1. Spirit Fanfics >
  2. The Crown >
  3. O Reencontrp

História The Crown - O Reencontrp


Escrita por: saotailtaizai

Capítulo 2 - O Reencontrp


Fanfic / Fanfiction The Crown - O Reencontrp

POV-Ahren

 

    Por que de repente as minhas mãos começaram a suar e a gravata parecia apertar mais? Tudo bem, eu tenho que admitir, se eu estivesse em um ambiente vazio, e sem câmeras de segurança, eu daria pulos de tanta alegria.

- Que bom, Zeiticus Gremory, sempre teve um ótimo ponto de vista político, e isso pode ser muito útil para acabarmos com a resistência dos rebeldes do sul.

- Ah, é verdade, mas muito melhor do que isso é o bom gosto de Venelana Gremory ela podia até me ajudar com o meu vestido para a festa do aniversário do nosso casamento. Não acha querido?

    Esqueci, de contar? Pois é. Amanhã é a festa de aniversário de casamento dos meus pais, e por que a rainha organiza a própria festa de aniversário de casamento? Também não sei. Mas o mais importante de tudo como eu deixei a minha mãe me arrastar para isso, também? Eu não sei. Mas era claro que eu não ia sofrer sozinho, e eu arrastei Katherine para isso também.

- Claro. Mamãe. Concordei.

- Estou faminto. Vamos comer? Perguntou meu pai.

- Sim. Concordei, doido para poder me empanturrar com os bolinhos de mel e os mine quiches de queijo.

    E todos nos saímos e fomos para a sala de refeições privadas da família real. Mas no meio do caminho a horda de irmãos apareceu. Apenas Astral não estava presente. Também ela deveria estar dormindo, eu não sei como Honiz estava acordado à essa hora. Todos nos cumprimentamos e seguimos na direção da sala das refeições. E eu aproveitei a deixa de Stefany, dizendo que esquecera o celular no quarto e ia pegar e disse:

- Eu também esqueci uma coisa. Já volto. E nem esperei resposta. Erro de etiqueta? Claro. Mas eu ligava? Não.

    Refiz todo o trajeto até chegar à sala da cama de meu quarto. Fui à cômoda de duas gavetas e de lá tirei uma caixinha preta, e dentro dessa havia um lindo broxe de uma fênix de gelo, que brilhava. Rias havia me dado isso na festa de despedida da família dela, até hoje me lembro disso.

- Ahren, pode vir comigo aos jardins? Perguntara ela.

- Sim. Concordei.

    Havíamos seguido pelo palácio até o labirinto do jardim principal e fomos ao centro do mesmo. Não nos perderíamos, pois afinal, tínhamos feito aquele trajeto incontáveis vezes.

- Oque é isso? Uma arará? Perguntei, ao ver o broxe pela primeira vez?

- Não-disse ela me dando um tapinha-. É uma fênix de gelo. O meu presente de despedida, para que você se lembre de mim, enquanto eu estou longe. Por favor, use no dia em que eu voltar? Você promete que vai usar? Promete?

- Sim. Disse eu.

- Ótimo. Vamos voltar. Disse ela

- Não sem eu te dar o meu presente. Disse segurando o pulso dela.

- E qual é?

    Passei levemente as mãos em seus cabelos vermelhos como sangue e temporariamente admirei-a. Já naquela época, ela era linda. Os seios começavam a se formar, o corpo tomava a forma de o de uma mulher e deixava a forma de criança. Eu sempre fui mais alto que ela. Então para fazer isso tive que me abaixar, e selar meus lábios nos dela. E foi como se o mundo inteiro parasse, apesar de que na época só tínhamos dez anos, o beijo saiu melhor do que eu esperava. Apenas duas crianças brincando de ser gente grande.

    Quando o beijo parou ela ficou corada, e eu tenho certeza de que também fiquei. E de mãos dadas voltamos ao palácio.

    Voltei a Terra e percebi que se eu quisesse tomar café da manhã eu teria de me apressar. E esse foi o meu erro. Quando eu estava saindo eu raspei o dedo nas arestas de madeira do móvel.

- Merda. Falei baixinho, com receio de alguém me escutar. Então percebi que estava sozinho.

- Neste caso-disse eu ainda com o dedo queimando-: PUTA QUE PARIU!

    Em seguida fiz oque qualquer pessoa normal faria? Peguei um Band-Aid e passei um anti-inflamatório? Não. Fiz oque alguém da família real de Illélia faria. Tranquei a porta e peguei um isqueiro e acendi uma das velas- uma branca de um dos suportes de prata com cristais azul-cobalto-e coloquei o dedo machucado dentro da luz da vela. Eu sentia o calor como qualquer outro ser humano, mas meu cérebro e meu corpo interpretavam: deixe-o, isso é bom.

    Quando tirei o dedo da chama da vela ainda tive tempo para ver o machucado se fechar e quando todas as partes se tocaram, fechando-se uma fumacinha, azul-claro, começou a subir da minha pele. Como se eu tivesse apagado um fosforo. Sacudi o dedo até a fumaça sumir e apaguei a vela. Coloquei o broche de Rias e sai. Nesse momento Luccas disse:

- Senhor seu pai pediu para você conferir o atual dos salários das castas.

    Desde que a rainha Kiera mudara o sistema de castas, quando se casou com o rebelde do norte chamado: Kovu. Muitas coisas nas castas foram alteradas, a começar por agora existirem onze ao invés de oito. E as pessoas podem subir de casta naturalmente, bem com a exceção de duas. Uma determinada quantia de salário,

 e do banco, determinam, sua casta. Mas somente no lado positivo. Por exemplo: você era um Cinco e se casou com um Dois, e depois se separou, sua casta não será alterada nunca. Apenas no caso de você perder todos os seus bens, a não ser pelas duas mais poderosas. E quanto ao casamento, não é mais a mulher quem pega a casta do homem é a casta mais baixa, não importando o gênero. E o bom é que em caso de separação, a casta alterada permanece a mesma.

    Olhei a tabela e parecia estar tudo em ordem:

 

 

 

 

 

 

 

Casta

Salário

Parcela da População

Um

U$80.000.000

0,3%

Dois e Meio

U$30.000.000

2%

Dois

U$5.000.000

6%

Três

U$100.000

10%

Quatro

U$50.000

12%

Cinco

U$30.000

16%

Seis

U$15.000

15%

Sete

U$10.000

15%

Oito

U$8.000

15%

Nove

U$3.000

6,7%

Dez

-

2%

    Como eu pensava está tudo em ordem. Agora, deixem-me, explicar como funciona o poder das castas. A Um, Dois e Meio e a Dois são as castas dois ricos, dos milionários. A Três, Quatro e Cinco, são: classe média. A Seis, Sete, Oito e Nove são as classes mais pobres da sociedade. E a dez são os mendigos, os que não trabalham ou porque, por algum, motivo não tiveram a oportunidade de trabalhar, por isso não tem salário (sendo que o salário mínimo é três mil dólares) e já esteve muito pior. Depois da quarta guerra mundial, a casta Dez foi preenchida por 10% da sociedade. No reinado da minha bisavó Mavis, ela fez essa parcela cair para 5% e no começo do reinado de meu pai ele fez cair para 2%.

    E esses espaços que ficam entre o salários das castas são um meio termo. Por exemplo: um, Três, ganha: U$100.000 por mês no mínimo e um, Dois, ganha U$5.000.000 por mês no mínimo. E o espaço entre eles é preenchido por outros Três. Assim: um Três pode ganhar de U$100.000 a U$4.999.999. Se ele conseguir mais do que isso ele vira um Dois, claro se a conta no banco acompanhar; e o salário se manter do jeito que está. Mas se um Dois conseguir ganhar U$30.000.000 ele não vira um Dois e Meio, pois para isso ele teria que casar com o mesmo, ou ser declarado pelo rei. O mesmo vale para a Um, com a exceção de ser nomeado pelo rei. E, além disso, a casta Dois e Meio é a casta dos nobres, como os barões e dos lords. Como minha mãe e a família dela eram. Antes de ela ser casar com o meu pai.

- Então, alteza, está tudo certo? Perguntou Luccas.

- Sim. Mais alguma coisa?

- Sim, o gráfico que mostra o crescimento de castas por casamento nas trinta e cinco províncias.

- Todas?! Fiquei espantado. Eu perderia mais ou menos uma hora avaliando.

- Não. Apenas no geral. Todas; a sua, majestade real o rei já está olhando nesse momento.

- Ah, assim é bem melhor. Disse, enquanto ele me passava o gráfico. Que mostrava esse mês e o mês passado.

 

 

 

 

    O maior aumento fora de 5%. Mas à dois meses atrás o maior aumento fora de2% e somente duas províncias conseguiram subir. Mas treze províncias continuavam na mesma, de 0%. Para o país isso era relativamente bom. Isso significaria mais operários, porem isso me entristecia. Pois eu vivia em um palácio de catorze quilômetros e blá, blá, blá... Mas essas pessoas dessas províncias não podiam ter o mesmo e nem crescer para poder fazer o mesmo. Por um ponto isso me vazia pensar que a seleção era muito boa (rei Natsu e rainha Lucy- uma Seis-acabaram, com ela depois de se conhecerem por meio dela e se apaixonarem. Mas ambos achavam isso injusto), pois ela proporcionava a chance de uma família virar Um. Eu gostava de imaginar a alegria dos irmãos mais novos do selecionado(a) vencedor(a) quando este era de uma casta muito baixa. Era tipo: vamos ser Um! Vamos ser UM! Nossos problemas desapareceram. Só isso. mas por outro lado eu achava a seleção parecendo um Reality Show barato. Fui à escrivaninha e carimbei os papeis. Nem esperei Luccas sair segui, direto para a sala de refeições. Por sorte todos estavam lá, comendo, ainda.

- Onde você estava? Perguntou meu pai.

- Estava verificando os papeis das castas. Respondi e ele entendeu sem mais delongas e percebi que ele também conferia algo e pensei que seria o crescimento das dez castas de província por província.

- Querido, não trabalhe a mesa. Repreendeu-o, minha mãe.

- Como espera que eu administre o reino, sem fazer isso? Perguntou ele, fingindo estar ofendido.

- Tá bem, mas você quase não tocou na comida.

- Se tiver fome peço um lanche no escritório.

- Mas você nunca pede.

- Novamente: como você espera que eu coma e administre o reino, ao mesmo tempo? Disse ele terminado tudo e entregando ao mordomo.  

- Assim. Disse minha mãe, em tom brincalhão e eu já sabia que ai tinha coisa.

    Quando todos os mordomos saíram e fecharam às portas minha mãe pegou o glace da torta e o jogou na cara de meu pai. E nos, os filhos, explodimos em gargalhadas.

- Você vai ver. Disse ele pegando um capcake.

- Stefan, não se atreva. Advertiu ela, rindo.

E de repente tinha um capcake na cabeça da minha mãe.

- Briga de comida! Gritaram Osten e Kaden em uníssono.  

- Não, não, mocinho. Isso é uma guerra! Disse minha mãe, jogando um mine quiche em mim. E eu logo raspei a cobertura do bolo com as mãos e joguei em Katherine.

- Como você ousa? Disse ela pasndo o dobro de cobertura em mim.

- Se ferrou! Disse Stefany rindo.

- Então tá. Disse eu, dessa vez tacando uma torta de limão completa em cima dela.

    Todos se envolveram na guerra que se alastrou e em instantes a sala de refeições estava suja do primeiro milímetro do chão ao ultimo do teto. E todos nos estávamos imundos de comida. O lado bom é que em meio a tudo isso, eu consegui pegar alguns queijinhos e tortinhas para comer. À tempos nos não tínhamos um café da manhã tão divertido.

    Foi quando Silvia entrou na sala, de olhos fechados falando:

- Vossa majestade, a imprensa quer falar com o senhor sobre a volta dos... OQUE ACONTECEU AQUI?! Disse ela abrindo os olhos e correndo para trancar a porta.

- Uma guerra de comida. Disse minha mãe aos risos.

- A imprensa está aqui e se eles virem os membros da família real desse jeito? Perguntou ela.

- Eles querem falar com quem? Perguntei.

- Com o rei, alteza.

- Muito bem. Silvia você enrola a imprensa o máximo que você puder e chame as criadas para limpar essa bagunça. E quanto à nos, vamos sair daqui e nos trocar. Explicou meu pai.

- Como? Perguntou Osten.

- Como oque?

- Como vamos sair daqui sem sermos vistos?

- Ahren, você que passou quase um ano estudando todas as passagens secretas do palácio, tem uma aqui? Perguntou meu pai.

- Não-respondi, dando uma pausa dramática-. Tem três.

- Vá à merda. Disse minha mãe rindo. E depois ela se tocou que aquele não era um vocabulário de uma rainha.

- Muito bem, qual é a mais rápida para os nossos quartos? Perguntou meu pai, encobrindo o “erro” de minha mãe.

- Bem, deixe-me pensar. Respondi. Tinha três: a do sofá; a do quadro e a da... Isso! A da lareira!

    Fui à lareira e pus a mão bem no fundo. Encontrei um tijolo, escondido na lateral, que não tinha a emenda completa; coloquei três dedos lá e puxei o tijolo, que revelou uma alavanca e eu baixei-a. Em instantes os tijolos se reorganizaram e formaram uma escadaria-tipo em Harry Potter no Beco Diagonal- então expliquei:

- Muito bem, temos que passar bem depressa. Pois a passagem tem um censor que ativa o autofechamento em dez segundos, assim que a primeira pessoa passa. A boa noticia? Ele recomeça caso outra pessoa passe. Alguma pergunta?

- Sim. Vai nos levar para onde? Perguntou meu pai.

- Tem dois caminhos. O que sobe e o que desce, e para que no caso de uma invasão os atacantes se confundissem; o de baixo leva ao hall dos elevadores, dois andares à cima, e o de cima leva para um dos abrigos subterrâneos. E mais uma coisa, tem um intervalo de dois metros entre as luzes. Ou seja, os corredores serão um pouco escuro. Disse eu fazendo um sinal para que todos seguirem, sendo que eu fui o ultimo a passar.

    Depois foi o que eu realmente esperava: todos, fomos tomar banho. E minha mãe falou que eu, ela e Katherine iriamos nos encontrar na biblioteca do quarto andar do corpo do palácio numero 5. Tomei um banho no chuveiro, não havia tempo para esperar os mordomos encherem a banheira. Depois me vesti normalmente: um terno cinza, a mesma coroa e, o mais importante: o broche de fênix.

    Terminei tudo e fui para a biblioteca, junto da Katherine. Minha mãe; não sei como sendo que as roupas dela eram as mais-aparentemente-complicadas de vestir, já estava lá.

    Trabalhamos na festa e conforme o tempo passava mais nervoso eu ficava. Até que o um mordomo abriu a porta e avisou:

- A família Gremory chegou. O Lord e a Lady Gremory estão conversando com sua majestade o rei no hall principal.

- Diga que já estamos à caminho, com a exceção de Ahren. Pode ir querido. Disse minha mãe.

- Com licença. Disse eu me retirando e praticamente correndo ao hall principal, a principal entrada do palácio.

    O senhor e a senhora Gremory estavam lá, como sempre estiveram, o tempo mal parecia ter passado. A Lady Gremory, tinha pele clara, cabelos  castanhos e olhos violetas, lembrando Rias, além de ser muito bela. Vestia um longo vestido, cor de pêssego e usava várias joias.

     O Lord Gremory também tinha pele branca. Mas tinha olhos azul-claro, era um homem de meia-idade, bonito, com cabelos carmesim caindo-lhe até os ombros e também possuía uma barba bem pequena (foto inicial do capitulo ele, Rias e sua esposa). Vestia um terno branco e carregava varias medalhas. E ambos conversavam com meu pai.

- Alteza. Cumprimentou-me a Lady Gremory, logo que me viu.

- Bom dia Lord e Lady Gremory. Cumprimentei.

- Muito bem alteza, como está, você está diferente e...

- Querido, deixe com que vossa alteza saia logo. Ele quer ver Rias. Disse a senhora Gremory, cortando o marido.

- Certo. Disse ele a contra gosto.

- Ela está no jardim, querido. Disse Lady Gremory.

    Sai do grande hall e corri em direção aos jardins. Estava acontecendo. Eu iria vê-la de novo, será que ela me reconheceria? Porque era muito fácil reconhece-la. Basta ver aqueles lindos cabelos carmesins.

- Ahren? Ouvi alguém me chamando, mesmo com a voz ligeiramente mudada, ainda era ela, ainda era Rias.

    Olhei para cima e vi. Sentada na pequeníssima colina do jardim, lá estava ela. E nessa hora uma brisa fez com que seus cabelos voassem para o lado.

- Rias! Gritei, subindo a colina o mais rápido que podia.

- Ahren! Disse ela se jogando em mim, logo que cheguei ao topo. E eu abracei-a com toda a força que pude e nos acabamos caindo na grama. Eu não queira solta-la, se assim o fizesse parecia que ela se iria embora novamente. E eu não deixaria isso acontecer.

    Quando finalmente soltei-a, ambos, ficamos nos estudando. O cabelo dela estava nas cochas e que por falar em cochas, que cochas! Ela estava diferente daquela pré adolescente que deixara Illéia e agora ela era uma mulher. Suas curvas eram fartas, seu sorriso era lindo, seu rosto era como porcelana e ela, mesmo adulta. Parecia frágil.

- Ahren? Perguntou.

- Sim. Respondi. Feliz apenas por ouvir a voz dela.

- Você está mesmo usando o broche! Disse maravilhada sorrindo e caindo nas lágrimas e novamente nos abraçamos e dessa vez todos aqueles seis anos, seis longos anos, aquela saudade, aquela tristeza de não nos vermos, passou. E algo novo surgiu.  

POV-Ahren

 

    Por que de repente as minhas mãos começaram a suar e a gravata parecia apertar mais? Tudo bem, eu tenho que admitir, se eu estivesse em um ambiente vazio, e sem câmeras de segurança, eu daria pulos de tanta alegria.

- Que bom, Zeiticus Gremory, sempre teve um ótimo ponto de vista político, e isso pode ser muito útil para acabarmos com a resistência dos rebeldes do sul.

- Ah, é verdade, mas muito melhor do que isso é o bom gosto de Venelana Gremory ela podia até me ajudar com o meu vestido para a festa do aniversário do nosso casamento. Não acha querido?

    Esqueci, de contar? Pois é. Amanhã é a festa de aniversário de casamento dos meus pais, e por que a rainha organiza a própria festa de aniversário de casamento? Também não sei. Mas o mais importante de tudo como eu deixei a minha mãe me arrastar para isso, também? Eu não sei. Mas era claro que eu não ia sofrer sozinho, e eu arrastei Katherine para isso também.

- Claro. Mamãe. Concordei.

- Estou faminto. Vamos comer? Perguntou meu pai.

- Sim. Concordei, doido para poder me empanturrar com os bolinhos de mel e os mine quiches de queijo.

    E todos nos saímos e fomos para a sala de refeições privadas da família real. Mas no meio do caminho a horda de irmãos apareceu. Apenas Astral não estava presente. Também ela deveria estar dormindo, eu não sei como Honiz estava acordado à essa hora. Todos nos cumprimentamos e seguimos na direção da sala das refeições. E eu aproveitei a deixa de Stefany, dizendo que esquecera o celular no quarto e ia pegar e disse:

- Eu também esqueci uma coisa. Já volto. E nem esperei resposta. Erro de etiqueta? Claro. Mas eu ligava? Não.

    Refiz todo o trajeto até chegar à sala da cama de meu quarto. Fui à cômoda de duas gavetas e de lá tirei uma caixinha preta, e dentro dessa havia um lindo broxe de uma fênix de gelo, que brilhava. Rias havia me dado isso na festa de despedida da família dela, até hoje me lembro disso.

- Ahren, pode vir comigo aos jardins? Perguntara ela.

- Sim. Concordei.

    Havíamos seguido pelo palácio até o labirinto do jardim principal e fomos ao centro do mesmo. Não nos perderíamos, pois afinal, tínhamos feito aquele trajeto incontáveis vezes.

- Oque é isso? Uma arará? Perguntei, ao ver o broxe pela primeira vez?

- Não-disse ela me dando um tapinha-. É uma fênix de gelo. O meu presente de despedida, para que você se lembre de mim, enquanto eu estou longe. Por favor, use no dia em que eu voltar? Você promete que vai usar? Promete?

- Sim. Disse eu.

- Ótimo. Vamos voltar. Disse ela

- Não sem eu te dar o meu presente. Disse segurando o pulso dela.

- E qual é?

    Passei levemente as mãos em seus cabelos vermelhos como sangue e temporariamente admirei-a. Já naquela época, ela era linda. Os seios começavam a se formar, o corpo tomava a forma de o de uma mulher e deixava a forma de criança. Eu sempre fui mais alto que ela. Então para fazer isso tive que me abaixar, e selar meus lábios nos dela. E foi como se o mundo inteiro parasse, apesar de que na época só tínhamos dez anos, o beijo saiu melhor do que eu esperava. Apenas duas crianças brincando de ser gente grande.

    Quando o beijo parou ela ficou corada, e eu tenho certeza de que também fiquei. E de mãos dadas voltamos ao palácio.

    Voltei a Terra e percebi que se eu quisesse tomar café da manhã eu teria de me apressar. E esse foi o meu erro. Quando eu estava saindo eu raspei o dedo nas arestas de madeira do móvel.

- Merda. Falei baixinho, com receio de alguém me escutar. Então percebi que estava sozinho.

- Neste caso-disse eu ainda com o dedo queimando-: PUTA QUE PARIU!

    Em seguida fiz oque qualquer pessoa normal faria? Peguei um Band-Aid e passei um anti-inflamatório? Não. Fiz oque alguém da família real de Illélia faria. Tranquei a porta e peguei um isqueiro e acendi uma das velas- uma branca de um dos suportes de prata com cristais azul-cobalto-e coloquei o dedo machucado dentro da luz da vela. Eu sentia o calor como qualquer outro ser humano, mas meu cérebro e meu corpo interpretavam: deixe-o, isso é bom.

    Quando tirei o dedo da chama da vela ainda tive tempo para ver o machucado se fechar e quando todas as partes se tocaram, fechando-se uma fumacinha, azul-claro, começou a subir da minha pele. Como se eu tivesse apagado um fosforo. Sacudi o dedo até a fumaça sumir e apaguei a vela. Coloquei o broche de Rias e sai. Nesse momento Luccas disse:

- Senhor seu pai pediu para você conferir o atual dos salários das castas.

    Desde que a rainha Kiera mudara o sistema de castas, quando se casou com o rebelde do norte chamado: Kovu. Muitas coisas nas castas foram alteradas, a começar por agora existirem onze ao invés de oito. E as pessoas podem subir de casta naturalmente, bem com a exceção de duas. Uma determinada quantia de salário,

 e do banco, determinam, sua casta. Mas somente no lado positivo. Por exemplo: você era um Cinco e se casou com um Dois, e depois se separou, sua casta não será alterada nunca. Apenas no caso de você perder todos os seus bens, a não ser pelas duas mais poderosas. E quanto ao casamento, não é mais a mulher quem pega a casta do homem é a casta mais baixa, não importando o gênero. E o bom é que em caso de separação, a casta alterada permanece a mesma.

    Olhei a tabela e parecia estar tudo em ordem:

 

 

 

 

 

 

 

Casta

Salário

Parcela da População

Um

U$80.000.000

0,3%

Dois e Meio

U$30.000.000

2%

Dois

U$5.000.000

6%

Três

U$100.000

10%

Quatro

U$50.000

12%

Cinco

U$30.000

16%

Seis

U$15.000

15%

Sete

U$10.000

15%

Oito

U$8.000

15%

Nove

U$3.000

6,7%

Dez

-

2%

    Como eu pensava está tudo em ordem. Agora, deixem-me, explicar como funciona o poder das castas. A Um, Dois e Meio e a Dois são as castas dois ricos, dos milionários. A Três, Quatro e Cinco, são: classe média. A Seis, Sete, Oito e Nove são as classes mais pobres da sociedade. E a dez são os mendigos, os que não trabalham ou porque, por algum, motivo não tiveram a oportunidade de trabalhar, por isso não tem salário (sendo que o salário mínimo é três mil dólares) e já esteve muito pior. Depois da quarta guerra mundial, a casta Dez foi preenchida por 10% da sociedade. No reinado da minha bisavó Mavis, ela fez essa parcela cair para 5% e no começo do reinado de meu pai ele fez cair para 2%.

    E esses espaços que ficam entre o salários das castas são um meio termo. Por exemplo: um, Três, ganha: U$100.000 por mês no mínimo e um, Dois, ganha U$5.000.000 por mês no mínimo. E o espaço entre eles é preenchido por outros Três. Assim: um Três pode ganhar de U$100.000 a U$4.999.999. Se ele conseguir mais do que isso ele vira um Dois, claro se a conta no banco acompanhar; e o salário se manter do jeito que está. Mas se um Dois conseguir ganhar U$30.000.000 ele não vira um Dois e Meio, pois para isso ele teria que casar com o mesmo, ou ser declarado pelo rei. O mesmo vale para a Um, com a exceção de ser nomeado pelo rei. E, além disso, a casta Dois e Meio é a casta dos nobres, como os barões e dos lords. Como minha mãe e a família dela eram. Antes de ela ser casar com o meu pai.

- Então, alteza, está tudo certo? Perguntou Luccas.

- Sim. Mais alguma coisa?

- Sim, o gráfico que mostra o crescimento de castas por casamento nas trinta e cinco províncias.

- Todas?! Fiquei espantado. Eu perderia mais ou menos uma hora avaliando.

- Não. Apenas no geral. Todas; a sua, majestade real o rei já está olhando nesse momento.

- Ah, assim é bem melhor. Disse, enquanto ele me passava o gráfico. Que mostrava esse mês e o mês passado.

 

 

 

 

    O maior aumento fora de 5%. Mas à dois meses atrás o maior aumento fora de2% e somente duas províncias conseguiram subir. Mas treze províncias continuavam na mesma, de 0%. Para o país isso era relativamente bom. Isso significaria mais operários, porem isso me entristecia. Pois eu vivia em um palácio de catorze quilômetros e blá, blá, blá... Mas essas pessoas dessas províncias não podiam ter o mesmo e nem crescer para poder fazer o mesmo. Por um ponto isso me vazia pensar que a seleção era muito boa (rei Natsu e rainha Lucy- uma Seis-acabaram, com ela depois de se conhecerem por meio dela e se apaixonarem. Mas ambos achavam isso injusto), pois ela proporcionava a chance de uma família virar Um. Eu gostava de imaginar a alegria dos irmãos mais novos do selecionado(a) vencedor(a) quando este era de uma casta muito baixa. Era tipo: vamos ser Um! Vamos ser UM! Nossos problemas desapareceram. Só isso. mas por outro lado eu achava a seleção parecendo um Reality Show barato. Fui à escrivaninha e carimbei os papeis. Nem esperei Luccas sair segui, direto para a sala de refeições. Por sorte todos estavam lá, comendo, ainda.

- Onde você estava? Perguntou meu pai.

- Estava verificando os papeis das castas. Respondi e ele entendeu sem mais delongas e percebi que ele também conferia algo e pensei que seria o crescimento das dez castas de província por província.

- Querido, não trabalhe a mesa. Repreendeu-o, minha mãe.

- Como espera que eu administre o reino, sem fazer isso? Perguntou ele, fingindo estar ofendido.

- Tá bem, mas você quase não tocou na comida.

- Se tiver fome peço um lanche no escritório.

- Mas você nunca pede.

- Novamente: como você espera que eu coma e administre o reino, ao mesmo tempo? Disse ele terminado tudo e entregando ao mordomo.  

- Assim. Disse minha mãe, em tom brincalhão e eu já sabia que ai tinha coisa.

    Quando todos os mordomos saíram e fecharam às portas minha mãe pegou o glace da torta e o jogou na cara de meu pai. E nos, os filhos, explodimos em gargalhadas.

- Você vai ver. Disse ele pegando um capcake.

- Stefan, não se atreva. Advertiu ela, rindo.

E de repente tinha um capcake na cabeça da minha mãe.

- Briga de comida! Gritaram Osten e Kaden em uníssono.  

- Não, não, mocinho. Isso é uma guerra! Disse minha mãe, jogando um mine quiche em mim. E eu logo raspei a cobertura do bolo com as mãos e joguei em Katherine.

- Como você ousa? Disse ela pasndo o dobro de cobertura em mim.

- Se ferrou! Disse Stefany rindo.

- Então tá. Disse eu, dessa vez tacando uma torta de limão completa em cima dela.

    Todos se envolveram na guerra que se alastrou e em instantes a sala de refeições estava suja do primeiro milímetro do chão ao ultimo do teto. E todos nos estávamos imundos de comida. O lado bom é que em meio a tudo isso, eu consegui pegar alguns queijinhos e tortinhas para comer. À tempos nos não tínhamos um café da manhã tão divertido.

    Foi quando Silvia entrou na sala, de olhos fechados falando:

- Vossa majestade, a imprensa quer falar com o senhor sobre a volta dos... OQUE ACONTECEU AQUI?! Disse ela abrindo os olhos e correndo para trancar a porta.

- Uma guerra de comida. Disse minha mãe aos risos.

- A imprensa está aqui e se eles virem os membros da família real desse jeito? Perguntou ela.

- Eles querem falar com quem? Perguntei.

- Com o rei, alteza.

- Muito bem. Silvia você enrola a imprensa o máximo que você puder e chame as criadas para limpar essa bagunça. E quanto à nos, vamos sair daqui e nos trocar. Explicou meu pai.

- Como? Perguntou Osten.

- Como oque?

- Como vamos sair daqui sem sermos vistos?

- Ahren, você que passou quase um ano estudando todas as passagens secretas do palácio, tem uma aqui? Perguntou meu pai.

- Não-respondi, dando uma pausa dramática-. Tem três.

- Vá à merda. Disse minha mãe rindo. E depois ela se tocou que aquele não era um vocabulário de uma rainha.

- Muito bem, qual é a mais rápida para os nossos quartos? Perguntou meu pai, encobrindo o “erro” de minha mãe.

- Bem, deixe-me pensar. Respondi. Tinha três: a do sofá; a do quadro e a da... Isso! A da lareira!

    Fui à lareira e pus a mão bem no fundo. Encontrei um tijolo, escondido na lateral, que não tinha a emenda completa; coloquei três dedos lá e puxei o tijolo, que revelou uma alavanca e eu baixei-a. Em instantes os tijolos se reorganizaram e formaram uma escadaria-tipo em Harry Potter no Beco Diagonal- então expliquei:

- Muito bem, temos que passar bem depressa. Pois a passagem tem um censor que ativa o autofechamento em dez segundos, assim que a primeira pessoa passa. A boa noticia? Ele recomeça caso outra pessoa passe. Alguma pergunta?

- Sim. Vai nos levar para onde? Perguntou meu pai.

- Tem dois caminhos. O que sobe e o que desce, e para que no caso de uma invasão os atacantes se confundissem; o de baixo leva ao hall dos elevadores, dois andares à cima, e o de cima leva para um dos abrigos subterrâneos. E mais uma coisa, tem um intervalo de dois metros entre as luzes. Ou seja, os corredores serão um pouco escuro. Disse eu fazendo um sinal para que todos seguirem, sendo que eu fui o ultimo a passar.

    Depois foi o que eu realmente esperava: todos, fomos tomar banho. E minha mãe falou que eu, ela e Katherine iriamos nos encontrar na biblioteca do quarto andar do corpo do palácio numero 5. Tomei um banho no chuveiro, não havia tempo para esperar os mordomos encherem a banheira. Depois me vesti normalmente: um terno cinza, a mesma coroa e, o mais importante: o broche de fênix.

    Terminei tudo e fui para a biblioteca, junto da Katherine. Minha mãe; não sei como sendo que as roupas dela eram as mais-aparentemente-complicadas de vestir, já estava lá.

    Trabalhamos na festa e conforme o tempo passava mais nervoso eu ficava. Até que o um mordomo abriu a porta e avisou:

- A família Gremory chegou. O Lord e a Lady Gremory estão conversando com sua majestade o rei no hall principal.

- Diga que já estamos à caminho, com a exceção de Ahren. Pode ir querido. Disse minha mãe.

- Com licença. Disse eu me retirando e praticamente correndo ao hall principal, a principal entrada do palácio.

    O senhor e a senhora Gremory estavam lá, como sempre estiveram, o tempo mal parecia ter passado. A Lady Gremory, tinha pele clara, cabelos  castanhos e olhos violetas, lembrando Rias, além de ser muito bela. Vestia um longo vestido, cor de pêssego e usava várias joias.

     O Lord Gremory também tinha pele branca. Mas tinha olhos azul-claro, era um homem de meia-idade, bonito, com cabelos carmesim caindo-lhe até os ombros e também possuía uma barba bem pequena (foto inicial do capitulo ele, Rias e sua esposa). Vestia um terno branco e carregava varias medalhas. E ambos conversavam com meu pai.

- Alteza. Cumprimentou-me a Lady Gremory, logo que me viu.

- Bom dia Lord e Lady Gremory. Cumprimentei.

- Muito bem alteza, como está, você está diferente e...

- Querido, deixe com que vossa alteza saia logo. Ele quer ver Rias. Disse a senhora Gremory, cortando o marido.

- Certo. Disse ele a contra gosto.

- Ela está no jardim, querido. Disse Lady Gremory.

    Sai do grande hall e corri em direção aos jardins. Estava acontecendo. Eu iria vê-la de novo, será que ela me reconheceria? Porque era muito fácil reconhece-la. Basta ver aqueles lindos cabelos carmesins.

- Ahren? Ouvi alguém me chamando, mesmo com a voz ligeiramente mudada, ainda era ela, ainda era Rias.

    Olhei para cima e vi. Sentada na pequeníssima colina do jardim, lá estava ela. E nessa hora uma brisa fez com que seus cabelos voassem para o lado.

- Rias! Gritei, subindo a colina o mais rápido que podia.

- Ahren! Disse ela se jogando em mim, logo que cheguei ao topo. E eu abracei-a com toda a força que pude e nos acabamos caindo na grama. Eu não queira solta-la, se assim o fizesse parecia que ela se iria embora novamente. E eu não deixaria isso acontecer.

    Quando finalmente soltei-a, ambos, ficamos nos estudando. O cabelo dela estava nas cochas e que por falar em cochas, que cochas! Ela estava diferente daquela pré adolescente que deixara Illéia e agora ela era uma mulher. Suas curvas eram fartas, seu sorriso era lindo, seu rosto era como porcelana e ela, mesmo adulta. Parecia frágil.

- Ahren? Perguntou.

- Sim. Respondi. Feliz apenas por ouvir a voz dela.

- Você está mesmo usando o broche! Disse maravilhada sorrindo e caindo nas lágrimas e novamente nos abraçamos e dessa vez todos aqueles seis anos, seis longos anos, aquela saudade, aquela tristeza de não nos vermos, passou. E algo novo surgiu.  

POV-Ahren

 

    Por que de repente as minhas mãos começaram a suar e a gravata parecia apertar mais? Tudo bem, eu tenho que admitir, se eu estivesse em um ambiente vazio, e sem câmeras de segurança, eu daria pulos de tanta alegria.

- Que bom, Zeiticus Gremory, sempre teve um ótimo ponto de vista político, e isso pode ser muito útil para acabarmos com a resistência dos rebeldes do sul.

- Ah, é verdade, mas muito melhor do que isso é o bom gosto de Venelana Gremory ela podia até me ajudar com o meu vestido para a festa do aniversário do nosso casamento. Não acha querido?

    Esqueci, de contar? Pois é. Amanhã é a festa de aniversário de casamento dos meus pais, e por que a rainha organiza a própria festa de aniversário de casamento? Também não sei. Mas o mais importante de tudo como eu deixei a minha mãe me arrastar para isso, também? Eu não sei. Mas era claro que eu não ia sofrer sozinho, e eu arrastei Katherine para isso também.

- Claro. Mamãe. Concordei.

- Estou faminto. Vamos comer? Perguntou meu pai.

- Sim. Concordei, doido para poder me empanturrar com os bolinhos de mel e os mine quiches de queijo.

    E todos nos saímos e fomos para a sala de refeições privadas da família real. Mas no meio do caminho a horda de irmãos apareceu. Apenas Astral não estava presente. Também ela deveria estar dormindo, eu não sei como Honiz estava acordado à essa hora. Todos nos cumprimentamos e seguimos na direção da sala das refeições. E eu aproveitei a deixa de Stefany, dizendo que esquecera o celular no quarto e ia pegar e disse:

- Eu também esqueci uma coisa. Já volto. E nem esperei resposta. Erro de etiqueta? Claro. Mas eu ligava? Não.

    Refiz todo o trajeto até chegar à sala da cama de meu quarto. Fui à cômoda de duas gavetas e de lá tirei uma caixinha preta, e dentro dessa havia um lindo broxe de uma fênix de gelo, que brilhava. Rias havia me dado isso na festa de despedida da família dela, até hoje me lembro disso.

- Ahren, pode vir comigo aos jardins? Perguntara ela.

- Sim. Concordei.

    Havíamos seguido pelo palácio até o labirinto do jardim principal e fomos ao centro do mesmo. Não nos perderíamos, pois afinal, tínhamos feito aquele trajeto incontáveis vezes.

- Oque é isso? Uma arará? Perguntei, ao ver o broxe pela primeira vez?

- Não-disse ela me dando um tapinha-. É uma fênix de gelo. O meu presente de despedida, para que você se lembre de mim, enquanto eu estou longe. Por favor, use no dia em que eu voltar? Você promete que vai usar? Promete?

- Sim. Disse eu.

- Ótimo. Vamos voltar. Disse ela

- Não sem eu te dar o meu presente. Disse segurando o pulso dela.

- E qual é?

    Passei levemente as mãos em seus cabelos vermelhos como sangue e temporariamente admirei-a. Já naquela época, ela era linda. Os seios começavam a se formar, o corpo tomava a forma de o de uma mulher e deixava a forma de criança. Eu sempre fui mais alto que ela. Então para fazer isso tive que me abaixar, e selar meus lábios nos dela. E foi como se o mundo inteiro parasse, apesar de que na época só tínhamos dez anos, o beijo saiu melhor do que eu esperava. Apenas duas crianças brincando de ser gente grande.

    Quando o beijo parou ela ficou corada, e eu tenho certeza de que também fiquei. E de mãos dadas voltamos ao palácio.

    Voltei a Terra e percebi que se eu quisesse tomar café da manhã eu teria de me apressar. E esse foi o meu erro. Quando eu estava saindo eu raspei o dedo nas arestas de madeira do móvel.

- Merda. Falei baixinho, com receio de alguém me escutar. Então percebi que estava sozinho.

- Neste caso-disse eu ainda com o dedo queimando-: PUTA QUE PARIU!

    Em seguida fiz oque qualquer pessoa normal faria? Peguei um Band-Aid e passei um anti-inflamatório? Não. Fiz oque alguém da família real de Illélia faria. Tranquei a porta e peguei um isqueiro e acendi uma das velas- uma branca de um dos suportes de prata com cristais azul-cobalto-e coloquei o dedo machucado dentro da luz da vela. Eu sentia o calor como qualquer outro ser humano, mas meu cérebro e meu corpo interpretavam: deixe-o, isso é bom.

    Quando tirei o dedo da chama da vela ainda tive tempo para ver o machucado se fechar e quando todas as partes se tocaram, fechando-se uma fumacinha, azul-claro, começou a subir da minha pele. Como se eu tivesse apagado um fosforo. Sacudi o dedo até a fumaça sumir e apaguei a vela. Coloquei o broche de Rias e sai. Nesse momento Luccas disse:

- Senhor seu pai pediu para você conferir o atual dos salários das castas.

    Desde que a rainha Kiera mudara o sistema de castas, quando se casou com o rebelde do norte chamado: Kovu. Muitas coisas nas castas foram alteradas, a começar por agora existirem onze ao invés de oito. E as pessoas podem subir de casta naturalmente, bem com a exceção de duas. Uma determinada quantia de salário,

 e do banco, determinam, sua casta. Mas somente no lado positivo. Por exemplo: você era um Cinco e se casou com um Dois, e depois se separou, sua casta não será alterada nunca. Apenas no caso de você perder todos os seus bens, a não ser pelas duas mais poderosas. E quanto ao casamento, não é mais a mulher quem pega a casta do homem é a casta mais baixa, não importando o gênero. E o bom é que em caso de separação, a casta alterada permanece a mesma.

    Olhei a tabela e parecia estar tudo em ordem:

 

 

 

 

 

 

 

Casta

Salário

Parcela da População

Um

U$80.000.000

0,3%

Dois e Meio

U$30.000.000

2%

Dois

U$5.000.000

6%

Três

U$100.000

10%

Quatro

U$50.000

12%

Cinco

U$30.000

16%

Seis

U$15.000

15%

Sete

U$10.000

15%

Oito

U$8.000

15%

Nove

U$3.000

6,7%

Dez

-

2%

    Como eu pensava está tudo em ordem. Agora, deixem-me, explicar como funciona o poder das castas. A Um, Dois e Meio e a Dois são as castas dois ricos, dos milionários. A Três, Quatro e Cinco, são: classe média. A Seis, Sete, Oito e Nove são as classes mais pobres da sociedade. E a dez são os mendigos, os que não trabalham ou porque, por algum, motivo não tiveram a oportunidade de trabalhar, por isso não tem salário (sendo que o salário mínimo é três mil dólares) e já esteve muito pior. Depois da quarta guerra mundial, a casta Dez foi preenchida por 10% da sociedade. No reinado da minha bisavó Mavis, ela fez essa parcela cair para 5% e no começo do reinado de meu pai ele fez cair para 2%.

    E esses espaços que ficam entre o salários das castas são um meio termo. Por exemplo: um, Três, ganha: U$100.000 por mês no mínimo e um, Dois, ganha U$5.000.000 por mês no mínimo. E o espaço entre eles é preenchido por outros Três. Assim: um Três pode ganhar de U$100.000 a U$4.999.999. Se ele conseguir mais do que isso ele vira um Dois, claro se a conta no banco acompanhar; e o salário se manter do jeito que está. Mas se um Dois conseguir ganhar U$30.000.000 ele não vira um Dois e Meio, pois para isso ele teria que casar com o mesmo, ou ser declarado pelo rei. O mesmo vale para a Um, com a exceção de ser nomeado pelo rei. E, além disso, a casta Dois e Meio é a casta dos nobres, como os barões e dos lords. Como minha mãe e a família dela eram. Antes de ela ser casar com o meu pai.

- Então, alteza, está tudo certo? Perguntou Luccas.

- Sim. Mais alguma coisa?

- Sim, o gráfico que mostra o crescimento de castas por casamento nas trinta e cinco províncias.

- Todas?! Fiquei espantado. Eu perderia mais ou menos uma hora avaliando.

- Não. Apenas no geral. Todas; a sua, majestade real o rei já está olhando nesse momento.

- Ah, assim é bem melhor. Disse, enquanto ele me passava o gráfico. Que mostrava esse mês e o mês passado.

 

 

 

 

    O maior aumento fora de 5%. Mas à dois meses atrás o maior aumento fora de2% e somente duas províncias conseguiram subir. Mas treze províncias continuavam na mesma, de 0%. Para o país isso era relativamente bom. Isso significaria mais operários, porem isso me entristecia. Pois eu vivia em um palácio de catorze quilômetros e blá, blá, blá... Mas essas pessoas dessas províncias não podiam ter o mesmo e nem crescer para poder fazer o mesmo. Por um ponto isso me vazia pensar que a seleção era muito boa (rei Natsu e rainha Lucy- uma Seis-acabaram, com ela depois de se conhecerem por meio dela e se apaixonarem. Mas ambos achavam isso injusto), pois ela proporcionava a chance de uma família virar Um. Eu gostava de imaginar a alegria dos irmãos mais novos do selecionado(a) vencedor(a) quando este era de uma casta muito baixa. Era tipo: vamos ser Um! Vamos ser UM! Nossos problemas desapareceram. Só isso. mas por outro lado eu achava a seleção parecendo um Reality Show barato. Fui à escrivaninha e carimbei os papeis. Nem esperei Luccas sair segui, direto para a sala de refeições. Por sorte todos estavam lá, comendo, ainda.

- Onde você estava? Perguntou meu pai.

- Estava verificando os papeis das castas. Respondi e ele entendeu sem mais delongas e percebi que ele também conferia algo e pensei que seria o crescimento das dez castas de província por província.

- Querido, não trabalhe a mesa. Repreendeu-o, minha mãe.

- Como espera que eu administre o reino, sem fazer isso? Perguntou ele, fingindo estar ofendido.

- Tá bem, mas você quase não tocou na comida.

- Se tiver fome peço um lanche no escritório.

- Mas você nunca pede.

- Novamente: como você espera que eu coma e administre o reino, ao mesmo tempo? Disse ele terminado tudo e entregando ao mordomo.  

- Assim. Disse minha mãe, em tom brincalhão e eu já sabia que ai tinha coisa.

    Quando todos os mordomos saíram e fecharam às portas minha mãe pegou o glace da torta e o jogou na cara de meu pai. E nos, os filhos, explodimos em gargalhadas.

- Você vai ver. Disse ele pegando um capcake.

- Stefan, não se atreva. Advertiu ela, rindo.

E de repente tinha um capcake na cabeça da minha mãe.

- Briga de comida! Gritaram Osten e Kaden em uníssono.  

- Não, não, mocinho. Isso é uma guerra! Disse minha mãe, jogando um mine quiche em mim. E eu logo raspei a cobertura do bolo com as mãos e joguei em Katherine.

- Como você ousa? Disse ela pasndo o dobro de cobertura em mim.

- Se ferrou! Disse Stefany rindo.

- Então tá. Disse eu, dessa vez tacando uma torta de limão completa em cima dela.

    Todos se envolveram na guerra que se alastrou e em instantes a sala de refeições estava suja do primeiro milímetro do chão ao ultimo do teto. E todos nos estávamos imundos de comida. O lado bom é que em meio a tudo isso, eu consegui pegar alguns queijinhos e tortinhas para comer. À tempos nos não tínhamos um café da manhã tão divertido.

    Foi quando Silvia entrou na sala, de olhos fechados falando:

- Vossa majestade, a imprensa quer falar com o senhor sobre a volta dos... OQUE ACONTECEU AQUI?! Disse ela abrindo os olhos e correndo para trancar a porta.

- Uma guerra de comida. Disse minha mãe aos risos.

- A imprensa está aqui e se eles virem os membros da família real desse jeito? Perguntou ela.

- Eles querem falar com quem? Perguntei.

- Com o rei, alteza.

- Muito bem. Silvia você enrola a imprensa o máximo que você puder e chame as criadas para limpar essa bagunça. E quanto à nos, vamos sair daqui e nos trocar. Explicou meu pai.

- Como? Perguntou Osten.

- Como oque?

- Como vamos sair daqui sem sermos vistos?

- Ahren, você que passou quase um ano estudando todas as passagens secretas do palácio, tem uma aqui? Perguntou meu pai.

- Não-respondi, dando uma pausa dramática-. Tem três.

- Vá à merda. Disse minha mãe rindo. E depois ela se tocou que aquele não era um vocabulário de uma rainha.

- Muito bem, qual é a mais rápida para os nossos quartos? Perguntou meu pai, encobrindo o “erro” de minha mãe.

- Bem, deixe-me pensar. Respondi. Tinha três: a do sofá; a do quadro e a da... Isso! A da lareira!

    Fui à lareira e pus a mão bem no fundo. Encontrei um tijolo, escondido na lateral, que não tinha a emenda completa; coloquei três dedos lá e puxei o tijolo, que revelou uma alavanca e eu baixei-a. Em instantes os tijolos se reorganizaram e formaram uma escadaria-tipo em Harry Potter no Beco Diagonal- então expliquei:

- Muito bem, temos que passar bem depressa. Pois a passagem tem um censor que ativa o autofechamento em dez segundos, assim que a primeira pessoa passa. A boa noticia? Ele recomeça caso outra pessoa passe. Alguma pergunta?

- Sim. Vai nos levar para onde? Perguntou meu pai.

- Tem dois caminhos. O que sobe e o que desce, e para que no caso de uma invasão os atacantes se confundissem; o de baixo leva ao hall dos elevadores, dois andares à cima, e o de cima leva para um dos abrigos subterrâneos. E mais uma coisa, tem um intervalo de dois metros entre as luzes. Ou seja, os corredores serão um pouco escuro. Disse eu fazendo um sinal para que todos seguirem, sendo que eu fui o ultimo a passar.

    Depois foi o que eu realmente esperava: todos, fomos tomar banho. E minha mãe falou que eu, ela e Katherine iriamos nos encontrar na biblioteca do quarto andar do corpo do palácio numero 5. Tomei um banho no chuveiro, não havia tempo para esperar os mordomos encherem a banheira. Depois me vesti normalmente: um terno cinza, a mesma coroa e, o mais importante: o broche de fênix.

    Terminei tudo e fui para a biblioteca, junto da Katherine. Minha mãe; não sei como sendo que as roupas dela eram as mais-aparentemente-complicadas de vestir, já estava lá.

    Trabalhamos na festa e conforme o tempo passava mais nervoso eu ficava. Até que o um mordomo abriu a porta e avisou:

- A família Gremory chegou. O Lord e a Lady Gremory estão conversando com sua majestade o rei no hall principal.

- Diga que já estamos à caminho, com a exceção de Ahren. Pode ir querido. Disse minha mãe.

- Com licença. Disse eu me retirando e praticamente correndo ao hall principal, a principal entrada do palácio.

    O senhor e a senhora Gremory estavam lá, como sempre estiveram, o tempo mal parecia ter passado. A Lady Gremory, tinha pele clara, cabelos  castanhos e olhos violetas, lembrando Rias, além de ser muito bela. Vestia um longo vestido, cor de pêssego e usava várias joias.

     O Lord Gremory também tinha pele branca. Mas tinha olhos azul-claro, era um homem de meia-idade, bonito, com cabelos carmesim caindo-lhe até os ombros e também possuía uma barba bem pequena (foto inicial do capitulo ele, Rias e sua esposa). Vestia um terno branco e carregava varias medalhas. E ambos conversavam com meu pai.

- Alteza. Cumprimentou-me a Lady Gremory, logo que me viu.

- Bom dia Lord e Lady Gremory. Cumprimentei.

- Muito bem alteza, como está, você está diferente e...

- Querido, deixe com que vossa alteza saia logo. Ele quer ver Rias. Disse a senhora Gremory, cortando o marido.

- Certo. Disse ele a contra gosto.

- Ela está no jardim, querido. Disse Lady Gremory.

    Sai do grande hall e corri em direção aos jardins. Estava acontecendo. Eu iria vê-la de novo, será que ela me reconheceria? Porque era muito fácil reconhece-la. Basta ver aqueles lindos cabelos carmesins.

- Ahren? Ouvi alguém me chamando, mesmo com a voz ligeiramente mudada, ainda era ela, ainda era Rias.

    Olhei para cima e vi. Sentada na pequeníssima colina do jardim, lá estava ela. E nessa hora uma brisa fez com que seus cabelos voassem para o lado.

- Rias! Gritei, subindo a colina o mais rápido que podia.

- Ahren! Disse ela se jogando em mim, logo que cheguei ao topo. E eu abracei-a com toda a força que pude e nos acabamos caindo na grama. Eu não queira solta-la, se assim o fizesse parecia que ela se iria embora novamente. E eu não deixaria isso acontecer.

    Quando finalmente soltei-a, ambos, ficamos nos estudando. O cabelo dela estava nas cochas e que por falar em cochas, que cochas! Ela estava diferente daquela pré adolescente que deixara Illéia e agora ela era uma mulher. Suas curvas eram fartas, seu sorriso era lindo, seu rosto era como porcelana e ela, mesmo adulta. Parecia frágil.

- Ahren? Perguntou.

- Sim. Respondi. Feliz apenas por ouvir a voz dela.

- Você está mesmo usando o broche! Disse maravilhada sorrindo e caindo nas lágrimas e novamente nos abraçamos e dessa vez todos aqueles seis anos, seis longos anos, aquela saudade, aquela tristeza de não nos vermos, passou. E algo novo surgiu.  

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...