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História The Clipes - Preto e branco


Escrita por: LivsBuni

Notas do Autor


Olá queridos leitores~
Tia Lizzy não prometeu fic nova? Pois aqui está u.u Espero que gostem.
Boa leitura :3

Capítulo 1 - Preto e branco


Fanfic / Fanfiction The Clipes - Preto e branco

  Eu era apenas uma garota normal - ou pelo menos o mais perto de normal que eu consigo ser -, apaixonada pelas pequenas coisas da vida e que resistira aos males do mundo sem se contaminar. Okay, nunca fui tão normal assim, mas sempre fui eu mesma.
  Ao sair do ensino médio consegui uma bolsa para estudar arquitetura numa faculdade na Capital e comecei a trabalhar pois apesar  de não pagar o curso, os materiais continuavam pesando no bolso dos meus pais.
  Confesso que não sabia que a vida adulta era tão fria. Acostumada com as amizades de escola, abraços e beijos ao acaso, carinho dos professores e cuidado dos funcionários, estranhei muito aquele ambiente frio e impessoal do trabalho. Consegui a vaga de teleatendente antes das minhas aulas começarem, então no princípio tudo corria relativamente bem: trabalhava no período da tarde até o começo da noite no centro, conversava raramente com colegas de trabalho - com quem eu não tinha nada em comum - e depois voltava para casa. Nada extraordinário, mas para uma adolescente que nunca tinha trabalhado aquilo era como uma louca aventura no mundo adulto; uma provinha de liberdade. Com pouco tempo naquela rotina já tinha minha opinião concreta sobre crescer e pode ter certeza que não era nada boa! Como uma pessoa que nunca teve vontade de ser mais velha, fazer 18 logo, poder usar salto, maquiagem e etc posso dizer com propriedade que não há nada como as maravilhas da infância. A minha vontade de voltar para as asas dos meus pais era imensa, mas a consciência de que não tinham como me ajudar era maior e assim assumi aquela nova responsabilidade, mesmo sem me tornar "adulta".
   Logo minhas aulas começaram e minhas expectativas foram totalmente destruídas. Esperava encontrar amigos novos, me dar bem com a minha sala, ter onde retomar aquela sensação de "colo de mãe" que perdera na escola, mas tudo que tive foi uma sala enorme, pessoas distantes, egoístas, convencidas e olhares de desaprovação. Realmente não gosto dessa classe média alta!
  Com isso meus dias mudaram e começaram a se resumir a sono. Desenvolvi a incrível capacidade de dormir em qualquer lugar ou situação - o que incluía desde dormir em pé no trem até dormir na linha - e isso me rendeu uma nova amiga no trabalho. Seu nome era Juliana. Nós costumávamos nos aninhar nos cantos da empresa para dormir depois da faculdade (aliás, ela fazia Estética) e voltar juntas para casa.
   Os dias se tornavam cada vez mais difíceis com avalanches de trabalhos para serem feitos e tempo faltando, assim fui me tornando um zumbi. Por sorte - ou não - haviam vários zumbis na mesma situação trabalhando comigo; pessoas que saíam da faculdade e iam direto para lá. Com o tempo começamos a fazer amizade e o grupo de zumbis dormindo antes, depois e durante o expediente foi aumentando.
Num dia qualquer decidi tentar permanecer acordada por todo o período de trabalho e escolhi para me distrair um livro. A história me facinou de tal forma que eu realmente queria ficar acordada, ou melhor, em transe. Juliana tinha o hábito de falar pelos cotovelos quando acordada e daquele dia não fora diferente, mas confesso que só estava fingindo interesse por educação.
- Eu realmente odeio elas! - bradava a garota - Não sou obrigada a aturar essas corruptas!
- Aham. - concordei sem saber do que se tratava.
- Elas implicam com você também, não é amiga? Ai! Mas deixa elas, quando você for rica elas vão pagar!
- Ju, você não está com sono? - perguntei como quem não queria nada.
- Na verdade não. - respondeu sorridente - Dormi até tarde hoje... EAD sabe?
- Ah, que ótimo! - dei um sorriso amarelo me contentando em fechar o livro.
- Esses dias de EAD são engraçados... - comentou - A sua é de sexta-feira, a minha de segunda e a do menino que faz jornalismo quarta-feira. Será que cada instituição tem um padrão?
- Sei não... - pensei um momento - Menino que faz jornalismo?
- Sim, ele estava sentado do meu lado antes de você chegar. Ele é muito legal.
- É mesmo? - levantei uma sobrancelha - Como ele se chama?
- Sabe que eu nem perguntei? - disse por fim - Acho que eu falei mais de mim do que ele dele.
- Novidade... - ri - Bom, vou voltar a ler, ok?
- Ah sim! Vou falar com a supervisora sobre uma coisa.
   Enquanto eu voltava minha atenção para o livro, minha visão periférica flagrou um olhar pairando sobre mim. Apesar de estar muito compenetrada na história, a curiosidade me levou a procurar a fonte do olhar. Me deparei com dois olhos castanhos que se desviaram de mim assim que os vi. Seu dono parecia um tanto insatisfeito quanto a mim, julgando por sua expressão ríspida. Voltei a atenção para meu livro. Ao ser tentada novamente a examinar a figura me encarando, ele fingiu estar lendo. Talvez um meio sangue? Com certeza era diferente de todos ali só por estar lendo Percy Jackson e os olímpianos. Uma segunda colega chegou e puxou assunto comigo, tirando minha atenção da situação.
   Naquele dia li o livro todo; praticamente o devorei! Aquela história me encatou. Um índio, uma menina doce que o amava com um amor puro, assassinos, preconceito... Uma imersão no período imperial como nunca tinha visto antes. Acima de tudo, a história de amor me fez sonhar com um príncipe... Alguém que conseguisse fechar todas as feridas do meu coração.
   A vida seguiu sem nenhuma novidade, nenhum amor, nenhum príncipe, somente a crua realidade sem graça.


Notas Finais


Comentem por favor~ quero interagir com vocês <3


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