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História The Clash 3 - The Acceptance, The Force and Goodbye - "Eu sinto em você... Esperança!"


Escrita por: TakaishiTakeru

Notas do Autor


Olá! Voltando com mais um capitulo

Capitulo Narrado pelo Jeff

Capítulo 18 - "Eu sinto em você... Esperança!"


Eu tento dizer a mim mesmo: “Relaxa cara, isso é temporário, logo você vai correr por ai como sempre.”. Mas é tão difícil de acreditar nisso... Eu já não aguento mais essa cadeira de rodas. E eu sinto que vou acabar enlouquecendo se eu não sair de cima dela.

 

— Mais uma vez. — a fisioterapeuta pede.

— Pode fazer isso quantas vezes forem, sabe que não está adiantando nada. — reclamo.

 

   Ela continua fazendo o que estava fazendo antes. Levantando minha perna, a esticando, e dobrando... Mas nada, nenhum toque sequer eu consigo sentir, e isso é frustrante.

 

— Já chega, cansei. — a interrompo. — Sério vai embora.

— Mas, ainda temos...

— Eu falei para ir embora! — grito assustando-a.

 

   A fisioterapeuta pega sua maleta e sai do meu quarto me deixando sozinho.

 

— Jeff? — Jenny entra em meu quarto junto a sua amiga gordinha. — Não pode gritar com ela.

— Eu sei, só estou irritado, é realmente um saco ficar preso aqui. — reclamo.

— Sabe do que precisa? — Angel pergunta. — Chocolate.

— Chocolate? — pergunto confuso. — Já viu o quanto que eu engordei desde que fiquei preso aqui? Valeu, mas não. Eu quero o Nick, cadê ele?

— Ahh! — Angel dá um grito histérico de repente. — Que fofo, ele tá chamando o namorado.

— Eu em. — murmuro assustado. — Jenny sua amiga é doida.

 

   As meninas saem do meu quarto. — Quer saber, eu não vou ficar preso dentro de casa. — Puxo a cadeira de rodas para próximo de mim e me sento nela.

 

— Eu não posso dirigir mesmo então... Vamos desbravar o condomínio.

 

   Saio do quarto e logo saio de casa. — Matthew realmente fez modificações na casa. Há uma rampa agora na entrada.

 

   Hoje é sábado dia vinte e oito de novembro. Ainda estamos no outono, mas parece que já estamos no inverno. — Está nevando, a maioria das árvores já está ficando cobertas. Os jardins verdes das mansões estão parecendo campos de neve. — Pressinto um inverno realmente gelado.

 

   Estou andando. — Credo chega soar ofensivo dizer andando. — Estou... Rolando pela calçada. — Por mais que seja domingo, a rua está movimentada. — O que é realmente estranho nesse lugar, que mais parece um condomínio fantasma. Sério chegou um momento que eu cheguei a pensar que de todas essas mansões aqui as únicas ocupadas eram as da família Evans, Miller e a do Matthew. — Chego a uma das mansões que fica próxima a entrada do condomínio. — É a mesma mansão que ano passado estive com o Miller, quando arranjei aquele emprego só para poder ficar perto dele.

 

— Encalhou?

 

   Olho para trás e vejo Patrick parado. Ele está todo de preto. — Como sempre. — E usando um casaco pesado por cima.

 

— Eu falei com você. — Patrick insiste.

 

   Mesmo nessa cadeira eu tenho uma vontade absurda de socar a cara dele.

 

— Você sabe o que vai acontecer hoje? — ele continua. — É o dia do noivado do Max.

 

   Noivado? — Com tudo isso acontecendo, eu me esqueci completamente que o Miller estava noivo. — Patrick de repente me joga um convite.

 

— Achei que gostaria de saber.

 

   Ele então sai andando.

 

— Qual é a desse cara? — pergunto a mim mesmo enquanto encaro o convite.

 

   Jeff! Pare de pensar nele, você mesmo prometeu focar no seu relacionamento com o Nicholas, então faça isso!

 

   Rolo novamente... — Puta merda, falar “rolo” soa tão ofensivo quanto, vou falar andar mesmo, que se foda. — Volto para casa e chamo meu motorista. — Eu juro que se um dia eu voltar a andar eu estouro os pneus de cada carro dessa casa, pois eu não entendo como um motorista consegue dirigir tão lentamente.

 

..........

 

   Demoramos uma “eternidade” para chegar à casa do Nicholas. — O motorista fez o favor de pegar um caminho que não conhecia e fomos parar em um lugar que nem eu sabia que existia em Lima.

 

   Toco a campainha e sou recepcionado pela avó de Nicholas. Entro na casa e a acompanho até a sala.

 

— Err... E cadê ele? — pergunto confuso.

— Ah! Está no quarto. — ela responde. — O Nick está doente.

— Doente?

— Pegou um resfriado, mas está tudo bem.

— Sei...

 

   Paro em frente à escada.

 

— Okay! Arrumei um novo ódio. Escadas. — murmuro. — Nicholas. — grito. — É o Jeff, a não ser que queira que eu me arraste pela escada é melhor descer.

— Estou aqui embaixo. — ouço sua voz.

 

   Não sabia que tinha um quarto aqui no primeiro andar. — Sigo sua voz, até que vejo uma porta próxima à cozinha. Abro-a e o vejo deitado em uma cama de solteiro. — Ele está pálido.

 

— Um resfriado te deixa assim? — pergunto confuso.

 

   Isso está me deixando louco. — Eu sei que o Nick está mentindo para mim, talvez para me proteger, mas ele não pode mais me enganar... Ele está doente, mas não quer me dizer.

 

— Fica de pé. — peço.

— Jeff...

— Fica de pé! — grito.

 

   Ele me olha assustado, tira o cobertor de cima de seu corpo. Suas mãos estão tremulas, mas ele se força a levantar.

 

— Eu passei parte da minha vida preso a doença minha irmã. — falo.

— Jeff, não é...

— Deixa eu falar. — o interrompo. — Eu vi pessoas com as mais diferentes doenças na tentativa de salvar ela, e uma coisa que eu aprendi foi a reconhecer alguém doente, e Nicholas eu vejo em seus olhos desde o primeiro dia em que eu te conheci que você carrega uma dor em silencio, eu respeitei e fiquei quieto, ai você parou naquele hospital... Agora sua avó diz que pegou em resfriado, mas te olhando agora parece que está se preparando pra morrer. — continuo. — Nicholas! O que diabos esta acontecendo com você?

 

   Nicholas abre um sorriso e se senta na cama.

 

— Eu estou gripado. — ele mente.

— Droga, eu te odeio Nicholas.

— Não. — ele abre um sorriso. — Você me ama e sabe disso.

 

   Ele agora puxa minha cadeira, me trazendo até ele.

 

— Não me beija. — reclamo. — Já me basta ficar preso nessa cadeira, quer me passar germes também?

— Malvado. — ele resmunga. — O que veio fazer aqui?

— Nossa! Achei que o seco da relação seria eu.

 

   Nicholas sorri novamente.

 

— Está incomodado pelo noivado do Max, não é? — ele pergunta.

— Como sabe?

— Eu recebi um convite. — Nick responde.

— Ah. — murmuro. — Não sabia que eram tão amigos assim.

— O Miller é gente boa. — ele diz. — Estou começando a entender porque ele não sai da sua cabeça.

— Eu não vim aqui falar dele. — afirmo. — Eu estava entediado, e vendo você assim percebo que vou morrer de tédio mesmo.

 

   Até quando ele pretende continuar mentindo para mim?

 

— Quer que eu fique aqui? Pra cuidar de você? — pergunto envergonhado.

 

   Nick abre um sorriso tão terno, que tenho quase certeza que estou corado. — Eu odeio fazer essas coisas, mas ele já fez tanto por mim.

 

— Têm uma coisa que quero que faça por mim. — ele pede.

— Qualquer coisa.

— Vai ao noivado do Max.

— Menos isso. — digo rapidamente. — Qual é o sentido de eu aparecer lá?

— O Max não está feliz com esse casamento, ele precisa dos amigos por perto, ele precisa de você por perto.

— De mim?

— Sim, o Max precisa perceber que você não sente raiva dele por tudo isso.

— Mas eu sinto. — resmungo. — E outra, minha presença só o deixaria desconfortável.

 

   Nicholas está me encarando com uma cara esquisita. — Qual é o motivo de me querer naquele noivado?

 

— Não entendo. — cruzo os braços. — Deveria ficar chateado se eu fosse.

— Eu confio em você. — Nick diz sorrindo. — Por favor.

— Qual é a da insistência? — pergunto.

— Eu prometo que se for eu te recompensarei de um jeito que não vai se arrepender. — ele diz em sussurros provocantes.

— Pervertido. — murmuro virando a cadeira em direção à porta.

— Aonde vai? — ele pergunta.

— Eu tenho que me vestir, não é? — digo. — Não vou a um noivado parecendo qualquer um.

— E você não é qualquer um.

— Claro que não. — sorrio. — Sou aquele que tirou a virgindade do noivo.

 

   Nicholas me joga um travesseiro.

 

— Pelo que me contou não foi você, foi a Sarah. — Nicholas debocha.

— A virgindade de trás. — sorrio novamente. — Tchau Nick, a gente se fala depois.

 

 

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POV NARRADOR

 

— Trouxe o que eu pedi? — Maximilian pergunta ansioso.

 

   O rapaz está na parte externa do Clube Miller. — Um clube esportivo. Com direito a hotel e um enorme salão de festas. É aqui que será realizado seu noivado. — Um homem se aproxima dele. Está usando uma roupa imunda, e carrega consigo um saquinho preto.

 

— O dinheiro primeiro. — o homem pede.

 

   Sem hesitar Maximilian pega todo o dinheiro de sua carteira e entrega para o homem, que logo joga o saquinho no chão e sai correndo. — Mesmo hesitante é como se algo dentro de si clamasse por isso. — O jovem Miller pega de dentro do saquinho um cachimbo para o fumo do crack, e pedras do mesmo. — Ele se esconde em uma área mais afastada, e como Cory o ensinou faz todo o processo, e logo começa a fumar.

 

— É só hoje. — ele promete a si mesmo enquanto traga. — É só pelo noivado... Eu vou fazer tudo direitinho.

 

   Os minutos vão passando. — E durante o passar da tarde, uma pedra de crack não foi o suficiente...  

 

..........

 

— Max? — alguém o chama.

 

   O jovem olha assustado para os lados.

 

— Não podem me achar... Não vão me ver assim.

 

   Maximilian começa a puxar a grama do chão e a cavar com as próprias mãos, joga o cachimbo dentro do saquinho e o enterra.

 

— Max? — um homem aparece no exato momento em que se levanta.

— Estou aqui. — ele diz rapidamente.

— Está todo sujo. — o homem observa. — Vamos, tem que se trocar, os convidados já estão chegando.

— Convidados? — o jovem pergunta confuso. — Ah! — então gargalha. — Eu vou casar. — Max sussurra no ouvido do homem. — É segredo

— Você está bem? — o homem pergunta confuso.

— Melhor do que nunca. — ele responde fungando. — Vamos lá!

 

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POV JEFF

 

   Conheço o Miller há um ano, e nunca soube da existência desse lugar. — Matthew, minha irmã e eu fomos convidados para esse noivado, mas também meio que obrigados, já que agora fazemos parte da empresa também, e esse noivado é o selamento de um acordo entre as Corporações Miller e as Corporações Walker.

 

   Estamos nesse enorme salão de festas, onde várias mesas estão postas e arrumadas. — Para falar a verdade está tudo muito arrumado, até parece que hoje é o casamento e não o noivado. — Há uma banda lá na frente. As mesas estão postas dos lados, enquanto um grande tapete vermelho, que leva da entrada até a uma mesa também lá na frente, está no centro do salão. — Eu realmente achei que não viria muita gente, mas estava enganado. Está realmente cheio aqui.

 

— Isso não é desconfortável? — Sarah pergunta.

— Talvez para vocês três que já foram namorados dele. — Jasper murmura.

 

   Nossa mesa é realmente muito grande, e como minha família é composta de apenas três pessoas nós estamos dividindo a mesa com a família Evans, e também Jasper, Sarah e Jacob. — Mas Sarah tem razão, é muito desconfortável ver o Max nessa situação toda.

 

— Estou a ponto de levantar e fazer um escândalo. — Lucy fala irritada.

— Já conversamos sobre isso. — seu pai a repreende. — O Max está se sacrificando pela empresa.

— Como sempre. — ela rebate. — Vocês é que deviam fazer coisas assim, não a gente.

 

   Eu gostaria de poder levantar e sair andando escondido por ai, mas preso a essa cadeira de rodas estou condenado a ter que presenciar essa cena patética.

 

— É hora do show. — Jacob diz em sussurros.

 

   A banda começa a tocar uma musica bem calma. — Quando eu digo bem calma, eu quero dizer algo irritante como musica clássica. — Os primeiros a entrarem pelo tapete vermelho são Paul e Michelle Miller. A mãe do Max está usando um vestido longo vermelho, e seus cabelos estão soltos. Paul usa um terno cinza claro e com gravata roxa. — Percebo Lucy tremer, e segurar as mãos de seu pai com força. O que ela tem? — Logo em seguida entram os pais da noiva, cujos nomes não faço ideia e também pouco me importo.

 

— São Frankie e Gina Walker. — Leonard de repente fala como se estivesse lendo minha mente. — Os pais de Penélope.

 

   Agora entram duas meninas. A mais velha é Penélope Walker. — Devo admitir que ela é linda, e lembra bastante a Lucy. — Esta usando um vestido prateado brilhante, seu cabelo preso em um coque com uma tiara tão brilhante quanto.

 

— Kitty? — Jenny diz surpresa. — Kitty é irmã da Penélope?

 

   A mais nova provavelmente é conhecida da minha irmã. Está usando um vestido rosa tão chamativo quanto o da irmã. — As duas chegam e se juntam aos demais.

 

— O Max não deveria entrar agora? — Suzy pergunta confusa.

 

   Um pequeno falatório se inicia. — Será que ele tomou juízo e desistiu dessa palhaçada?

 

— Eu vou ver o que está acontecendo. — Lucy fala.

 

   Nesse mesmo momento Patrick entra correndo, vai até os músicos que param de tocar, e se junta aos demais, ao lado de Penélope.

 

— “When you were here before... Couldn’t look you in the eyes.”. — A voz do Miller de repente ecoa por todo o salão. — “You’re just like na angel... Your skin makes me cry.”.

 

   E então a banda começa a tocar a música Creep de Radiohead. — Todos estão olhando confusos para a entrada. E posso ver nitidamente que isso não era para acontecer, pois Paul está a ponto de explodir lá na frente. — A música diz: “Quando você esteve aqui, não conseguia te olhar nos olhos, você é como um anjo, e sua pele me faz chorar.”.

 

— “You float like a feather... In a beautiful world.”. — Max então finalmente aparece na entrada do salão e se posiciona no inicio do tapete vermelho. — “I wish i was special... You’re so fucking special.”. — ele então abre um sorriso perturbador agora.

 

   “Você flutua como uma pena, em um mundo tão belo, eu queria ser especial... Você é especial pra caralho.”. — Max está usando um terno rosa, todo rosa. Seus cabelos estão afogados em gel. Seus olhos estão vermelhos, mas ele não para de sorrir, como se tudo fosse uma grande piada.

 

— “But i’m a creep.”. — Max simplesmente grita correndo pelo tapete. — “I’m a weirdo.”.

— Isso não está acontecendo. — Lucy sussurra tapando o rosto.

 

   “Mas eu sou um estranho, uma aberração.”. — O que exatamente o Miller está querendo provar aqui? — Ele então para em frente ao pai e o encara.

 

— “What the hell am i doing here?” — ele continua a canção. — Não devia estar aqui... Pai.

— O que é isso Maximilian? — ele pergunta em sussurros.

— “I don’t care if it hurts.”. — Max volta a cantar. — “I wanna have control... I wanna a perfect Body, i wanna a perfect soul.”.

 

   “Eu não ligo se isso machuca, eu quero ter o controle, eu quero um corpo perfeito, eu quero uma alma perfeita.”. — Essa música... O Max está usando como um desabafo para o pai? Não, não só para ele, para todos nós.

 

— “I want you to notice, when i’m not around.”. — Max agora canta encarando nossa mesa. — “You’re so fucking special.”. — ele então deixa lagrimas caírem, mas abre um enorme sorriso. — “But i’m a creep... I’m a weirdo... What the hell am i doing here? I don’t belong here ”

 

   “Eu quero que você perceba, quando eu não estiver por perto, que você é especial pra caralho, eu queria ser especial, mas eu sou um estranho, eu sou uma aberração. Que diabos estou fazendo aqui? Não devia estar aqui.”. — Por que eu sinto que ele está cantando isso para mim?

 

— “He’s running ou the door...!”. — ele agora corre e para em minha mesa, ele trocou o “ela” da musica por “ele”, então... Está realmente cantando pra mim. — “He’s running out... He’s run, run, run, run...!”. — sua voz soa estrondosa e perfeita. — “Run...”

 

   “Ele está fugindo de mim, ele está correndo... Ele corre, corre, corre, corre... Corre!” — Lucy, e Sarah me encaram enquanto Max canta. — Meu olhar se conecta ao do Miller, e por alguns instantes é como se eu fosse capaz de sentir sua dor, seu medo... — Por que está fazendo isso?

 

— “Whatever makes you happy.”. — ele volta a cantar ainda me encarando. — “Whatever you want... You’re so fucking special... I wish i was special.”. — Max agora da de costa e volta a caminhar pelo tapete vermelho. — “I’m a creep, i’m a weirdo... What the hell am i doing here? I don’t belong here.”. — ele se posiciona no centro de todos lá na frente. — “I don’t belong here.”. — Max encerra a canção.

 

   “Seja lá o que te faça feliz, seja lá o que você deseje... Você é especial pra caralho, eu queria ser especial. Mas eu sou um estranho, uma aberração. Que diabos estou fazendo aqui? Não devia estar aqui... Não devia estar aqui.”. — A música termina, e mesmo sem entenderem o motivo da canção, todos o aplaudem. Exceto os que estão lá na frente, Lucy e eu. — O que diabos o Miller quis fazer? Confrontar o pai na frente de todo mundo? Ou me deixar maluco?

 

— No dia do noivado ele faz uma declaração para você. — Suzy diz em sussurros. — Nossa ele realmente te ama, mesmo estando fazendo esse sacrifício agora.

 

   Eu não me importo se ele me ama, eu estou com o Nick, e não vou magoá-lo pensando nos meus sentimentos pelo Max.

 

— Olá todo mundo! — Max grita ao microfone. — Nossa quanta gente, e eu pensando que eu fosse um excluído que não tinha amigos, mas espera... Eu não conheço vocês. — ele começa a rir. — Pennie vem cá.

 

   Penélope mesmo envergonhada vai até seu lado. — Tem algo de errado com o Miller.

 

— Okay, vamos lá! — ele pigarreia. — Me pediram para vir aqui hoje para trocar alianças e dizer coisas bonitas a respeito da minha noiva. — ele bufa. — Eu conheci a Penélope há alguns meses, e foi estranho, pois...

— Pois nós nos conectamos de uma forma inexplicável. — Penélope simplesmente o interrompe. — Tudo pode parecer muito repentino, esse casamento, mas o Max e eu... Nos amamos.

— Claro. — ele resmunga.

— Sem mais. — Penélope abre um sorriso.

 

   Todos aplaudem. — Kitty e Patrick saem de seus lugares. Patrick entrega uma aliança para Max, e Kitty uma para Penélope.

 

— Ainda dá tempo de impedir essa loucura. — Lucy diz me encarando. — Jeff... Faz alguma coisa.

— O que quer que eu faça? — pergunto. — É a vida dele, ele faz o que quiser.

 

   Meu coração dói ao ver os dois trocarem as alianças. — Jenny segura em minha mão. — Eu sinto como se fosse chorar, mas eu não quero fazer isso...

 

— Agora já era. — Max diz e então a beija.

 

   Todos aplaudem sorridentes, e dessa vez até mesmo Paul e os pais de Penélope aplaudem.

 

— Chega! Eu não sou obrigado a aturar essa palhaça. — reclamo. — Eu vou embora.

— Jeff. — Matthew me chama.

 

   As luzes de repente apagam. — E agora? — O telão atrás das famílias dos noivos abaixa, e logo é ligada.

 

— Max? — Patrick vai até ele.

— Isso não fui eu. — ele diz assustado.

 

   Um borrão se forma no telão.

 

— “Confia em mim.”. — a voz do Miller ecoa em gemidos.

— Fodeu. — Max murmura.

 

   E o que aparece no telão choca a todos. Um vídeo de sexo entre o Max e a Penélope. — Eles... Eles transaram.

 

— Já deu pra mim. — digo.

 

..........

 

   Eu não acredito. — O que foi toda aquela cena? Cantando para mim no próprio noivado e depois mostrar um vídeo de sexo dele com aquela menina. — O que diabos está acontecendo com o Miller?

 

— Jeff!

 

   Olho para trás e o vejo correr atrás de mim. — Merda. — Tento ser mais rápido com a cadeira, mas ele logo me alcança.

 

— Precisamos conversar. — ele fala.

— Não, não precisamos. — digo. — Volta pra sua festa.

— Não! — Max grita me assustando.

 

   Ele então toma o controle da cadeira e começa a me empurrar rapidamente.

 

— Miller... Max! Para.

 

   Chegamos a um galpão. Ele o abre e me empurra para dentro, ascende à luz e fecha a porta.

 

— O que acha que está fazendo?

— Eu disse que queria falar com você. — Max insiste. — Eu quero explicar tudo aquilo.

— Você não precisa me explicar. — falo. — Você transou com sua noiva, normal... E por algum motivo colocou pra todo mundo ver só pra chatear seu pai.

— Você me conhece bem para saber que eu seria incapaz de fazer algo assim. — Max simplesmente grita.

— Não importa. — digo dando de costa.

— Não me ignora! — ele explode em fúria.

 

   Max simplesmente me empurra, me fazendo cair da cadeira.

 

— Desculpa. — ele pede se aproximando.

— Não chega perto. — grito.

 

   Ele se senta no chão e me encara assustado. — Eu já vi isso antes, não com ele... Com o Yan.

 

— Você está drogado. — afirmo.

— Claro que não. — ele desvia o olhar.

— Olha pra mim quando eu falo com você! — grito.

 

   Max então me encara. Seus olhos estão fundos e avermelhados, está com olheiras pesadas, e sua pele mais pálida que o normal.

 

— Por Deus, Max! — grito. — O que está fazendo? Está tentando se matar?

— Não grita comigo. — ele pede em sussurros. — Você não. Você não tem o direito de me julgar.

— Claro... E quer que eu fique aqui assistindo você se matar? — pergunto. — Sem essa, Miller, me diz o que está usando, e quem está te dando isso.

— Para! — ele grita e se levanta. — Para de querer me proteger.

— Eu só estou tentando impedir que se mate! Estou tentando impedir que desgrace sua vida.

— Você já desgraçou minha vida no momento em que me deixou colocar essa aliança no dedo! — ele grita irritado. — Quer saber?

 

   Max vem até mim e se abaixa me encarando.

 

— Lembra quando disse que quando se aceitasse como é voltaria pra mim? — ele pergunta. — Eu fiquei igual um babaca esperando isso acontecer, enquanto você se apaixonava por outro cara! — e então grita. — Então não vem agora me julgar por eu estar usando essas coisas.

— Você ainda me ama. — digo confuso.

— Não é obvio? — ele pergunta agora levantando. — Mas isso não importa mais, eu não quero o sofrimento do Nicholas seja ainda maior.

— Do que está falando? — pergunto confuso.

— Seu namoradinho está morrendo, e está com medo de te contar, então se quer continuar a bancar a bicha reprimida, pense duas vezes, pois dessa vez o ferido da história não sou eu... Mas sim aquele que está agora tentando se manter vivo só pra te fazer feliz. E isso está me matando por dentro, porque eu... Porque eu não sou capaz de competir com o Nicholas!

 

   Max corre para fora do galpão me deixando sozinho.

 

— Morrendo? — pergunto a mim mesmo. — Que... Que palhaçada é essa?

— Jeff?

 

   Vejo Jasper entrar no galpão, ele logo me ajuda a levantar e me coloca na cadeira. — De repente lagrimas caem dos meus olhos. — O Nick está... Não, não... O Max só falou essas coisas porque está com raiva.

 

— Eu vi o Miller sai daqui. — Jasper fala confuso. — Está tudo bem?

— Não. — respondo. — Eu não sei.

— Jeff. — Jasper me encara. — Por acaso existe alguma coisa entre você e o Max?

 

   É verdade, o Jasper não sabe sobre o meu envolvimento intimo com o Miller.

 

— Preciso que me leve a um lugar.

— Mudando de assunto. — ele resmunga. — Eu não vou deixar a Sarah.

— Por favor. — insisto. — É importante.

 

   Mesmo relutante Jasper aceita. — Estou com tanta raiva nesse momento que seria capaz de voltar para a festa apenas para socar a cara do Miller. Mas eu sei o que eu tenho que fazer agora... E eu preciso fazer.

 

..........

 

   O Clube dos Miller fica bem distante. Por isso demoramos muito para chegar.

 

— Que diabo de lugar é esse? — Jasper pergunta confuso me ajudando a sentar na cadeira de rodas.

— Você pode voltar para a festa. — digo. — E obrigado pela carona.

— Tá maluco, eu não vou te deixar aqui.

— Sério Jasper, pode ir, a Sarah vai ficar preocupada, e daqui eu me viro. Juro está tudo bem.

 

   Jasper entra no carro e acelera. — Por favor, que seja só uma brincadeira de péssimo gosto. — Toco a campainha e a avó de Nicholas me recebe surpresa. Simplesmente passo por ela com a cadeira de rodas, e vou em direção ao quarto do primeiro andar, onde ele está. Abro a porta e o vejo tomando água.

 

— Jeff? — ele diz surpreso. — Achei que estaria no noivado.

— O que diabos está acontecendo com você? — pergunto em berros.

— Algum problema? — sua avó de repente entra.

— Tudo bem. — Nicholas sorri para ela. — Nos deixe sozinhos, por favor.

 

   Ela sai e Nicholas volta a se sentar na cama.

 

— Qual o motivo do chilique? — Nicholas pergunta. — Jeff eu já disse que não gosto quando fica gritando comigo como se eu fosse qualquer um.

— Você desmaia o tempo todo. — falo. — Tem se sentido fraco desde que saímos do abrigo militar foi parar em um hospital onde te encheram de tubos e fios... Nicholas, por favor. — finalmente choro em sua frente. — O que está acontecendo com você?

— Não faz isso. — Nick pede. — Por favor.

— Seja lá o que tiver. — falo. — Eu posso resolver, eu posso te ajudar.

— Não pode! — Nicholas grita me assustando. — Eu estou doente, eu estou morrendo, é isso que quer ouvir?

 

   Sinto um aperto no peito.

 

— Não brinca comigo. — peço em lagrimas. — Isso não tem graça.

— Eu tenho uma doença no coração, e já está em um estagio avançado. — ele conta. — Desculpa... Mas não há nada que possa fazer... Jeff, eu vou morrer.

 

   Como assim vai morrer? Não, não eu não aceito.

 

— Eu tenho dinheiro agora, eu posso contratar os melhores médicos. — falo. — Vamos passar por isso.

— Para...

— Vamos para Los Angeles, Nova York... Pro inferno se preciso for, mas eu não vou te deixar morrer, eu me recuso a ficar parado enquanto você... Enquanto você...

 

   Engasgo em minhas próprias palavras. — Minhas lágrimas caem com força, meu corpo inteiro estremece. — Nicholas cai de joelhos em minha frente e repousa a cabeça em minhas pernas.

 

— Por que não me contou antes? — pergunto enxugando as lágrimas.

— Porque eu sabia que iria reagir dessa maneira. — ele diz. — Jeff quando eu te conheci meu intuito era fazer uma boa ação a alguém antes de... Antes de ir embora.

— Boa ação?

— Quando eu te vi no abrigo, eu pude perceber o quão infeliz você era, e então eu descobri sobre o Max, e sabia que eu tinha que fazer algo para te ver feliz, feliz ao lado dele... Então aceitei ser seu namorado para te ajudar a se aceitar, mas no caminho eu não esperava me apaixonar de verdade por você. — ele fala. — Eu tentei me afastar, para que não sofresse como está sofrendo agora, mas eu não consegui.

 

   Nicholas chora.

 

— O Max descobriu minha doença, ele me ajudou no hospital, e desistiu de ficar com você por minha causa. Depois a Lucy descobriu... — ele engasga. — Eu queria evitar isso, mas eu não consigo evitar isso que eu sinto por você, porque eu sinto que me afastando de você eu vou morrer mais rápido.

— Você é um idiota! — grito. — Um babaca, um egoísta... Passando por tudo isso sozinho.

— Eu não queria que sofresse.

— E esperava me contar quando? Quando estivesse na cama prestes a morrer? — pergunto. — Não... Eu não aceito, os médicos podem dizer que não tem cura, você pode dizer... Mas eu não disse, eu não vou te deixar morrer.

— Você não é um Deus. — Nicholas diz em sussurros. — Não tente bancar um.

— Me deixa ajudar você. — peço em lagrimas.

 

   Nicholas se senta na cama. Ficamos frente a frente um para o outro.

 

— Eu não posso só ficar aqui esperando que morra, por favor.

— Os médicos disseram que eu nunca poderia ter uma vida normal, fazer sexo, viver... Jeff você me fez viver nesses últimos cinco meses mais do que vivi a minha vida toda, e eu sou eternamente grato por isso.

— Não fala assim.

— Não é como se eu fosse morrer agora. — ele garante. — Eu ainda vou te perturbar por muito tempo.

— Claro que vai. — digo ainda em lagrimas. — Você vai estar ao meu lado quando eu voltar a andar.

 

   Eu amo, eu definitivamente o amo. E não é uma doença que vai me fazer amá-lo menos. — Eu sinto que devo fazer algo mesmo ele pedindo que não, mas eu não consigo ficar aqui sabendo que ele está em condição terminal e eu não posso fazer absolutamente nada... Isso não é justo, não é justo com ele, comigo... Com a gente.

 

— Eu sinto em você... Esperança. — Nick fala sorrindo. — Sinto que amar você me mantem mantém vivo, sinto que receber seu amor me mantém forte.

— Então me ame. — peço. — E me mostre como amar você mais e mais. — ele me beija.


Notas Finais


Por enquanto é isso... Logo logo estarei de volta!


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