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História Gossip Girl - N e LH


Escrita por: xcstylesx

Capítulo 6 - N e LH


Niall segurava frouxamente as mãos de Luke, balançando- as de um lado para o outro.

- Lembra do Dentuço Nu? - perguntou ele, rindo com delicadeza.

Luke deu um risinho, ainda constrangido, mesmo depois de todos aqueles anos. O dentuço Nu era o alter ego de Luke, inventado em uma festa na sexta série, quando a maioria deles se embebedou pela primeira vez. Depois de beber seis cervejas, Luke tirou a camisa, e Niall e Louis desenharam uma cara bobalhona e dentuça em seu peito com marcador preto. Por algum motivo a cara despertou o demônio em Luke e ele começou a fazer o jogo da bebida. Todos se sentaram em círculo e Luke ficou de pé no meio, segurando um livro de latim e gritando verbos para que os outros conjugassem. A primeira pessoa a errar tinha de beber e beijar o Dentuço Nu. É claro que todos erraram, meninos e meninas, então o Dentuço teve muito agito naquela noite. Na manhã seguinte, Luke tentou fingir que nada tinha acontecido, mas a prova estava pintanda em sua pele. Levou semanas para o Dentuço sair no banho.

- E o mar Vermelho? - disse Niall. Ele analisou a expressão de Luke. Agora nenhum dos dois estava sorrindo.

- O mar Vermelho - repetiu Luke mergulhado no lago azul dos olhos dele. É claro que ele se lembrava. Como poderia esquecer?

Em um fim de semana quente de agosto, no verão antes da oitava série, Luke tinha ido à cidade enquanto o resto da família Hemmings ainda estava no Maine. Niall acordou em sua casa de campo em Ridgefield, Connecticut, tão entediado. Louis estava no castelo Tomlinson em Gleneagles, na Escócia para o casamento da tia. Quando Luke telefonou, Niall pulou direto num trem em New Haven para Grand Central Station.

Luke encontrou Niall na plataforma. Ele desceu do trem. Os cabelos louros pendiam soltos, mal tocando os ombros nus. Ele não levava bolsa, nem mesmo uma carteira ou chaves. Para Luke, parecia um anjo. Que sorte ele tinha. A vida nunca foi melhor que no momento em que Niall desceu na plataforma de sandálias, atirou os braços em torno do pescoço dele e o beijou na face. Que beijo maravilhoso e surpreendente.

Primeiro eles tomaram uns martínis no barzinho perto da entrada do Central Park, na Vanderbilt Avenue. Depois pagaram um táxi para a Park Avenue, até a casa na cidade de Luke, na rua 82.

O pai dele estava recebendo alguns banqueiros estrangeiros e ia chegar em casa muito tarde, então Niall e Luke tinham a casa só para eles. O estranho é que era a primeira vez que ficavam juntos sozinhos e eles perceberam isso. Não levou muito tempo.

Sentaram-se no jardim, bebendo cerveja e fumando cigarros. Luke usava uma camisa pólo de mangas compridas, e fazia muito calor, então ele a tirou. Niall também estava com calor, então subiu na fonte. Sentou-se no joelho da Vênus de Milo de mármore, borrifando água em si mesmo até que sua roupa ficasse encharcada.

Não era difícil ver quem era o verdadeiro deus. Comparado a Niall, Vênus parecia um monte de mármore encaroçado. Luke cambaleou até a fonte e se juntou a ele, e logo os dois estavam arrancando o resto das roupas um do outro. Afinal, era verão. A única forma de suportar a cidade no verão é ficando completamente nu.

Luke ficou preocupado com as câmeras de segurança ligadas na casa o tempo todo, na frente e nos fundos, então levou Niall para o quarto dos pais no andar de cima.

O resto é história.

Os dois transaram pela primeira vez. Foi desajeitado e doloroso, excitante e divertido, e tão doce que eles se esqueceram de ficar constrangidos. Foi exatamente como você quer que seja sua primeira vez, e eles não se arrependeram.

Em seguida, ligaram a tv, sintonizada no History Channel, em um documentário sobre o Mar Vermelho. Niall e Luke deitaram-se na cama abraçados e ficaram olhando as nuvens pela clarabóia acima deles, enquanto ouviam o narrador do programa falar de Moisés dividindo o Mar Vermelho. Niall achou aquilo hilário.

- Você dividiu meu Mar Vermelho! – lamentou ele, esmagando Luke com os travesseiros.

Luke riu e se enrolou no lençol feito uma múmia.

- E agora vou deixar você como sacrifício para a Terra Santa! – disse ele com uma voz gutural de filme de terror.

E ele a deixou por algum tempo. Levantou-se e pediu um festival de comida chinesa e um vinho branco vagabundo, e eles ficaram deitados na cama, comeram e beberam e ele dividiu o Mar Vermelho de Niall novamente antes que o céu escurecesse e as estrelas brilharam na clarabóia.

Uma semana depois, Niall foi para o internato na Hanover Academy, enquanto Luke e Louis ficaram em Nova York. A partir daí, Niall passou todos os feriados e as férias fora – nos Alpes austríacos do Natal, na Republica Dominicana na Páscoa, viajando pela Europa no verão. Esta era a primeira vez que ele voltava, a primeira vez que eles se viam desde a divisão do Mar Vermelho.

- Louis não sabe, né? – perguntou Niall a Luke em voz baixa.

Quem é Louis?, pensou Luke, com um ataque momentâneo de amnésia. Ele sacudiu a cabeça.

- Não. Se você não contou a ele, então ele não sabe.

Mas Harry sabia, o que era quase pior. Luke tinha deixado escapar a informação em uma festa duas noites antes num acesso de porre totalmente idiota.

Eles tinham tomado todas e Harry perguntou: “E ai, Luke? Qual a sua melhor foda? Se é que você já comeu alguém.” “Bem, foi com o Niall Horan”, gabou-se Luke, como um imbecil. E Harry não ia guardar segredo por muito tempo. Era picante demais e útil demais. Harry não precisava ler aquele livro, Como fazer amigos e influenciar pessoas. Ele estava cagando para quem o escreveu. Apesar de ser meio fraquinho no quesito amigos.

Niall pareceu não perceber o silêncio constrangido de Luke. Ele suspirou, inclinando a cabeça para descansar no ombro dele. Niall não tinha mais o cheiro de Cristalle de Chanel, que costumava ter. Cheirava a mel, sândalo e lírio – sua própria mistura de óleos essenciais. Era muito Niall, completamente irresistível, mas se outra pessoa tentasse usar, provavelmente federia a cocô de cachorro.

- Que merda. Morri de saudades, Luke – disse ele. – Queria que você visse as coisas que eu fiz. Eu fui tão mau.

- Como assim? O que você fez de tão ruim? – perguntou, Luke com um misto de medo e expectativa. Por um curto segundo ele a imaginou dando orgias em seu alojamento na Hanover Academy e tendo casos com homens mais velhos em quartos de hotéis em Paris. Ele queria ter podido visitá-lo na Europa neste verão. Ele sempre quis transar num hotel.

- E eu também fui um amigo horrível – prosseguiu Niall. – Mal falei com o Louis desde que eu fui embora. E aconteceu tanta coisa. Sei que ele está puto comigo, pois nem me cumprimentou.

- Ele não está puto. Talvez seja só timidez. Niall olhou rapidamente para ele.

- Ah, ta – zombou ele. – Louis tímido. Desde quando Louis é tímido?

- Bom, ele não está puto– insistiu Hemmings. Niall deu os ombros.

- Bem, de qualquer jeito, é irado estar aqui com vocês de novo. Vamos fazer tudo o que a gente costumava fazer. O Louis e eu vamos matar aula e encontrar você na escada do Met, depois vamos naquele cinema antigo no Plaza Hotel pra ver algum filme esquisito até começar happy hour. E você e Louis vão ficar juntos para sempre e eu serei o padrinho do casamento de vocês. E vamos ser felizes para sempre, como nos filmes. Luke franziu o cenho.

- Não faça essa cara, Luke. Não é assim tão ruim né?

Luke deu os ombros.

– Não, parece legal – disse ele, embora claramente não acreditasse nisso.

- O que parece legal? – perguntou uma voz ríspida.

Assustados, Luke e Niall desviaram os olhos um do outro. Era Harry, e com ele estavam Jaden, Barbara e, por último mas não menos importante, Louis, parecendo mesmo muito tímido.

Harry deu um tapa nas costas de Luke.

- Desculpe, Luke. Mas você não pode roubar o Horan a noite toda, sabe como é.

Niall olhou para Louis. Ou, pelo menos, tentou olhar. Louis estava muito concentrado em seus pensamentos.Então Niall desistiu e beijou primeiro Jaden, depois Barbara e por fim foi na direção de Louis.

Louis só podia passar uma quantidade limitada de tempo pensando se não isso ficava ridículo. Quando Niall estava a centímetros de distância, ele olhou para cima e fingiu surpresa.

- Oi, Louis – disse Niall, animado. Ele colocou as mãos nos ombros do garoto mais baixo e se inclinou para beijá-lo no rosto. – Desculpe por não ter ligado para você antes de voltar. Eu quis. Mas as coisas foram tão doidas. Tenho tanta coisa para contar a você!

Harry, Jaden e Barbara assentiram um para o outro e encararam Louis. Era óbvio que ela mentira. Ela não sabia nada sobre a volta de Niall. O rosto de Louis pegou fogo. Acabado.

Luke percebeu a tensão, mas pensou que fosse por um motivo completamente diferente. Será que Harry já contou a Louis? Será que ele é estava acabado? Não sabia. Louis nem mesmo olhou para ele.

Foi um instante meio gelado. Não o tipo de momento que você espera ter com os amigos mais íntimos e mais antigos.

Os olhos de Niall dardejaram de um rosto a outro. É claro que tinha dito alguma coisa errada, e rapidamente tentou deduzir o que seria. Eu sou um imbecil, resmungou Niall consigo mesmo.

- Quer dizer, desculpe por não te ligar ontem a noite. Eu literalmente estava voltando de Ridgefield. Meus pais me esconderam lá até pensar no que fazer comigo. Fiquei tão entediado. Boa saída.

Ele esperou que Louis sorrisse de gratidão por dar cobertura a ele, mas só o que Louis fez foi olhar Jaden e Barbara de lado para ver se eles tinham percebido o deslize. Louis estava agindo de um jeito estranho, e Niall tentou controlar uma crise de pânico. Talvez Luke estivesse errado, talvez Louis estivesse realmente puto com ele. Niall deixou de acompanhar muita coisa. O divórcio, por exemplo. Tadinho do Louis.

- Deve ser muito ruim sem o seu pai aqui. - tentou Niall. - Mas sua mãe parece tão bem, e Troye é um doce, é só a gente acostumar com ele. - Ele deu uma risadinha.

Mas Louis ainda não estava sorrindo.

- Pode ser. Ele olhou a carrocinha de cachorro-quente pela janela. - Acho que ainda não me acostumei com ele.

Os seis ficaram em silêncio por um longo tempo, tensos.

O que eles precisavam era de outro bom drinque bem forte. Luke sacudiu os cubos de gelo do copo.

- Quem vai querer outro? - ofereceu ele. - Vou pegar. Niall estendeu o copo.

- Obrigado, Luke. Estou com uma sede danada. Eles trancaram a porcaria do armário de bebidas em Ridgefield. Dá pra acreditar nisso? – Louis sacudiu a cabeça.

- Não, obrigada. - Se eu tomar outro, vou para a escola de ressaca amanhã. - desculpou-se Jaden.

- Você sempre vai à escola de ressaca - disse Barbara e estendeu o copo para Luke. - Aqui, eu divido o meu com o Jaden.

- Eu ajudo você - ofereceu-se Harry. Mas, antes que pudesse ir muito longe, a sra. Horan se juntou a eles tocando o braço do filho.

- Niall. - disse a sra . Horan - Jay gostaria que nos sentássemos. Ela colocou outro prato para você perto de Louis assim vocês podem colocar tudo em dia.

Niall olhou ansioso para Louis, mas esta já havia se virado e se dirigia à mesa, sentando-se perto do seu irmão de 11 anos, Ernest. que estava em seu lugar há mais de uma hora, lendo a Rolling Stone. O ídolo de Ernest era o cineasta Cameron Crowe, que tinha feito uma turnê com o Led Zeppelin quando tinha 15 anos. Ernest se recusava a ouvir CDs, insistindo em que só os discos de vinil prestavam. Louis se preocupava com a possibilidade de o irmão se transformar num fracassado.

Niall se recompôs e puxou uma cadeira no espaço perto de Louis.

- Louis, me desculpe por ter sido um imbecil total - disse Horan, retirando se guardanapo de linho do anel de prata e colocando-o aberto no colo. - A separação de seus pais deve ter sido um horror.

Louis deu de ombros e pegou um pãozinho fresco de um cesto na mesa. Partiu-o em dois e enfiou metade na boca. Os outros convidados ainda entravam se dirigindo à mesa e procurando lugar para se sentar. Louis sabia que era uma grosseria comer antes que todos se sentassem, mas, se sua boca estivesse cheia, ela não poderia falar, e ele realmente não estava com vontade de conversar.

- Eu queria estar aqui - insistiu Niall, observando Louis besuntar a outra metade de pãozinho com uma grossa camada de manteiga francesa. - Mas tive um ano totalmente doido. Tenho as histórias mais malucas pra te contar. Louis assentiu e mastigou lentamente o pãozinho, como uma vaca ruminando. Niall esperava que ele perguntasse que tipo de histórias, mas Louis não disse nada, só ficou mastigando. Louis não queria saber das coisas incríveis que Niall tinha feito enquanto estava fora e ele ficara preso em casa, vendo os pais brigando pelas cadeiras antigas nas quais ninguém se sentava, xícaras que ninguém usava e telas feias e caras.

Niall queria conta a Louis sobre Charles, o único rastafári da Hanover Academy, que lhe pediu que fugisse para se casar com ele na Jamaica. Sobre Nicholas, o universitário francês que nunca usava cueca e que perseguiu seu trem em um minúsculo Fiat em todo o caminho de Paris a Milão. Sobre fumar haxixe em Amsterdã e dormir em um parque com um grupo de prostitutas bêbadas porque tinha esquecido de onde estava hospedado. Ele queria contar a Louis o quanto foi chato descobrir que a Hanover Academy não a aceitaria de volta no ano seguinte só porque matou as primeiras semanas de aula. Queria contar a Louis como estava assustado de voltar para a Jude's amanhã, porque não tinha estudado muito no ano anterior e se sentia completamente fora de ritmo.

Mas Louis não estava interessado. Pegou outro pãozinho e deu uma mordida. - Vinho? - ofereceu Esther, parado do lado esquerdo de Niall com a garrafa.

- Sim, obrigada. - Niall viu o Côtes de Rhône ser vertido na taça e pensou no mar Vermelho outra vez. Talvez o Louis saiba, pensou Niall. Será que é por isso que está tão estranho?

Niall olhou para Luke, quatro cadeiras à direita, mas ele estava envolvido numa conversa com o pai. Falando de barcos, sem dúvida.

- E aí, você e Luke ainda estão totalmente juntos? - Perguntou Niall arriscando-se. - Aposto que acabaram de casar.

Louis engoliu o vinho, seu anelzinho de rubi tilintando na taça. Alcançou a manteiga, passou uma grossa camada no pão.

- Oi? Louis? - disse Niall, cutucando o braço do amigo. - Você tá legal?

- Estou - balbuciou Louis. Era menos uma resposta à pergunta de Niall do que uma declaração vaga e genérica para preencher o vazio enquanto se inclinava para outro pãozinho. - Eu tô legal.

Esther trouxe o pato, o suflê de abobrinha, a acelga e o molho de lingonberry, e a mesa se encheu do som de pratos e talheres da prata se chocando e murmúrios de "delicioso". Louis fez uma pilha alta de comida no prato e atacou como se não comesse há semanas. Não se importava em parecer repugnante, desde que não tivesse de conversar com Niall.

- Caraca! - exclamou Niall , olhando Louis se empanturrando. - Você deve estar morrendo de fome.

Louis assentiu e enfiou uma garfada de acelga na boca. Um gole de vinho ajudou-a engolir.

- Estou faminto - disse ele.

- E então, Niall - interveio Troye Austin da cabeceira da mesa. - Fale-me da França. Sua mãe disse que você esteve no sul da França neste verão. É verdade que as francesas não usam a parte de cima do biquíni na praia?

- Sim, é verdade. - Niall ergueu uma sobrancelha de jeito sacana.

Louis tinha abocanhado um enorme pedaço do suflê e o cuspiu no vinho. Ele flutuou na superfície no líquido carmesim como um bolinho encharcado até que Esther o levou e he trouxe uma taça limpa.

Ninguém percebeu. Niall tinha a atenção da mesa, e ele manteve o público cativo com histórias de suas viagens pela Europa até a sobremesa. Quando terminou a segunda porção de pato, Louis comeu uma tigela imensa cheia de pudim de tapioca com calda de chocolate, desligando-se da voz de Niall enquanto enfiava as colheradas na boca. Finalmente seu estômago e rebelou e ele se levantou de repente, arrastando a cadeira para trás e correndo pelo corredor até sua suíte, direto para o banheiro.

- Louis? - chamou Niall atrás dele e se levantou. - Com licença - disse Niall e correu para ver qual era o problema. Ele não precisava ir tão rápido; Louis não ia a lugar nenhum.

Quando Harry viu Louis se levantar da mesa, e depois Niall, assentiu em reconhecimento e cutucou Barbara com o cotovelo. - Louis vai soltar a porcaria toda - cochichou ele. - Que porra sinistra.


Louis se ajoelhou diante da privada e colocou o dedo médio o mais fundo que pôde na garganta. Seus olhos começaram a lacrimejar e o estômago se sacudiu. Ela já fizera isso antes, muitas vezes. Era nojento e horrível, e ela sabia que não devia saber, mas pelo menos se sentia melhor quando acabava.

A porta de seu banheiro estava só meio fechada, e Niall pôde ouvir o amigo vomitando.

- Louis, sou eu – disse Niall baixinho. – Você está bem?

- Vou sair em um minuto – rebateu Louis, enxugando a boca. Ele se levantou e deu a descarga.

Niall empurrou a porta e Louis se virou para ele.

- Eu tô legal – disse Louis. - Sério.

Niall baixou a tampa da privada e se sentou.

- Ah, não seja tão chato, Louis. – Qual é o problema? Sou eu, lembra? A gente sabe tudo um do outro.

Louis pegou a pasta e a escova de dentes.

- A gente era assim. – Louis começou a escovar os dentes furiosamente. Cuspiu um monte de espuma verde. – Quando foi a ultima vez que conversamos, aliás? Tipo assim, no verão retrasado?

Niall olhou para baixo, para as próprias botas de couro marrom desgastado.

- Eu sei. Desculpe. Eu estraguei tudo – disse ele.

Louis enxaguou a escova de dentes e a enfiou de volta no suporte. Encarou o reflexo no espelho do banheiro.

- Bem, você perdeu muita coisa – tornou Louis esfregando um pouco de creme para olheiras com a ponta do dedo mínimo. – Quer dizer, o ano passado foi realmente... diferente. – Ele quase disse “difícil”, mas “difícil” faria ela parecer vitima. Como se mal conseguisse sobreviver sem Niall por perto. “Diferente” era melhor.

Louis deu uma olhada em Niall, sentado na privada com um senso repentino de poder.

- Luke e eu ficamos muito íntimos, sabe. Conversamos sobre tudo. É, tá legal.

Os dois meninos se olharam desconfiadas por um minuto. Depois Niall deu os ombros.

- Não se preocupe com Luke e eu. Somos só amigos, você sabe disso. E depois, estou cansado dos garotos.

Os cantos da boca de Louis crisparam. Niall obviamente queria que ele perguntasse por quê, por que ele estava cansado dos garotos? Mas Louis não ia lhe dar essa satisfação. Puxou a suéter para baixo e olhou seu reflexo mais uma vez.

- A gente se vê – disse ele e saiu de repente do banheiro.

Merda, pensou Niall, mas ficou onde estava. Não valia a pena ir atrás de Louis agora, enquanto ele estava tão obviamente naquele humor horroroso. As coisas iam melhorar amanhã na escola. Ele e Louis teriam uma de suas famosas conversas sinceras no refeitório, junto dos iogurtes de limão e de alface romana. Não é que tenham deixado de ser amigos.

Niall se levantou e examinou as sobrancelhas no espelho do banheiro, usando a pinça de Louis para arrancar uns fios extraviados. Depois pegou a escova de Louis e começou a escovar os cabelos. Por fim, fez xixi e se reuniu à festa.

Quando Niall se sentou, Louis estava comendo a segunda porção de pudim e Luke desenhava para Troye um retrato em pequena escala de seu poderoso veleiro nas costas de uma caixinha de fósforo. Do outro lado da mesa, Harry ergueu a taça de vinho para brindar com Niall. Ele não tinha idéia de por que brindava, mas estava pronto para tudo.

Notas Finais


#RIPJOHANNAH


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