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História The Cursed Blood (O Sangue Amaldiçoado) - Sem perdão


Escrita por: DropCandy

Notas do Autor


Mais um porque amo vcs *^*

Capítulo 14 - Sem perdão


[Mycaela]
 

Acordei com o sol se pondo na janela do meu quarto, fazendo com que me perguntasse em que dia estava, e agradecendo por não ter sido despertada por algum pesadelo na madrugada como o que me vinha acontecendo nos últimos dias.

Meu estômago roncou alto e quando levantei uma leve tontura me tomou; não forte como antes, mas o suficiente para ser melhor encarar o chão esperando que passasse.

Esperava encontrar minha mãe na sala, pronta para me dar algum sermão sobre ir para escola dormindo tão pouco, que eu podia ficar em casa em situações como aquela ja que isso não afetaria minhas notas.

Rio comigo mesma com a ideia. Ela ainda não sabia da queda das minhas notas nos últimos dois anos; eu deveria ganhar algum tipo de prêmio por ter conseguido esconder esse fato por tanto tempo.

–Pelo visto está melhor, já que começou a rir sozinha. - Nevra diz sobressaltando-me, de repente apoiado no batente da porta da cozinha.

Acho que ainda era o efeito de algum remédio que haviam me dado, mas senti vontade de colar meus lábios no sorriso torto que me dava. De me entregar a seus braços e esquecer de tudo na vida mesmo que por alguns minutos.

Balancei a cabeça afastando esse tipo de pensamento constrangedor.

– O que faz aqui? - perguntei, percebendo o quanto minha voz estava rouca e horrível.

Tirou a copia que tinha da minha casa do bolso e girou nos dedos, como se a resposta fosse óbvia.

Deixei um suspiro escapar, sem encontrar forças para discutir sobre aquilo, de novo.

Um minuto de silêncio pairou entre nós, seus olhos esquadrinhando cada centímetro do meu corpo, deixando-me encabulada e me perguntando se eu estava vestindo alguma coisa errada.

– Minha mãe não foi me buscar?- perguntei só para que se focasse em meus olhos, eu não me importava realmente com o que havia acontecido depois que perdi a consciencia, o importante era que estava em casa, poderia me preocupar com o que aconteceu depois.

Nevra balançou a cabeça, parecendo se decidir se me falava ou não.

–Ezarel te pegou quando caiu no corredor, mas EU te levei para o hospital e a trouxe até aqui.

O silêncio seguinte deixou a entender que ele esperava algum agradecimento, mas eu estava mais preocupada com a cena que havia feito no meio de todo mundo; encolhi os ombros tentando tirar da cabeça o quanto deveria ter parecido ridícula.

–Hey. - ele chamou e forcei minha atenção a voltar para Nevra - Você não tem nada para me agradecer?

Dei a ele um sorriso amarelo, ainda meio sonolento, tentando arrumar um jeito educado de mandá-lo embora para que eu pudesse dormir mais um pouco. E assim que abri a boca para dar uma desculpa qualquer, ele me interrompe:

–Amanda veio falar comigo.

Senti o estômago gelar, sem saber ao certo porquê; eu não deveria me importar com isso.

–E daí?

Nevra pareceu bem desconfortável em falar aquilo, e vê-lo inseguro não era normal.

–Ela... Vamos dizer que ela pareceu bem arrependida do que fez.

Meu rosto corou. - Ela contou...? - aquilo era segredo; quanto menos gente soubesse mais fácil eu sentia que era para fingir que nada nunca aconteceu.

Ele negou com a cabeça e suspirei, sem me importar em mostrar o alívio.

–Sabe - voltou a falar, a voz mais grave com o tom sério -, se tem uma coisa que odeio, são mentiras, e sei bem farejar uma mentira a quilômetros de distância - jogou a franja que escondia o tapa olhos para trás, apenas para que ela voltasse a cair no mesmo lugar - Por isso garanto que pode acreditar ao menos EM MIM quando digo que aquela garota está mesmo arrependida do que quer que tenha feito.

Revirei os olhos, quase me sentindo traída; aquilo não tinha nada a ver com ele. Se soubesse de metade da história, era certeza de que não estaria ali bancando a minha mãe nos sermões.

–Obrigada pela dica - falei entredentes, indo até ele, o virando de costas e empurrando para a saída - Vou ver se penso nela quando me der vontade; até lá, vou decidir sozinha quem perdôo ou não e...

Assim que sai á porta com Nevra, ela já estava do lado de fora do portão, apoiada no metal e encarando o chão.

Olhei acusadoramente para Nevra, que me lançou seu usual sorriso torto.

–Me preocupo com minhas alunas, é por isso que tento ajudar.

–Nevra... - murmurei apoiando a testa no batente.

Amando finalmente nos viu, e não sei qual de nós duas aparentou maior desconforto.

–Não sabia que era psicólogo. - falei entredentes o colocando para fora e batendo a porta com força.

Não iria falar com ninguém. 
 

[Nevra] 
 

Precisei rir quando Mycaela bateu a porta antes que eu tivesse a chance de convencê-la a conversar com Amanda. Ela realmente não baixava a guarda; coisa que eu... Admirava nela.

Olhei para a menina envergonhada no portão e suspirei, não gostava de ver garotas tristes, muito menos quando vinham pedir - sabiamente - a minha ajuda.

–Bom - fui até ela e deixei-a entrar - ela não vai te ouvir por vontade própria.

Amanda ficou parada ao meu lado, os ombros encolhidos, parecendo perto de desistir daquilo que viera fazer ali.

"Cumpra logo com sua missão!" Ezarel grunhe de dentro do apartamento, provavelmente nos espiando da janela á minhas costas, e revirei os olhos.

Cocei a cabeça, sorrindo de lado; esse tipo de jogo que ele queria que eu jogasse não era um dos meus favoritos. Odiava mentiras, tanto contá-las como recebê-las.

–Amanda. - chamei com o máximo de preocupação que eu poderia colocar na voz e apoiei uma mão em seu ombro, seu coração acelerando abruptamente, o que me fez sorrir confiante - Não fique assim, ela deve estar envergonhada com o que v... - mordi o lábio, reformulando o final da frase:- Com o que aconteceu.

Seus olhos roxos fitaram-me, arregalados e perdidos.

Respirei fundo e deitei minha testa na dela, encarando suas íris vidradas na minha.

E se pudesse teria jogado praga aos quatro ventos quando o vi ali, parecido com uma marca d'água, cintilando em prata como se zombasse de mim, fazendo-me engolir um rosnado.

Ali estava o símbolo de novo.

O mesmo símbolo que também havia olhos de Mycaela.

O símbolo que estávamos caçando.

O símbolo da Casa. 


Notas Finais


E agora sim esse é o último por hoje \o/ ehuehueh
Espero que tenham gostado <3


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