculdade esse fim de semestre. — ele diz parecendo aliviado. — Mas ela volta no verão.

— Então essa é uma oportunidade perfeita, pensa... Ninguém vai perguntar onde esteve.

— É... Mas você está esquecendo que está pedindo minha ajuda para encontrar o segundo esconderijo da Gangue dos Trilhos, cujas pessoas querem te pegar.

— Querem nos pegar. — enfatizo o “nos”. — Não se esqueça de que eles ameaçaram você também.

 

   Robert entrelaça os dedos e olha de um lado para o outro.

 

— Olha eu não gosto do que está acontecendo, tá legal? E... Eu sei que provavelmente a culpa de você estar envolvido nisso é minha, então eu peço desculpas, mas agora não há nada que possamos fazer, a não ser estar a um passo a frente deles. — digo tão rapidamente que mordo minha língua.

— Droga. — ele murmura. — Eu sei que estou agindo feito um bobo assustado, mas convenhamos, eles atiraram em mim, eles realmente tentaram me matar, eu poderia estar morto.

— Mas não está. — digo apontando para ele. — Quando você levou aquele tiro você poderia ter ido para o hospital, para a polícia, mas você veio até mim, e pediu minha ajuda e a do meu pai para encontrar a Lucy... Daquela vez você a tinha como um proposito, então dessa vez tenha a si mesmo, e a sua irmã.

— Acha que eles vão tentar alguma coisa contra a Melissa? — Robert pergunta assustado.

— É provável. — não minto. — Eu os conheço, conheço seus métodos, e eu sei que eles não estão brincando... Eles querem nos torturar, nos fazer de bobo, correr atrás deles, mas nós precisamos descobrir alguma coisa, não podemos ficar sentados esperando alguma coisa acontecer.

— Eu odeio quando você está certo. — ele diz sorrindo. — Mas você mesmo disse que não sabe dessa segunda base secreta deles, que você nunca chegou a se envolver diretamente com eles, como vamos encontrar alguma coisa?

— Jimmy Kingsley. — digo quase como uma narrativa.

— Que diabos de nome é Kingsley? — Robert pergunta sorrindo. — Quem é esse?

— É o J.K. — respondo.

— E quem seria J.K?

— Jimmy Kingsley. — digo.

— Tá brincando comigo? — ele pergunta se forçando a fazer cara de sério.

— Foi mal. — sorrio. — J.K é o cara que nos ajudou ano passado, aquele que nos disse onde a gente podia encontrar a Lucy e o Max.

— E você acha que ele vai simplesmente dizer? — Robert pergunta. — Vamos chegar na casa dele de novo e falar: E ai cara, porque não ajuda a gente a caçar a gangue dos trilhos da qual você também faz parte, é que curiosamente a gente não está nem cogitando a hipótese de você estar do lado deles. — Robert diz em tom de deboche. — É arriscado Jeff, mesmo que ele tenha nos ajudado uma vez nada garante que vá nos ajudar agora, ainda mais sabendo que ele e até aquela velinha podem correr perigo se a gangue dos trilhos descobrir.

 

   Eu odeio admitir, mas o Robert tem razão. — J.K sempre se mostrou meu companheiro, e ano passado eu o fiz trair a Gangue dos Trilhos, pedir isso a ele novamente seria como se eu mesmo o tivesse matando. — Mas então... Voltamos, à estaca zero, o que eu faço agora?

 

— Então não temos nada de novo. — digo relaxando no sofá. — Cara... Me sinto tão impotente.

 

   Robert faz uma cara estranha como se estivesse sentindo dor, e então dá um grito.

 

— O que foi? — me assusto.

— Tive uma ideia. — ele diz sorrindo.

— E precisava desse drama todo? — pergunto. — Mas fala...

— Nós podemos ir até a estação de trem abandonada. — ele diz orgulhoso de si mesmo. — Talvez a gente encontre alguma coisa lá.

— E você realmente acha que eles seriam burros o bastante para voltar aquele lugar? — pergunto pegando meu celular do bolso.

— O criminoso sempre volta ao local do crime. — Robert diz. — E não temos outra ideia de onde começar a procurar, então minha ideia é a única que temos. — ele diz pegando seu casaco do sofá. — Vamos logo antes que escureça, aquele lugar me dá arrepios.

 

   Mesmo que seja um tiro no escuro, Robert está certo, não temos muitas opções de onde começar a procurar, talvez essa estação abandonada onde ele e a Lucy foram atacados nos dê alguma pista sobre o paradeiro do restante da Gangue dos Trilhos.

 

   Mesmo já sendo primavera, ainda há neve pela pista, e o frio absurdo ainda reina nesse lugar. — Lima está curiosamente cheia essa primavera, provavelmente vieram para o festival que acontecerá dentro de alguns dias.

 

(...)

 

   Chegamos à estação abandonada no meio da tarde, já que Robert simplesmente se esqueceu do caminho correto.

 

— É tão esquisito. — Robert murmura passando a mão em um pilar. — Mesmo agora consigo sentir aquela sensação estranha daquele dia.

— Não pense nisso. — digo. — É pior do que... Robert, você por acaso lembra alguma coisa que aconteceu aquele dia? Qualquer coisa além do tiro e da Lucy ser levada?

 

   Ele me olha confuso. — Como se olhar para mim fosse o fazer lembrar algo. — Ele então caminha pela estação, até chegamos à ala de embarque. Bancos destruídos, lixos revirados... Marcas de tiro.

 

— Foi aqui que aconteceu. — ele parece lembrar. — Eu me lembro dos trilhos, dos pilares... Tinha uma mulher ruiva, três homens eu acho... Mas a Lucy parecia estar falando com outra pessoa quando eu apareci.

— Como assim outra pessoa? — pergunto curioso. — Homem ou mulher?

— N-Não lembro, foi tudo muito rápido, mas a Lucy estava apavorada e parecia conhecer a pessoa... E foi essa mesma pessoa que mandou que atirasse em mim. — ele passa a mão no local onde foi atingido. — Eu poderia ter morrido. — ele observa.

— Robert. — me aproximo dele. — Você precisa lembrar se era um homem ou uma mulher? É importante.

— Não consigo. — ele diz confuso. — Desculpa, mas... — Robert então para e se debruça para ver os trilhos.

— O que foi?

 

   Vou até ele o vejo olhar fixamente para o caminho do trilho.

 

— Eu fui atingido de raspão. — ele lembra. — Eu caí e me arrastei até aqui... Eles tinham um carro aqui nos trilhos, um furgão eu acho. — Robert pula nos trilhos.

 

   Ele fecha os olhos como se estivesse se forçando a lembrar de algo. E então aponta para o lado esquerdo dos trilhos. — O que é curioso por ser o caminho “contramão” do trem.

 

— Eles foram por ali. — ele lembra. — Jeff talvez tenha coisa no fim dos trilhos que nos ajude.

 

   Lanço um sorriso animado para ele e ele me retribui. — Tá legal que eu sempre o achei um panaca que ficava me seguindo o tempo inteiro, mas ele realmente está enfrentando seus medos para nos ajudar a encontrar uma pista, uma mínima que seja que possa nos ajudar.  — Acho que talvez eu tenha me equivocado quanto ao valor de sua amizade.

 

   Voltamos para a entrada da estação, pego minha moto e invadimos a estação novamente, entramos no caminho dos trilhos e seguimos pela direção que o Robert diz que o carro foi.

 

— O que exatamente estamos procurando? — Robert pergunta.

— Algum esconderijo, sangue... Qualquer coisa que nos leve a eles. — respondo.

 

   O caminho dos trilhos é realmente longo, e até agora não vimos nada que possa nos ajudar. — Talvez tenhamos nos empolgado demais com a ideia de encontrar alguma coisa aqui.

 

   Nos afastamos bastante da estação, e já até saímos dos trilho, agora estamos nos aproximando de uma ponte que cruza o Rio Ottawa. — Descemos da moto no meio da ponte.

 

— Desse jeito vamos acabar saindo de Lima. — Robert observa. — Estamos andando há horas, pode ser até que já tenhamos passado pelo lugar onde eles poderiam ter ficado. Nós não vamos achar nada aqui.

 

   Esse lugar me é familiar. — Não consigo ter uma boa visão daqui, e o tempo também não está ajudando. — O vento está violento e o rio agitado.

 

— Onde exatamente nós estamos? — pergunto confuso.

— Espera ai. — Robert pega o celular. — “S Collett St”. — ele diz. — Estamos realmente longe.

— Viemos parar do outro lado da cidade. — murmuro. — Não entendo o trilho não nos levou a lugar nenhum, e acabamos aqui... O que tem demais nesse lugar?

— Nada. — Robert diz. — Esse lugar parece abandonado.

— Não... Deixamos escapar alguma coisa. — digo confuso.

— Jeff olha. — Robert me mostra o mapa em seu celular.

 

   Farout Park. — Porque tudo nos leva de volta aquele lugar.

 

— Não estávamos errados, só estávamos procurando no lugar errado. — ele diz. — Certamente quando eles pegaram a Lucy, passaram por esse bairro e daqui foram para o parque onde a manteve presa.

— Então já sabemos onde procurar. — digo.

— Mas... Sei lá, aquele lugar não parece ser uma base secreta.

— E não é. — observo. — É um ponto de encontro.

— Como assim?

— Quando eu entrei para a Gangue dos Trilhos, me fizeram memorizar quase que o mapa inteiro de Lima, e o Farout Park estavam entre os marcados... Eu devia ter pensado nisso antes.

— E você acha que talvez aqueles caras que fugiram da cadeia vão usar alguns desses pontos de encontro?

— É a única coisa que consigo pensar. — digo. — E o mais provável.

— Então já temos alguma coisa. — Robert diz animado. — Nosso passeio pela cidade não foi perda total. E o que a gente faz agora?

— Contamos aos outros. — falo. — Eles também precisam saber, e se achamos que eles vão se encontrar em algum desses pontos de encontro, precisamos de mais olhos dos que os nossos.

 

   Realmente não foi uma perca total de tempo. Se o Robert não tivesse se lembrado do caminho que o carro tomou, talvez eu não tivesse me lembrado desses pontos de encontro da Gangue dos Trilhos. — Sinto como se agora estivéssemos finalmente chegando a algum lugar.

 

(...)

 

   Marcamos um encontro na casa do Robert, já que Melissa está no campus da faculdade, é o único lugar onde teremos privacidade. — Lucy, Max e Patrick chegaram ao mesmo tempo, e até agora, nada da Sarah.

 

— Vocês dois fizeram o que? — Lucy pergunta parecendo indignada.

— Eles foram até a estação abandonada, entraram nos trilhos e acabaram em um bairro do outro lado da cidade. — Max diz inocentemente.

— Eu entendi isso. — ela murmura. — O que eu não entendi é porque fizeram isso sem nos avisar?

— Não precisamos te avisar sobre tudo o que fazemos. — digo confuso.

— É... Mas acontece que isso não envolve só você, Jeff. Vocês dois poderiam ter se machucado, ou até pior, encontrado com a Gangue dos Trilhos. — ela parece nervosa.

— Relaxa Lucy. — Robert fala. — Deixa o Jeff falar. Nós talvez tenhamos achado algo que nos ajude.

— Alguém sabe da Sarah? — Patrick pergunta. — Essa garota realmente acha que se afastando vai se safar?

— Não consigo falar com ela desde o baile. — Max diz.

— Não importa. — Lucy grita. — Fala logo Jeff.

 

   Conto a eles tudo o que Robert e eu pensamos. Desde o caminho dos trilhos, até aquele bairro, e o Farout Park. Contei também sobre os pontos de encontro da Gangue dos Trilhos.

 

— Então o que temos que fazer é descobrir em qual dos pontos de encontro eles estão se encontrando. — Patrick diz.

— Falar é fácil. — Max observa. — O Farout Park é enorme, se lá não conseguiríamos vigia-los, imagina pela cidade inteira. — ele diz nos desanimando. — É um tiro no escuro, e vocês precisam concordar comigo... Só a policia pode vasculhar esses lugares.

— Fora de cogitação. — protesto.

— Mas o Max está certo. — Patrick curiosamente concorda. — Nós cinco nunca conseguiríamos fazer isso, e pelo visto não podemos nem contar com a Sarah. Mesmo que a gente se divida. — ele coloca em questão. — O que nos garante que não tem ninguém nos vigiando?

— E porque diz isso? — Robert pergunta.

— Desculpem, mas vocês são as pessoas mais fáceis de conseguir informação. — ele diz.

— E você tem muita experiência nisso, não é. — digo.

— Pois é. — ele parece não se ofender. — Olha... Eu tenho contatos, eu tenho gente que conhece gente que trabalha na policia, se nós os alertamos sobre esses pontos de encontro aonde possivelmente, a gangue dos trilhos vá se encontrar, nós também ficaremos sabendo caso encontrem algo.

— Você tem espiões pela cidade? — Max pergunta confuso. — Quem é você afinal?

 — A questão não é essa. — digo. — O que vamos fazer? Bater na porta da policia e dizer: Olha estamos sendo ameaçados pelo pessoal da gangue dos trilhos que fugiram, mas não podemos contar o porquê, se não nós que vamos acabar presos. Então vão nesses lugares aqui e procurem por eles.

 

   Max e Robert sorriem.

 

— Uma denuncia anônima. — Lucy diz. — Podemos, sei lá, escrever uma carta.

— Uma carta? — Patrick diz. — Eles obviamente buscariam um jeito de fazer o reconhecimento de caligrafia.

— E pelo jeito que o policial falou com a gente lá na escola, é certo que eles estão de olho em todos nós. — Max conta.

— Espera, quando que a policia falou com vocês? — pergunto.

— No dia do baile. — ele conta. — Ele veio nos avisar pessoalmente que as pessoas que nos sequestram tinham fugido.

— E eles avisaram a vocês? — pergunto confuso.

 

   Isso é estranho, a polícia não faria isso a menos que quisesse testar suas reações. — Talvez, só talvez até mesmo a polícia esteja envolvida nisso tudo.

 

— Vocês estão de acordo com isso? — Patrick pergunta.

— Com o que? — Robert pergunta.

— Você ao menos estava prestando atenção no que a gente estava falando? — Patrick o ironiza.

— Você mesmo falou da caligrafia. — Max diz. — Como vamos fazer isso?

— Gente ninguém mais escreve cartas à mão. — Lucy diz como se fosse obvio.

— Eu nem sabia que as pessoas ainda mandavam cartas. — digo.

— Eu mando cartas. — Max murmura. — E a mão...

— Enfim... — Lucy nos interrompe. — Então estamos decididos, nós vamos mandar uma mensagem anônima para eles, eles vão dar o jeito deles... E os amigos secretos do Patrick vão nos manter informados caso descubram alguma coisa.

— Façam como quiser. — desisto.

 

   Fico sentado no sofá, enquanto Robert e Max ajudam Patrick com a carta.

 

— Vai ficar com essa cara emburrada pra sempre? — Lucy pergunta deitando no espaço restante do sofá. — Eu sei que a descoberta foi sua, mas estamos fazendo o certo.

— Eu não confio no Patrick. — sussurro. — Ele tem espiões? O que garante que esse pessoal que ele conhece dentro da polícia não trabalha para a gangue dos trilhos?

— Isso já é paranoia. — Lucy discorda.

— Não, não é. — insisto. — E você só está do lado dele sem querer enxergar o obvio, porque aparentemente se apaixonou por ele.

 

   Ela levanta agitada do sofá e fica parada em minha frente com as mãos na cintura.

 

— Pela milésima vez...

— Chega,  para de mentir para si mesma. — digo levantando. — Só você não enxerga como ele te olha e como você olha pra ele.

— E mesmo que isso fosse verdade. — ela me segue. — Faria alguma diferença pra você?

— Para mim? Óbvio que não, mas aquele garoto ferrou a minha vida, e a sua também, não pense que só porque o Paul fez as provas contra você sumir que anula tudo o que ele fez contra você.

 

   Ficamos em silencio por um tempo, até que me lembro do Robert dizendo que no dia em que a Lucy foi sequestrada, ela estava conversando com alguém, e que essa mesma pessoa mandou mata-lo.

 

— O Robert se lembrou de algumas coisas do dia do seu sequestro. — falo virando para ela. — Ele disse que você estava conversando com alguém... Era a minha mãe não é? — pergunto já sabendo a resposta.

 

   Ela limitou-se em balançar a cabeça confirmando. — É inacreditável, eu passei anos da minha vida imaginando como seria ter minha mãe por perto novamente, e quando ela finalmente volta, transforma minha vida em um inferno.

 

— Quando você disse que ela era a líder da gangue dos trilhos eu não queria acreditar, mas no fundo eu sempre soube, mas uma assassina? Ela mandou o Robert...

— Ele se lembra dela? Ele a viu? — Lucy questiona.

— Não. — respondo.

— Então é melhor que fique assim. — ela diz em sussurros. — Só você, Patrick e eu sabemos disso... O Max tem suas desconfianças assim como o pai dele e a minha mãe. Se o Max descobre que a Jéssica é a líder da gangue dos trilhos eu temo pela saúde mental dele.

— Como assim? — pergunto confuso. — Eu sei que o Max é meio bobinho e robótico, mas não acho que seja para tanto.

— Quando o Max era criança ele sofreu um trauma e foi diagnosticado com um leve autismo, ele tinha dificuldade de ler e escrever, e não conseguia ficar no mesmo ambiente que outras pessoas... Por isso que ele considera o colégio interno como um inferno para ele, pois lá ele sofria bullying por conta disso o tempo todo. Ele só está melhor assim graças a você.

— A mim?

— Ele nunca se apegou a algo ou alguém como ele se apegou a você. — ela conta. — Mesmo agora...

 

   Autista? Isso explica muita coisa, mas é engraçado ele parece completamente normal para mim.

 

— Ele não vai ficar sabendo por mim. — prometo. — Eu não quero ser a causa de outro sofrimento dele, ainda mais quando ele descobrir sobre a Michelle.

— Michelle? — Lucy pergunta confusa.

— Jéssica, eu quis disse Jéssica.

 

   Merda... Eu quase falei demais.

 

— Sei... — ela parece aceitar.

— Eu fico preocupado é com a Jenny dentro daquela casa. — digo. — É obvio que Jéssica só a mantém lá para me atingir.

— Seu pai não pode dar um jeito de reaver a guarda? — Lucy pergunta.

— Ele está tentando, mas acho difícil.

— Vem cá... Matthew não desconfia de nada? Ele parece tão aéreo quando o assunto é a Jéssica.

— Aparentemente ele não sabe de nada, e também ele nunca para em Ohio.

— Vocês dois! — Patrick nos chama.

 

   Chegamos à sala de estar, Patrick está com um notebook no colo, Robert e Max estão sentados em seu lado.

 

— Está feito. — Patrick diz. — Enviamos uma mensagem para a...

 

   Nos assustamos com o som repentino da campainha.

 

— Deve ser a Sarah. — Max diz levantando. — Pode deixar que eu vou lá.

— Há essa hora? — Lucy pergunta desconfiada.

— Gente... — Max volta para sala, agora na companhia de um policial.

— Que rápido. — Robert sussurra.

 

   Nós nos entreolhamos confusos. — O que a polícia está fazendo aqui? Obviamente não é por causa da mensagem, já que acabamos de enviar.

 

— Você é o mesmo policial que foi a escola aquele dia. — Lucy diz.

 

   Não consigo esconder meu desconforto. — Eu tenho passagens pela polícia, e da última vez que estive lá me prometeram que dá próxima vez eu não sairia.

 

— Algum problema? — Robert pergunta confuso.

 

   Repentinamente policias invadem a casa de Robert, e dois deles avançam contra o mesmo.

 

— O que acham que estão fazendo? — Lucy pergunta.

 

   O primeiro policial levanta um papel contra Robert.

 

— Robert Green. — ele anuncia. — Está preso pelos sequestros de Maximilian Miller e Lucy Evans.

— Oi? — ele questiona confuso.

 

   Robert é algemado. — O que está acontecendo aqui?

 

— Soltem ele. — Max o puxa. — Ele não fez isso, Robert não nos sequestrou, pelo contrário, ele ajudou a nos salvar.

— Temos uma testemunha e provas. — o policial diz. — Podem levar.

 

   Robert é arrastado pelos policiais. Max, Lucy, Patrick e eu corremos para fora. — Os vizinhos saem curiosos para ver.

 

— Max... — Lucy chama.

— Estou ligando para o meu pai. — ele diz mexendo o celular.

— Alguém faz alguma coisa. — Robert berra. — Eu não fiz nada.

— Robert fica calmo. — Lucy diz correndo até ele. — Nós vamos te tirar dessa, eu prometo.

 

   Noto o olhar de confusão de Patrick para essa situação.

 

— Merda. — murmuro. — O que diabos esta acontecendo?

— Gente. — Max nos mostra uma mensagem em seu celular.

— O que é isso? — Lucy pergunta assustada.

 

Sms – Desconhecido – “A curiosidade custa caro, nesse caso à liberdade. Quem será o próximo?”.


Notas Finais


A "G.T" começou a atacar, fazendo como seu primeiro alvo o Robert...

Se liga que logo logo eu volto!


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