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História The Day Before - Capítulo Único


Escrita por: pabowasseo

Notas do Autor


Não sei bem o que dizer aqui, então acho que serei breve.
Minha escrita não é boa, já vou logo avisando, por favor, me perdoem por qualquer gafe linguística ou erro de pontuação.
É a primeira vez que faço algo do tipo, e resolvi postar por ter ouvido muitas pessoas reclamando da falta de fanfics sobre WJSN.
Sendo uma grande fã do grupo, acho que posso trazer algo, por mais que não seja uma história memorável.

Espero que alguém goste disso.
(ps: Vou deixar o link para a música que me inspirou a fazer essa fanfic lá nas notas finais, então, se você, querido leitor(a), estiver interessado em ouvir enquanto lê, é só descer um pouquinho e colocar para tocar ♡)
(ps2: Por que eu fiz um tutorial sobre como ir nas notas finais? Me desculpem, estou nervouser)

Capítulo 1 - Capítulo Único



Era o fim de uma tarde nublada de outono, e a chuva fraca molhava mais e mais o capuz sobre a minha cabeça. Meus passos se apressavam à medida que os segundos iam passando. Estava atrasada, mas não acreditei que fosse tanto assim, até que chequei o relógio de pulso e contestei um atraso de quase uma hora.
Àquela altura do campeonato, a única coisa que se passava pela minha cabeça, era que aquela pessoa teria ido embora já. Quem diabos esperaria tanto assim?

Cheguei na cafeteria aos tropeços - como sempre - limpei os sapatos em um tapete logo na entrada, e corri até a mesa onde sempre me sentava.
Não posso descrever o quão aliviada fiquei ao ver aquela silhueta sentada de costas para mim. Respirei fundo, ajeitei os fios de cabelo sobre a minha testa, e fui de encontro à mesa.
Sentei-me de frente para ela, como de costume. Seus olhos estavam baixos em um livro de colorir; a destra manuseava o lápis com tanta delicadeza e cautela, como se estivesse segurando um pincel.

"Ooolá?", tentei lhe chamar a atenção. Ela acenou com a cabeça, e um meio sorriso se formou em seus lábios; aquilo eram simples gestos que indicavam o seu conforto perante a minha pessoa. "Ok, eu sei que estou atrasada, mas você tem que entender o meu lado da história".

A partir daí, comecei a lhe contar sobre como havia perdido os óculos dentro da minha própria casa. Contei que não conseguira contatar um táxi para me levar rápido até aquele encontro. E inclusive, pontuei o fato de que, em uma certa parte do trajeto, corri por quase dois quarteirões sem parar.

"HyunJung, eu entendo", finalmente ela se pronunciou, cortando o meu monólogo sobre o atraso. "Não precisa se explicar, essa é a primeira vez que você se atrasa. Está nervosa?"

Ouch!
Aquela indagação me pegou de surpresa.
Eu estava assim tão obviamente nervosa? Como diabos ela sabia disso? E porquê estou nervosa? Sempre nos encontramos aqui, essa ocasião não deveria ser diferente.

"Você ajustou os óculos pelo menos dez vezes enquanto falava... Sei que faz isso quando está nervosa.", ela era boa, nem eu havia percebido isso.

Após aquele baque, resolvi tirar os óculos, deixando-os sobre a superfície de madeira da mesa. Tomei alguns goles do meu tão amado Ice Americano, e me projetei sutilmente sobre a mesa. 

"O que você tanto pinta?", tentei espiar a figura no livro, mas este fora fechado abruptamente em frente ao meu rosto.

"A curiosidade matou o gato, HyunJung", os seus olhos brilhavam de uma forma estranha, e aquele sorriso não me parecia o mesmo de antes.

Talvez eu esteja delirando, certo? As pessoas mudam, é normal que alguém assim tão próximo mude, mas como não percebi? 
As mudanças obvias eu percebi. Há poucos meses, a minha dongsaeng cortou os seus cabelos sozinha; o resultado não fora bom, então acabaram cortando mais ainda, na altura de seu queixo. Fora isso, ela mudara drasticamente o seu gosto para vestimentas - o que, para mim, fora uma lástima, exijo a volta do antigo senso de moda dessa jovem. O que antes eram saias longas, vestidos floridos, e lindos cardigãs de tom pastel, se tornaram jeans justos, tênis surrados, e suéteres sem vida. 

"Hey! Sabe de um negócio?", recebi um balançar de cabeça como resposta, e logo voltei a falar: "Eu lhe trouxe algo, é especial. Tomara que goste, eu... Bem, eu escolhi com carinho.", com a canhota levemente trêmula, retirei uma pequena caixa do bolso do hoodie preto.

Empurrei a caixa até que esta se encontrasse com os dedos da menor, que sorriu largamente para mim.  A observei enquanto abria a caixinha. Gostaria de admitir aqui que esta dongsaeng tem mãos adoráveis e pequenas, estas aparentam ser tão delicadas, que, eu mesma tive receio em tocá-las. Mas isso foi há muitos anos.

Puxei a caixa para mim assim que esta fora aberta.

"Desculpe, senhorita", retirei o pequeno objeto de dentro da caixa e mantive a destra fechada, para evitar que a mais nova tentasse ver antes da hora. "Fica mais elegante se eu te entregar", murmurei, aproximando a destra da semelhante alheia. Desfiz a pressão em meus dedos, e um pequeno pingente caiu sobre a palma da destra da garota. 

Era um coração. Ou melhor, a metade de um coração.

Sei que isso é cafona. Não só sei, como comprei isto na intenção de ser o mais cafona possível.

"Isso é lindo! Woah, HyunJung! Não lhe trouxe nada... Achei que seria só mais um encontro para nos olharmos enquanto bebemos algo", seu indicador ia e vinha sobre o pingente, sentindo a textura na palavra gravada ali. 

"Me prometa que vai usar", servi um pouco de chá para a garota, e voltei a sentar de forma desleixada sobre a cadeira. "E me prometa, que se não usar, você vai pelo menos deixar em um lugar de grande visibilidade. Assim, você pode olhar e pensar em mim".

O que veio em seguida, fora um diálogo sobre como nossas vidas estavam indo. Ouvi minha querida amiga contar sobre como a faculdade de artes era entediante, e ela ouviu um discurso parecido vindo de mim, mas eu não estudo, apenas trabalho em um restaurante.

Algo estava me deixando incomodada durante o meu tempo ali. Por mais que fosse usualmente quieta, minha dongsaeng estava se portando de uma forma tão... robótica. Seus olhos ainda possuíam o brilho que tanto me agradava, mas, por algum motivo, eles pareciam tristes. 
Talvez eu só esteja delirando, posso estar tendo uma alucinação. Afinal, não nos vemos há um mês.

Gostaria de compartilhar aqui, que contei à ela, sobre como o meu chefe era um cara insuportável. Além de falar cuspindo, o homem tinha a audácia de lançar cantadas péssimas para mim.
Infelizmente, eu preciso do dinheiro do pagamento, já que resolvi morar sozinha e preciso pagar as contas.

"Não quer contar sobre mais alguma coisa que está acontecendo?", indaguei, tocando o dedo médio da garota. "Hm? Você sempre me conta o que acontece de legal", insisti, tomando a sua destra sob a mão esquerda.

"HyunJung, eu estou bem", ela sorriu, pendendo a cabeça para o lado sutilmente. "Acho que estou um pouco cansada, mas fora isso...", seus olhos fitaram a mesa por breves instantes, e aquele sorriso brilhante simplesmente se esvaiu do rosto dela. 

Por uma fração de segundos, me veio à mente que algo estava errado. Mas isso logo sumiu, assim que começamos a conversar sobre os tempos dourados do colegial.

"Lembra quando SoJung quase foi expulsa por mandar o professor ir tomar naquele lugar?", recordei entre suspiros e risadas baixas. 

Aquele episódio realmente fora icônico em toda a história do Colégio, mas não acho que devo relatar isso.

Como eu sentia falta daquilo. Sentia falta de poder conversar com alguém sobre os meus problemas, de poder rir naturalmente assim, e principalmente, sentia muita a falta dessa garota. 
Se de uma coisa eu tenho certeza nessa vida, é de como eu gosto dela. Não é gostar só por gostar, ou só porque somos amigas de longa data.
Eu realmente gosto da garota, e em meio à esse mundo nublado e chuvoso que é a minha vida, ela consegue me deixar feliz. Pouco importam as minhas preocupações ou os meus deveres. Quando estou com ela, tudo isso desaparece. Um peso some das minhas costas, e eu consigo ser feliz enquanto estiver na companhia dessa pessoa. 

A minha pessoa especial.

É claro que ela não sabia dessa minha pequena admiração. Mas o que eu deveria fazer? Gritar que a amo? Não, não mesmo, isso poderia estragar essa amizade tão preciosa. Eu prefiro sofrer de amores tendo ela perto de mim, que sofrer sabendo que consegui afastá-la depois de me declarar.
Posso viver amando ela em segredo, posso mesmo. Já estava fazendo isso há quase cinco anos.
Ao olhar para a janela ao nosso lado, a minha pessoa especial sorriu brevemente, notando que a chuva havia passado. Ela se voltou em minha direção, e tomou os últimos goles de chá, recolheu o livro junto com alguns lápis, e guardou estes em uma mochila que descansava sobre o seu colo.

"Unnie..."

Eu adoraria ressaltar como fico completamente derretida sempre que ela me chama assim.

"Unnie!", fui chamada mais uma vez, e logo direcionei o olhar para a garota. "Acho que já vou. Não me sinto muito bem", afirmou, franzindo minimamente o cenho.

"Sem problemas, vamos juntas!", me levantei quase que instantaneamente, revirando os bolsos e deixando sobre a mesa uma pequena gorjeta para quem viesse limpar depois.

Me aproximei da garota e lhe estendi a mão, logo sentindo a sua semelhante sobre a minha. Por mais que estivesse fria, a pequena mão dessa dongsaeng permanecia delicada como sempre. Senti os seus dedos deslizarem sutilmente por entre os meus, e isso manteve nossas palmas mais unidas; nos retiramos da cafeteria, e seguimos juntas até o ponto de ônibus.

Foi em algum momento - não sei dizer qual - mas em algum momento, senti algo, não pude descrever na hora o que era, mas foi um grande aperto no coração.

Acho que os ônibus nunca demoraram tanto para chegar como naquele dia. Mas, assim que avistamos um se aproximar, tanto eu como a pequena dongsaeng, nos levantamos. 

"Oh, seja louvado o Deus Busonis, o cara do ônibus!", brinquei, erguendo os braços para o alto. "Então, aqui está", coloquei a mochila da menor sobre o seu ombro, e sorri para ela.

Ela se aproximou de mim, e abraçou a minha cintura. Um abraço tão apertado e inesperado, que a minha única reação, fora a de passar a mão sobre as curtas mechas de cabelo dela. Ao ter o aperto aliviado, me afastei dela, e fiz um sinal com a mão para que o ônibus parasse ali. 
Por fim, recebi um beijo na bochecha. Um beijo longo até por demais, mas quem sou eu para reclamar da boa vontade de alguém?

Fui me afastando à passos muito lentos, enquanto tentava acenar para a minha amiga que agora entrava no ônibus. Assim que o ônibus partiu, puxei o meu capuz novamente, e me pus a caminhar.

Devo ter perdido quase duas horas caminhando, até que finalmente cheguei em casa. Larguei as chaves sobre o sofá, e me dirigi até o quarto.
Estava tão cansada, que simplesmente me joguei na cama, e pretendia ficar assim por um bom tempo. 

Pensei que deveria pegar o celular, para mandar à minha dongsaeng uma mensagem de boa noite com muitos emojis de coração, como de costume. Mas, eu estava tão cansada, que caí no sono sem nem perceber. Logo pela manhã, eu lhe daria um bom dia caloroso e tudo ficaria bem.

Naquela manhã, acordei ao ouvir vozes distintas vindo do lado de fora do quarto. 

Levantei imediatamente, e caminhei lentamente até a porta, abrindo-a com cuidado para evitar barulhos. Saí cautelosamente, e me dirigi até a sala.

Adoraria dizer que encontrei um ladrão, mas eram apenas JiYeon e SoJung, que infelizmente sabem que escondo as chaves reserva debaixo do vaso de plantas na varanda.

"Opa, bom dia, estou interrompendo o momento das lindinhas?", me pronunciei, afim de lhes chamar a atenção.

Ambas as garotas se viraram para mim com urgência, ergueram-se do sofá e se aproximaram em uma rapidez que eu nunca havia presenciado antes.

"Você está bem?!", JiYeon gritou, segurando o meu rosto em suas mãos.

"Claro que ela está bem, idiota. Xô!", a outra garota afastou as mãos da loira de mim, e a empurrou para o lado. "HyunJung, precisamos conversar".

"Aaaah, vocês querem conversar...", assenti, cruzando os braços em frente ao corpo. "Por quê vocês não me mandam uma mensagem antes, suas mulas?!"

"A-a situação não é simples...", sussurrou JiYeon, erguendo a mão para me tocar o ombro. "Queremos contar algo muito sério."

"Gostaríamos que você se sentasse...", SoJung me puxou até o sofá e praticamente me obrigou a sentar.

Ah, como eu gostaria de contar que aquelas desmioladas haviam me chamado para mais uma viagem idiota, ou que elas finalmente estariam se voluntariando para me dar aquele casaco de uma loja chique que eu tanto queria.

Mas o que eu ouvi ali, foi a pior coisa que alguém poderia ter dito.

Ao que parece, no dia anterior, após a nossa despedida, minha pequena e querida dongsaeng, chegou em casa exausta. Ela estava estranha, dizia se sentir mal e foi para o quarto dormir. 
E pela manhã, aquela garota, aquela dongsaeng que esteve comigo, fora encontrada sem vida. 

"Ainda vão fazer a autópsia", JiYeon terminou a explicação, e ergueu o olhar para me encarar.

"Por quê vocês estão falando isso?", soltei uma risada abafada, me levantando do sofá logo em seguida. "Isso não pode ter acontecido", sorri nervosa, e dei alguns passos para trás.

"HyunJung, nós não...", SoJung havia levantado, mas a impedi de se aproximar ao lhe empurrar com força no chão.

"Ela não morreu, isso é mentira!", acabei por gritar com a morena em meio à um acesso de confusão e raiva. 


Mas é, infelizmente, ela havia partido. Descobri isso após me retirar de casa em disparada. 

Não sei como aguentei correr por tanto tempo, eu apenas corri. Corri em direção a casa dela.
 
Chegando lá, pude ver os pais da minha dongsaeng. O pai conversava com um policial, enquanto tentava confortar a esposa em um abraço - ela chorava, e chorava alto, pois eu conseguia ouvir do outro lado da rua.

Não sei como reuni forças para isso, mas, atravessei a rua e fui até a casa. 
Tive a permissão de entrar, após usar a falsa desculpa de que gostaria de beber um copo d'água e logo voltaria para conversar com o casal. Mas, desviei o caminho da cozinha, e subi as escadas até o quarto da garota.

Se eu pudesse descrever como foi. 

Como doeu...

Foi a pior coisa que já me aconteceu.

Uma hora eu estava ali na porta, e em um piscar de olhos, me vi deitada sobre a cama dela, chorando desesperadamente enquanto agarrava um travesseiro com força. E, por mais que eu gritasse o seu nome várias e várias vezes, ela não aparecia, e só quem apareceu ali, foram os proprietários da casa.

Com a ajuda do policial, eles conseguiram me tirar de lá. 
Não foi fácil, eu me recusei a sair de lá, e cheguei a desferir um soco no olho do policial enquanto este tentava me tirar da cama.

Naquela noite, descobri que minha amiga cometera um suicídio. 
A garota havia ingerido uma alta quantidade de pílulas no dia anterior a morte. Ao que parece, ela fez isso no fim da tarde, enquanto me esperava na cafeteria.

Se eu não tivesse me atrasado.
Se eu tivesse me programado.
Se, por acaso, eu tivesse chegado na hora certa.
Talvez, só talvez, eu pudesse ter impedido.
Por quê eu me atrasei? Por quê eu não pude identificar que algo de errado estava acontecendo? E por quê eu não sabia como ela se sentia?
Essas perguntas ecoaram pela minha mente durante um bom tempo. E nunca tive a resposta para elas, já que, uma carta não fora deixada.

Eu só queria saber o que a levou a fazer isso, queria que ela tivesse deixado uma carta, mas acima de tudo, queria que ela ainda estivesse viva.

Mas querer não é poder.

Já fazem 10 meses.
10 malditos meses, desde que Park SooBin se foi.
E a cada mês, eu venho até essa cafeteria. Eu peço o Ice Americano de sempre, e junto, peço o chá que ela gostava. Me sento na mesma mesa de sempre, e fico ali por horas, fitando a cadeira, como se ela estivesse sentada à minha frente.
Carrego comigo, a outra metade do pingente que havia dado de presente para ela, e vou continuar com esse pingente em meu colar até o fim da minha existência. Este pingente traz consigo o meu nome - o nome dela estava gravado na outra metade.

Sei que sou jovem, e que daqui para a frente, ainda terei muitos arrependimentos. Mas nenhum será maior, que este que eu sinto, de não ter dito à minha dongsaeng o quanto eu a amava.

Agora, tudo o que eu tenho são lembranças. 
Lembranças que eu pretendo não abandonar. 
Quero manter cada memória dela comigo.

Como ela mesma dizia, eu sou do tipo que não esquece fácil.
E eu nunca vou esquecer de alguém que foi gentil, confiável, e amorosa até o último segundo.

À minha querida SooBin, eu agradeço por ter feito da minha adolescência uma coisa inesquecível. E agradeço também, por ter escutado todas as minhas reclamações, por mais que o seu cotidiano estivesse deveras pior que o meu.

E por último, eu agradeço a Park SooBin, por ter sido o meu primeiro amor.


Esta é a minha carta de despedida.
 


Notas Finais


A música ♡: https://www.youtube.com/watch?v=ll-AQXxl4Rw

Me perdoem por qualquer erro encontrado, de verdade.
Acho que não revisei corretamente, já que tive medo de achar toda a história um horror em meio à uma revisão.

Espero que pelo menos uma pessoa leia isso, e espero que goste.
Obrigada por ter aguentado tudo até o final, significa muito para mim.

Até mais ver!


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