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História The Daughter - Capítulo 2- Deschen


Escrita por: peixeponei

Capítulo 3 - Capítulo 2- Deschen


Fiquei mais um tempo na festa e fui para o meu quarto, minha cama era tudo o que eu queria nesse momento. Quando adormeci, tive o sonho que eu já esperava ter.

Os pesadelos (ou devo dizer o pesadelo?) começaram antes do acidente. Ao contrário do que todos pensam, não foi um efeito colateral do ataque. Às vezes penso que estou destinada a algo por conta desses sonhos, mas logo tiro isso de minha cabeça, pois isso é loucura nível meus pais.

Desde os meus seis anos tenho o mesmo sonho, o mesmo pesadelo, todas as noites. Eles sempre começam com uma menina correndo pela floresta, ela carrega algo na mão em punho, mas não consigo ver o que é, só vejo uma ponta metálica saindo da mão. Quando ela chega até uma cabana, fica alguns minutos olhando a porta trancada, ela sabe que está trancada sem nem mesmo testa-la, grita algo e a porta se abre mostrando um rapaz, nunca prestei atenção em seu rosto, não me importava. Ele me deixa entrar e ela corre como se sua vida dependesse disso. É quando encontra uma jaula com um tigre negro que tudo desaparece, quando o sonho acaba, pois quando o encontra, a casa começa arder em chamas e tudo o que consigo ver é o rosto de um homem.

Conforme fui crescendo, fui ficando cada vez mais parecida a garota do sonho e logo percebi que ela se tornara eu. Foi mais ou menos nessa época também, que aconteceu o acidente e logo comecei a encontrar Wren, minha psicóloga.

Wren é como minha melhor amiga, sem aquela melação de dormir na casa da outra ou então fazer as unhas ou sei lá o que. Ela dá os melhores conselhos e me ajudou muito desde que o tigre me atacou. Fora dela a ideia dos papéis na parede do meu quarto, todo dia depois do jantar, eu devia escrever uma frase que marcou meu dia em um post-it e grudá-lo na parede do meu quarto. A frase geralmente vinha da minha mãe, era incrível o jeito que ela tinha com as palavras, ela sempre sabia o que dizer na hora certa.

Quando acordei já era dia seguinte. Como não tinha feito “minha terapia diária” ontem, sentei em minha escrivaninha e peguei um papelzinho colorido (verde, para dar sorte) e escrevi “You gotta hold on”, tinha escutado isso em uma música e significava “você precisa aguentar firme”, bom, combinava comigo.

Fiquei encarando meu guarda roupa sem saber o que vestir por alguns minutos, mas por fim peguei uma calça jeans e uma camiseta com vários palavrões em frances escritos (meu pai iria ter um treco com essa blusa), peguei meu celular e coloquei os fones. Sai do quarto e dei de cara com Anik saindo do banho.

- Bom dia. –Disse ele. Apontei para meus ouvidos e fingi que não escutei.

Desci as escadas saltitando no ritmo da música, mas ao final da escadaria fui surpreendida por um homem que me pegou no colo:

-Me solta, pai! – Batia em suas costas com todas as minhas forças, mas ele não parecia nem notar. Nesse tumulto todo, deixei cair os fones de ouvido e com eles meu celular.

 -Isso é o melhor que consegue, Ana? –Perguntou com um sorriso nos lábios. – Precisa treinar mais um pouco! Não foi isso que eu te ensinei!

Foi quando eu resolvi por meu treinamento em prática. Bati com o cotovelo no meio de suas costas musculosas, ele as arqueou em resposta ao meu golpe e afrouxou o aperto de modo que pude me movimentar, mas não foi assim que consegui me libertar de suas garras, dei uma joelhada em sua barriga, e, “simples assim”, consegui chegar até a bancada e comer as panquecas com creme de amendoim.

- Foi isso que você me ensinou.

-Quanto tá agora? – Disse Anik descendo as escadas com o cabelo ainda molhado.

- 6 para Ana e 5 para seu pai. – Respondeu minha mãe do fogão fazendo mais panquecas de creme de amendoim. Parece que ela não consegue ficar sem deixa o outro sem o premio,

Essa era a nossa brincadeira diária, nosso treinamento antes do real, diria o meu pai. Toda manhã um tentaria surpreender o outro, quem ganhasse ficaria com um prato cheio de panquecas de creme de amendoim, nossa pequena obcessão.

- Por pouco tempo. – Disse ele dando um beijo em minha mãe.

- Ei! Hoje é domingo! Nos deem uma folga... – Disse Anik. Ele não gostava de “demonstrações de afeto” em público. Revirei os olhos.

- Você precisa parar com essa mania. – Disse mamãe colocando o prato com as panquecas na frente do pai.

- Que mania? – Perguntei com o garfo a caminho da boca.

Quase simultaneamente, todos começaram a revirar os olhos com um exagero enorme. Quer dizer, eu não fazia assim, certo?

- Que horas é o treino hoje, pai? – Perguntou Anik com a boca cheia de cookies.

- Credo! Fecha a boca! – Disse, então ele se virou para mim e mastigou de boca aberta, quase jogando farelos na minha cara.

- Anik. – Disse a mãe em tom reprovador.

- Às 15 em ponto. Não quero ninguém atrasado. – Essa última frase foi direcionada a mim.

- Foi só uma vez! - Levantei minhas mãos para o alto.

-Vocês podem fazer o que quiserem até lá.

Depois do café, juntei meu celular e fui para a biblioteca pegar o livro que eu estava lendo. Fui para fora, sentar-me na beira da piscina depois.

Meu pai ficou obcecado com nosso treinamento desde que eu completei 10 anos, minha mãe era contrária à ideia de que treinássemos, “Para que? Somos seguros vivendo aqui e ninguém vai chamá-los para serem espiões ou algo do tipo” dizia ela, mas ele nunca desistiu. As aulas começaram em segredo primeiramente, mas quando dona Kelsey viu o primeiro roxo no braço de seu pequeno Anik, não deu mais pra esconder. Tínhamos treino todos os dias, duas horas cada treino. Treinávamos de tudo, desde artes marciais chinesas até como segurar um arco, Aquelas eram as melhores duas horas do meu dia, era quando eu precisava me concentrar apenas nos meus movimentos, no que o meu adversário faria depois, não pensava em sonhos estranhos com tigres.

Lia meu livro tranquilamente quando, pelo canto do olho, vi a sombra de alguém entrando no santuário para Damon e Durga. Levantei e fui ver o que era, provavelmente era só meu pai tentando me surpreender outra vez. Quando cheguei na porta, vi um homem moreno com olhos iguais aos de meu irmão, dourados como dobrões de ouro que geralmente apareciam nos filmes de Os Piratas do Caribe. Ele vestia camisa e calça pretas.

- Olá, Você deve ser Deshen. – Ele disse. – Eu sou Kishan, seu tio.


Notas Finais


Eu acho que reescrevi esse capítulo umas cinco vezes porque nada saia como eu queria.
Enfim, quem estava torcendo para que Kishan volta-se? Eu estava com certeza!!!
Beijos


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