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História Gossip Girl - N voltou


Escrita por: xcstylesx

Capítulo 5 - N voltou


– Oi, oi, oi – cacarejou a mãe de Louis, beijando as bochechas macias e encovadas de cada Horan. Beijo, beijo, beijo, beijo, beijo!

– Eu sabia que você não estava esperando Niall, querida – sussurrou a sra. Horan num tom confidencial e preocupado. – Espero que esteja tudo bem.

– É claro que sim. Sim, tudo ótimo – disse a sra. Tomlinson. – Veio passar o fim de semana em casa, Niall?

Niall Horan sacudiu a cabeça e entregou seu casaco fashion Burberry para Esther, a empregada. Empurrou uma mecha loura para trás da orelha e sorriu para a anfitriã.

Quando Niall sorria, ela usava os olhos – aqueles olhos escuros, quase azul- marinho. Era o tipo de sorriso que você podia tentar imitar, postando-se diante do espelho do banheiro feito um idiota. O sorriso magnético e delicioso “dá pra parar de olhar pra mim, por favor” que as supermodelos passavam anos aperfeiçoando. Bem, Niall sorria desse jeito sem precisar se esforçar. – Não, eu estou aqui para... – começou Niall. A mãe de Niall o interrompeu rapidamente. – Niall chegou à conclusão de que o internato não serve para ele – anunciou, ajeitando o cabelo casualmente, como se não fosse uma grande coisa. Ela era a versão meia-idade do cool total.

Toda a família Horan era assim. Todos eram altos, louros, magros e superequilibrados, e nunca faziam nada – jogar tênis, chamar um táxi, comer espaguete, ir ao banheiro – sem perder a classe. Especialmente Niall. Ele era dotado tipo de classe que você não tem como adquirir comprando a bolsa certa nem os jeans certos. Ele era o garoto que todo cara queria ter e até garotas também.

– Niall vai voltar para escola amanhã – disse o Horan olhando o filho com os olhos azuis de aço e uma mistura meio coruja de orgulho e desaprovação que o deixavam mais assustador do que realmente era.

– Bem, Niall. Você está adorável, querido. Louis ficará emocionado ao ver você – treinou a mãe de Louis.

- Olha quem fala. – Niall abraçou-a. – Olha só como você está! E a casa está tão fantástica. Uau. Você tem obras de arte maravilhosas!

A Sra. Tomlinson sorriu, obviamente lisonjeada, e passou o braço pela cintura longa e delgada de Niall.

- Querido, gostaria que você conhecesse meu amigo especial, Troye Austin– disse ela. – Troye, este é Niall.

- Fabuloso – retumbou. Ele beijou Niall no rosto e a abraçou um pouco apertado demais. – E ele abraça bem também – acrescentou, dando tapinha nos quadris de Niall.

Niall deu uma risadinha, mas não recuou. Tinha passado muito tempo na Europa nos últimos dois anos, e estava acostumado a ser abraçado por apalpadores europeus inofensivos e meio galinhas que o achavam completamente irresistível. Ele era um imã total para apalpadores.

- Niall e Louis são muito amigos, muito, muito amigos – explicou Jay Jay a Troye. – Mas Niall foi para Hanover Academy no inicio do segundo grau e passou o verão viajando. Foi tão difícil para o pobre Louis você ter ido embora naquele ano, Niall – disse Jay, o olhar mais vago ainda. – Especialmente por causa do divórcio. Mas agora você voltou. Louis ficará tão satisfeito.

- Onde ele está? – perguntou Niall ansioso, sua pele clara e perfeita adquirindo um tom de rosa com a perspectiva de rever o velho amigo. Ele se ergueu na ponta dos pés e esticou o pescoço para procurar por Niall, mas logo se viu cercada pelos pais – os Hemmings, os Smith, os Styles e o sr. Palvin – cada um deles beijando-o e dando-lhe boas vindas.

Niall abraçou-os rapidamente. Aquelas pessoas eram o lar para ele, que ficara fora por muito tempo. Mal podia esperar para sua vida voltar ao que era. Ele e Louis iriam a escola juntos, passariam na Double Photography do Sheep Meadow no Central Park, deitariam de costas, tirariam retratos dos pombos- correios e das nuvens, fumariam e beberiam Coca-Cola e se sentiriam artistas da resistência. Tomariam coquetéis no Star Lounge no Tribeca Star Hotel novamente, que sempre se transformavam em festinhas prolongadas, porque eles ficavam bêbados demais para ir para casa, então passavam a noite no quarto que a família de Harry Styles tinha ali. Eles se sentariam na cama de baldaquino de Louis e veriam filmes de Audrey Hupburn, usando lingeries finas e bebendo gim e suco de lima. Conversariam sobre as provas de latim como sempre fizeram – amo, amas, amat ainda estavam tatuadas na face interna do cotovelo de Niall com marcador permanente (obrigado, meu Deus, pelas mangas três-quartos!). Eles iriam de carro a propriedade dos pais de Niall em Ridgefield, Connecticut, na velha station waqgon Buick do zelador, cantando os hinos idiotas que repetiam na escola e agindo com damas loucas. Fariam xixi na escada de arenito da entrada da casa de seus colegas e depois tocariam a campainha e fugiriam correndo. Levariam o irmãozinho de Louis, Ernest, ao Lower East Side e o deixariam ali para ver quanto tempo ele levaria para achar o caminho de casa – na verdade, uma obra de caridade, porque Ernest agora era o garoto da St. George’s que mais conhecia as ruas. Sairiam para dançar com um grupo enorme e perderiam uns cinco quilos suando nas calças de couro. Como se precisassem perder peso.

Eles voltariam a ter a velha e fabulosa identidade normal, como sempre foi. Niall mal podia esperar. - Peguei uma bebida para você – disse Harry Styles, abrindo caminho pelo grupo de pais a cotoveladas e estendendo um copo de uísque para Niall. – Bem- vindo de volta – acrescentou ele, inclinando-se para beijar-lhe o rosto e errando de propósito para que seus lábios pousassem na boca de Niall.

- Você não mudou nada. – Niall aceitou a bebida. Ele tomou um longo gole. – E ai, sentiu minha falta?

- Sua falta? E pergunta é você sentiu a minha falta? Qual é, fala ai. O que está fazendo de volta? O que aconteceu? Você tem namorado.

- Ih, sem essa, Harry – disse Niall, apertando a mão dele. – Você sabe que eu voltei porque queria você desesperadamente. Eu sempre quis você.

Harry deu um passo para trás de pigarreou, o rosto em brasa. Ele o pegou de guarda baixa, uma proeza rara.

- Bem, estou com a agenda lotada este mês, mas posso colocá-lo na lista de espera – retrucou Harry meio amuado, tentando recuperar a compostura. Mas Niall não o estava ouvindo mais. Seus olhos azul-escuros varriam a sala, procurando pelas duas pessoas que ele mais queria ver, Louis e Luke. Finalmente Niall os encontrou. Luke estava na soleira da porta do corredor e Louis parado bem atrás dele, a cabeça inclinada, remexendo os botões do seu cardigã preto. Luke olhava diretamente pra Niall; quando seus olhares se encontraram, Luke mordeu o lábio inferior do jeito que sempre fazia quando ficava envergonhado. E depois sorriu. Aquele sorriso. Aqueles olhos. Aquele rosto.

- Vem cá – gritou Niall acenando. Seu coração se acelerou quando Luke começou a andar na direção dele. Ele estava melhor do que ele se lembrava, muito melhor.

O coração de Luke batia mais rápido do que o dele.

- Ei e ai – murmurou Niall quando Luke o abraçou. O cheiro dele era como sempre foi. O cheiro do mais limpo, o mais delicioso garoto da face da Terra. Lágrimas vieram aos olhos de Niall e ele apertou o rosto contra o peito de Luke. Agora ele realmente estava em casa.

As bochechas de Luke ficaram cor-de-rosa. Calma, disse a si mesmo. Mas não conseguia se acalmar. Queria pegá-lo, girar com ele, beijar seu rosto repetidamente. “Eu te amo!”, ele queria gritar, mas não o fez. Não podia. Luke era filho único de um capitão da marinha e de uma anfitriã da sociedade francesa. Seu pai era um velejador máster e era extremamente bonito, mas meio fraquinho no quesito abraços. A mãe era o posto completo, sempre adulando Luke, com uma tendência a ter crises emocionais durante as quais se trancava na cabine com uma garrafa de champanha e ligava para a irmã em Mônaco. O pobre do Luke estava sempre prestes a dizer como realmente se sentia, mas não queria fazer uma cena ou dizer alguma coisa de que pudesse se arrepender depois. Em vez disso, ele ficava em silêncio e deixava que outros tocassem o barco, enquanto se deitava e desfrutava o balançar estável das ondas. Ele podia parecer meio galinha, mas na verdade era um banana.

- E ai, o que andou fazendo? – perguntou Luke, tentando respirar normalmente. – A gente sentiu saudades de você.

Notou que ele não teve coragem de dizer “Eu senti saudades de você”? - O que eu andei fazendo? – repetiu. Ele deu uma risadinha. – Nem imagina Luke. Eu fui tão, tão mau”

Luke cerrou os punhos involuntariamente. Ah, cara, como ele sentiu a falta dele. Ignorado como sempre, Harry se esquivou de Niall e Luke e cruzou a sala na direção de Louis, que mais uma vez estava de pé com Jaden e Barbara.

- Aposto mil pratas como ele foi expulso - comentou Harry. – Ele não parece ferrado? Acho que ele se ferrou totalmente. Vai ver tem alguma coisa de prostituição rolando por ai. A Alegre Madame de Hanover Academy – acrescentou ele, rindo de sua piada imbecil.

- Também acho que ele está meio chapado – disse Jaden. – Talvez seja heroína.

- Ou algum remédio – sugeriu Barbar. – Tipo Valium ou Prozac. Vai ver ele ficou totalmente biruta.

- Ele pode fazer seu próprio ecstasy – concordou Jaden. – Ele sempre foi bom em ciências.

- Ouvi dizer que ele aderiu a uma espécie de seita – sugeriu Harry. – Tipo assim, ele levou uma lavagem cerebral e agora só consegue pensar em sexo, e ele gosta, faz isso o tempo todo.

Quando é que esse jantar vai ficar pronto?, perguntou-se Louis, desligando-se das especulações ridículas dos amigos.

Louis tinha se esquecido de como o cabelo de Niall era bonito. Como a pele dele era perfeita. Como suas pernas eram longas e finas. Como os olhos de Luke ficavam quando olhavam para ele – como se não quisesse piscar nunca. Ele nunca olhou para Louis daquele jeito.

- Ei, Louis, Niall deve ter contado a você que ele estava voltando – disse Harry. – Diz ai, vai. Qual é a parada?

Louis o olhou confuso, sua carinha de raposa ficando rubra. A verdade era que ele não falava com Niall havia mais de um ano.
No começo quando Niall tinha ido para o internato depois do primeiro ano, Louis realmente sentiu falta dele.

Mas logo ficou evidente que era mais fácil brilhar sem Niall por perto. De repente Louis era o mais bonito, o mais inteligente, o mais bacana, o mais espetacular da sala. Ele se tornou o garoto que atraía os olhares de todos. Então Louis parou de sentir muita falta de Niall. Ele se sentia meio culpado por não manter contato, mas até isso passou quando ele recebeu e-mails rápidos e impessoais de Niall, descrevendo como estava se divertindo no internato.

" Fui de carona a Vermont para fazer snowboarding e passei a noite dançando com uns caras demais!"

" Uma noite doidaça a de ontem. Droga, minha cabeça está estourando!" As últimas notícias que Louis recebeu vieram num postal no verão passado: "Louis: Dezessete anos no Dia da Bastilha. A França tá fervendo!!! Saudades!!! Beijos, Niall" era tudo o que dizia.

Louis tinha enfiado o postal na velha caixa de sapatos com todas as outras lembranças de sua amizade. Uma amizade que ele teria acalentado para sempre, mas que agora achava que tinha acabado.

Niall estava de volta. A tampa estava fora da caixa de sapatos, e tudo voltaria a ser como era antes de ele partir. Como sempre, seria Niall e Louis, Louis e Niall, com Louis fazendo o papel do melhor amigo mais baixo, mais gordo e menos espirituoso do über-gato louro Niall Horan. Ou não. Não se Louis pudesse evitar.

- Você deve estar tão empolgado com o Niall aqui – piou Barbara. Mas, quando vira a cara de Louis, mudou de tom.

- Aposto que não foi o primeiro – disse Harry – Olha só pra ele.

E eles olharam. Os quatro olharam pra Niall, que ainda estava conversando com Luke. Harry viu o garoto com quem ele queria dormir desde que se lembrava de querer dormir com garotos - na primeira série, talvez? Jaden viu o garoto que ele imitava desde que começou a comprar as próprias roupas - na terceira série? Barbara viu o garoto que conseguiu representar um anjo com asas de penas de verdade no presépio de Natal da igreja Heavenly Rest, enquanto Barbara era um pastor humilde e teve de usar um saco de aniagem. De novo na terceira série. Mas Jaden e Barbara viram o garoto que inevitavelmente roubaria Louis deles e os deixaria sozinhos um com o outro, o que era deprimente demais até de se pensar. E Louis via Niall, seu melhor amigo, o garoto que sempre amou e odiou. O garoto com quem nunca conseguiu se equiparar e a quem tentou tanto substituir. O garoto que ele queria que todos esquecessem. Por uns dez segundos Louid pensou em contar a verdade aos amigos: ele não sabia que Niall estava voltando. Mas como ficaria? Achavam que Louis era antenado, e como é que ia parecer antenado se admitisse que não sabia de nada sobre a volta de Niall, enquanto os amigos pareciam saber tanto? Louis não podia ficar parado ali, sem dizer nada. Além disso, quem é que vai querer ouvir a verdade quando a verdade era tão incrivelmente chata? Louis vivia para o drama. Esta era sua chance. Louis limpou a garganta.

- Tudo aconteceu muito rápido... de repente - começou ele num tom enigmático. olhou para baixo e remexeu no pequeno anel de rubi no dedo médio da mão direita. O filme estava rodando e Louis estava esquentando.

- Acho que Niall se atrapalhou todo. Mas prometi a ele que não contaria nada a ninguém - acrescentou.

Seus amigos assentiram como se entendessem totalmente. Parecia sério e picante e, o melhor de tudo, parecia que Niall havia confidenciado tudo a Louis. se Louis pudesse escrever o roteiro do resto do filme, ele certamente terminaria com o garoto. E Niall podia fazer o papel do garoto que cai do penhasco, arrebenta o crânio em uma pedra, é devorado vivo por abutres famintos e nunca mais é visto novamente.

- Abre o olho, Louis - alertou Harry, apontando com a cabeça para Niall e Luke, que ainda estavam conversando em voz baixa perto do bar, sem desviar os olhos um do outro.

- Parece que Niall já achou a próxima vítima. xo xo GOSSIP GIRL.

Notas Finais


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