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História The Devil's Wife - Implorar


Escrita por: IzaaBlack

Notas do Autor


Como eu disse, estou tentando não demorar muito.
É isso ai, espero que gostem.

Capítulo 13 - Implorar


Pov Daryl

Acordo xingando em alto e bom som. E sinceramente, não tem absolutamente nada a ver com a musica irritante que começa a tocar. Tem a ver com o fato de que sonhei com Brooklyn durante todo o tempo em que consegui dormir, e que estou completamente duro por isso. Implorar. Rá. Eu nunca imploraria por nada. Nem mesmo por aqueles lábios malditamente sedutores.

Sento atordoado e procuro pela garrafa de água. Antes que eu a alcance a musica para  e isso só pode significar que Brooklyn está aqui. Xingo novamente e tento focar em qualquer imagem broxante possível, mas o som da voz dela, baixo e gelado só me ferra um pouco mais. Logo depois a porta se abre e ela entra.

Postura ereta, olhar confiante, cabelos amarrados em um rabo de cavalo alto. Calça colada, regata vermelha. Meu olhar sobe e desce por seu corpo. Oculto minha situação da melhor maneira possível.

-Bom dia, gracinha- diz e me limito a grunhir.

-Levante-se- diz e cruza os braços.

-Não- respondo e ela franze a testa para mim-Não posso fazer isso agora.

-Não pode?- resmunga e eu solto o ar pela boca, completamente puto, quando seus olhos castanhos passam por meu corpo de forma analítica e ela parece entender. Um sorriso divertido brota em seus lábios - teve bons sonhos, caçador?

-Poderiam ser melhores- resmungo e ela sorri mais ainda.

-Imagino que sim. Vou tomar café, enquanto você resolve seu- ela para aperta os lábios segurando uma risada e então completa: - seu probleminha matinal.

Soco a parede, irritado com tudo o que está acontecendo. Ela volta cerca de uma hora depois e me dá um sanduiche embalado. Espera que eu termine de comer, me leva para o banheiro de sempre e espera que eu tome banho. Quando saio, ela e Dwight estão em uma discussão, ele exaltado e ela com aquela típica frieza cheia de descaso e poder.

-Ordens do Negan- diz Dwight e ela rola os olhos.

-Enfie as ordens do Negan no cu- resmunga de volta, mas depois dá de ombros- Não faça merda, D.

Ele trinca os dentes mas acena em concordância. A rainha do gelo me lança um olhar demorado e até mesmo meio culpado antes de ir embora.

(...)

Negan me faz de empregado. Poderia ser pior. O intuito da coisa toda é me humilhar, e isso me irrita como o inferno, mas eu faço o que tenho que fazer.  Uso cada mínimo pedaço de mim para ignorar as gozações de Negan e de Simon.

O dia se arrasta entre limpar o chão, os banheiros e mais um monte de merda, incluindo Simon virando um copo inteiro de refrigerante ou sei la o que só para que eu tenha que limpar tudo de novo.

Dwight me leva de volta para a cela, segurando a parte de trás do moletom e tudo o que eu quero e virar e quebrar seu pescoço com minhas próprias mãos.

É madrugada quando ouço um barulho suave no corredor e em seguida na porta. Levanto-me e observo com atenção, sem armas tudo o que posso usar em minha defesa é meu próprio corpo.

Quem entra é Brooklyn. Meu corpo relaxa, como se confiasse nela e eu xingo.

-Oi- diz e parece meio confusa sobre estar aqui. É a Brooklyn mais simples que já vi. Usa um short curto, uma regata solta e cabelos presos em um coque.  Talvez fosse dormir, não sei.

-Oi- respondo me sentando e desviando o olhar da luz da lanterna. – O que faz aqui?

-Não estava muito afim de dormir, e...- ela desvia o olhar e suspira. Um pedaço da armadura de gelo abandonada.- Acho que queria conversar com você.

Aceno com a cabeça e solto um grunhido qualquer. Ela se senta ao meu lado e deixa a lanterna entre nós. Fico surpreso ao me dar conta de que ela não está armada.  Pela primeira vez desde que a conheci ela não está armada.

-Odeio acabar com seu mundo encantado princesa, mas não é só porque está de noite que o mundo não vá cair em pedaços.- digo e ela olha para mim confusa. Noto tardiamente que ela tinha me perguntado algo e que a ignorei.

-Jurava que eu já era rainha, estou sendo rebaixada a princesa?- pergunta arqueando a sobrancelha e sorrindo.

-Esse não é o ponto- respondo entre dentes- Tudo bem a roupa, mas pelos infernos, o que você tem na cabeça para vir até um prisioneiro sem armas?

-Oh, se eu não te conhecesse diria que está preocupado comigo, Daryl Dixon- diz se virando para me encarar melhor. Aperto os dentes e balanço a cabeça em negação.- Bem, talvez eu esteja confiando em você.

-E ai está seu erro, Brooklyn- respondo entredentes. Ela dá de ombros:

-Eu sei.

Ficamos em silencio, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Não é desconfortável, só é diferente.

-Como...Como era sua vida antes do fim?- me pergunta bruscamente e se vira para me encarar. Fico atordoado diante da intensidade, e confuso.

-Não acho que seja da sua conta-digo  com um grunhido.

-Tem razão, não é- diz e então se levanta. Sei que vai embora. Não a julgo por ir.

Nós conversamos sobre diversas coisas, e temos uma relação estranha baseada em provocações e desconfianças. Sempre um pesando o  que dizer para o outro, como isso pode ser usado depois. Talvez ela use contra mim depois. Muito provável que ela o faça, mas no fim das contas a Rainha do Gelo foi a  pessoa que mais me questionou sobre mim, mais me observou e mais foi gentil.  Uma gentileza fria, mas uma gentileza. Sem criticas sobre escuridão e o que já fiz de errado e posso vir a fazer de novo.

-Brooklyn?- chamo e ela me olha. Não consigo enxergar muito bem, não com a luz tão pouca. – Podemos fazer um jogo?

-Que tipo de jogo, caipira?

-O tipo que você faz uma pergunta  e eu respondo, mas você tem que responde-la também.- digo e ela analisa as possibilidades.

-Parece justo.

Ela volta lentamente e se senta no mesmo lugar de antes. A caminhada lenta é tranquila, mas ativa em mim  o desejo de novo e tenho que lutar para tirar minha mente da sarjeta e parar de fantasiar com aquelas pernas tornadas.

-Então?- ela pergunta chamando minha atenção de volta para o presente  e penso um pouco antes de dizer qualquer coisa. Eu poderia mentir.

-Eu vivia em uma cidade mais do interior aos arredores de Atlanta, mas acho que você já imaginava. Trabalhava com bicos, e vivia na maior parte do tempo me embebedando por ai com meu irmão. Merle.- digo e observo enquanto ela processa as palavras.

-Atlanta.  Apartamento pequeno, muitos plantões.  Costumava sair com os amigos e com meu irmão quando dava. Estava na fase de lutar para me manter como médica, meio da residência.

-Quantos anos você tem?- pergunto e ela rola os olhos.

-Achei que as perguntas fossem minhas- revida, mas dá de ombros- Vinte e sete. Você?

-Quarenta- respondo com os lábios apertados. Treze anos de diferença entre  nós.

Nós continuamos a conversar por um tempo. É quase normal. Em algum momento as provocações voltam e pelo inferno mais profundo, não sei resistir a essa mulher. Aperto os olhos diante do fato de que ela me encara.

-Acho que acabei de decidir o que vim fazer aqui- diz bruscamente e a encaro interessado.

-E seria?

-Quebrar o seu controle- responde  e então se aproxima bruscamente, se inclinando em minha direção.

Apoia uma das mãos em meus ombros e passa as unhas por cima do moletom. Reajo, meu corpo simplesmente reage e então minhas mãos estão em sua cintura puxando-a para mais perto e estou me inclinando para tomar seus lábios. Ela desvia sorrindo.

-Vai ter que implorar- sussurra.

Aperto sua cintura  e rosno. Ela ri e a puxo para mais perto, quase em meu colo.

-Acho que quem vai implorar é você, garota- respondo e então beijo seu pescoço. Ela geme baixinho e passa uma das pernas pelo outro lado de meu corpo, mas se mantem ajoelhada, sem se sentar em meu colo.

Continuo meu caminho por seu pescoço, enquanto subo uma das mãos por suas costas até chegar em seu coque e desmanchar. Emaranho meus dedos nas madeixas loiras e puxo levemente, fazendo com que ceda mais pele para mim. Suas unhas apertam meus ombros mesmo por cima do moletom fuleiro que me deram.  Minha mão que permanece em sua cintura desce por sua bunda, onde para por um momento para apreciar e apertas, e despois continua seu caminho para as coxas torneadas.

Ela puxa meu cabelo e me afasta de seu pescoço. Está arfante e  descubro que eu também estou. Solto seus cabelos e  me deixo sumir naqueles olhos castanhos, parando apenas para encarar seus lábios. Ela sorri de lado e então se inclina chegando ao mesmo pescoço. Um som sobe pela minha garganta quando os lábios dela entram em contato com minha pele, e volto as mãos para sua cintura apertando.

-Dois podem jogar esse jogo, Dixon- diz em um sussurro rouco contra meu ouvido, mordendo logo depois.

A respiração fica mais difícil. Eu a quero. É tudo que sei. Minhas mãos puxam sua cintura para baixo, com a intensão de faze-la sentar, mas ela resiste. Uma de suas mãos se mantem em meu ombro, onde ela se apoia, mas a outra desce para a barra do moletom e entra em contato com minha pele. Um gemido vergonhoso escapa de meus lábios.

Diante de todas as sensações maravilhosas e a vontade absurda de beija-la eu me perco. De alguma forma ela acordou uma parte de mim que está adormecida desde o inicio do apocalipse.

Não. Vou. Implorar.

Não. Vou. Implorar.

Não. Vou. Implorar.

Repito isso em minha mente como uma oração, mas então ela se afasta, volta  a apenas apoiar as mãos em meus ombros e me encara com aqueles olhos brilhantes e castanhos. Assim, com os olhos tão fixos nos meus que acho que pode ler meus pensamentos ela arqueja baixinho e umedece os lábios. E é ali que eu me perco. Total e completamente.

Quero esses lábios para mim e quero agora. Xingo baixo e me inclino em sua direção. Ela desvia novamente, chegando para trás o máximo possível sem soltar meus ombros. Os braços endurecem impedindo que eu chegue mais perto, mas ainda assim estamos cara a cara. Sinto sua respiração em meu rosto.

-Vai ter que dizer- diz baixinho, a voz rouca.

-É um castigo?

-Você foi um bosta comigo- diz sem nunca parar de me encarar. Não posso me defender quanto a isso.

Então eu engulo meu orgulho. Engulo meu maldito orgulho por uma mulher que eu nem sequer conheço direito. Faço isso sabendo que estou caindo num poço sem fundo, e puta merda parece que tenho sentimentos por alguém. E esse alguém nem sequer é meu.

Xingo. Brooklyn Hayes não é minha, mas quero que seja. E é por isso que depois de encarar fixamente aqueles lábios, me obrigo a olha-la nos olhos.

-Por favor- digo e para faze-lo tenho que arrancar essas palavras do fundo de mim. Ela sorri felina, uma predadora que venceu a luta e amolece os braços. É a minha deixa.

Acabo com a pouca distancia e reivindico seus lábios com posse e dominância. O beijo é voraz e violento e fico satisfeito ao ver que ela tem dificuldades de em acompanhar. Suas mãos vão para minha nuca e me arranham de leve, enquanto aperto sua cintura e a puxo para mais perto. Ela cede e está em meu colo, correspondendo ao beijo. É avassalador, é intenso, é único. Nos afastamos para respirar e volto para seu pescoço, para logo depois abandona-lo e beija-la novamente.

Raiva, desejo, importância, tudo isso misturado no beijo. Ela pode não ser minha, mas ali naquele momento, enquanto me beija, ela é. Sinto sua entrega e isso me fascina.

Um rebolado dela e um gemido vergonhoso escapa de mim. Ela sorri entre o beijo, mas se afasta. Encara-me fixamente e repete o movimento. Aperto sua cintura com força. Ela se inclina e me beija de novo, mas dessa vez é mais curto e acaba logo.

Encaramo-nos fixamente, ambos arquejantes. Ela está uma bagunça, os cabelos revoltados caindo sobre seus ombros, uma alça da blusa larguinha caindo e revelando o ombro branco e perfeito e os lábios inchados... Oh.

Ela inspira profundamente e solta o ar com força.

-Tenho que ir- diz e naquele momento não tem nada de rainha do gelo. Nem uma única lasquinha de gelo.

Concordo com a cabeça, sem solta-la. Subo uma mão lentamente por suas costas e ela fecha os olhos apreciando o movimento. Sorrio convencido. Agarro seus cabelos novamente e a puxo em minha direção, até que estamos a um fio de cabelo de distância. Ela abre os olhos surpresa e me encara.

Mantenho a mão firme para que não se afaste e beijo seu maxilar e suas bochechas, finalizando com um beijo mais calmo.

-Um dia você vai me implorar de volta, Brooklyn- digo baixinho, minha bochecha contra a dela, minha barba arranhando e irritando a pele delicada e macia.-Não pelos beijos. Ah, os beijos eu dou de graça. Vai implorar por algo mais.

Ela arqueja e eu sorrio, soltando sua cabeça. A loira continua em meu colo, mas se afasta um pouco de mim, um sorriso divertido e malicioso estampado nos lábios inchados e vermelhos. Uma satisfação masculina me atinge porque eu sou a razão disso.

-Você está muito convencido de si mesmo, Dixon.

-Talvez eu esteja- concordo e ela ri, se levantando em seguida. Já sinto sua falta.

Ela passa a mão pelo rosto agoniada e em um lampejo entendo que pode ser que ela esteja se metendo em problemas por isso. Duvido muito que Negan divida a esposa com alguém, e mais ainda que ele aceite um divorcio. O cara é um  possessivo e tenho certeza que acha que é dono dela.

-Você vai ficar bem?- pergunto e vejo em seus olhos que ela entende.

-Vou. Não se preocupe.- ela passa a mão pelo rosto e volta a me olhar- O que você faz comigo, seu maldito?

-Boa pergunta. O que você faz comigo?

-Ah, eu sou sexy e maravilhosa- responde e dá de ombros tranquilamente, um pouco da rainha do gelo- É fácil ver o que eu faço com você- faz um gesto de descaso para mim e minha maldita ereção.

-É um pouco mais difícil ver o que eu faço com você, mas tenho certeza que se procurar com cuidado vou sentir algo.- respondo e ela ri.

-Não estava falando sobre o fato de você me atrair.- resmunga. Concordo com a cabeça.

-Só não se meta em problemas por minha causa- digo e ela dá de ombros.

-Já estou em problemas. – responde  e a encaro atenta.- Tenha um bom resto de noite, gracinha.

E então sai batendo a porta. Sem ela, e sem a lanterna fico sozinho no escuro. E não consigo parar de pensar no que aconteceu e no fato de que estou de fato me importando com ela. Talvez ela tenha sido sincera ao dizer que achava que estava apaixonada por mim. Estou sendo sincero ao admitir para mim mesmo que acho que estou apaixonado por ela também.


Notas Finais


Me contem o que estão achando, adoro receber comentários <3
Beijooooos


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