História The darkness and light (Rumbelle) - Adaptação

Rumpelstiltskin estava sozinho no escritório de sua mansão. Havia liberado a serviçal, e estava admirando os livros de sua biblioteca. Sua vida era solitária, tinha dinheiro, carreira, prestígio. Mas passava todas as suas noites na escuridão de sua enorme casa vazia, com decoração retrô, quadros arrematados em grandes leilões. Ao tardar, ainda se ouvia murmúrio dos empregados. Foi até a grande cozinha vazia, e preparou um lanche de patê de mirtilho, com suco de acerola. No dia seguinte vestiu seu requintado terno, com sua gravata perfeitamente alinhada. Aproximou-se do jardim e entrou no carro governado por seu motorista. A governanta da mansão preparava o roteiro do dia da casa. Reuniu todos os empregados para um pronunciamento.

- Todos os empregados da mansão gold estão presentes?
Todos assentiram.
- Pois bem, o patrão dará uma grande festa no jardim este fim de semana. Ele irá lançar uma nova coleção de esmeraldas. A festa será para 200 pessoas, e como já estamos acostumados, quero que cada um de vocês se encarregue das suas funções de sempre. O buffet chegará às 11 da manhã temos que preparar a temperatura do armazenamento do depósito, as bebidas chagarão ao meio dia. 

No escritório Belle tentava se adaptar à agenda do patrão. Estava trabalhando durante algumas semanas e ainda não havia se acostumado e impressionada em saber quantas coisas por dia um homem como ele faz. Era dia de reunião com fornecedores, e ele se preparava para se apresentar. Quando seu telefone tocou Belle atendeu dizendo:
- Escritório do senhor Rumpelstiltskin
Impaciente, respondeu:
- Senhorita French para que serve a assessoria da Mary se a senhorita não aprendeu nada? Não precisa atender ao telefone assim, a senhorita não é minha secretária. O único que irá te ligar sempre serei eu, as minhas ligações são passadas pela minha secretaria.

Belle realmente havia achado estranho aquele telefone nunca tocar.
- E quem é a sua secretária? Se não sou sua secretária o que sou?
- A senhorita é minha assistente pessoal, agora chega de conversa e venha até aqui.

Belle levantou rapidamente e seguiu até a porta de vidro.

Rumpelstiltskin falava com a cabeça baixa, murmurava sobre assuntos de sua festa. Belle olhava atentamente seus lábios mexerem, mas não conseguia se atentar a voz. Ele aparentava cerca de uns quinze anos mais velho que ela, tinha cabelos levemente grisalhos sob os ombros, barba impecavelmente feita. Tinha pequenas rugas nas pontas dos olhos, e cheirava a doce de amendoim. Belle prestava atenção em cada detalhe de seu patrão, nunca haveria ficado tão perto. Quando analisava sua gravata, ele levantou a cabeça.
- SENHORITA!
- Me desculpe senhor eu só estav...
- Você só estava o que? Ouviu algo que eu disse? E porque diabos está usando essa roupa horrorosa? Não mandei comprar roupas novas? Porque não está usando o colar?
- SENHOR! Uma pergunta de cada vez por favor. Em primeiro lugar, isso só vai funcionar se o senhor aprender a me respeitar. Eu estava apenas olhando para o senhor, sou observadora, sei ler as pessoas e sua alma. E não vou mudar minhas roupas e nem usar seu colar.
- Menininha você está se recusando a me obedecer? Como ousa? Sabe quantas moças morreriam para estar em seu lugar?
- Então me demita, e acabamos logo com isso.
- Eu vou te.. vou te..
- Demitir? demita!
- Saia da minha frente!

Belle saiu batendo os pés, começou a arrumar sua bolsa e sair. Pegou o elevador e desceu, enquanto seu patrão não disse uma palavra. Mary subiu no elevador e encontrou com Belle furiosa com o ocorrido. 
- Senhorita French, o Rumple te dispensou a essa hora do dia?
- Não, eu me demito, não suporto as grosserias dele.

Mary a olhou sarcasticamente.
- Vamos Grannys tomar um café, estou em pausa, podemos conversar.
- Você tem pausa? Porque não tenho pausa

- Acredite querida, o café da vovó vai te curar.

Ao chegar no Grannys foram atendidas pela senhora que faz o café mais famoso de Manhattan. 
- Olá Grannys, essa é a Belle.
- Eu a conheço ela tem vindo buscar todos os dias o café do senhor sinistro.
Belle riu. 
- Eu não disse, até ela sabe. Reclamou Belle.

Mary aproximou suas mãos as da garota.
- Belle, conte-me o que houve.
- Nós discutimos, eu me recusei a usar roupas finas e gritei com ele, e então ele...
- Ele te demitiu, claro. Interrompeu Mary.
- Não, ele começou a gaguejar e mandou eu sair da sala.
- O que? você gritou com ele e ele não te demitiu? Isso é muito estranho. Rumple não aceita que ninguém o conteste, nem mesmo seus clientes. Trabalhei com ele por dez anos, e no único dia que o confrontei ele me demitiu. E me recontratou, mas eu não quis voltar, existem muitas coisas na vida do patrão, ninguém sabe muito do seu passado. Há muitos boatos sobre a morte de sua esposa, não quis mais ficar perto dele.

Belle mudou o tom de voz desconfiada.
- Que boatos?

Mary arregalou os olhos
- Olha Belle, tenho que voltar, pense bem. Não vale a pena perder um emprego desses por causa de uma roupa. Você tem casa própria? 
- Sim, mas não está quitada.
- Quanto falta para quita-la? 
- Uns 30 mil dólares.
- Belle você está ganhando 10 mil sem contar com os benefícios. Você tem um carro à sua disposição com motorista. Quando eu começava a pensar como o Rumple era difícil, eu me lembrava que tinha dia que em casa não tinha o que comer, e depois que comecei a ganhar bem, minha vida melhorou, hoje tenho casa, carro, e daria tudo para ter tido isso antes, assim não teria que ter tomado decisões difíceis.
- Se é tão bom assim, porque não voltou?
- Porque já tenho o suficiente pra viver, preciso descansar. 
Belle assentiu.
Mary seguiu de volta a empresa, e Belle seguiu com mais três cafés.
Voltou à empresa e subiu os longos andares.
Entrou na sala de seu patrão e ficou parada na frente dele, enquanto ele não a olhava.
- Senhor, gostaria de me descul....
- Tem uma joalheria que é distribuidora das minhas joias, o seu motorista sabe onde é. Quero que vá até lá como cliente, fingindo ter interesse nessas três peças. Quero que pegue o preço que eles estão vendendo e traga para mim. Você não pode ir vestindo isso. Por isso preciso que seja uma mulher refinada. Consegue entender isso?

- Sim senhor. Sussura Belle.

- Quero que ligue em minha casa e converse com a Ashley sobre a festa do fim de semana. Faça a lista de convidados, ligue para a gráfica, encomende os convites, e envie a todos até quarta. Passe seu endereço para minha secretária, ela vai encomendar seu vestido e mandar entregar. Quero que use a rosa na festa, ela é a peça exclusiva, e principal dessa coleção.
- Senhor porque todas essas regalias? Sou uma moça simples, eu preferiria ser apenas uma secretaria.
Rumpelstiltskin torceu os lábios e revirou os olhos impacientes.
- Belle, eu já tive outras assistentes antes da Mary. Todas eram refinadas, ambiciosas e acostumadas ao luxo. Todas elas com exceção da Mary me roubaram ou traíram minha confiança. Você é uma moça simples, não liga pra luxo. Sei que não tem maldade no coração e nunca me trairia. 

- Como pode ter tanta certeza senhor? Eu poderia ser uma criminosa.

- Acontece, que eu confio em você!

Rumpelstiltskin pegou o colar e continuou...
- Isso precisa funcionar como um casamento. Precisa haver confiança e respeito, eu preciso da senhorita e a senhorita precisa de mim. Posso? Indicando o colar com as mãos.
Belle deu de ombros, se virou e levantou seus cabelos.
- Rumpelstiltskin colocou o colar, e fechou atrás de seu pescoço. Sua pele era bem branca, e havia curtos e finos pelos loiros arrepiados. Ele não percebeu quanto tempo ficou parado olhando a pele fina e macia de Belle.
- Senhor eu agradeço.
- A partir de hoje me chame de Rumple.
- Sim senhor, digo, sim Rumple. Obrigada pelo colar. Irei guarda-lo como minha vida.