História The Crystal Moon - Capítulo 8 - Rosa Negra

     Hoje eu só penso em descansar, passar o dia com o meu mascote não será nada mal. Pego o corko em meus braços, a fim de leva-lo mais facilmente, apesar dele ser independente sinto que não estou dando a sua devida atenção, ficarmos um pouco no caminho dos arcos fara tanto bem a ele quanto a mim. Estava atravessando o refúgio quando sinto alguém me segurar pelo braço.

 

     - Aonde você vai?

 

     - Oi Valkion. Vou ficar um pouco com o meu corko.

 

     - Ele é muito lindo, qual é o nome dele?

 

     - Lizard.

 

     - Lizard?

 

     - Sim, não sou muito criativa para nomes, então o melhor que eu pensei foi Lizard, que significa lagarto em inglês.

 

     - Eu já ouvi falar nesses animais, eles são um pouco parecidos mesmo.

 

     - São sim, enfim, vou indo.

 

     - Não acha um pouco perigoso ficar sozinha? Você pode ter alguma recaída.

 

     - O que poderia acontecer? Fique tranquilo vou ficar bem, sou mais forte do que pareço – Ri sem muito humor.

 

     - É você tem razão, não é qualquer pessoa que sobreviveria a um ataque de Black Dog – Ele sorri em resposta – Se quiser eu poderia te acompanhar.

 

     - Claro, se não fosse te incomodar.

 

     - De jeito nenhum, me sinto bem ao seu lado.

 

     Lizard estava correndo de um lado para o outro, ele é incrivelmente rápido, eu fico sorrindo ao vê-lo, sempre gostei muito de animais, eles tem um amor incondicional pelo dono, pena que nem todos no mundo conseguem enxergar isso. Olhei para o lado e vi Valkion olhando para mim.

 

     - O que foi?

 

     - Nada, só... parece que você sempre morou aqui, digo, apesar de você ter ficado um pouco revoltada ou triste, eu não sei, mas até que você se adaptou bem a situação.

 

     - Nem sempre fui assim, aliás, só vim parar aqui porque estava fugindo dos meus problemas.

 

     - Te olhando assim, fica meio difícil de acreditar.

 

     - Assim como?

 

     - Digamos que eu meio que te subestimei no início, achei que você não daria conta de ser uma subordinada da Guarda de Eel.

 

     - Pelo menos você está sendo sincero comigo, nem mesmo eu consigo ser sincera com os meus sentimentos.

 

     - Você está querendo voltar por causa desses problemas que você me falou?

 

     - Também, mas... sinto falta de meus amigos, dos meus pais, não é nada fácil ficar longe deles, eu nunca fiquei tanto tempo longe de meus pais.

 

     - Acho que consigo imaginar.

 

     - Sabe... alguns de vocês me lembram eles.

 

     - Sério?

 

     - Sim, você por exemplo, me lembra o jeito calmo do Lysandre, e que tem ótimos conselhos para dar e tem um jeito meio protetor, assim como o Kentin; o Nevra, adora intimidar os outros assim como o Castiel, mas no fundo tem um ótimo coração; o Ezarel, inteligente como o Nathaniel, já o seu jeito meio afastado mas que gosta de fazer piadas com os outros me lembra o Armin; Kero também lembra o Nathaniel, além de inteligente está sempre disposto a ajudar.

 

     - Então acho que estamos compensando um pouco.

 

     - Apesar de ninguém conseguir substituir eles... acho que sim, vocês estão compensando um pouco – Valkion dá um sorriso encantador e eu retribuo.

 

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    Estava voltando para o quarto, Lizard estava muito cansado, em frente a porta em que eu entraria estava Nevra, encostado na parede, com um dos pés apoiado na mesma e de braços cruzados.

 

     - Aconteceu alguma coisa?

 

     - Eu que tenho que te perguntar.

 

     - Oi?

 

     - Onde estava Alana?

 

     - Calma ai, eu só fui andar um pouco com o meu mascote.

 

     - Poderia ter avisado, pensei que tivesse acontecido alguma coisa.

 

     - Calma Nevra, notícias ruins se espalham rapidamente, se tivesse acontecido alguma coisa você já estaria sabendo – Ele parece pensar por alguns segundos.

 

     - É você tem razão, acho que eu só fiquei um pouco impressionado por ter visto você machucada.

 

     - Não foi nada demais, eu já estou melhor, agora se me der licença preciso colocar Lizard sobre a cama, ele está começando a ficar pesado.

 

     - Gostei do nome, acho que como um bom cavalheiro eu deveria te ajudar.

 

     - Obrigada.

 

     Nevra pega o corko de meus braços, abro a porta do quarto para que ele entre, não tenho uma caminha para Lizard, ele costuma dormir debaixo da minha cama, já tentei acostuma-lo mais ele não gostou. Nevra coloca ele sobre a cama, mas ele acorda e rapidamente se esconde embaixo dela.

 

     - Ele prefere ficar no chão, ainda não sei o motivo.

 

     - Ele é bobo, eu por exemplo adoraria ficar na sua cama.

 

     - Bom, acho melhor saímos, você deve ter muita coisa para fazer, não? – Nevra dá um breve sorriso vendo meu constrangimento.

 

     - O que estava fazendo dentro do quarto da Alana?

 

     - Acho que não te devo satisfações Alajéa, Ezarel não te deu nenhuma missão? – Ela fica sem fala.

 

     - Ela tem razão Nevra, acho que da próxima eu mesma deveria ter trazido Lizard.

 

     - Lizard? É um nome bem original – Ela sorri como um “anjo”.

 

     - Então, acho melhor eu ir Alana, até logo – Ele beija a minha mão e se retira, Alajéa me olha de um jeito estranho – Vamos Alajéa, não fique ai que nem uma pedra.

 

___________

 

     - Alana, que prazer te ver na biblioteca, você não vem muito aqui.

 

     - É desculpe, apesar de eu gostar de livros, não entendo nada do que está escrito nesses que estão na biblioteca.

 

     - Tem razão, não faria muito sentido vir senão por isso – Ele sorri.

 

     Não acho que deveria vir aqui pela primeira vez somente para pedir ajuda a ele, não quero passar a imagem de que só estou me aproveitando de sua solidariedade.

 

     - Só passei para te ver mesmo Kero, e se precisava de alguma ajuda.

 

     - É muita gentileza sua, mas não se preocupe já estou acostumado com o trabalho, e no fim é divertido – Você e Nathaniel são muito parecidos mesmo.

 

     Estava passando pela escadaria e então Ezarel me chama.

 

     - Não é possível, você não consegue ficar um minuto parada – Tudo que é bom dura pouco, olho para ele sem entender a causa de seu aborrecimento, eu estar andando não deixaria alguém tão irritado a esse ponto – É apenas uma brincadeira, apesar de eu tentar me redimir não posso deixar as minhas pequenas piadas de lado – Ele dá um sorriso do gato risonho, acho que nunca me lembrei daquele filme por um espaço de tempo tão curto, mas confesso que sentiria falta dele me provocando com suas brincadeiras se estivesse realmente mudado.

 

     - Bom, como você disse está tentando se redimir certo? – Seu sorriso some, enquanto que o meu só aumenta.

 

     - No que está pensando? – Ele pergunta um pouco receoso com a resposta.

 

     - Nada demais, só que você poderia me ajudar a procurar a folha encantada.

 

     - Acho que esse é o seu trabalho, não? – Ele dá novamente aquele sorriso, uma vez Ezarel, sempre Ezarel.

 

     - Na verdade o meu trabalho é ajudar a minha guarda, não a sua – Ele parece ficar desanimado e um pouco espantado com a minha resposta, acho que consegui.

 

     - Tudo bem, eu te ajudo.

 

     Ezarel e eu fomos procurar essa bendita folha encantada, ao contrário do que seria a algum tempo atrás, nossa caminhada era bem tranquila, e conversávamos sobre diversas coisas.

 

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     Já estava escuro quando chego no QG, Ezarel se despedi de mim e vai para o laboratório, me pergunto como sendo tão inconveniente as vezes, ele é tão esforçado quando o assunto é a Guarda. Chego no meu quarto e me deparo com uma rosa negra em cima da minha cama, não sabia que existia. Na parte interna de uma de suas pétalas estava com a sigla M.M.

 

     “Acho que eu sei exatamente quem me trouxe este presente.”