POV Matheus
Acordei com um pouco de dor de cabeça. De primeira estranhei o lugar, mas logo lembrei que dormi no quarto do irmão de Ali. Mexo-me na cama e sinto alguma coisa, olha de baixo do cobertor e lá estava Alice dormindo encolhida, como se quisesse se esconder. Levei um susto e caí da cama, fazendo-a acordar com o barulho.
- Bom dia... - Ela bocejou e esfregou os olhos - Por que está no chão?
- Você dormiu aqui? - Perguntei com o coração acelerado e sentindo meu rosto esquentar
- Sim. Começou a chover muito e.... Trovejar - ela fez uma pequena pausa - Desculpa se incomodei... Eu costumava vir aqui quando chovia e trovejava.
- Não tem problema... Eu só fiquei surpreso - Trovões? Parece uma criança indefesa - Mas que horas são? - Pego o celular para ver. Eram nove horas - Perdemos o horário do colégio - Falei em um suspiro.
Me levanto e vejo que tem mais de 30 mensagens do Yuri, o que me preocupou, porém quando abri e vi que era besteira, mandei um emoji aleatório e coloquei o celular de volta na cômoda. Alice me olhava fixamente, como se estivesse viajando em algum pensamento. Decidi não questionar.
- Café da manhã? - Estava morto de fome - Alice?
- O-oi? - Ela parecia acordar de um transe profundo - Desculpa eu não ouvi.
- O café - Falei sorrindo.
- Ah, certo.
Ele levantou e me puxou até a cozinha, me sentei em frente a um pequeno balcão enquanto ela procurava algo nos armários.
- Só tem Waffles - Ela colocou uma pequena jarra de mel no balcão enquanto preparava o resto - Suco de uva ou de laranja?
- Laranja.
- Okay.
Quando tudo ficou pronto, ela arrumou no balcão e se sentou ao meu lado. Derramei o mel em cima dos Waffles enquanto Alice os copos de suco.
[ ... ]
POV Alice.
O professor nova está atrasado e a sala está uma bagunça. Nico falou que era um professor legal e explicava bem as coisas, admito que estou ansiosa para conhecê-lo. Quando ele finalmente chegou e se virou para turma, meu sangue gelou.
- Bom dia, turma, Desculpe o atraso.
Por que esse homem está aqui? Ele não é um professor, ele é um monstro.
- Alice? É você? Como cresceu, faz tanto tempo que não nos vemos.
Não sou obrigada a aturar isso. Me levantei e saí correndo dalí, não me importa que me chamem de maluca. Esse homem está me perseguindo, eu não quero nunca mais ve-lo. Fui para o terraço e me enfiei em um canto qualquer.
- Alice? Alice, cadê você? - Era Matheus. Ele não pode me ver. Não agora.
Me encolhi e escondi meu rosto. Estava perto das grades quando Math me encontrou.
- Alice, o que aconteceu? - Olhei pra ele com os olhos já inchados de chorar, ele se sentou do meu lado e me abraçou - Ei, calma.
- A-aquele cara - Falei entre soluços - Não é professor coisa nenhuma.
- Eu ia perguntar da onde ele te conhecia...
- Foi ele que me sequestrou. "Logo você se acostuma com esse lugar". Nunca me acostumei, nunca. Eu detestava trabalhar pra ele, teria morrido se a polícia não tivesse aparecido. Mas ele, conseguiu fugir.
- "Logo você se acostuma com esse lugar" .... Por isso que você ficou daquele jeito quando falei isso naquele dia? - Confirmei com a cabeça.
- Cinco anos naquele lugar, foi um verdadeiro inferno.
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