|AMITYVILLE, LONG ISLAND – 1700|
Já fazia dois dias que Dorothy estava presa na sala de tortura de John. Sem comida, e sem água, ela estava ficando cada vez mais assustada com a tortura que ele fazia com seus servos lá. O corte que foi feito em sua barriga estava infecionado, e ela sabia que em poucos dias iria morrer lá.
Quando um servo desceu até lá, Dorothy achou que era o momento perfeito para tentar sair de lá.
─ Olá? Quem é você? Você pode me ajudar? ─ Perguntou Dorothy ao servo que não dava atenção a ela. ─ Eu preciso sair daqui, por favor! ─ Implorou Dorothy. ─ Se você me soltar, eu contarei tudo o que ele faz, e vocês serão livres, pra sempre! ─ Disse Dorothy.
No momento em que disse isso, o servo virou-se para Dorothy e uma expressão de felicidade estampou seu rosto.
─ Livres? ─ Perguntou o servo.
─ Sim, sim! Ele será preso, e vocês vão ser livres, eu prometo! Mas você precisa me tirar daqui ─ Implorou Dorothy.
O servo pegou as chaves das celas que ficava pendurada na parede, e abriu a cela de Dorothy. Assim que saiu, os outros servos que estavam presos começaram a gritar, e a fazer barulhos. Ela passou pelo porão na ponta dos pés, sem fazer nenhum barulho para não chamar a atenção de ninguém.
Quando Dorothy chegou ao andar superior da casa, ela começou a olhar para todos os cantos, para ter certeza de que não havia ninguém. A cada passo que ela dava, o piso de madeira casa rangia. Até que de repente, ela viu John subindo as escadas para o segundo andar da casa, e rapidamente deu um passo para trás.
Alguns segundos depois, ela andou até a porta da frente, e quando a abriu viu uma porção de escravos do lado de fora da casa trabalhando. Dorothy sabia que não haveria como ela sair de lá, a não ser que corresse antes que os servos a pegassem. Dorothy então correu o mais rápido que podia, mas estava muito fraca. Alguns servos a viram, e correram atrás dela, e a pegaram.
Enquanto isso, John ouviu os barulhos do lado de fora da casa de sue quarto, e viu pela janela que Dorothy havia fugido. Ele saiu da casa, e ordenou que eles a matassem. Dorothy começou a gritar, e a prepararam para cortas sua cabeça.
─ Por favor, eu vou entregar eles e vocês serão livres, eu juro! Deixa-me ir ─ Implorou Dorothy para um servo que iria decapitá-la.
O servo a empurrou, e Dorothy começou a correr novamente em direção a floresta que havia próxima da casa. Os servos foram para cima do servo que a soltou, e John ordenou que outros fossem atrás de Dorothy.
Ela correu até a metade da floresta, e consegui achar um lugar para se esconder de todos os servos que estava atrás delas, até que estivesse limpo para ela poder sair de lá, e ir para a cidade.
|AMITYVILLE, LONG ISLAND – 1975|
|VIGESIMO SÉTIMO DIA|
Era uma manhã chuvosa e triste para a família Lutz. Todos estavam reunidos no funeral de Candice. Kathy estava junto com as crianças segurando seu guarda-chuva, observando George conversando com a mãe dele. Alguns minutos depois, a mãe de George foi falar com ela.
─ Eu sinto muito Sra. Lutz ─ Lamentou Kathy.
─ Eu não acredito que isso aconteceu, Candice era tão jovem ─ Disse a mãe de George.
─ É, nós também pensávamos que o acidente não era tão grave assim ─ Disse Kathy.
─ George está muito abalado, você quer que eu vá para a sua casa passar uns dias? ─ Perguntou a mãe de George.
─ Não, não. Tá tudo bem, ele vai ficar bem ─ Disse Kathy balançando a cabeça negativamente.
─ O que houve na casa de vocês? O que tem lá? ─ Perguntou a mãe de George.
─ Como assim? ─ Perguntou Kathy confusa.
─ Vocês não me deixam ir lá, e eu quero! ─ Disse a mãe de George insistindo.
─ Olha, não é um bom momento, e nós estamos fazendo uma reforma! ─ Respondeu Kathy mexendo os dedos da mão.
─ Por que está mentindo para mim, Kathy? ─ Perguntou a mãe de George mudando totalmente sua expressão.
─ O quê? ─ Perguntou Kathy nervosa.
─ Não seja estúpida, se não me quer lá, é só me dizer, não precisa mentir! Eu sabia que George não devia casar com você ─ Disse a mãe de George dando as costas para Kathy.
Kathy ficou assustada e desconfortável com toda aquela situação. Após o funeral ter acabado, todos voltaram para casa, e quando chegaram lá, Ed, Lorraine e Marvin estavam lá.
─ Eu sinto muito que sua cunhada, Candice tenha morrido, mas mesmo com tudo isso acontecendo, nós temos que continuar com a investigação, precisamos de mais provas! ─ Disse Lorraine.
─ Vocês não acham que isso que nós temos não é suficiente? Seu marido foi arremessado para longe, minha cunhada está morta por causa dessa casa, meus filhos estão diferentes, isso é demais para mim ─ Disse Kathy indo para a cozinha.
─ Kathy, por favor! ─ Disse Lorraine a seguindo. ─ Isso é pela sua família, ok? Depois que o vaticano aprovar o exorcismo, nós iremos embora ─ Disse Lorraine.
─ Vocês precisam ir embora, agora! ─ Disse Kathy.
─ Kathy, só precisamos de mais um dia, eu sei o que faze. Você, George e as crianças podem descansar, eu e Ed cuidamos de tudo para você! ─ Disse Lorraine.
─ Tudo bem, mas só um dia! ─ Disse Kathy saindo da cozinha.
Kathy foi para o seu quarto com George, depois de falar com as crianças.
─ Acho que você deveria descansar, Ed e Lorraine cuidarão de tudo! ─ Disse Kathy tirando as roupas de George.
─ Sim, estou muito cansado! ─ Disse George deitando na cama.
─ Eu preciso fazer umas compras, eu vou lá! ─ Disse Kathy saindo do quarto em seguida.
Kathy desceu as escadas e foi até Marvin que estava sentado na sala de estar mexendo em seus arquivos e câmeras.
─ Marvin? Você pode me dar uma carona? A caminhonete do George não está aqui, e nosso carro esta sem gasolina ─ Perguntou Kathy.
─ Claro ─ Respondeu Marvin.
Marvin levou Kathy até sue carro, e ela pediu para ele ir até o centro de Amityville. Eles conversaram sobre a casa, e como a vida de Kathy era antes de eles se mudarem para lá. Quando chegaram ao centro, Kathy pediu para Marvin ir até um hospital psiquiátrico que ficava em Amityville, o único que havia na cidade.
Ao parar seu carro em frente ao hospital, Marvin ficou perguntando a Kathy o que ela ia fazer lá.
─ O que viemos fazer aqui? ─ Perguntou Marvin.
─ Você só veio me trazer, e muito obrigada por isso ─ Disse Kathy prestes a sair do carro.
─ Espera, por que veio aqui? ─ Perguntou Marvin segurando o braço de Kathy.
─ Eu vou visitar Ronald DeFeo ─ Respondeu Kathy.
─ Espera, o quê? Isso é incrível, você pode entrevistá-lo para mim? ─ Perguntou Marvin.
─ É claro que não Marvin, não estou aqui para uma reportagem ─ Disse Kathy saindo do carro em seguida.
─ Ok, vou esperar aqui ─ Gritou Marvin de dentro do quarto.
Enquanto isso, Lorraine e Ed estavam sentados na sala de estar assistindo aos vídeos que haviam filmado na casa até aquele momento.
─ Você não acha que já é o suficiente? ─ Perguntou Lorraine a Ed.
─ Eu não sei, eu sinto que algo está faltando ─ Respondeu Ed desligando as filmagens em seguida.
De repente, as câmeras do corredor da cozinha começaram a ser acionadas por alguém.
─ Quem está aí? ─ Perguntou Lorraine levantando-se e indo até o corredor.
Lorraine chegou ao corredor e viu George parado em frente à porta do porão. As crianças desceram as escadas devido aos barulhos das câmeras, e Ed ficou com elas na sala.
─ George, o que você está fazendo? ─ Perguntou Lorraine.
George se manteve parado por alguns segundos, até abrir a porta do porão e descer sem dizer uma palavra a Lorraine. Ela se aproximou da porta do porão para descer lá, mas antes de encostar-se à maçaneta ela se fechou com muita força, fazendo com que Lorraine se assustasse.
De repente, todas as câmeras que estavam no corredor e na cozinha explodiram, sem nenhuma razão. Ed correu até o corredor para certificar-se de que Lorraine estava bem, e a levou junto com as crianças para o andar de cima da casa.
Enquanto isso, Kathy estava sendo levada por um medico do sanatório até o quarto onde Ronald DeFeo ficava.
─ Ronald, você tem visita! ─ Disse o médico ao abrir a porta.
Kathy ao entrar no quarto viu diversos desenhos da casa colados pelas paredes brancas do lugar. Ronald estava desenhando no final do quarto, e nem sequer virou-se para ver quem estava ali.
─ Eu não tenho mais parentes, eu os matei ─ Disse Ronald desenhando.
─ É, eu sei! ─ Disse Kathy.
Ao ouvir a voz de Kathy, Ronald parou de desenhar e virou-se para ver quem era. Ronald não reconheceu Kathy.
─ Quem é você? ─ Perguntou Ronald.
─ Eu sou Kathy Lutz, você não me conhece, mas acho que nós temos algo em comum ─ Disse Kathy.
─ Me desculpe, eu não conheço você, pode ir embora! ─ Disse Ronald se virando e voltando a desenhar.
─ Eu estou morando naquela casa com a minha família ─ Disse Kathy.
Ronald virou-se novamente, e sentou-se em sua cama e pediu para Kathy sentar-se também.
─ O que vocês estão fazendo lá? ─ Perguntou Ronald.
─ Nós nos mudamos pra lá, ela estava à venda e nós compramos ─ Contou Kathy.
─ Isso é impossível, ela foi demolida ─ Disse Ronald.
─ Não, ela não foi! ─ Afirmou Kathy.
─ Então eu fui enganado, pensei que iriam demolir aquele lugar, ninguém pode morar lá ─ Disse Ronald um pouco nervoso.
─ É, eu sei. E eu sei também que você é inocente ─ Disse Kathy.
─ Como você sabe disso? ─ Perguntou Ronald.
─ Porque coisas acontecem naquela casa, e o que você disse no tribunal não é mentira, mas eles não acreditam! Mas eu sei que é verdade, porque eu vi com os meus próprios olhos o que aquela casa é capaz de fazer ─ Disse Kathy.
─ Não, você não viu o que aquela casa é capaz de fazer, não ainda! Se tivesse visto não estaria viva ─ Disse Ronald.
─ Você sobreviveu! ─ Afirmou Kathy.
─ Mas matei toda a minha família! É quase a mesma coisa, eu não tenho mais vida, morrerei preso aqui nesse lugar! ─ Disse Ronald.
─ Olha, eu tenho três filhos que estão apavorados, e meu marido já não é mais o mesmo desde que nos mudamos! Um casal de investigadores paranormais está nos ajudando, mas as coisas estão piorando ─ Disse Kathy.
─ O que você quer? ─ Perguntou Ronald.
─ Eu vim aqui para perguntar se tem algo que eu possa fazer para salvar minha família antes que seja tarde! ─ Disse Kathy.
─ Quer uma ajuda? Saia daquela casa agora! Todos os moradores dela morreram ou desapareceram, não será diferente com a sua família se não saírem! ─ Disse Ronald.
─ Não, eu não posso! Não temos onde ficar ─ Disse Kathy se levantando.
Ronald agarrou Kathy pelos braços e olhou no fundo dos olhos dela.
─ Sra. Lutz, pegue a sua família e saia daquela casa, agora mesmo! ─ Afirmou Ronald.
Kathy saiu do hospital desesperada para chegar a casa, ela sentia que algo estava acontecendo. Ela chegou até o carro de Marvin desesperada, pedindo para ele entrar e dirigir o mais rápido que pudesse de volta para a casa.
Quando chegou a casa, Marvin parou o carro e Kathy desceu correndo para dentro da casa a procura das crianças. Já estava anoitecendo, e Marvin sem entender muita coisa, correu para ajudá-la.
─ Kathy, o que está acontecendo? ─ Perguntou Marvin.
─ Missy, Christopher, Daniel? Onde vocês estão? ─ Gritou Kathy andando pela casa.
─ Kathy, o que houve? ─ Perguntou Marvin novamente.
─ Precisamos sair daqui agora! ─ Disse Kathy.
Ed, Lorraine e as crianças desceram as escadas quando Kathy estava prestes a subir para ver se estavam lá em cima.
─ O que houve? ─ Perguntou Lorraine.
─ Precisamos sair! Vamos! ─ Disse Kathy abrindo a porta.
Kathy percebeu que George não estava com eles, e então começou a achar estranho.
─ Onde está o George? ─ Perguntou Kathy.
─ Ele desceu no porão, eu tentei ver, mas eu não consegui, a porta se fechou e ele não voltou mais! ─ Disse Lorraine.
─ Ok, vocês vão para o carro que eu vou procurar o George! ─ Disse Kathy.
Quando eles olharam para fora da casa, eles viram pessoas saindo de dentro do lago e indo em direção a casa. A porta principal da casa fechou junto com todas as janelas ao mesmo tempo. Todos estavam encurralados.
─ Ai meu deus, o que a gente vai fazer? ─ Perguntou Marvin nervoso.
─ Pegue a câmera e filme tudo! Kathy chame a polícia! ─ Disse Lorraine olhando pela janela.
Kathy correu até o corredor onde ficava o telefone na parede, e quando o pegou estava mudo. Kathy voltou para a sala de estar e deixou as crianças juntas lá.
─ O telefone está mudo, não tem como ligar para a polícia! ─ Disse Kathy.
─ Ed, precisamos fazer o exorcismo! Agora! ─ Disse Lorraine.
─ O quê? Vocês disseram que precisava de um padre, você não é padre! ─ Disse Kathy.
─ Tem uma ideia melhor? ─ Perguntou Ed.
─ Kathy, leve as crianças lá para cima! Fique com elas não importa o que acontecer ─ Disse Lorraine fechando as cortinas das janelas.
Ed pegou o livro para fazer o exorcismo em sua mochila e pôs seu terço para fora da camisa. Kathy estava prestes a subir com as crianças para o andar de cima, até que ouviu Lee batendo na porta desesperada.
─ Ai meu deus, Lee? ─ Disse Kathy indo até a porta para abri-la.
─ Não! Você não pode abrir a porta, não é seguro! ─ Disse Lorraine segurando Kathy.
─ É uma amiga minha lá fora, eu não posso a deixar morrer! ─ Disse Kathy empurrando Lorraine e seguida abrindo a porta.
Assim que Kathy abriu a porta, Lee entrou e abraçou.
─ Ai meu deus, o que você está fazendo aqui? ─ Perguntou Kathy.
─ A gente tem que sair daqui, ele está vindo! ─ Disse Lee segurando a mão de Kathy.
Lorraine empurrou Lee, e afastou Kathy dela rapidamente.
─ Kathy, ela não é a Lee! Saia de perto dela ─ Disse Lorraine afastando Kathy.
No mesmo momento, Lee virou-se para Marvin que estava atrás dela gravando tudo o que estava acontecendo. Lee derrubou a câmera de Marvin e com suas duas mãos em sua cabeça, ela quebrou o pescoço de Marvin, que caiu no chão já morto e Lee abriu a porta do porão e desceu até lá.
─AI MEU DEUS! ─ Gritou Kathy começando a chorar.
Lorraine disse para Kathy levar as crianças para o andar de cima, e Kathy sem pensar duas vezes as levou para lá, enquanto Ed abria o livro para começar o exorcismo.
─ Em nome do pai, do filho e do espirito santo ─ Disse Ed fazendo os movimentos da trindade.
Lorraine puxou seu terço, e iniciou as orações junto com Ed, enquanto Kathy e as crianças haviam entrado no quarto de Missy, e se esconderam dentro do closet dela. Missy então arrancou o papel de parede da parede do seu closet e mostrou que havia uma passagem para uma espécie de quarto.
─ O que é isso? ─ Perguntou Kathy assustada.
─ Esse é o esconderijo da Allison, ela se sente segura aqui ─ Disse Missy.
─ Tudo bem, vamos lá, entrem! ─ Disse Kathy abrindo espaço para Daniel e Christopher entrar.
Todos entraram no pequeno quarto e se depararam com alguns crucifixos na parede, e fotos da família DeFeo, e o ursinho de Allison. Enquanto isso, Ed e Lorraine ainda estavam fazendo as orações, e de repente os fantasmas começaram a bater na porta e quebrar as janelas.
Ao ver o que estava acontecendo, Lorraine teve um mau pressentimento e puxou Ed e subiu as escadas com ele rapidamente. Eles entraram no primeiro quarto que viram e fecharam a porta. Ed continuou as orações, enquanto Lorraine estava encostada na porta.
De repente, algo quebrou a porta com os braços e agarrou Lorraine, que começou a gritar de tanto desespero. Ed a puxou de volta, e depois continuou a oração, até que quando ele terminou, todas as vozes que Lorraine estava ouvindo, e os barulhos pararam. Tudo parecia estar calmo novamente, pelo menos por hora.
Enquanto isso, do outro lado do lago a polícia estava junto com alguns pescadores que haviam achado algo curioso no rio. Era um corpo.
─ A gente tava pescando desde manhã, e quando voltamos achamos o corpo na beira da água! ─ Disse um dos pescadores ao policial.
─ Ok, obrigado pelo depoimento! ─ Agradeceu o policial indo até o outro que estava no carro.
─ Tem certeza de que é ela? A menina que desapareceu em Boston? ─ Perguntou o policial que estava no carro.
─ Sim, tenho certeza! É Lee Harris! ─ Respondeu o policial.
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