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História The Devil's Wife - Amando o Diabo


Escrita por: IzaaBlack

Notas do Autor


Hey pessoal.
Quero agradecer pelos comentários e pelos favoritos. Fiquei bem animada com a aceitação de vocês pela fic.
Beijos, espero que gostem.

Capítulo 2 - Amando o Diabo


POV Daryl

Aquela musica infernal ecoa em minha cabeça de modo torturante. Estou caído no chão, tentando bloquear o som, sem sucesso. Meu corpo reclama por causa dos machucados e pela falta de tempo dormido. Me sinto enlouquecer aos poucos.

A porta é aberta bruscamente, a luz me cegando por um momento, e então Dwight entra todo superior, apesar de ter uma expressão de desgosto no rosto.  Demoro alguns segundos para notar que a mulher de Negan está encostada no batente da porta. Um pecado ser gostosa daquele jeito.

Brigo comigo mesmo mentalmente pelo pensamente pervertido. Estou acabado e ainda consigo achar a desgraçada atraente.

-Vamos começar com o básico- ela diz se desencostando e entrando na cela suja. De um modo estranho eu quase sinto vergonha ao me dar conta de que estou todo vomitada- E desligar essa porra de música.

Como o esperado suas ordens são atendidas instantaneamente. Ela anda pelo pequeno cômodo, tomando cuidado para evitar as nojeiras do chão. Chega perto de mim, se abaixando sobre os pés até os olhos castanhos estarem na mesma altura dos meus. Se inclina em minha direção e meu primeiro impulso é chegar para trás, mas paro o movimento antes mesmo de começar.

Ela estende o braço e pega a foto no chão. Desvio o olhar, aquela foto acabando comigo um pouco mais. O olhar dela perante a imagem é interessado e frio. Ela se levanta, troca algumas ordens com Dwight e sai.

O desgraçado chega na porta, troca algumas palavras com alguns outros capachos e volta até onde estou. Me puxa pela roupa como sempre faz, e me deixo guiar, sabendo que resistir agora não iria dar em nada.

Depois de algumas voltas, ele para em frente a uma porta, e bate. A voz melodiosa dela responde do lado de dentro, e entramos.

Ela está sentada comendo alguma coisa. Meu estomago traidor reclama, e imagino que essa seja a tortura dela: Me fazer assisti-la comer do bom e do melhor, enquanto passo fome.

-Já pode ir agora, Dwight – diz depois de engolir mais uma garfada.

-Não sei, pode ser perigoso te deixar assim com um prisioneiro, Brooke. Negan não vai gostar disso.

-A porra do prisioneiro é meu, então eu lido como eu quiser e não quero você perto. Além disso, se ele tentar algo estupido você bem sabe o quão eficiente eu sou. Fora.

Sem escolha ele se retira do recinto, fechando a porta atrás de si. Noto que ela é confiante o suficiente para ficar sozinha comigo no cômodo, e não consigo distinguir se é burra ou se é muito boa mesmo.

Ficamos nos encarando, um medindo a força do outro. Está tão bonita quanto no dia anterior, mas hoje os cabelos estão presos no alto da cabeça, o que deixa seu pescoço e rosto a mostra. Está sexy pra caralho, e eu quase, quase mesmo, sinto meu corpo reagir a ela.

-Sente-se- ordena sem tiras os olhos de mim. Meu primeiro instinto e cruzar os braços e me recusar, testar até onde ela vai, mas acabo guardando essa briga para outro momento.

Assim que me sento, um prato é empurrado em minha direção. Está montado, cheio de comida e com uma colher dentro. Ergo uma sobrancelha, suspeitando.

-Não tem veneno- ela diz parecendo se divertir com minha expressão- O sentido de ter um refém é exatamente mante-lo vivo.

Continuo parado e ela rola os olhos, se inclina sobre a pesa e pega uma colherada de comida colocando na boca.

-Satisfeito?-pergunta depois que engoliu.

Dou de ombros e ela balança a cabeça negativamente.

-Se prefere a comida que o D. te dava é só falar que eu mando buscar- diz com os olhos apertados em minha direção.

Começo a comer, os olhos ainda fixos nela. Ela termina de comer calmamente, e noto que ela também está com uma colher, o que só me prova que é bem inteligente. Nem garfo, nem faca, uma colher. Nada que sirva de arma.

Ela se recosta na cadeira e me encara enquanto termino de comer. Me sinto desconfortável. É como se ela conseguisse ver dentro de mim, e eu não consigo evitar isso.

-Então, quem é você, Daryl?- pergunta quando já estou com o prato praticamente vazio. Meu corpo parece em êxtase agora que foi alimentado com uma comida descente depois desses últimos dias.

-Se você acha que um prato de comida é o preço, está muito enganada, filha da puta.

Ela ri. Ri de verdade. Joga a cabeça para trás e deixa aquele som hipnotizante sair por entre os lábios carnudos.

-Estou pouco me fodendo pro fato de você responder "Negan" ou qualquer outra coisa, Daryl. Quero saber quem é você como pessoa. Nome, sobrenome, essas porcarias.

Não digo nada. A vadia é estranha. Não consigo entender que tipo de tortura ela quer fazer, e isso me deixa em alerta constante, sem saber o que esperar. É cansativo.

Ela rola os olhos novamente, mas abre um sorriso quando nota meu prato limpo.

-Bem, acho que agora é ir para a segunda fase- diz se levantando.

Sigo-a com o olhar, não conseguindo evitar que este desça por todo o seu corpo, ou desviar. Desgraçada. Ser assim deveria ser proibido.

Ela mexe em algumas gavetas e volta, parando ao meu lado. Me olha de cima, de uma maneira que ela só consegue porque estou sentado. Está com uma toalha em mãos.

-Vamos lá, caipira- Resmunga abrindo espaço- Levanta.

Franzo a testa e permaneço sentado.

-Você vai tomar banho- diz como se estivesse falando com uma criança.

Continuo imóvel e, bem, isso parece irrita-la. O irritado aqui deveria ser eu, e tenho plena noção de que se ela não fosse uma mulher eu iria estar louco pra dar uns murros na cara dela, mas não bato em mulheres, e não é porque esta em especial parece ser o diabo que vou faze-lo.

-Só porque eu estou boazinha não se engane, meu bem- diz se abaixando para me encarar. Muito perto. Muito perigosa- Eu mando nessa porra e se eu digo para você tomar banho é o que você vai fazer. Do jeito fácil ou do jeito difícil. Existem inúmeras opções para o jeito difícil.

Rosno baixinho e me levanto bruscamente, fazendo-a ter que se inclinar um pouco pra trás para evitar que seu rosto colida com o meu.

-Você se acha mesmo a dona do mundo- rosno na cara dela, mas isso parede diverti-la.

-É quase como se eu fosse- responde passando as unhas por meu braço por cima do moletom. Meu corpo estremece e odeio que faça isso, perco o foco. – Mas no momento, acho que sou mesmo é sua dona.

Odeio-a. Odeio-a bastante. Quase tanto quando odeio o marido dela. Ela aponta para uma porta fechada com descaso, e sigo sem muita opção.

Como o esperado, o banheiro não tem nada que eu possa usar. Metodicamente limpo e vazio.  Não quero admitir mas acho bom tomar um banho.

Visto o moletom novo que ela me entregou embolado na toalha e saio para encontra-la discutindo no rádio. Desliga quando me vê e coloca no cinto. Passa os olhos por mim, de cima a baixo, e me divirto ao ver, mesmo que muito pouco, um resquício de admiração. Quase desejo.

Ela anda até mim como se eu fosse sua presa, e eu me sinto um pouco assim mesmo. Chega muito perto, se apoia em meu ombro e aproxima o rosto da curvatura de meu pescoço, inspirando profundamente.

Meu corpo todo se arrepia diante disso, e sinto um desconforto, agradecendo aos céus por estar usando um moletom,  assim como xingo os infernos por essa mulher. Faz parecer que sou um adolescentezinho descontrolado. Assim tão próxima posso sentir seu cheiro, e porra ela é muito cheirosa.

Ela se afasta sorrindo.

-Teste de qualidade- diz me encarando e sorrindo levemente- Aprovado. Está cheiroso.

Fecho a cara em sua direção e ela rola os olhos.

-Qual é o seu sobrenome?- pergunta bruscamente, enquanto se afasta e pega sua jaqueta jogada em uma poltrona.

-Porque isso importa?- resmungo e ela balança a cabeça vestindo a jaqueta.

-Não importa- responde dando de ombros- Mas você não é meu amigo para eu te tratar pelo primeiro nome.

-Dixon- respondo. – Sou Daryl Dixon.

-Brooklyn Hayes- diz como se estivéssemos nos conhecendo agora. – Vamos dar um passeio, Dixon.

Ela para com a mão na maçaneta e se vira pra mim.

-Não vou sair te puxando que nem ou outros não- avisa me olhando séria- Então já vou avisar: não faça merda, porque se fizer eu vou ter que reagir.

Mulher irritante. Intrigante. Demônia.

(...)

Quando ela disse um passeio, estava falando sério. Andamos por grande parte do santuário, ela aparentemente resolvendo algumas coisas. Uma caminhonete chega e ela pula uma cerquinha seguindo em direção a eles, olhando por cima do ombro para ter certeza de que estou por perto.

Nos últimos momentos analisei-a procurando por armas, e fiquei bastante surpreso por notar que está bem armada. Em uma coxa tem um coldre com uma arma, na outra uma adaga longa. No cinto uma faca. Outra arma na cintura.  Tudo tão discreto que de primeira eu não notaria.

Um cara loiro se aproxima dela, e os dois chegam juntos a  caminhonete.  Um zumbi se solta das correntes da cerca, deixando o braço para trás e anda em direção a nós. Ela puxa a adaga longa, que mais parece uma espadinha, mas o cara ergue o braço calmamente em um pedido mudo e puxa um facão da cintura, acabando com isso.

-Então quer dizer que vocês foram ao Reino?- pergunta com uma mão na cintura.

-Sim, dona Brooke- responde o cara que estava dirigindo- Foi tudo tranquilo, nos entregaram porcos gordos e na quantidade certa.

-Bom.- concorda andando para dar uma olhada, e então se vira bruscamente agarrando o cara pela gola da camisa- Agora me responde, quem é a responsável por essas buscas?

-Você- responde meio sufocado. Os outros caras só observam.

-E você me avisou que estava indo?- pergunta friamente.

-Não.- responde fracamente, as mãos na camisa, tentando aliviar a pressão.

-Espero que não se repita- diz e o solta, fazendo-o cair no chão.

-A coleta foi boa- murmura o loiro- Porcos gordos, tudo nos conformes.

-Sim, pelo menos isso. Kieran, você assume daqui?

-Claro, Brooke- responde e bagunça o cabelo dela com intimidade. Ela rola os olhos e acena.

Passa por mim e agarra minha mão me puxando.

-Então você é a responsável por ir pegar a comida dos outros?- pergunto incomodado com sua mão na minha.

-Algo assim- responde me soltando.

Entra em um lugar qualquer, e volta com duas  garrafinhas de água em mãos. Depois de alguns corredores, me dou conta de que estamos indo para a cela. Ainda estou esperando a maldita tortura, mas ela não parece ligar para isso. Talvez essa seja uma tortura: Esperar.

Chegamos, e ela abre a porta calmamente.

-Vamos caipira, é pra hoje- diz fazendo sinal para eu entrar.

 O faço, esperando encontrar tudo uma porcaria como estava mais cedo, mas me surpreendo ao dar de cara com um espaço limpo. Sem vômitos e ou qualquer outra coisa. Tem um pano no chão, e a foto não está aqui.

Olho para trás, e a encontro encostada no batente da porta bebendo um gole de água. Ela fixa os olhos em mim, então abaixa a garrafa e limpa a boca com as costas das mãos. Entra  vindo em minha direção e me entrega as duas garrafas.

-Até amanhã, Dixon- diz e então se vira para ir embora. Começa a fechar a porta e para. – Sinta saudades de mim.

Me manda um beijinho, dá uma piscadinha irritante, e fecha a porta com um estrondo.

Fico parado como um idiota, segurando as duas garrafinhas e encarando a porta. Está escuro de novo e espero que a musica comece. Isso não acontece.

Talvez, só talvez, a tortura seja ter que aguentar aquela mulher.

POV Brooke

Xingo baixo quando finalmente estou longe da cela. Daryl Dixon. Repito seu nome outra vez em minha cabeça.

Se eu soubesse que o prisioneiro sujo razoavelmente charmoso conseguiria ficar muito mais atraente limpo eu teria pensado duas vezes antes de manda-lo para o banho. O filho da puta é um gostoso, que me afeta de um jeito estranho.

Quando dou por mim, meus olhos estão subindo e descendo sobre ele. É a pessoa mais irritante que conheci nos últimos tempos, ficando calado daquele jeito, pequenas interessantes rebeldias. Sempre que me olha como se fosse me matar, imagino-o fazendo outras coisas. É um risco para a sanidade.

Volto para a realidade, e termino de lidar com algumas coisas do santuário antes de sair em busca de Negan.

Encontro-o em seu quarto, ou o que costumava ser seu quarto. Quando aceitei me casar ele queria que viéssemos pra cá, mas não gosto do lugar. É tudo meio mórbido, e ainda tem aquelas fotos horríveis de cabeças esmagadas.

Está sentado em uma poltrona, lucille aos seus pés, conversando no rádio com alguém. Abre um sorriso sacana quando me vê, então só caminho até ele e sento em seu colo. Ele passa um dos braços ao meu redor e me puxa para apoiar a cabeça em seu peito enquanto termina de resolver algum problema com os veículos.

Tiro a jaqueta, deixando-a cair no chão, e volto a me encostar a ele, que por sua vez começa a acariciar meus braços. É quase engraçado saber que existe esse lado dele, não é exatamente carinhoso, mas é quase isso.

-Soube que você ameaçou um dos homens hoje- diz depois de jogar o rádio em um canto qualquer.

-Sim.- respondo e ele para o carinho.

-Por que?

-Foram sem mim na coleta dos suprimentos do Reino- respondo me levantando um pouco para olhar em seus olhos-E nem se deram ao trabalho de me avisar.

Ele ri. O cara de pau ri.

-Eles me avisaram, Baby, os filho da puta me avisaram- ele me puxa para perto de novo.

-E você não me avisou? Poxa Negan.- resmungo fazendo bico, e ele se move para me morder.

Ele ri mais ao se afastar, vendo minha expressão dividida entre desejo e indignação, e levanta meu queixo me roubando um beijo. Me puxa mais para cima de um jeito meio bruto  e me acomodo melhor em seu colo, colando uma perna de cada lado. Ele se afasta, sorri cafajeste e vai para meu pescoço. As mãos apertam minha cintura e minha bunda, me puxando contra ele. Rebolo levemente e ele grunhe em meu pescoço.

-Negan- sai como um gemido rouco. Empurro-o de leve e arranco sua jaqueta, assim como sua blusa, me dando pele pra tocar e arranhar.

Ele arranca minha blusa com violência, buscando o feixe do sutiã logo em seguida. Gemo conforme seus toques vão ficando mais intensos, ele usando todos os meus pontos fraco em seu favor.

Pressiona sua ereção contra mim e eu perco a razão. Se levanta comigo no colo, como se eu não pesasse nada e nos joga na cama, ficando por cima. Seu corpo se cola ao meu, o contato de pele com pele me fazendo sentir choques gostosos. Arranho sua nuca.

O resto das roupas vai embora sem que eu nem perceba. Começamos a ficar mais desesperados. Gememos juntos com o primeiro contato, meus olhos revirando de prazer. Forte, profundo, intenso.

-Minha- ele diz contra meu pescoço, a voz rouca.

Não consigo responder, nem quero. Enfio minhas unhas em suas costas, meu corpo se arqueando em sua direção conforme acompanho os movimentos.

-Minha- ele diz novamente e eu me sinto cada vez mais na beirada de um precipício.

Com uma ultima estocada forte e profunda, chegamos ao ápice juntos, minhas unhas maltratando ainda mais as costas dele.  Ele sai de cima de mim e se deita ao meu lado, me puxando para me enroscar em seu peito. Não é gentil, mas não me importo.

Ele acaricia minhas costas, com um sorriso satisfeito em estampado em seus lábios.

Amo esse homem, mesmo que ele seja todo errado. É o diabo com todos os outros, mas não é comigo. Queria não ama-lo, queria me afastar dele e de sua escuridão, mas não consigo. De um jeito todo errado, eu amo o diabo.

Tudo recomeça, e só acaba quando ambos estamos exaustos demais.  Adormeço em seus braços.



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