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História The Devil's Wife - Invasor


Escrita por: IzaaBlack

Notas do Autor


Hey!
Desculpem a demora.
Espero que gostem.
Obrigada a quem comentou no capítulo anterior, comentários me deixam absurdamente feliz. Espero que gostem do capítulo, e se possível comentem ( eu sei que é chato ficar falando sobre comentários, mas não custa nada né kkk )
Boa leitura.

Capítulo 14 - Invasor


POV Brooke

Depois do que aconteceu entre mim e Daryl durante a noite ficou difícil entrar em foco e ignorar a atração forte que sinto por ele, mas fiz o meu melhor.  Hoje é um daqueles dias que Negan resolve me convocar e ficar comigo por perto.  O caçador acaba como o cara que limpa o chão.

Evito olhar para ele, com medo que algo em meu olhar me denuncie, e pela primeira vez me sinto desconfortável diante das mãos de Negan em meu corpo. Ele conversa com Simon sobre alguma coisa de Hilltop, e mantém o braço ao redor de minha cintura.  Ouço um bufar vindo do Dixon e tenho que esconder um sorriso.

Lembro-me de uma conversa  com Kieran a um tempo atrás, na qual ele afirmava que um dia alguém me faria perder a certeza pela primeira vez na vida. Aparentemente essa pessoa é ninguém menos que Daryl Dixon, e odeio isso.

Flashes de sua pegada, as mãos firmes no meu corpo e no meu cabelo, me mantendo onde ele queria com força e ainda assim um tipo de delicadeza que não aparece em seu jeito brusco faz meu corpo arrepiar e uma onde de excitação me atingir. Pisco atordoada e tento me focar em Simon.

 Ouço passos vindos de um dos caminhões carregados de coisas que pegaram de Hilltop e me viro para lá desconfiada, apenas para ver um garoto sair atirando momentos depois. Alcanço minha arma por puro reflexo, mas antes que eu possa fazer qualquer coisa Negan se jogou contra mim e estamos no chão. Não consigo ver o que acontece, uma vez que tudo o que consigo ver são couro e braços, além de sentir o peso de muralha que meu marido tem. Ele rola pra longe de mim e se nos levantamos imediatamente.

-Você está bem?- pergunta me medindo da cabeça aos pés. Aceno afirmativamente, olhando ao redor.

Alguém segura Daryl pelo moletom, e dois caras seguram o garoto no chão. Deve ter em torno de 15 anos, e um dos olhos é machucado. Entendo com um clique que é de Alexandria, e isso explica a expressão preocupada no rosto do caipira.

-Uau garoto por essa eu não esperava. Um completo psicopata, de fato.- diz e ri, oferecendo a mão a ele em seguida.

-Não- se recusa e o sorriso sarcástico de Negan some.

-Cortem o braço do caipira- diz sem parar de encarar o garoto, que arregala os olhos desesperado e aceita a mão oferecida- Deixem pra lá.

Meu coração bate forte, um xingamento dançando entre meus pensamentos. É só uma criança.

-Garoto vou te levar em um tour para ver o lugar. Não vou deixar espaço para que diga ao seu pai que lhe tratamos mal- diz cinicamente e o empurra em direção a entrada principal. – Brooke me encontre na sala de lazer- diz por cima do ombro e rolo os olhos.

Odeio quando acham que mandam em mim, mas guardo isso para mais tarde. Não gosto da possibilidade de  deixar o garoto sozinho. Encontro os olhos azuis de Daryl fixos em mim e digo sem fazer som que vou cuidar disso.

Entro rapidamente e pulo alguns degraus em direção a tal sala de lazer, também conhecida como sala das putas antigas. Abro a porta em um rompante e encontro ele pressionando o menino a pegar uma cerveja.

-Eram umas putas lindas - comenta fazendo com que ele pegue a garrafa- Eram todas minhas, mas alguém melhor entrou em cena.

-Suponho que alguém melhor seja eu- digo desviando sua atenção para mim. O garoto fixa os olhos azuis em mim também.

-Com certeza, Baby- diz sorrindo- Carl essa é minha esposa, Brooke.

-Olá- digo e ele aperta o olho em minha direção.

-Acho que ele deveria escolhar uma puta para ele, o que acha?- pergunta Negan e eu rolo os olhos.

-Acho que deveria deixa-lo em paz.- respondo entediada. Caminho até eles e paro ao lado do garoto. Ele me olha meio receoso.

-Vamos continuar o tour.

Acompanho encontro ele passa por alguns lugares daqui e para em seu quarto. Faz com que Carl se sente no sofá e banca o psicólogo. Tento remediar o máximo possível, mas ele está empenhando em deixar o garoto desconfortável.

-Tire- ele diz e eu fico momentaneamente perdida, para um segundo depois entender que está falando do curativo. Pela primeira vez vejo o garoto ficar realmente afetado.

-Não posso fazer isso- diz desconfortável

-Tire- repete imperativo- Você vem a minha casa, atira nos meus homens e quer sair como se nada tivesse acontecido? Eu estou sendo boazinho e querendo só isso em troca. Tire.

A respiração dele sai tremida e ele desfaz o nó, tirando a bandagem lentamente  e revelando um buraco bem tratado, onde deveria ter seu olho.

-Uau garoto, isso é nojento- diz e sinto um impulso de virar a mão na cara dele.- Isso é horrível. Agora posso entender o porque de querer manter tampado.

Observo  ele se aproximar mais do garoto.

-Nenhuma garota vai querer isso hein?! Posso tocar?

-Negan já chega- digo em erguendo em um rompante. Ele me olha surpreso.

-Não acho que já chegue, Baby.- responde com os olhos fixos em mim.

-Pois eu acho que sim- digo friamente- Isso não vai levar a nada e você sabe disso.

Ele fecha a expressão para mim,  e eu arqueio a sobrancelha em resposta. Ficamos em uma luta de olhares por um momento, e então ele cede.

-Tenho outras coisas para resolver- resmunga- Não acabamos aqui. Volto logo.

Ele sai nos deixando sozinhos no quarto. Carl abaixa o olhar e começa a colocar a mesma bandagem de volta.

-Não- digo impedindo-o e ele me olha raivoso.

-Não cansou de olhar?- rosna e eu sorrio.

-Não há nada de errado- digo e ele me olha surpreso- Mas não vou deixar você usar a mesma bandagem. Está bem curado, mas não quero uma infecção uma vez que isso agora está sujo.

-E você é médica por acaso?-pergunta irônico

-Na verdade sou sim- ele pisca atordoado enquanto empurro-o levemente fazendo com que se sente.- Espere um momento.

Sigo até a suíte e pego o kit de primeiros socorros. Quando volto não preciso ser uma gênia para saber que ele está com um objeto pontudo escondido nas costas, e isso meio que me diverte.

-Espero que não esteja planejando usar isso contra mim- digo despreocupadamente enquanto abro o kit e pego bandagens e uma pomada- Eu não quero ter o trabalho de te desarmar.

-O que te faz ter tanta certeza que conseguiria?

-Eu sou muito boa- respondo e então me inclino começando a fazer o curativo. – A pomada serve para que a pele sensível fique resistente e evita qualquer inflamação. Suponho que o ferimento não seja muito antigo, apesar de não ser recente.

-Está certa- concorda e eu aceno.

-Usou anti-inflamatórios?

-Sim, Denise disse para usar por cerca de um mês.

-Normalmente é uma quantidade de tempo boa, mas leve essa pomada e passe uma vez ao dia até acabar, apenas por proteção e resistência.

-Por que está me ajudando?- pergunta e o encaro sem receio.

-Porque eu quero.

-É a esposa dele – resmunga e eu dou de ombros.

-O que não quer dizer que sou ele- respondo e ele me olha surpreso.

-Você poderia me dizer se Daryl está bem?- pergunta, cada palavra saindo baixa e calculada.

-Está bem, mas é um prisioneiro, o que sem duvidas não é o ideal. – respondo com sinceridade.

Ele acena em concordância. Pego o chapéu no sofá e ponho em sua cabeça novamente.

-O que ele disse sobre ser nojento e que nenhuma garota iria querer é uma grande merda- digo séria- É diferente e causa estranheza sim, mas se alguma garota não te quiser por isso é uma idiota que não te merece. O machucado só prova que é um sobrevivente.

Ele não diz nada, mas sei que está digerindo as minhas palavras. Negan aparece novamente, e nos chama para acompanha-lo. No caminho eu entendo o que está acontecendo e chamo-o para um canto. Brigamos feio diante do fato de que ele quer expor uma criança a uma cena do tipo em que o rosto de alguém é queimado com um ferro.

-O que o individuo fez dessa vez?- pergunto cansada.

-Comeu uma das mulheres que eu disse que nunca mais deveria ser comida.

-Isso é uma coisa completamente sem noção- digo irada- É sua ex mulher ou qualquer merda dessa, por que caralhos não pode dar pra quem ela quiser?

-Porque eu disse que não poderia- rosna- É o respeito por mim e minhas ordens que está em jogo e eu não aceito isso.

-É uma idiotice- respondo irritada- Não vai levar o garoto a ver isso.

-Vou sim, Brooke. Não estou te pedindo permissão.

-Bem, eu estou te pedindo para não faze-lo- respondo  e ele para por um momento.

-Isso amenizaria sua raiva comigo?- pergunta e sei que está me manipulando. Vejo em seu olhar o jogo. Deixo que o faço.

-Sim- respondo depois de apertar os lábios.

-Você sempre teve um fraco por crianças- murmura e então me puxa para um beijo.

Posso estar com raiva e até mesmo desconfortável, mas ele continua beijando bem pra caralho, o que faz com que eu perca o eixo e meu corpo responda. Não é tão intenso quanto antes, não me atrai tanto, mas ainda está ali.

-Feito. Deixo o garoto fora disso e você vem para o meu quarto hoje.- diz com um sorriso sacana.

Puxo um sorriso sacana dentro de mim – dessa vez ele não vem naturalmente, o que me surpreende- e aceno com a cabeça.

Volto para o corredor e pego Carl pelo braço, guiando-o para a direção contraria.

-O que aconteceu?- pergunta franzindo a sobrancelha.

-Mudança de planos- respondo.

Continuo a caminhar até parar na cozinha. Pego dois dos sanduiches que Francis sempre deixa pronto e dou um para ele, que aceita sem dizer nada. Comemos em silencio, sozinhos, uma vez que todo o resto está assistindo o show de horrores.  

Pouco tempo depois Negan aparece. Está acompanhado de D. e Daryl, que tem preocupação nos olhos azuis. Ignoro isso.

-Hora de levar o garoto para casa- diz e eu concordo. Ele se move e me beija. Retribuo da melhor forma possível, até apreciando.

Ele segue para o carro sem olhar para trás.

-Se cuida- digo para o garoto que me olha com atenção.

-Você é boa- diz com certa surpresa e eu sorrio- Não entendo porque está com ele, mas é boa.

-Acho que vai ter que guardar meu segredo- digo em um sussurro para só ele ouvir. Ele acena e se vira para Daryl.

-Espero que fique bem.- diz e é nesse momento que D. o puxa para o caminhão.

Observo a distância Negan o dispensar e seguir para Alexandria com outros capangas.

(...)

Noto que há um invasor antes de qualquer um dos homens que me acompanham, mas finjo que não o faço. Vejo pela postura de Daryl que ele notou também, mas tenta a todo custo não deixar isso transparecer.

Ele ataca com habilidade e repentinamente, atingindo o cara forte que nos acompanha. Bate a cabeça dele com força contra a parede até que ele fique desacordado. Daryl se joga contra mim assim que entende o que está acontecendo, e sei que é por um conjunto de coisas. É porque não quer que alcance minhas armas e porque não quer que outra pessoa lide comigo. Mal sabe ele que já tenho uma decisão tomada.

Empurro-o para longe com a perna, e antes que ele possa voltar Fat Joey o puxa e os dois acabam em uma briga. O cara estranho, com barba e cabelos longos, olhos claros e uma toca se joga contra mim, uma vez que o fortão está apagado.

Rolamos no chão, ele tentando me imobilizar e eu desviando com habilidade. Soco-o por baixo e ele fica zonzo por tempo suficiente para que eu o empurre para longe de mim. Ele tenta uma rasteira, mas desvio e o chuto no peito. Ele agarra meu braço e me prensa na parede, tentando me apagar, mas eu o soco repetidas vezes, fazendo com que recue. Ouço o som de Daryl acabando com Fat Joey, pelas pancadas sei que está morto.

-Jesus- chama Daryl quando ele consegue alcançar meu pescoço. O cara nem olha para ele.

Arranho a cara de meu oponente, alcanço um dos meus bastões e o prenso contra a parede,  segurando o bastão no pescoço do mesmo com as duas mãos de um modo que pode sufocar. Ele começa a perder o ar.

Ouço os passos de Daryl e coloco mais pressão;

-Não se aproxime- digo- Se o fizer ele morre.

O som de sufocamento enche o ambiente e Daryl não se move.

-Brooklyn- ele chama.

-Não- digo sem olhar para ele. Afroxo o aperto no pescoço de Jesus e sorrio de lado. –Então você é o tal Jesus de Hilltop.

-S...i...m- Ele diz entre um engasgo e uma puxada de ar.

-Acho que eu esperava mais de um lutador absurdamente silencioso- digo friamente.- Bom plano de fuga. Espero que seja melhor que isso para sair daqui.

-O que?- pergunta Daryl e eu solto o outro lentamente. Ele se curva em busca de ar.

-É hora de ir embora, Daryl Dixon- digo séria, meus olhos fixos nos dele.

-Está me deixando ir- afirma, olhando-me nos olhos- Por quê?

Sorrio e dou de ombros.

-Porque eu quero- digo  e ele caminha até mim a passos largos.

-Brooklyn...

-É a sua chance- digo séria.- Adoro sua companhia, mas você é livre. Nunca será um Negan e tem uma família esperando por você.

-Vem comigo- pede e meu coração falha uma batida.

-Adoraria- respondo e apesar de ainda estar no controle noto uma falha em minha voz geralmente gelada e desprovida de sentimentos. Vejo pela faísca em seus olhos que ele também. Recupero o controle- Meu irmão está aqui.

-Não é só sobre seu irmão, é?

-Não.- digo séria, olhos nos olhos – Mas também não é sobre Negan. Eu quero você, Daryl Dixon. Quero muito.

Ele sorri de lado.

-Vamos nos encontrar de novo – ele diz e eu aceno em concordância. Ele me puxa pela cintura e me beija. É intenso, gostoso e tem gosto de despedida e de promessa.

Dou dois passos para trás e tiro seu colete, estendendo para ele.

-É seu- digo e ele olha do colete para mim por um momento.

-É meu, mas fica melhor em você- diz e pisco atordoada, supresa- Vai ficar com você, para que me devolva a próxima vez que me ver.

-Isso implica que vá me ver novamente- digo e ele sorri.

-Sei que vou- responde e eu o empurro.

-Vaza antes que sintam falta.

-A loira está certa- diz Jesus, que até então era uma plateia indesejada.

-Me de um soco- digo e Daryl me olha incrédulo.

-Você está louca?

-Não. De o soco e uma coronhada. Ande logo- digo razoavelmente impaciente.

-Brooke.

-Agora- digo ríspida. Jesus o faz por ele, me pegando de surpresa e fazendo com que eu quase caia.

O caçador me segura pela cintura e se vira pro outro irado.

-Está louco?- grunhe e eu faço sinal de silêncio

-Brigue depois, você está sem tempo.- digo e sai aquela voz gelada que sempre irrita-o.

-Desculpe- murmura Jesus, mas não acho que ele sinta muito. Depois disso sinto uma coronhada, e tudo escurece, comigo ainda nos braços de Daryl.



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