Você quer a chave para a sua liberdade?
Era somente outra noite naquela bela cidadezinha do interior. Sim, para alguns era outra noite monótona, mas tanto para o prateado quanto para o moreno, seria um começo.
Os ventos sopravam em direção ao moreno, em cima de um pequeno relevo de terra, observando o horizonte iluminado pelas estrelas e pela luz da cidade que ficava a quilômetros dali. Respirou fundo e aguardou pacientemente a chegada do seu melhor amigo, ou era assim que acreditava que o outro pensava de si.
Kakashi não corria em direção a ele, sabia muito bem das suas limitações. Era só esforçar-se um pouco mais que já ficava tonto. Mas assim que viu Obito parado de costas para si, decidiu apressar o passo. Assim que se pôs ao lado dele, pegou em sua mão e a segurou firmemente. O moreno o encarou e sorriu. Apesar de ainda estar com a máscara hospitalar, tinha certeza que o outro perceberia que estava sorrindo.
Sabia que o que ele tinha feito foi errado. Não deveria sentir-se assim depois do moreno lhe contar o que tinha acontecido para as coisas culminarem naquele cenário, mas era impossível não deixar a sensação de liberdade percorrer seu corpo. Finalmente estaria pronto para viver, foi o que pensou.
Seus divagações são bruscamente interrompidas quando o outro puxa-o para perto de si, fazendo eles se desequilibrarem e caírem ladeira abaixo.
O outro tinha amortecido sua queda fincando por baixo de si, após abrirem os olhos passaram a encarar fixamente, o prateado com um leve rubor escondido pela máscara. Eles riram da situação e finalmente saiu de cima do outro e deitou ao seu lado. Estavam sujos, mas não o suficiente para ligarem tanto. Eram crianças, apesar de certa maturidade escondida.
Encarando o céu estrelado, ele finalmente pode ver a bela Lua escondida saindo por de trás das nuvens. Sim, sempre foi fascinado por sua beleza. Talvez seja, porque não importava o quão escuras as noites eram, sempre estaria lá para ilumina-lo. Sentiu um sentimento de vazio quando passou a compara-la com a falta de sua figura materna, se sua mão não tivesse morrido, talvez nunca tivesse que ter passado por tudo aquilo. Não podia deixar de sentir-se culpado.
O moreno deu leves tapinhas em seus ombros, chamando sua atenção, apontando em direção ao um par de estrelas que brilhavam intensamente ao lado da outra. Era magnífico:
“Nomearei aquela estrela da direita com o meu nome.
Por favor, chame pelo s eu novo nome.
Porque seu nome seria perfeito na estrela da esquerda.
Assim estaremos para sempre juntos, lado a lado.”
Obito tinha citado o trecho de uma música que parecia antiga, mas que não deixava de encantar. Ficou levemente envergonhado com aquilo. E quando o moreno passou a fita-lo, ele disse:
Me dê a sua mão, pois de mim, você precisará para caminhar nesse escuro. Que é onde ela estará.
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