História The Coffee Boy - Chapter Twelve

                            Margot Turner

Era véspera de natal e eu e Anne havíamos ganhado folga e então resolvemos para ir as compras. Na verdade eu iria apenas comprar a comida para o dia, não iria esbanjar e nem podia.

Meu salário era de fato um pouco mais do que eu imaginava mas sabia que teria que manter o controle, afinal sustentar uma casa requer responsabilidades e gastar apenas o necessário é uma delas.

Fomos ao mercado Center de Nova Iorque que estava lotado e fiquei impressionada com o fato de ainda existir pessoas como eu que deixam para comprar as coisas no último momento. Se não fosse por Anne eu estaria mega estressada com toda aquela movimentação, mas ela ajudou a descontrair.

Tinha toda aquela disputa pra conseguir os melhores produtos, mas no final deu tudo certo e conseguimos sair vivas de lá.

Saímos do mercado com uma quantia de sacolas nos braços, estava frio e as minhas bochechas congelavam, a neve não parava de cair cobrindo o chão.

Andavamos pelo centro das lojas que por sinal estava muito lotado. Olhei algumas vitrines e aqueles lindos vestidos de marcas, casacos de pele última moda.

Por que matam animais para fazer isso? É simplesmente ridículo, pensei indignada. Olhei os sapatos que eram todos um sonho mas que nunca caberiam no meu bolço.

Nós comentamos como seria se fosse a gente embaixo de cada peça cara daquelas, era divertido imaginar, nós rimos muito, ai de repenteu ouvi um grito animado de Anne que me assutou.

— Margot! Não é essa a loja que o Justin falou?!

Eu olhei o nome da loja e era sim, me aproximei da vitrine dela e meus olhos fixaram em um lindo vestido preto, não, na verdade ele não era lindo, ele era maravilhoso.

Levei um susto e dei dois passos para trás quando vi uma mulher me olhar de dentro da loja pela vitrine com um sorriso receptivo. Ela vestia seu uniforme rosa e tinha um coque bem alinhado no topo da cabeça. Saiu então de dentro de lá e veio até a gente.

— Bom dia senhoritas! Vi que gostou do vestido, é muito lindo... Por que não experimenta?

— É! Por que não experimenta Margot?

— Ah não... Eu não posso.

Anne me puxou pro lado e sorriu para a atendente.

— Pode sim, pensa bem amiga, Justin já não falou que está tudo pago? Não vai fazer mal mesmo.

— Mas eu já disse que não vou na festa.

— E custa experimentar? Não precisa levar, é só para ver como fica no seu corpo.

Dei uma olhada no vestido e parecia um desperdício não entrar e prova-lo.

— Ai tudo bem, vamos.

Entramos na loja e logo senti necessidade de tirar o casaco por conta do aquecedor. A mulher que nos atendia nos levou até uma pequena sala de provas e pediu para que nós esperassemos ali.

Sentei-me em um pequeno sofá de pluma super aconchegante e fiquei observando o luxo daquele lugar. As paredes eram rosas com pequenos desenhos de flores, no lugar que nós estavamos havia algumas prateleiras com roupas.

Tinha também no meio uma pequena mesinha de vidro com algumas revistas e no canto havia uma maior com alguns aperitivos. Um quadro no centro da parede com o nome da loja e logo em seguida os provadores em estilo vintage.

Era muito bem decorado, me senti muito avontade no ambiente. Dois minutos depois a mulher que nos atendia voltou só que agora com o vestido preto em mãos.

— Aqui está senhorita — segurei o vestido em minhas mãos, pude até sentir o tecido macio — Acompanhe-me até o provador.

Entrei no provador e ela logo fechou a cortina. Agora só, adiantei-me de colocar o vestido. E quando me olhei no espelho pela segunda vez não conseguia acreditar no que via, o vestido havia caído muito bem no meu corpo.

Havia um pequeno decote que realçavam os meus seios, o vestido era longo com uma abertura na minha perna esquerda que deixava ela aparecendo. Ele torneava o meu corpo e definitivamente fez com que realçasse minhas curvas.

Ele era de manga mas ia até a metade do braço. Minhas costas ficavam cobertas até uma certa parte, logo no meio havia também um decote em forma de v que deixava minhas costas a vista. 

Me olhei no espelho e gostei do que vi, então decidi sair logo para que elas vissem como ficou.

— Ah meu Deus Margot! Você está linda, muito linda, eu caso com você agora mesmo se quiser.

Sorri sem graça balançando a cabeça com o seu comentário.

— Tenho que admitir ficou incrível em você — a atendente falou.

— Como sabia o meu número? — perguntei olhando para o meu corpo.

— Eu trabalho com moda e desde o momento que há vi sabia que o vestido iria ficar ótimo em você, a propósito você tem um corpo lindo se quisesse, daria muito bem se seguisse carreira de modelo.

— Oh, obrigada... Mas carreira de modelo não é pra mim.

— Ah fala sério amiga, você é linda e ela está certa. Caramba! O Justin ia pirar se te visse assim, você tem que levar o vestido.

— Mas e o valor?

Peguei a etiqueta que estava grudada na cintura do vestido e quase faleci quando vi os  quatro zeros ali.

— Minha nossa, é muito pra mim, melhor eu tirar antes que aconteça algo.

— Realmente o valor é um pouco salgado mas caiu muito bem você eu diria que foi especialmente feito para senhorita.

Franzi meu cenho e olhei para a atendente indignada, era esse então o jogo de marketing dela? 

— É mesmo. Você devia levar e sabe por que? — fiz que não com a cabeça — Porque você seria muito pra Justin Bieber, na verdade você já é, mas nesse vestido... Você o deixaria sem chão e nenhuma Loren — fez careta quando disse o nome da tal morena que estava com Justin ontem — Seria palha para você.

Eu ri de seu comentário e suspirei, fechei os olhos e dei uma boa pensada.

Até que seria legal se o Justin me visse desse jeito e não só como a garçonete de todos os dias. Eu disse que não iria mas agora sinto que devo, vou mostrar de outra forma que posso dizer não á ele.

— Tudo bem, você tem um sapato?

Elas sorriram e eu também, no final estava tudo certo. Não era mesmo a minha intenção ir só que agora o vestido já estava em minhas mãos e em algumas horas eu o vestiria para Justin.

Faltavam alguns minutos para as seis e eu já estava pronta. Emilly me olhava deslumbrada e talvez até mais animada que eu.

— Quando crescer quero ser uma princesa assim igual a você.

Eu sorri e me agachei para ficar a sua altura, alisei seu rostinho e depositei um beijo em cada uma das suas bochechas deixando a marca do meu batom nelas.

— Você já é.

— Obrigada, mas ainda quero ser igual você  — ela riu.

Vi minha tia entrar no quarto e nos olhar com um olhar terno e um sorriso nos lábios.

— Minhas duas meninhas... Vi as duas tão pequenas e já estão ai, o pai de vocês sentiria muito orgulho.

Sorri me lembrando do meu pai, me lembrei da falta que ele me faz todos os dias por ter partido, por não estar aqui agora e por eu não poder dar um abraço apertado nele. Ele sempre foi um homem tão bom e definitivamente não mereceu o final que teve.

— E a mamãe? — Emilly perguntou, olhei para minha tia com um olhar reprovador e senti seu ar triste.

— Ela também Emilly.

Ouvimos um barulho de carro, corri até a janela e vi que era o carro do Justin. Meu coração acordou naquela hora desencadiando um nervosismo fora do normal que eu só sentia quando estava com ele.

— Ele chegou.

Desci as escadas e me despedi das duas, fui até a porta e antes de fechar pedi para que titia não me esperasse.

Justin estava escorado no seu carro com os braços cruzados me encarando. Ele estava com um terno preto que o deixou, sinceramente, muito sexy. Seus lábios estavam rosados e o cabelo no topete alinhado.

Já não me importava mais com o frio que fazia ter visto ele me deixou com calor. Caminhei lentamente até ele e parei em sua frente.

— Sabia que estaria pronta para mim — ouvi em forma de sussurro sua voz rouca.

— Sabia?

— Sim. E a propósito — me olhou de cima abaixo e sorriu de lado — Você está muito gata.

Foi a hora que eu corei bruscamente e agradeci sem graça. Ele soltou um risinho anasalado e abriu a porta do carro para que eu entrasse.