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História The Daughter of my Enemy (Second Season) - Cessar Fogo


Escrita por: annapaz

Notas do Autor


Bom, qualquer erro me desculpem. Um sempre acaba passando.

Capítulo 23 - Cessar Fogo


Fanfic / Fanfiction The Daughter of my Enemy (Second Season) - Cessar Fogo

 POV. JUSTIN

 

 

“Eu não podia te levar até o oceano, mas nada me impedia de trazer o oceano até você.”

 

 

Levar Isaac pra casa foi a coisa mais fácil que eu fiz em toda a minha vida. Principalmente porque ele ficou calado todo o caminho. Não pronunciou uma mísera palavra se quer. Era quase como se ele ainda estivesse se culpando pelo ocorrido. Mesmo que ele não tivesse culpa, porque eu sabia que ele não tinha.

Saio do quarto de onde estou há meia hora e volto à sala novamente. Ryan está deitado com uma Priscila alegre ao colo, e parece tão bobo quanto Peter enquanto faz carinho em seus cabelos.

- E ai cara.- ele salda assim que me vê.- Qual é o plano agora?

Dou um meio sorriso e me sento no chão a sua frente. Agora que Liam morreu tudo se torna mais fácil e ao mesmo tempo mais difícil. Arthur não vai se deixar abater por muito tempo e logo vai tomar suas medidas de proteção contra mim. Por isso eu preciso ser mais rápido. Dar um jeito de avançar mais rápido e surpreende-lo. Já estou farto das surpresas dele. Farto de toda essa merda.

- Nós precisamos adiantar- digo vendo Priscila se sentar e começar a prestar atenção. – Temos que tira-la de lá no máximo amanha.

- Isso é muito cedo Bieber. Vai acabar dando errado, precisamos de mais tempo.- Ryan reclama e eu sei que ele esta certo. Mas o que ele espera que eu faça? Fique de braços cruzados pensando em mil e um planos pra salva-la enquanto ele simplesmente foge com ela pra longe de mim? Eu passei quatro fucking anos da minha vida procurando-a. Não vou perder mais nenhum.

- Nós precisamos dar um jeito- digo olhando firmemente em seus olhos azuis- Eu não posso mais Ryan... Eu não aguento.

Ele me encara e sei que está analisando minha resposta. Nenhuma pessoa nesse mundo inteiro sabe mais o quanto eu sofri do que ele. O quanto eu aprendi também.

 Antes dela a minha vida girava em torno de me vingar e satisfazer meus desejos pessoais. Todo o resto, aquela parte sem importância que costumavam ser as pessoas ao meu redor e seus problemas, elas não me interessavam.  Apenas Ryan, que sempre esteve comigo, Maria e os outros meninos me importavam. Apenas eles podiam me contar seus problemas, e às vezes eu apenas fingia que ligava. Meu único Deus era eu mesmo e as únicas necessidades que existiam eram as minhas.

E ai ela chegou, irritada, com aqueles olhos azuis trovejantes, me medindo como se não se sentisse nenhum pouco inferior a mim. Desdenhando das minhas ordens e mantendo a cabeça erguida mesmo depois das coisas horrorosas que eu a fiz passar. Coisas que mesmo hoje eu não pedi perdão.

Ela foi se infiltrando devagar, me fazendo deseja-la e depois me enlouquecendo a partir do momento em que eu percebi que ela havia destruído os muros que eu construí tão arduamente ao redor do meu coração. Cada um deles. E quando ela foi embora pra tentar me proteger, foi um tormento, mas também um lição. Ela me secou e preencheu durante aqueles quatro anos e nem mesmo sabe disso. Me deu os maiores presentes de todo mundo e eu nem havia pedido nada. Eu não vou voltar a ser apenas aquela casca que eu fui um dia.

- Acho que nós estamos mesmo precisando de uma pequena diversão. - Ryan diz sorrindo me fazendo agradecer por tê-lo na minha vida. – Onde está o Isaac?

- No quarto- Priscila responde se levantando. - Vou chama-lo.

- Ryan- o chamo quando ela já não está mais a vista- Eu nunca te disse, mas obrigado.

Ele arqueia uma sobrancelha divertido e levanta um polegar pra mim. Sei que ele gravaria minha confissão se pudesse, mas já estamos velhos demais pra isso.

- Pronto.- Priscila murmura aparecendo pela porta- Chegamos. Qual é o plano agora?

Olho para o Isaac esperando ele se sentar a minha frente e tenho medo do que vou pedir a ele. É arriscado e se ele não quiser fazer estamos perdidos. Não vou obriga-lo.

- Eu sei que não tenho o direito de pedir algo assim, - começo procurando dentro de mim a mesma coragem que Valentina teve durante todos esses anos- mas vou pedir mesmo assim.

- Eu não me importo com o que seja Justin- o garoto diz a minha frente dando de ombros. – Eu tenho uma divida com você que nunca poderei pagar.

Assinto e bagunço meus cabelo com os dedos. Coragem, coragem, coragem.

- Preciso que você volte a casa do Arthur.- digo e observo seu corpo se retesar- Finja que não sabe de nada e está muito triste pela morte do irmão. Que não sabe como sua vida vai ficar daqui pra frente. Encha ele de bebida o quanto puder e diga a Clary e Augusty que preciso que eles façam o que eu pedi hoje. Você pode fazer isso?

Todos estamos olhando para o Isaac agora. Todos nos perguntando quanta coragem aquele garoto realmente tem? Será mesmo que ele vai enfrentar mais uma vez os seus demônios só pra me ajudar? Que vai entrar naquela casa novamente e fazer o que precisa ser feito sem medo?

Isaac baixa a cabeça e parece pensar um pouco, mas passa tanto tempo nessa posição que tenho medo que ele esteja em pânico.

- Isaac por favor...

- Quando você precisa que eu vá?- ele pergunta me interrompendo. Balanço a cabeça surpreso e fito sua expressão determinada. No fim ele realmente tinha uma coragem absurda.

- Hoje- digo e espero que ele arregale os olhos mas não o faz.

- Ótimo- ele diz levantando o corpo magro do chão.- Eu estava mesmo querendo saber que gosto tem uma vodca a um tempinho.

Priscila ri e Ryan a acompanha. Isaac já está quase na porta quando Chris surge na sala fazendo o garoto travar.  Se ao menos ele soubesse que está perdendo tempo...

- Nicholas ligou- ele diz balançando o celular nas mãos.

- Quem é esse?- Isaac pergunta.

- É o irmão da Valentina- Priscila responde a ele.

- E o que ele queria?- Ryan questiona me fazendo assentir.

- Dizer que tem uma boa pista sobre os pais da Valentina. Se tudo der certo talvez ela possa conhece-los logo mais.

- Isso é bom- reflito e volto a encarar Isaac parado na porta, ainda olhando descaradamente o Chris ao meu lado.- Você não ia cara?

O garoto se assusta e fica vermelho, quase como se tivesse sido pego fazendo algo errado.

- Eu estou indo- ele resmunga saindo pela porta.

Ryan e eu caímos na risada logo depois fazendo Priscila e Christian se entreolharem intrigados.

- Onde você deixou o meu filho Christian?- pergunto assim que consigo me recuperar da minha crise histérica.

- Ele está dormindo no quarto- ele resmunga mal-humorado por ter sido excluído do motivo das nossas risadas. Priscila revira os olhos pra atitude infantil de Ryan, que por incrível que pareça ainda está rindo, e vai até a cozinha.

- Menos mal.- dou um suspiro cansado e me encosto de novo no sofá- Vou precisar que você tome conta dele pra mim Ryan. Você e a Priscila vão ficar aqui.

- Nem fodendo.- ele retruca me encarando sério.

- Vocês vão nos ajudar por aqui Vamos nos comunicar por pontos. Preciso de olhos onde eu não puder ver.

- Justin ir sozinho é suicídio!- ele reclama ainda mais exasperado.

- Eu vou levar o Chris- digo dando de ombros e me preparo para seu estouro, mas ele não vem.

- Talvez ele tenha razão Ryan- Priscila diz com suavidade voltando a se sentar do seu lado.- Não podemos deixar o Peter sozinho e se acontecer alguma coisa... Nós somos a única família que o garoto ainda tem. Não vou tirar isso dele e nem você.

Ryan olha pra ela por um minuto parecendo refletir sobre suas palavras. Quando ele finalmente que observa, com os olhos azuis assustados, sei que ele se deixou vencer.

Chris se levanta e vai atrás de pontos e armas. Em casa teríamos tudo isso na mão, mas aqui precisamos de um pouco mais de esforço pra arranja-las. Priscila já está trabalhando em hackear o sistema de segurança da casa do Arthur e estamos somente eu e Ryan parados, observando Peter dormir.

Nós temos muito a dizer, sabemos disso, mas o silencio ainda está instalado no ar. Depois de todos esses anos era de se esperar que já não tivéssemos mais medo de nada. Mas temos.

Amar é definitivamente a coisa que mais me apavora.

- Eu não vou estar na retaguarda- Ryan diz em tom de aviso, mas percebo que ele está falado isso mais pra ele mesmo do que pra mim.

- Eu sei.- digo ainda observando Peter. A feição delicada e despreocupada enquanto dorme. Quase como se nada o preocupasse, nada o amedrontasse.

-Justin, eu...- Ryan desiste de tentar me falar alguma coisa e põe uma mão no meu ombro.- Só toma cuidado ok? Eu não estou pronto pra perder um irmão.

Olho pro seu rosto sério e não consigo evitar um sorrisinho.

- Quando foi que você ficou tão bichinha Ryan?- ele sorri e eu ganho um soco no ombro. Mas não ligo.

Dou um beijo terno na testa de Peter e me retiro do quarto. Agora é tudo ou nada Arthur. Tudo ou nada.

Você consegue garoto. Repito pensando em Isaac, quase como um mantra. Se tudo der certo prometo te ajudar depois.

 

 

POV. ISAAC

 

 

“Já fui de mais pra quem era de menos, e só Deus sabe o quanto isso me machucou.”

 

 

Dou um suspiro audível e entro novamente na fonte dos meus pesadelos. A droga daquela casa que só me trazem gritos e choros na lembrança. Mas que eu preciso, preciso, enfrentar.

É pela Valentina. É pelo Justin. É pelo Peter. Você não é um covarde Isaac.

Ajusto mais uma vez o ponto no meu ouvido e coloco no rosto a cara mais triste e deprimente que eu consigo. O que não é muito difícil, não estou nada feliz por estar aqui.

Começo a chorar assim que me vejo batendo na porta do escritório do Arthur. Ele aparece logo depois, olhos verdes inchados e cachos totalmente bagunçados, parece ter saído de um hospício, e talvez tenha mesmo.

- Que merda você quer aqui Isaac?!- Ele ruge me fazendo estremecer- Eu tenho cara de irmão seu por acaso?

Engulo em seco e entro no papel mais uma vez. Apenas mais uma vez. Ryan e Priscila podem ouvir tudo. Justin está a caminho. Vai dar certo. Tem que dar certo.

- O Li-liam... ele... e-ele morreu.- soluço e estremeço.

- O QUE?!?

- Ele foi baleado! E-ele...

Sou interrompido quando algo atinge o chão com força fazendo com que eu me encolha mais ainda.

- EU VOU MATAR O BIEBER!- Arthur grita e vejo uma lagrima descer pelo seu rosto.- COMO ELE SE ATREVE???

- Não foi ele!- me apresso em dizer rezando pra que eu não tenha estragado as coisas. – A policia disse que foi um assalto. Liam estava bêbado, tentou bater nos assaltantes e acabou levando um tiro.

Arthur me olha por um segundo e volta a atirar coisas na parede. Dessa vez é o telefone que estava em cima da mesa.

­- Clarrisa acabou de desligar as câmeras de segurança e Augusty deu um jeito nos seguranças Issac- a voz seria de Ryan soa no meu ouvido.- Justin acabou de entrar pelo porão com o Chris. De logo o sonífero pra ele.

- Eu quero beber- digo e Arthur concorda parecendo estar em uma espécie de torpor.. 

Encho um copo com vodca e coloco o sonífero dentro dando a ele pra tomar. Arthur vira tudo de uma só vez e desaba na minha frente. É quase como se ele nem tivesse tentado lutar contra.

- Arthur está fora da jogada.- digo

- Vá embora dai.- Priscila assume dessa vez- Clary e Augusty estão te esperando no jardim.

Corro em direção ao jardim e me deparo apenas com Augusty me esperando.

- Onde está Clary?- pergunto tentando recuperar o folego.

- Foi buscar o carro.- ele diz devagar- Isso vai mesmo funcionar?

Olho pra ele confuso e dou de ombros.

- Pelo nosso bem espero que sim.

Ele desvia os olhos dos meus e volta a olhar pra longe parecendo não ver nada.

- Espero realmente que dê- ele diz pra si mesmo- Justin não merece mais esse sofrimento. Não depois de tudo.

O encaro confuso não entendendo de onde diabos ele o conhece.

- O que você quer dizer com isso?

Augusty volta a me encarar sério e eu finalmente entendo, finalmente entendo tudo quando paro pra observa-lo realmente. Todos esses anos... Ninguem nunca percebeu. Nem mesmo o Arthur. Meu Deus...

- Justin é meu filho Isaac- ele diz sorrindo triste.- Corajoso como eu nunca fui. O homem que eu nunca fui...

Dou um passo pra trás e ouço alguém se engasgar no meu ouvido. Priscila solta um Meus Deus mais do que audível e eu tampo minha boca assustado e surpreso ao mesmo tempo.

- Só espero que um dia ele me perdoe. Que entenda o que eu fiz- ele diz e se afasta de mim.

- Eu nunca o culpei pai,- Justin murmura e sei que ele está chorando- mas também nunca entendi. Nunca.

 

 

 

 


Notas Finais


Prontos pro próximo capitulo?? Eu gostaria muito, MUITO, que vocês deixassem nos comentários o que vocês estão achando ou qualquer outra besteira. Me façam felizes.
(Você também Pri)


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