História The Crystal Moon - Capítulo 20 - Conte-me

     Já faz muito tempo que estou aqui, começo a ficar angustiada pelo tamanho da saudade que sinto do Ezarel, meu peito começa a se apertar pela dor que eu sinto por não poder vê-lo, várias noites não dormi direito por ter pesadelos em não poder vê-lo nunca mais. Mas mesmo assim não posso perder a esperança de conseguir sair daqui, já fiz um grande progresso, sempre que pergunto sobre a minha ida ao mundo dos humanos o Mascarado muda de assunto, logo ele que queria me tirar daqui, agora parece apavorado com a idéia de me deixar ir mesmo que ele esteja se contradizendo, penso que no fundo ele ainda tenha esperança de ver apaixonada por ele, mesmo isso sendo impossível, sinto pena dele, sei como é a dor de amar e não ser correspondido.

     Mas mesmo que eu tenha que passar por cima dos sentimentos dele, sinto que essa é a única maneira de conseguir sair daqui. Meu plano consiste em duas etapas, primeiro: descobrir como eu posso voltar ao meu mundo, segundo: conseguir sair daqui. Assim que eu conseguir tirar essa informação dele poderei colocar o meu plano em pratica e finalmente poderei voltar para o QG.

     A questão pela qual quero descobrir como sair daqui é muito simples, mesmo que pareça idiotice, tenho esperança de poder ficar nos dois mundos, quem sabe não poderei ficar com meus pais e amigos e juntamente com as pessoas do QG, transitando entre os dois mundos, sim é uma idéia muito egoísta, e como dizem estou em cima do muro, mas não posso ficar longe do Ezarel e também sinto falta de meus amigos e... não posso esquecer o que a Debrah fez comigo, não sei como farei isso, mas preciso pensar em algo para desmascara-la, minha cabeça vai explodir com tantos pensamentos que até agora são apenas isso, pensamentos.

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     - Que bom que acordou doce Alana, eu não conseguiria fazer isso, você fica tão linda quanto está dormindo.

     - Você já pensou no fato de me contar como sair daqui?

     - Por que eu te contaria isso?

     - Porque você disse que faria com que eu voltasse para casa.

     - Você sente vontade de voltar?

     - Você me trouxe aqui para isso, para me levar de volta ao meu mundo, não foi mesmo?

     - Sim, mas isso está sendo mais difícil do que eu imaginava, eu preciso ter você perto de mim, só de mim e de mais ninguém.

     - Esse é um pensamento um tanto egoísta, não podemos obrigar as pessoas a se isolarem das outras e ficarem apenas perto da gente, isso fará com que a pessoa que amamos fique triste.

     - É por isso que esteve fraca esses dias? Por que está longe dele? Por isso que não come mais, não dorme direito, não sorri mais, está com aparência doentia? Porque eu te isolei dele?

     - Você está fugindo do assunto, eu já disse que não amo mais ele.

     - Pois você não me convenceu, e eu sei que ainda o ama, e não consegue ficar longe dele, está com essa aparência de fraca, mas não desiste porque acha ele vai te resgatar, mas eu te digo, ele nunca irá tirar você de mim.

     - Está ficando paranoico, eu já disse que não gosto dele.

     - Então porque quer tanto que eu te conte como voltar ao seu mundo?

     - Eu já disse, não foi para isso que me trouxe aqui? Para me enviar ao meu mundo? Esse era seu objetivo.

     - A questão não era essa, eu te trouxe aqui para poder ficar perto de você para que você se apaixone por mim.

     - Está me dizendo... que não descobriu como me fazer voltar para casa?

     - Porque você está tão frustrada? Não quer ficar perto de mim? Estava sendo gentil comigo apenas para que te ajudasse?

     - Eu não estava sendo gentil apenas por isso, e não estou frustrada, estou triste por você ter mentindo para mim, como pôde?

     - ...

     - Se você realmente se importasse comigo, não teria mentindo, afinal, não mentimos para as pessoas que queremos bem.

     - Desculpe doce Alana... acho que agora você precise ficar um pouco sozinha – Ele diz se afastando indo em direção a porta, e sem nem mesmo se virar, antes de fechar a porta ele diz – Eu descobri sim como te levar para a sua casa.

     Confesso eu já desconfiava, talvez tenha sido apenas um teste, e se eu tivesse o esnobado teria sido o maior erro da minha vida, esperto da parte dele, mas aprendi a descobrir pequenas falhas que as pessoas dão quando tentam enganar, graças ao meu querido chefe Nevra. Sua voz deu uma pequena falha enquanto falava que era apenas para ficar perto de mim, talvez esse seja um dos motivos sim, mas não era apenas para isso, no começo ele queria sim me mandar de volta, e esse era seu único objetivo, mas com o passar do tempo ele foi alimentando a ilusão de que se eu ficasse perto dele acabaria me apaixonando, quem sabe me mandar de volta seja seu último recurso, mas não deixarei que ele vença e conseguirei descobrir como voltar para casa, ele mesmo me contará.

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     - Está mais calma?

     - Sim.

     - Me desculpe, eu não queria ter brigado com você, não suporto a idéia de você estar irritada comigo.

     - Também.

     - Não quero que você pense que quero te deixar longe de todos, mas nesse momento você está mais segura comigo – Não acredito muito nisso, em você eu não posso confiar.

     - Está tudo bem agora, confie em mim que confiarei em você.

     - Eu sempre confiei em você doce Alana, e sei que um dia você e eu seremos muito felizes.

     - Não acho que estando escondidos poderemos ser felizes, e questão de tempo para irmos longe daqui.

     - Longe daqui?

     - Sim, se tudo der certo, eu te levarei para bem longe, em outro lugar poderemos ser felizes – Não, não, não.

     - Isso é ótimo, você confia mesmo em mim?

     - Claro.

     - Prove, me conte como voltar para casa.

     - ... Está bem, eu te contarei.