Margot Turner
A campainha tocou sonoramente me fazendo despertar dos meus devaneios, desci os degraus da escada sem pressa e antes que pudesse chegar ouvi a porta bater, girei a tranca e abri a mesma tendo a visão de quem estava ali.
— Justin? — não pude deixar de transparecer a surpresa quando disse o seu nome.
Ele me olhou calmo e abriu um sorriso bem pequeno, o encarei vendo como ele parecia estar diferente até mesmo mais bonito. Eu podia fechar a porta na sua cara ali mesmo, podia mandar ele embora e deixa-lo sofrer com a minha falta, mas por um momento eu pensei e percebi que ele precisa de mim tanto quanto eu preciso dele.
Não dissemos nada até eu dar um espaço entre a porta para que ele entrasse. Meu coração deu uma breve acelerada quando senti seu abraço espontâneo, logo comecei a ouvir pequenos grunhidos vindo da sua boca sobre meu pescoço.
Justin estava chorando e eu só consegui abraça-lo com mais vontade ainda, como se tivesse matando toda a saudade que em dois dias ele me deixou, passei minhas mãos entre seu cabelo macio fazendo um carinho ali.
— Pode me perdoar? — ele perguntou com os olhos lacrimejados e o rosto vermelho.
Tentei buscar uma resposta mas eu já sabia que iria perdoa-lo, acho que só estava me sentido nervosa por ter aqueles olhos amarelos me fitando firmemente.
— Eu te perdoo se parar de chorar, certo? — Sorri amena tentando confortá-lo.
Justin balançou a cabeça positivamente fechando os olhos tentando cessar o choro. Segurei sua mão e o guiei até o sofá da sala, nós sentamos juntos um do lado do outro, não parávamos de nos olhar então subitamente ele ergueu minhas pernas no sofá e se pois entre elas abraçando com seus braços meu corpo e pousando sua cabeça no meu peito.
A reação que tive foi fazer um cafuné em seus cabelos para acalma-lo. Passamos longos minutos naquela posição sem dizer nada, só ouvindo ambas respirações que estavam pesadas.
— Seu coração bate forte demais — Ri baixo e afeguei sua nuca.
— É assim que eu fico quando estou perto de você.
— Obrigada...
— Pelo o que? — perguntei o vendo tirar sua cabeça do meu peito e passar a me acarar.
— Por não fazer o que faço — coçou-lhe a nuca sem graça — Eu digo para você ir e você fica, mesmo estando magoada você não desiste de nós...
— Mas sabe que isso não devia acontecer, não sabe?
— Eu sei, odeio te fazer passar por isso mas estando com você ou não eu vou acabar te fazendo mal.
— Não diga isso Justin... — passei meu indicador contornando seu lábio — Eu amo você e quero estar ao seu lado, só preciso da certeza que você estará comigo que o resto não vai importar.
— Eu também te amo Margot, mesmo sendo assim, eu quero você e preciso de você.
— Então promete que vai melhorar como estava fazendo antes?
— Prometo — ele me puxou para si e depositou um selinho em seus lábios, antes mesmo que virasse um beijo ele hesitou afastando-se; pareceu pensar, seu rosto ainda estava avermelhado e inchadinho — O que você estava fazendo ontem com o Malik?
Revirei meus olhos.
— O que? — franzi meu cenho — Justin... Olha, foi até bom ter tocado no assunto, ontem você machucou ele sendo que o mesmo não tinha nada haver com a sua frustração!
— Machuquei é? Bom mesmo saber disso — ele sorriu mas logo desfez o sorriso quando percebeu que eu não estava brincando — Vai defende-lo? Ele se meteu aonde não foi chamado, é um bosta e foi mais que merecido aquele soco.
— Justin ele é meu amigo, e querendo ou não só queria me defender, também não estou defendendo ele, só quero que vocês entendam que brigar não leva a nada.
— O olhar que ele tem sobre você mostra que ele não quer só amizade...
— Amor, ele pode querer algo mais só que eu não quero, isso não basta?
— Não... — olhou para baixo fitando suas mãos — Já percebeu que sempre quando brigamos ele está com você?
— Mas para mim basta porque eu só quero você — voltou a me olhar — Isso foi por acaso, ele estava na agência.
— Então quer dizer que ele estava lá?
— Sim.
— Droga, era para mim estar com você lá — bufou.
— Também acho — sorri de lado o provocando — Mas quer saber de uma coisa boa?
— Quero.
— Uma marca de... Ah, uma marca bastante renomada me quer para desfilar com a sua nova coleção, acredita?
— Sério? — ele disse surpreso dando-me um abraço — Como não iriam querer você?! É linda e tem tudo para fazer sucesso como modelo, parabéns baby.
— Obrigada estou muito feliz — sorri — Ás coisas estão acontecendo bem rápido na minha vida e eu não sei se mereço.
— Claro que merece, merece isso e o mundo.
— Ah Justin... Você gosta de modelos?
— Por que?
— Não respondeu minha pergunta.
— Nem você a minha.
— Justin...
— Tá bem, a única modelo que eu gosto é você.
— Mentiroso! — dei um tapa em seu ombro, ele ficou sem entender mas sabia que estava se fazendo — Soube que você pegou a metade daquela agência — disse com desdém.
— Ah quando não estava com você sim, peguei mesmo, mas por que? — perguntou sério.
— Por que?!
— Tá com ciúmes?
— Não, não to não, não tenho ciúmes de você — disse irônica — É claro!
— Não seja boba, todas foram diversão, passatempo, como você preferir — Justin disse com a voz rouca, evitei seu olhar cruzando meus braços — Olha pra mim anjo, ei...
— Não quero!
— Quer sim — se aproximou do meu pescoço e deu uma mordiscada no mesmo — Você é melhor que todas elas juntas, é a que faz meu coração bater de paixão.
— Mentiroso — mordi meus lábios sentindo sua boca beijando minha pele.
— Acha que eu estou mentindo? Quer prova maior do que ter me visto chorar por você?
O olhei, ele parecia estar falando sério, ele era lindo quando estava tentando se explicar. Era lindo quando dizia que me amava, e quando queria me convencer de algo.
— Acredito — disse por fim.
— Agora posso beijar sua boca?
— Não precisava ter perguntado...
O loiro deitou meu corpo e se pôs sobre o meu, começando assim um beijo lento, me fazendo sentir a maravilhosa sensação de te-lo perto de mim.
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