1. Spirit Fanfics >
  2. The Cursed Blood (O Sangue Amaldiçoado) >
  3. Pesadelo e Realidade

História The Cursed Blood (O Sangue Amaldiçoado) - Pesadelo e Realidade


Escrita por: DropCandy

Notas do Autor


Boa leitura <3

Capítulo 18 - Pesadelo e Realidade


Fanfic / Fanfiction The Cursed Blood (O Sangue Amaldiçoado) - Pesadelo e Realidade

[Micaela]
 

Corri e preparei minha mala assim que Amanda saiu, ligando para minha mãe avisando onde eu passaria a noite e o dia seguinte. Ela ficou feliz ao saber que eu estava deixando de ser antissocial e eu ainda perdi tempo tentando argumentar com ela que não era nada disso. Por fim deixei pra lá e sai de casa, trancando a porta.

Segui pelas ruas que ainda tinha gravadas na memória desde os oito anos; pensei que as tinha esquecido depois que Amanda...

Parei no meio do caminho, confusa.

Depois que ela o que?

Vasculhei minha mente em busca do pedaço que completaria minha linha de pensamento. Ela havia me feito algo ruim, disso eu tinha certeza, mas... Não conseguia me lembrar mais o que era.

–Micaela... - ouço me chamarem e imediatamente viro-me em direção da voz, recebendo apenas o vazio da rua como resposta.

–Micaela... - chamam-me outra vez, com mais urgência, e olhando para minhas costas também encontro tudo vazio. Vazio demais para uma rua com um bar que lotava todas as sextas ao um anoitecer como aquele...

–MICAELA! - o grito dessa vez ecoou em minha cabeça, e no final da rua, finalmente vejo a dona da voz. 

 

[Valkyon] 

 

Corri para dentro assim que aquele sangue de bruxa sumiu de vista; era certo que voltaria para sua dona, e seria melhor me apressar antes que chegasse até ela.

Depois de ter posto os itens do meu mundo que trouxera na bolsa e ter amarrado o machado ás costas, bati com força na porta de Micaela; pretendia levá-la dali agora, mesmo sem consultar Nevra ou Ezarel e sabendo que eles sofreriam maus bocados para voltar. Afinal, só havia uma chave de portal, e eu iria usá-la agora.

Insisto, dessa vez com mais força, e não recebo nenhuma resposta.

–Micaela? - chamo distanciando-me alguns passos, analisando a porta, discutindo comigo mesmo se derrubá-la seria necessário ou não.

E com um leve rangido ela se abre.

Adentro a casa da garota sem me importar com qualquer regra de etiqueta.

–Micaela. - gritei por ela, olhando nos quartos, banheiro, cozinha. Tudo vazio.

Voltei para sala, me perguntado para onde ela teria ido em menos de vinte minutos depois de a tê-la deixado ali.

–Vocês a perderam - dizem ás minhas costas tão de repente que viro-me sobressaltado, segurando no cabo do machado por extinto.

–Ah, me desculpe senhora... - foi a primeira vez que percebo que mesmo estando ali há meses não sabia o nome da mãe da Micaela. Tirei as mãos da arma, esperando que ela não tivesse se assustado, mas seus olhos nem sequer haviam se voltado para mim, estavam vidrados no carpete.

Ela riu, o corpo encurvado sobre a almofada que abraçava, balançando a cabeça negativamente, parecendo incrédula com algo. Foi quando senti que alguma coisa estava errada.

–Eu realmente achava que vocês seriam um pouco mais rápidos... - balançou a cabeça outra vez.

O alarme dentro de mim soou; mãe de Micaela ou não, havia algo de... Estranho com aquela mulher.

–Quem é você? - perguntei levando a mão de volta ao machado ás costas e a mulher se levantou, jogando para trás o cabelo em frente aos olhos; olhos antes castanhos e acolhedores, agora verdes e cintilantes, duas fendas negras verticais no meio das íris.

Praguejei mentalmente e trouxe a arma á minha frente, esperando que não fosse outra bruxa.

Ela ergueu as mãos como se em rendição, alargando o sorriso para mim.

–Minha função aqui não é essa, assim como a sua não é perder seu tempo comigo enquanto Micaela já está nas garras da "outra" - ela gesticulou os dedos para formar as aspas, detalhe que me deixou intrigado.

–Como assim outra?

Juntou suas mãos atrás das costas, a cabeça inclinada levemente para o lado.

–Me perguntou o que acontecerá caso a "outra" assuma o comando da Casa.

Um frio desceu pela minha espinha. Outro fora da linhagem sanguínea subindo ao trono... Deixei aquela mulher para trás, apressado mais do que nunca, um mal pressentimento horrível tomando conta do meu peito. 

 

[Mycaela] 

 

Uma garota de venda azul nos olhos estava parada no final da rua silenciosa, a pele pálida e o vestido prateado, mesmo rasgado e manchado em vários pontos, mostrava-se de bom gosto e alto valor.

Um vento morno cortou o espaço entre nós, e seus longos cabelos vermelhos como fogo nem sequer saíram lugar. Foi o suficiente para fazer o medo tomar conta.

–Vem. - sua voz caminhou até mim sem seus lábios se moverem; estendeu uma de suas mãos como se pronta para me receber, as joias prata e azul chacoalhando em seu pulso com o movimento e sem emitirem nenhum som. Mas não foi nada disso que me assustou.

Sua voz era estranhamente familiar, e o nervoso se misturava ás outras emoções enquanto eu não conseguia me lembrar de onde a ouvira antes.

–Qu-quem é você? - tomei coragem para perguntar e um sorriso torto pintou seus lábios da mesma cor da pele.

–Você sabe quem sou.

O céu de repente foi pintado de negro, mergulhando em escuridão tudo ao redor, mas sua forma feminina ainda reluzia a alguns metros de mim, como se iluminada por trás graças a um holofote.

–Não se lembra de mim? - o vento pareceu se tornar mais forte ao redor dela, cabelo e vestido agora se tornando um emaranhado a sua volta, agitados como loucos, e então, quando voltaram a se acalmar, a venda havia sumido sendo substituída por um par de olhos vermelhos; a pele ainda era extremamente branca, os cabelos agora curtos e negros, o vestido de mesma cor, curto e justo na parte de cima do corpo magro; a espada machada em sangue estava em uma de suas mãos, abaixada, como se cansada de toda luta antes de chegar ali.

–Você é... - não consegui terminar a frase. Mesmo sem ter nenhuma memória do que via sempre que acordava as duas e meia da manhã, eu ainda tinha a forte sensação de que era ela.

Era ela a fonte dos meus pesadelos.

Uma chuva fina começou a cair, as gotas batendo contra nós, mas nenhuma das duas ficava molhada de verdade.

–Como não se lembra? - seus lábios se moviam agora para falar, a voz tão triste que tal sentimento quase me dominou também - Foi você quem me matou.

Uma pontada aguda em meu coração obriga-me a curvar-me sobre meu tronco, e mesmo assim me recuso a tirar os olhos dela; a luz atrás da garota foi aumentando de intensidade conforme crescia o som de pneus contra o asfalto. Logo aquela luminosidade dividiu-se em duas, e pareceu estar se aproximando.

Até que aquelas luzes se tornaram faróis.

O som de pneus se tornou um ônibus sem motorista ou passageiros, chegando pelas costas da garota, esta permanecendo parada no lugar, as íris gélidas e tristes sobre mim.

Tento soltar um grito, mas este é abafado pelo som da buzina absurdamente alta que soa; no mesmo instante obrigo meus pés a se moverem, e nem ao menos chego a dar um passo e a silhueta da garota é engolida pelos faróis que aumentam de intensidade, vindo em minha direção agora, sua luz branca me cegando até que sou obrigada a fechar os olhos com força, já esperando o pior. 

 

[Nevra] 

 

Ezarel foi de um lado para o outro, exasperado por eu permanecer com a ideia de que Micaela deveria ir junto.

Eu nunca cometeria o erro de ver algo que não estava nos olhos dela; e ela tinha sim o símbolo da Casa.

–Só vamos piorar ainda mais a situação se levarmos uma humana para lá!

Revirei os olhos, suspirando, esse argumento dele não tinha mais valor e já passara da hora de ele ter notado que eu não cederia tão fácil.

–Como uma humana teria o símbolo da Casa?

Ezarel ficou em silêncio por alguns instantes, contrariado.

–Falha genética. - respondeu como se explicasse tudo.

–O que? - perguntei não porque não sabia o que ele queria dizer com aquilo, mas sim por não acreditar que ele tivesse fé naquela ideia.

–Falha genética, você sabe; em algum pedaço das fitas de DNA dela deve ter um defeito e é justo no gene que dá a cor específica dos olhos, esse defeito deve causar algum desvio na cor e isso forma alguma imagem qualquer que se parece com o símbolo e...

Levantei do banco, o ignorando completamente.

–Vou fingir que você não disse uma coisa dessas.

Comecei a sair do parque de volta para o apartamento; tínhamos menos de seis horas agora para voltar, e Ezarel querendo ou não eu levaria as duas.

–Nevra.- ele me chama e continuo indo em frente, bufando - Nevra seu...

Ezarel me puxa pelo pano em meu pescoço antes de terminar a frase; fiquei com o xingamento entalado na garganta quando vi o mesmo que ele.

–O que Valkyon pensa em fazer armado desse jeito por ai...?

Ele nem se importou com minha pergunta, saiu atrás de Valkyon que desaparecia por uma esquina.

Inclinei a cabeça, achando familiar o caminho que ele havia tomado...

Não era por ali que ficava a casa de Amanda quando a acompanhei da última vez?

Pretendia ficar ali parado até pensar em um jeito de convencer Micaela e a amiga a irem calmamente comigo para fora da vista de outras pessoas. E então sou tirado dos meus devaneios por uma explosão vinda da mesma direção para que Valkyon e Ezarel haviam ido.

E logo em seguida um cheiro doce de sangue chegou até mim.

Um sangue obviamente feminino. 
 


Notas Finais


E ai, o que acharam? ^^
Espero que tenham gostado. de verdade. Até agora esse é um dos capítulos que mais gosto ehueheu
Até mais ~<3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...