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História The commander - Under the black eyes


Escrita por: trouxxaforclexa

Notas do Autor


HEYYYYY NENES, I'M BACK. Espero que gostem desse capítulo, eles está bem longo mas é uma capítulo importante, boa leitura <3

Capítulo 2 - Under the black eyes


Fanfic / Fanfiction The commander - Under the black eyes

Clarke. 2045. Portland. Estados Unidos.

Assim que meus pés tocam o chão do aeroporto de Portland, Oregon, sinto a presença, distante, mas ainda assim incomodativa, das pessoas que tinha como principal missão me transportar em segurança da Florida até o Oregon, só não tenho certeza se estavam ali pra me proteger das pessoas ou proteger as pessoas de mim, não que eu seja perigosa ou ofereça alguma espécie de risco para a humanidade, mas o que fiz, ou melhor, o que comecei a fazer, sim, era considerado traição e caso fosse descoberta eu e todos os envolvidos iríamos ser torturados por informações e em seguida, mortos.

Minha pele se arrepia quando uma rajada fria de vento sopra, o tecido grosso de minha blusa de mangas compridas não dando conta da temperatura, minha respiração quente se condensando no ar e se espalhando como fumaça na atmosfera. Acima de nossas cabeças o céu escuro se tornando, aos poucos, claro, à medida que o sol vem surgindo no horizonte, a, ainda fraca, luz deixa o céu uma mistura de cores de tirar o fôlego, azul, roxo, amarelo, dourado, laranja; respiro fundo o ar gelado que arde ao entrar em meus pulmões acostumados ao clima quente e úmido da Florida, mas ainda assim é ótimo comparado ao clima despressurizado e seco do avião.

Viro minha cabeça num gesto de impaciência e olho, por cima do ombro, atrás do homem e da mulher as minhas costas me vigiando de perto, vejo Lincoln com uma expressão vazia no rosto, os olhos focados em algum ponto invisível à sua frente, atrás dele não consigo ver Raven mas sei que está ali, e isso me conforta, saber que não estou ali, sozinha, com aquelas pessoas que nunca vi na vida me conforta, por mais egoísta que isso seja.

Sinto-me tentada a fazer uma piada sobre eles terem que colocar mais de dez agentes para escoltar três adolescentes, porém me mantenho calada, sinto que aqueles agentes não tem muito senso de humor, e não quero piorar a situação.

Ao olhar ao redor percebo que o avião pousou mais perto do aeroporto do que aviões comerciais normais que geralmente pousam a certa distância e as pessoas são levadas de ônibus até o aeroporto ou, quando pousam mais perto, os passageiros saem diretamente do avião até o aeroporto por uma passarela.

Somos levados da pista de pouso, escura e vazia, do enorme aeroporto internacional de Portland por um caminho pouco movimentado que desembarca em um corredor, com uma porta de vidro aberta na entrada, longo com paredes claras e sem portas nas laterais, os passos de todas as pessoas presentes ecoam pelas paredes unindo-se ao crepitar de nossas respirações, os únicos sons audíveis na sala sem vozes. À minha frente as mulheres andam rapidamente, olhando para frente sem trocar uma palavra entre si, quando chegamos ao final do corredor vejo uma porta de vidro automática que abre ao detectar a nossa presença.

Ao passar pela porta me vejo em uma grande garagem, semelhante a de qualquer edifício garagem de qualquer shopping, supermercado ou aeroporto nos Estados Unidos, iluminada pela luz débil de algumas lâmpadas penduradas no teto, espaçosa e com colunas que seguram o teto sobre nossas cabeças. A garagem estaria vazia se não fosse pelos três carros que ali estão estacionados, um ao lado do outro, carros pretos e compridos de aparência sofisticada e pintura brilhante. Paro de andar no momento em que percebo que estamos sendo separados, eu, Raven e lincoln. Cada um sendo levado em direção a um dos carros.

Uma mão toca o espaço entre minhas omoplatas me incentivando a continuar, continuo parada, a coluna ereta e os braços pousados ao lado do corpo, impassível.

- continue andando senhorita Griffin - uma voz masculina diz atrás de mim em tom de aviso.

- isso é mesmo necessário ?- minha voz soa rouca e cansada, refletindo como me sinto depois de passar tantas horas dentro de um avião e para piorar sobre o peso dos olhares de todos os agentes, que pareciam nunca tirar os olhos de mim, sempre me observando e analisando, conferindo para ter certeza de que continuava sentada em minha poltrona, como se houvesse algum jeito de fugir de um avião em pleno ar sem a certeza de uma morte rápida porém dolorosa.

Ele não fala mais nada apenas pressiona um pouco mais minhas costas, passo alguns segundos assim, parada, refletindo, por fim, com um suspiro, me dou por vencida e volto a andar, agora que eu já estava ali não havia mais como voltar atrás, eu sabia que aquilo seria difícil desde o começo e resolvi que valeria a pena, agora que lida-se com as consequências.

Ao nos aproximarmos do carro, o primeiro da esquerda uma das mulheres abre a porta e faz um gesto com a mão para que eu entre, ambas parando uma de cada lado da entrada, deslizo no banco de couro negro e me sento no banco do meio sabendo que é ali que mandaram eu me sentar de qualquer forma. Quando os quatro agentes já estão estão dentro do carro, o automóvel entra em movimento silenciosamente e eu inclino minha cabeça para trás a encostando no banco num gesto de cansaço, fecho meus olhos respirando fundo, tentando me desligar do ambiente desconfortável ao meu redor.

Por mais que eu não confiasse naquelas pessoas, sabia que não iriam me machucar, aquela era apenas a missão delas, e estavam cumprindo-a sem questionar, como a maioria dos agentes sempre faz. Essa certeza, unindo-se ao cansaço, as noites que passei em claro e a preocupação constante que eu vinha tendo com todos que eu amava nos últimos dias, fizeram com que eu conseguisse relaxar, naquele carro cercada por estranhos, numa situação totalmente desconfortável, e dormir encostada no banco de couro com o balançar do carro sob minhas costas. Meu sono foi permeado por pesadelos em que eu via os rostos das pessoas que eu amava e já haviam morrido, as que poderia morrer e às vezes via a mim própria, ou melhor, meu cadáver, minha pele pálida, com um fio de sangue escorrendo do canto da minha boca, meus cabelos parecendo mais claros do que o normal me dando uma aparência ainda mais fantasmagórica.

Acordo no momento em que o carro para, me libertando dos pesadelos que circundaram minha mente durante todo o sono, me vejo novamente em uma garagem totalmente vazia e um pouco mais iluminada do que a anterior, na parede de frente a qual os carros está estacionado há um elevador, com largas portas de metal. Desço do carro após todos os agentes, que tomam novamente a posição inicial de dois a minha frente e dois as minhas costas, lincoln e raven também já estão fora dos respectivos carros, vejo raven pela primeira vez desde que saímos do avião, os cabelos castanhos escapando do rabo de cavalo, sob os olhos da mesma cor, enorme olheiras cinzas externando sua fadiga.

Somos levados até o elevador com portas de metal que vi ainda dentro do carro alguns minutos antes, ao nos aproximarmos a porta se abre automaticamente, demonstrando que o tempo foi perfeitamente cronometrado para a nossa chegada. Todos entramos na caixa de metal com paredes espelhadas, viro minha cabeça observando meu próprio reflexo, meus cabelos fogem, desgrenhados, da trança que fiz várias horas mais cedo, meus olhos azuis estão turvos e sob eles se vêem, assim como em Raven, grandes olheiras escuras, meu rosto está amassado, imagino que por causa do cochilo perturbado no carro. Desvio o olhar quando sinto o elevador entrar em movimento, afastando minha pernas para obter equilíbrio, a caixa de metal é grande o suficiente para caber até mesmo um carro e isso deixa ficarmos a uma distância quase confortável um dos outros.

No momento em que o elevador para e as portas se abrem, olho por cima dos ombros das pessoas à minha frente, vejo um corredor branco, longo e comprido, com lâmpadas claras penduradas no teto, até onde o meu campo de visão alcança o corredor parece ser infinito.

Os primeiros agentes saem, seguidos por raven, mais dois agentes, Lincoln, mais dois agentes, e eu, com mais dois agentes as minhas costas, caminhamos ao longo do corredor por vários minutos que mais pareceram horas naquele lugar vazio, silencioso e sem vida, até chegarmos a uma parte onde ele se expande, o teto se torna mais alto e as paredes mais distantes, a nossa frente uma enorme porta do que parece ser ferro maciço aparece, alta e larga, pintada com tinta preta, no centro, reconheço o símbolo da organização, um grande círculo entalhado no metal e no centro do círculo um olho que parece me encarar com sua iris branca sem vida. A porta dá ao lugar um ar de onipotência, como se, o que quer que estivesse do outro lado fosse realmente intocável, inalcançável.

Uma das mulheres a minha frente dá um passo à frente encostando a palma da mão direita em um leitor digital no canto esquerdo da parede que está ao redor da porta, uma luz verde passa por sua mão e ela dá um passo para trás, quando, com um estalo alto, a porta se abre correndo para o lado, nos dando a visão de uma nova sala.

Do outro lado da porta uma mulher aparece, à sua direita um homem careca se posta, o rosto duro e ilegível, usa roupas sociais azul escuras, assim como a mulher ao seu lado. Ela se aproxima acenando com a cabeça para que entremos e assim que o fazemos a porta se fecha novamente com um barulho semelhante ao que fez ao abrir.

O lugar em que estamos é espaçoso com paredes brancas decoradas com alguns quadros aleatórios, o chão é de um mármore branco polido que brilha sob meus olhos, algumas escrivaninhas de madeira escura ficam encostadas nas paredes junto com alguns sofás de couro bege, e isso faz eu me questionar se aquele lugar se quer era usado por alguém ou se algum dia já fora usado, parecia vazio, triste, até mesmo fantasmagórico.

Vários corredores aparecem indo em várias direções, nós vamos por um a esquerda, seguindo a mulher de roupas socias e seu acompanhante. O silêncio entre todos torna a situação mais desconfortável do que já é, e a presença constante e quase palpável das pessoas que me escoltaram como uma prisioneira, que eu não era, ou achava que não era, até aqui, não ajudava em nada.

Andamos por metros e mais metros de corredores brancos, ladeados de escrivaninhas escuras e quadros coloridos que davam o mínimo de cor aquele lugar sem vida, até pegarmos um elevador um pouco menor do o que anterior, mas ainda sim grande o suficiente para caberem todos ao mesmo tempo, e descemos alguns andares, ao sairmos caminhamos, caminhamos, caminhamos, eu não prestava mais atenção no ambiente ao meu redor, tudo parecia sempre igual, então resolvi que não valia a pena, até chegarmos a uma parte onde as paredes de concreto branco acabavam e salas com paredes de vidro apareciam, ali o corredor enlargueceu e se esticou, mas eu não tinha certeza se o enlarguecimento era real ou apenas um efeito causado pelo excesso de vidro.

Dentro da sala a minha esquerda pude ver uma grande mesa de vidro rodeada por cadeiras elegantes de madeira, ao fundo, refletidos nas paredes, mais projetores de hologramas do que eu poderia contar, ligados em vários canais de televisão ao redor do mundo, transmitindo em sua maioria, notícias.

Várias salas de vidro se estendiam ao longo de corredor, dos dois lados, imaginei que fossem usadas para situações diplomáticas como reuniões.

A mulher de roupas sociais se virou para nós, e pela primeira vez presto atenção em suas feições, tem cabelos loiros acaramelados e traços asiáticos, com olhos castanhos e pele parda. Ela faz um gesto com a mão indicando para que uma das mulheres a minha frente se aproxime, assim que ela o faz, iniciam uma conversa em voz baixa.

Apurei meus ouvidos tentando escutar algo mas nada chegava aos meus ouvidos, principalmente por conversarem em voz baixa mas a distância também influenciando, o máximo que posso fazer é prestar atenção em seus gestos e nos olhares que trocam.

As duas mulheres parecem discutir sobre algo sobre o qual obviamente discordam, por fim a mulher de cabelos escuros que nos trouxe até aqui assente, parecendo aceitar seus termos, ela também se vira para nós porém é a mulher de cabelos loiros e traços exóticos que se pronuncia.

- Vou trocar uma palavra com a senhorita Morgan, peço que esperem apenas alguns minutos em minha sala de espera - suas palavras são dirigidas a todos mas sei que somos nós, eu, Liconln e Ravem, seus alvos principais.

A mulher de cabelos escuros e ela se afastam entrando na sala com a enorme mesa de vidro enquanto eu, Raven e Lincoln somos levados para a sala de espera a frente, os agentes ficam parados à frente da porta, impedindo que alguém entre, ou melhor, que nós saiamos. Noto, ao olhar através do vidro que o acompanhante da mulher não a seguiu até a sala de reuniões, o homem careca de expressão vazia está parado a porta da sala em que entraram, percebo que o vidro da sala em questão se tornou inesperadamente fosco, algum mecanismo computadorizado para tornar a conversa um pouco mais particular, imagino.

Me sento em um dos sofás de couro bege, raven se senta no sofá a minha frente e Lincoln no outro, não nos olhamos e nem trocamos uma palavra, de alguma forma sabemos que conversar ali não é a coisa mais inteligente a se fazer, principalmente sabendo que estamos sendo vigiados. O clima do local é frio, e isso só faz com que eu queira encolher ainda mais o meu corpo até me tornar um emaranhado de pernas e braços de mim mesma.

Os minutos se arrastam como se fossem horas e começo a me perguntar se vamos passar o resto do dia ali, quando finalmente a porta se abre e a mulher loira entra com um sorriso nos lábios.

Deixando a porta de vidro se fechar atrás de si, ela se aproxima, sentando em uma poltrona bege que a permite olhar para todos nós ao mesmo tempo.

- Primeiramente peço que me desculpem por todo esse transtorno - ela começa com a voz calma e clara de uma pessoa que já está acostumada a falar com pessoas que não conhece, as pernas cruzadas e as mãos pousadas sobre o próprio colo - meu nome é Anya, é uma prazer conhecê-los - ela faz uma pausa nos observando, percebo que espera que digamos algo, como ninguem o faz ela suspira e descruza as pernas. - Peço desculpas pela forma como foram tratados.

- fomos tratados como criminosos - minha voz soa mais franca e cansada do que planejei.

- sabe por que estamos aqui ? - Lincoln fala pela primeira vez desde que saímos da Florida, com a voz rouca e grossa fazendo Anya direcionar seus olhos para ele. Esta inclinado para frente com os braços apoiados nos joelhos um expressão dura no rosto.

- sim, sei.

- E mesmo sabendo o que fizemos não acha que somos criminosos ? - Raven se intromete inclinando o corpo para frente, os braços encostados nas coxas, uma expressão de curiosidade no rosto.

- lutar pelo que você acredita não deveria fazer de ninguém um criminoso - Anya se volta para mim, os olhos castanhos grudados em meu rosto como se estivesse procurando algo, tentando tirar algo não dito de dentro de mim - conversei com sua mãe, clarke - sua voz diminui alguns tons e ela se inclina para a frente tentando tornar a conversa o mais particular possível - ela me pediu que ficassem aqui, teria pedido pessoalmente se houvesse tempo, sabe que aqui estarão seguros, sabe que aqui estão protegidos, principalmente você clarke. Ela ama você mais do que imagina. - engulo em seco encarando seus olhos, sei que há coisas implícitas naquelas palavras, coisas que ela não pode dizer em voz alta e não sei o que me assusta mais, o fato de ela saber sobre tudo, ou o fato de que quer nos ajudar mesmo aquilo colocando em jogo sua própria vida - Mas precisam fazer a parte de vocês, não podem chamar atenção, precisam tomar cuidado com o que fazem e com as pessoas que falam, caso contrário nem o inferno seria seguro o suficiente para vocês - ela desvia os olhos dos meus e olha para todos - O que vocês fizeram, o que começaram - seria punido com a morte e sabem disso.

- porque está nos ajudando ?- pergunto de repente, surpreendendo até a mim mesma, minha voz soa seca aos meus próprios ouvidos, minha garganta parece estar cheia de cacos de vidro dificultando minha habilidade de falar, minhas pálpebras parecem pesar mais a cada segundo - sabe que se for descoberta não será só a nossa cabeça que será cortada.

- tenho uma divida com a sua mãe - Anya balança a cabeça, aparentemente tentando se libertar das lembranças de uma passado muito distante ao qual não gostaria se lembrar - mas isso não significa que eu concorde com o que fizeram - ela se volta novamente para mim, os olhos suplicantes - seu pai pagou pelos erros dele de uma forma cruel clarke, me ajude a ajudar para que vocês não paguem da mesma forma.

Me inclino para trás a observando sob olhos semicerrados, Anya não parece ser uma pessoa ruim, ou que nos trairia, e pelo que percebo, está sendo realmente sincera em seu desejo de nos ajudar, e mesmo que eu não entenda sua necessidade de nos ajudar, toda ajuda, nesse caso, é bem vinda, por fim assinto, não há o que fazer senão aceitar seus termos. Raven e lincoln depois de um longo momento também assentem.

- Mais alguma pergunta ? - Anya se levanta.

- Sim - Lincoln também se levanta, a expressão desconfiada de sempre no rosto, os olhos escuros brilhando - há um motivo pelo qual fomos mandados justo para cá, um motivo para aqui ser tão seguro, um motivo além do fato de você e Abby serem - ela faz uma pausa sem saber definir a relação entre as duas, Lincoln oha para mim e dou de ombros, sem saber o que responder. - você e abby se conhecerem - ele dá um passo à frente, os músculos dos ombros tensionando. - qual é ?

Lincoln está certo, existe algum motivo além daquele, algum motivo que Anya parece querer esconder. Além do fato de que aquele é uma das organizações mais estranha que já vi, e já estive em quase todas do país e algumas na Europa, o lugar parece simplesmente vazio, ao contrário de todas as outras que sempre tinham agentes vindo e indo de suas missões, crianças em treinamento correndo pelos corredores, professores ensinado, aquele lugar parecia apenas vazio, 
Anya assente.

- imaginei que fossem querer saber - ela suspira - venham comigo. 

 

Em silêncio, saímos da sala fazendo o caminho de volta em direção ao grande elevador.

Eu já conseguia ver a grande caixa de metal quando anya começou a falar, o tom de voz alto o suficiente para que todos escutassem.

- Alguns anos atrás nossos cientistas iniciaram uma pesquisa, algo que eles nunca imaginaram que realmente fosse dar certo, no início parecia algo impossível até mesmo para uma das melhores equipes de cientistas do mundo - ela faz uma pausa para apertar o botão que avisará ao elevador em que andar estamos - a proposta era simples: criar um ser um humano completamente em laboratório, um super ser humano. Ao longos dos anos, eles foram se aprofundando em suas pesquisas mas nada parecia ser a solução. Por anos esse projeto se manteve em segundo plano, até que um dia os cientistas conseguiram uma coisa que realmente acharam que poderia ajudar no processo de concretização desse projeto, e assim foi feito.

"mais alguns anos de pesquisa foram necessários até que o projeto fosse finalmente finalizado. E o ser humano pronto, porém ainda como um feto num útero artificial feito em laboratório. A criança se desenvolveu mais rápido do que esperávamos e em poucos meses descobrimos que seu corpo já estava pronto para viver como um bebê comum, fora do útero artificial, e assim aconteceu. A medida que crescia percebemos que não era uma criança normal, tinha habilidades que seriam impressionantes até mesmo em um adulto"

Ela faz outra pausa quando a porta do elevador se abre e entramos, todos em silêncio, ela volta a falar quando a porta do elevador se fecha.

"Fazia coisas impressionantes, surpreendendo todos os professores e treinadores, seu desenvolvimento como ser humano foi semelhante ao nosso, cresce na mesma velocidade que nós, tem sentimentos e emoções como qualquer outro ser humano - uma sombra de sorriso aparece em seu rosto e ela finaliza - ela é o motivo pelo qual não há ninguém aqui. Percebemos, ao passar dos anos, que quanto mais pessoas soubessem sobre ela, mais perigo correria. E não poderíamos imaginar o estrago que mais pessoas como ela poderiam fazer na sociedade caso fossem treinados pelas pessoas erradas. Quantos menos pessoas souberem, melhor. Essa organização - ela faz um gesto amplo com a mão - foi construída com ordens diretas do comandante para mante-la segura de olhares curiosos.

Como se tivesse sido cronometrado no momento em que ela para de falar a porta se abre e ela sai, a sigo sentindo minha cabeça girar com tantas informações ao mesmo tempo.

Continuamos a andar por um corredor largo igual a todos os outros em que estive no meu curto espaço de tempo aqui, iluminado por lâmpadas claras, paredes brancas decoradas com quadros e chão de porcelana.

- então a experiência 146 BX é real ? - minha voz ecoa no silêncio do corredor, e paira pelo ar por alguns segundos antes de Anya assentir, os músculos de seus ombros se tornando tensos

- já ouviu falar sobre ? - A voz de Anya a pesar de seus ombros tensos, está calma e controlado, e isso me faz pensar que ela não parece ser o tipo de pessoa que se deixa perder o controle facilmente.

- já - dou de ombros quando Raven lança a mim um olhar de curiosidade misturada a apreensão - acho que já li sobre isso em algum livro, mas nunca pensei que fosse real.

- grande parte das pessoas que já ouviram falar acham que é apenas uma ideia que nunca saiu do papel.

- onde estamos indo ? - Raven pergunta atras de mim, quebrando o tema da conversa, a voz demonstrando impaciência.

Anya não responde a pergunta, e nem precisaria, a resposta de raven vem sozinha quando chegamos a uma parte do corredor onde ele se expande novamente, a nossa frente um corredor ladeado por salas com frentes de vidro maiores dos que as do andar superior, ao sairmos do elevador noto que ao contrário delas, essas não eram salas de reuniões e sim de treinamento. O que consegui enxergar dentro delas durante nosso caminho apenas comprova minha teoria, alvos em formatos de círculos e em formato de corpos humanos para treinar arremessos de facas, tiros, e arco e flecha, além de corpos em 3d, cinza, no meio de umas das salas, provavelmente para treinar com espadas, ou até mesmo tiros, e vários outros instrumentos usados com base para o treinamento, geralmente úteis para treinar crianças que ainda não estariam prontas para lutar com seres humanos ou robôs que ao contrário daqueles alvos e bonecos não só se mexiam mas também revidavam.

Ao nos aproximarmos do final do corredor escutei o som de risadas junto com o estridente de espadas se chocando, metal contra metal, o barulho me faz cerrar os dentes e hesitar, não só por estar desarmada em um local desconhecido mas porque nunca fui boa com espadas, prefiros pistolas ou armas automáticas como bestas, e isso me custou caro durante a infância quando estava sendo treinada.

Na última sala a esquerda através do vidro vejo três pessoas, ou melhor três contornos de corpos, a essa distância consigo perceber que são duas mulheres e um homem, uma das mulheres e o homem seguram uma espada de lâmina longa e afiada enquanto a outra está de mãos vazias, estás soltas ao lado do corpo, ambos, o homem e a mulher armados, a circulam como cães prontos para atacar. A espada da garota 
desce em direção ao estômago da desarmada, que se joga no chão e com um movimento rápido com o pé derruba a garota que antes segurava a espada, que se solta de sua mão e voa pela sala.

Ela se vira para o garoto, que estava preste a atacá-la, a garota de cabelos escuros sorri para ele afastando com as costas da mão alguns fios rebeldes do rosto o que dá tempo o suficiente para ele investir contra ela que pula para trás se esquivando da espada que acertaria seu braço, ele a atacava sem parar, golpe atrás de golpe, seus corpos eram apenas vultos se movimentando ao longo da sala, rápidos demais para o meu cérebro captar movimento por movimento.

Qualquer um que os observasse, perceberia que já haviam lutado um contra o outro milhares de vezes, ambos conheciam a forma de lutar um do outro, suas táticas, habilidades, forma de lutar, o que tornava a luta mais difícil e desafiadora, para ambos.

O garoto sempre a golpeiva quando ela estava com a guarda aberta mas a garota de é rápida e nenhum dos movimentos a acerta. Com um movimento mal calculado ele deixa a guarda aberta e ela num movimento totalmente inesperado, não o golpeia no estômago ou na virilha afim de nocauteá-lo, a garota fecha as mãos ao redor da lâmina a puxando para si, o sangue escorrendo do corte, aberto pela espada, em sua mão, sujando o metal brilhante, ela puxa a espada em sua direção ignorando a dor que provavelmente estava sentindo e chuta a lateral do corpo dele que cai no chão com uma careta de dor, que no meu ponto de vista parecia mais que ele tinha desistido de lutar do que realmente caído pela dor. Ela sorri novamente e joga a espada no chão, ao lado do corpo esticado do garoto, o peito dele sobe e desce numa respiração descompassada de cansaço, a garota se senta ao seu lado, esticando as pernas à frente do corpo e apoiando as mãos no chão, tudo aconteceu em poucos segundos, mas meu cérebro numa tentativa de acompanhar faz tudo se estender como se fossem horas, demoro alguns segundos para processar o que meus olhos viram.


 


Notas Finais


Então, o que acharam do primeiro capítulo ? ainda tem muita coisa pra acontecer e muita gente pra aparecer então aguardem (rs). Eu sei que esse começo ta meio chatinho mas não desistam de mim, ok ? Desculpem qualquer erro, bjus bjus nenes, até a próxima.


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