|AMITYVILLE, LONG ISLAND – 1700|
Dorothy estava há quase quatro horas escondida na floresta dos servos de John Ketchum que haviam ido atrás dela a mando dele. Ela estava sangrando, e sabia que se não chegasse à cidade a tempo poderia morrer logo.
Quando Dorothy notou o silêncio absoluto na floresta, e só ouvia o barulho dos insetos, ela decidiu que era a hora de ir. Ela saiu debaixo de uma pedra onde estava se escondendo, e correu o mais rápido que podia em uma direção qualquer. Para sua sorte, Dorothy conseguiu chegar à cidade, e começou a pedir ajuda a todos que passavam.
─ Por favor, me ajudem! Por favor... ─ Implorou Dorothy caindo no chão.
Dorothy havia desmaiado, pois já havia perdido muito sangue, e não aguentava mais ficar em pé. Alguns moradores que a viram a pegaram, e a levaram para uma mulher que era curandeira.
─ Quem é ela? ─ Perguntou a curandeira.
─ Ela é uma desconhecida, nós a encontramos na estrada, parece ter vindo da floresta! ─ Disse um dos homens que a levou.
─ Ela ainda está viva, vou ver o que eu posso fazer por ela! ─ Disse a curandeira pegando as suas coisas.
Os homens foram embora, e a curandeira começou a amassar algumas ervas para fazê-la acordar, mas antes de terminar, Dorothy abriu os olhos e parecia estar tentando falar alguma coisa.
─ Qual é o seu nome? ─ Perguntou a curandeira.
─ Do... Do... rothy ─ Gaguejou Dorothy com dor.
─ O que aconteceu com você? ─ Perguntou a curandeira olhando o corte em sua barriga.
─ Tem... um... feiticeiro na floresta, numa casa ─ Disse Dorothy segurando a mão da curandeira.
─ O que ele fez com você? ─ Perguntou a curandeira.
─ Ele... Ele... Torturou-me, ele me prendeu em uma cela ─ Disse Dorothy.
Alguns minutos depois, Dorothy não havia aguentado mais. Ela morreu, devido à quantidade de sangue que ela havia perdido, e não havia nada que alguém pudesse fazer por ela.
A curandeira na mesma noite comunicou aos moradores no local que eram imigrantes ingleses conhecidos como “puritanos” sobre o que Dorothy havia falado antes de morrer. Um grupo de moradores foi até a floresta a procura do tal feiticeiro, com tochas em suas mãos e armas em outras.
Eles encontraram uma casa um pouco depois de andarem pela floresta encontraram a casa e alguns servos trabalhando. Eles foram até lá, e falaram com os servos. Os servos então entraram na casa, e pegaram John Ketchum em seu quarto, e o levou até o lado de fora. Ele estava gritando e muito irritado enquanto estava sendo carregado.
─ O que estão fazendo comigo? VOCÊS ESTÃO INVADINDO MINHA PROPRIEDADE! ─ Gritou John sendo jogado no chão.
─ Tragam a estaca! ─ Gritou um dos britânicos.
Alguns homens trouxeram uma grande estaca de madeira, enquanto alguns servos de John o seguravam, e o colocaram cravado em pé no solo. Eles então pegaram John e o amarram com cordas no meio da estaca, enquanto outros amontoavam madeiras em volta da estaca.
Eles colocaram madeiras até o joelho de John, que estava se contorcendo e gritando tentando se soltar das cordas.
─ Essa é a minha terra, o que vocês estão fazendo? ─ Perguntou John cansado de tentar lutar.
─ Morra feiticeiro miserável! Morra! ─ Disse um dos homens pondo fogo nas madeiras com sua tocha.
Após alguns minutos, John não parava de gritar até que o fogo chegou ao seu corpo, e o queimou de imediato. Após alguns segundos, ele já estava morto naquela estaca. Foi carbonizado vivo, e sua família descobriu o corpo alguns dias depois.
|AMITYVILLE, LONG ISLAND – 1975|
|VIGÉSIMO OITAVO DIA|
Era de manhã cedo, e Kathy, seus filhos e os Warren passaram o resto da noite escondidos na casa. Quando amanheceu, e tudo estava calmo, os Warren ligaram para a polícia da cidade de Amityville, que recolheram o corpo do repórter Marvin, e fizeram algumas perguntas.
─ Quem são vocês mesmo? ─ Perguntou o policial anotando o depoimento.
─ Ed e Lorraine Warren, somos investigadores paranormais ─ Disse Lorraine.
─ Caçam fantasmas? ─ Perguntou o policial rindo.
─ Sim, nós caçamos fantasmas, por quê? ─ Perguntou Ed com uma expressão séria em seu rosto.
─ Ok, e ele se acidentou enquanto gravava, não é? ─ Perguntou o policial.
─ Sim ─ Respondeu Lorraine.
Após alguns minutos de interrogatório do lado de fora da casa, Kathy apareceu querendo falar com o policial.
─ Policial Reynolds? Tem um minuto? ─ Perguntou Kathy.
─ Sim, no que posso ajudá-la? ─ Perguntou o policial.
─ Eu quero reportar um desaparecimento, meu marido, George Lutz! ─ Disse Kathy na frente dos Warren.
─ Quando ele desapareceu? ─ Perguntou o policial.
─ Ontem à tarde, ele desapareceu por aqui, ele não voltou desde então, e não o encontramos! ─ Disse Kathy.
─ Tem certeza de que ele não foi a algum lugar, e não avisou à senhora? ─ Perguntou o policial.
─ Claro que não, ele não faria isso! E ele não levou nada ─ Disse Kathy.
─ Tudo bem, eu irei mandar uma patrulha para ajudá-la a procurá-lo! Tenham um bom dia ─ Disse o policial entrando no carro e indo embora junto com a ambulância que levava o corpo de Marvin para o legista.
Kathy entrou em casa, e Ed e Lorraine foram logo atrás dela. Kathy pediu para as crianças subirem, e Lorraine fechou a porta da casa.
─ Por que você fez aquilo, Kathy? Nós vamos encontrá-lo! ─ Disse Lorraine.
─ Não, vocês não vão! Vocês só pioraram tudo desde que chegaram aqui! ─ Desabafou Kathy.
─ Nós só estamos tentando ajudar! ─ Falou Ed.
─ Não! Desde que vocês chegaram tudo piorou! Agora George está desaparecido, e vocês acham que eu tenho que me acalmar? ─ Perguntou Kathy aumentando o tom de voz.
─ Kathy, você precisa ficar calma, nós apresentaremos tudo ao padre, e ele concordará em fazer o exorcismo! ─ Disse Lorraine.
─ O que acontecerá enquanto isso? Não viram o que houve ontem? A gente vai morrer se continuar aqui! ─ Disse Kathy.
─ Vocês não podem passar mais uma noite aqui, vocês precisam ir para um motel! ─ Disse Lorraine.
─ Nós não temos dinheiro! ─ Disse Kathy.
─ Não tem problema, nós temos ─ Disse Lorraine estendendo a mão com notas de dinheiro.
─ Eu não posso aceitar! ─ Disse Kathy balançando a cabeça negativamente.
─ Você não tem que querer, você vai pegar esse dinheiro, e vocês irão para um hotel! ─ Disse Lorraine entregando o dinheiro na mão de Kathy.
Kathy guardou o dinheiro em seu bolso, e Lorraine escreveu o telefone de sua casa em um pedaço de papel e colocou no bolso de Daniel, o filho mais velho de Kathy sem que ela visse.
─ Se alguma coisa acontecer ligue para nós por este número ─ Disse Lorraine em voz baixa para Daniel.
─ Crianças, por favor, vão arrumar suas coisas, eu já irei subir! ─ Disse Kathy aos seus filhos.
Assim que todos subiram, Kathy levou Ed e Lorraine até a porta e perguntou sobre Marvin.
─ O que dirão para a família do Marvin? Por que tiveram que mentir? ─ Perguntou Kathy.
─ Você realmente acha que os legistas acreditariam que fantasmas invadiram a casa e um deles o matou? ─ Perguntou Lorraine sarcasticamente.
─ Pode deixar conosco, nós cuidaremos disso! ─ Completou Ed.
Assim que se despediu de Ed e Lorraine, e fechou a porta da casa, Kathy começou a chorar. Ela estava preocupada com as crianças, e com George que havia desaparecido. Toda essa pressão com a casa fez Kathy ir até a cozinha.
Ela foi até em frente à janela, e ficou olhando para o lago que havia do lado de fora da casa. Uns segundos depois, Kathy pegou uma faca que estava guardada em uma das gavetas do armário de sua cozinha. Ela colocou a faca no pescoço, e ia se matar.
Lágrimas escorreram dos olhos de Kathy, e a faca estava encostada já em sua garganta. Mas de repente, Daniel apareceu na cozinha.
─ Mãe, o que você está fazendo? ─ Perguntou Daniel olhando para sua mãe com a faca no pescoço.
Kathy largou a faca na pia, e abaixou sua cabeça chorando.
─ Tá tudo bem? ─ Perguntou Daniel preocupado.
─ Vá arrumar suas coisas e avise aos seus irmãos que vamos sair daqui ─ Disse Kathy de costas para Daniel.
Daniel assustado com o que havia visto subiu direto para falar com seus irmãos e foi arrumar suas coisas para eles irem para outro lugar. Kathy ainda estava na cozinha, e ouviu barulho de alguém batendo na porta. Ela foi até a porta, e ao abrir viu dois homens vestidos de terno parados em sua porta.
─ Kathy Lutz? ─ Perguntou o agente Bates
─ Sim, sou eu ─ Respondeu Kathy.
─ Eu sou o agente Bates, e esse é o meu parceiro Lange! Nós estamos aqui para falar com você sobre Lee Harris ─ Disse agente Bates.
─ O que tem ela? ─ Perguntou Kathy confusa.
─ Lee Harris foi encontrada morta do outro lado do lago da sua propriedade! ─ Disse o agente Lange.
Enquanto isso, Ronald DeFeo estava desenhando mais um de seus desenhos da casa de Amityville. Ele estava tenso, e desenhava rapidamente. Tão rapidamente que a ponta do lápis quebrava com a força que ele colocava nele.
Ronald escutava vozes em sua cabeça. As vozes eram constantes e todas sussurravam em seus ouvidos o que Ronald tinha que desenhar, e para as vozes pararem ele desenhava rapidamente, mas mesmo assim elas continuavam.
─ Eu já estou terminando, eu já estou terminando! ─ Disse Ronald com uma de suas mãos no ouvido.
Assim que terminou o desenho, Ronald o colou na parede assim como os outros. Era um desenho de uma mulher sendo torturada no porão da casa de Amityville por outro homem. Mesmo com o desenho finalizado, as vozes continuaram, e Ronald não aguentou.
Ronald pegou os lençóis de sua cama e prendeu um lado na luminária que havia logo em cima da sua cama. Então, Ronald subiu na cama, e enrolou seu pescoço no lençol e sem seguida pulou enforcando-se com o lençol.
***
Já era noite, e Kathy estava com seus filhos no quarto de um motel. Eles estavam se preparando para dormir, o que era estranho, pois ainda era cedo. Após colocá-los na cama, Missy segurou a mão de Kathy.
─ O que houve, querida? ─ Perguntou Kathy.
─ Onde está o George? ─ Perguntou Missy.
─ Ele vai voltar logo, querida! E quando ele voltar nós vamos embora daqui e nunca mais vamos voltar ─ Disse Kathy com as mãos na cabeça de Missy.
Depois que Missy dormiu, Kathy foi até o banheiro e lavou sue rosto, se olhando no espelho sem seguida. Kathy estava sem saber o que fazer, e sabia que não podia ficar com seus filhos em um motel por muito tempo.
Kathy olhou para seus filhos enquanto dormiam, e então saiu do quarto do motel. Mas o que ela não sabia era que Daniel não estava dormindo, e a viu sair do quarto.
|MONROE, CONNECTICUT|
Judy Warren, filha dos Warren estava dormindo em seu quarto. Havia uma tempestade do lado de fora, e os raios a assustava. De repente, algo puxou as pernas de Judy, a acordando num susto.
Judy levantou-se da cama, e saiu do seu quarto. Toda a casa estava com as luzes apagadas, e apenas os raios iluminavam a casa.
─ Mamãe? Papai? ─ Chamou Judy no topo da escada.
Judy ligou uma das luzes do corredor do andar de cima, e abriu a porta do quarto de seus pais, mas não havia ninguém. Quando Judy desceu as escadas ao som dos trovões, e se deparou com a porta do quarto em que os Warren guardavam os objetos e estatuas de outros casos.
Judy percebeu que não havia ninguém ali, e fechou a porta. Ela decidiu voltar ao seu quarto, e assim que começou a subir as escadas, a luz que ela havia acendido no corredor do andar de cima apagou.
─ Vovó? Vovó? ─ Chamou Judy com medo.
Judy viu uma sombra tomando conta do corredor e indo até ela, seguida de um rugido grave. Judy então correu e se trancou no escritório de seu pai. Mas algo batia na porta querendo entrar, fazendo com que Judy gritasse.
As batidas na porta pararam e Judy começou a sentir muito frio. Ela começou a ouvir o barulho da cadeira de balançando que estava logo atrás dela. Judy virou-se e viu uma mulher sentada na cadeira balançando-se, e então com medo começou a bater na porta do escritório para sair de lá.
Ed e Lorraine estavam no carro do lado de fora, e Lorraine sabia que havia algo errado. A avó de Judy havia acordado com os gritos, mas não conseguia abrir a porta para Judy.
─ O que houve com ela? ─ Perguntou Lorraine correndo em direção à porta.
─ Judy, se afaste da porta! ─ Gritou Ed preste a arrombá-la.
Ed arrombou a porta, e Judy correu para os braços de sua mãe.
─ O que aconteceu querida? ─ Perguntou Lorraine preocupada.
─ Tinha alguém na cadeira de balanço! ─ Disse Judy chorando.
De repente, Lorraine começou a ter uma visão. E manteve-se paralisada por alguns minutos. Assim que voltou, Lorraine desmaiou, e o telefone da casa dos Warren começou a tocar. A avó de Judy atendeu enquanto Ed tentava acordar Lorraine.
─ Ed, é para você! ─ Disse a avó e Judy entregando o telefone para Ed.
─ Alô? ─ Disse Ed ao colocar o telefone em seus ouvidos. ─ Daniel? O que aconteceu? ─ Perguntou Ed.
Lorraine acordou com falta de ar, e ao desligar o telefone, Ed pegou seu casaco e disse a Lorraine que precisava voltar imediatamente para Amityville.
─ O que aconteceu? ─ Perguntou Lorraine.
─ Eu preciso ir, Kathy sumiu! ─ Disse Ed.
─ Eu vou com você! ─ Disse Lorraine com dificuldade de levantar.
─ Não! Você vai descansar, preciso ir sozinho! ─ Disse Ed.
Ed saiu de casa rapidamente, e entrou em sue carro, a caminho de Amityville o mais rápido que ele podia.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.