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História The Devil's Wife - Um lado sombrio


Escrita por: IzaaBlack

Capítulo 7 - Um lado sombrio


POV Brooke

Rolo para o lado e finalmente abro os olhos. Meu corpo está suado, minha respiração ofegante e sinto raiva de mim mesma. Jogo a coberta para o lado e me levanto cambaleante indo para o banheiro. Lavo meu rosto na pia, e tento ignorar as imagens vivas de meu sonho.

Odeio admitir, mas Daryl Dixon está mexendo com meu psicológico. Xingo todos os nomes feios de que consigo me lembrar e resolvo tomar um banho gelado.

É completamente sem sentido. Amo Negan, desejo Negan, quero Negan o tempo todo, mas nada disso me impede de querer o caçador. O momento na floresta só piorou as coisas, e fico cada vez mais confusa em relação a isso.

São dois homens de lados opostos da moeda,  e é simplesmente fascinante. Um é luz, outro é trevas, um é meu, o outro nem de longe. Me sinto mal ao me dar conta de que quero os dois. Que quero muito o que não é meu.

Deixo a água fria levar toda essa confusão, e depois de um tempo me enrolo na toalha. Saio sem me importar com muita coisa e abro a porta para dar de cara com meu marido encostado na cabeceira da cama, os braços musculosos atrás da cabeça, um sorriso safado no rosto.

–Bom dia, Baby- diz se levantando vagarosamente.

Sorrio sacana de volta, ignorando a parte de mim que se sente mal por sonhar com outro, e deixo a toalha cair no chão.

–Bom dia- respondo levantando os braços e torcendo meu cabelo encharcado. Meu sorriso aumenta conforme seus olhos descem por meu corpo.

–Brooke, Brooke- rosna baixo se aproximando de mim, me encarando fixamente ainda sem me tocar- me  provocar assim não acaba em coisa boa.

–Estou muito interessada em saber como acaba- respondo acabando com a distancia entre nós e beijando seu pescoço.

Ele rosna baixo e agarra minha cintura. Me ergue como se eu não pesasse nada, e me beija selvagem.

Nenhum dos dois está disposto a ter calma, e de minha parte o beijo tem muito de raiva, não exatamente dele, mas de mim.  Puxo seu cabelo, arranho seu pescoço. Ele me joga em minha cama, e fica afastado por um momento para arrancar a jaqueta e a camiseta, assim como o resto de sua roupa.

Assim que volta para cima de mim e começa a me beijar, ao mesmo tempo que uma de suas mãos se ocupam de meus seios, arranho suas costas descontrolada. Ele rosna baixo em meu ouvido e ergue minhas duas mãos acima de minha cabeça.

–Hoje quem manda sou eu, docinho- diz contra meus lábios, e então me beija intensamente.

Gemo contra seus lábios ao sentir sua ereção contra minha barriga. Ele explora meu corpo sem pudor algum, me estimula, me excita, sem nunca soltar minhas mãos. Rosno frustrada, querendo toca-lo também.

Me remexo tentando conseguir mais contato e sou invadida sem aviso. Meus olhos reviram de prazer e gemo alto, surpresa e deliciada. Ele ri de lado, convencido, e intensifica os movimentos. Agarro sua cintura com as pernas.

Depois de movimentos fortes, rápidos e profundos, encontro meu prazer, logo seguida por ele. Ele solta minhas mãos e se levanta.

–Acho que você precisa de outro banho, Baby- diz e estende os braços para mim.

Balanço a cabeça negativamente, brava comigo mesma, e me deixo guiar.

(...)

–Tem alguma coisa errada- acusa bruscamente, enquanto tomamos café da manhã. Ergo o olhar para encara-lo.

–Nada demais, Negan- respondo dando de ombros. Ele aperta os olhos em minha direção, curioso e preocupado, mas faço um gesto de desdém.

Ele me entrega uma lata de coca e abre um sorriso convencido ao me ver mais feliz. O maldito bem sabe que sou uma viciada. Fazia tempo que não tínhamos alguma refeição juntos já que ultimamente ele estava muito ocupado lidando com Alexandria ou outras merdas assim, e eu muito distraída com meu prisioneiro.

Vejo a distância Kieran guiando o Dixon em direção a cozinha e meu coração falha uma batida ao encontrar aqueles olhos azuis fixos em mim. Xingo mentalmente, confusa com essa reação estranha, e volto a olhar para meu marido.

–Fiz algumas melhoras nos postos, supri a deficiência que os Alexandrinos causaram naquele antigo posto, e agora estamos mais estabilizados.

–Claro que estamos- concordo pegando uma torrada na mesa. Discutimos mais algumas coisas, como divisão de alimento para os salvadores e merdas assim.

A próxima busca em Kingdom está longe, assim como a de Alexandria.

–Andei pensando e Hilltop precisa de uma lição.- diz pensando alto e arqueio a sobrancelha.

–Que tipo de lição?

–O tipo que ensina a esses filhos da puta quem que manda nessa porra. Simon vai comandar as buscas por lá. Aqueles desgraçados.

–Quando pretende fazer isso?- pergunto por fim.

–No fim dessa semana.

–Ok- digo sem ter muito o que realmente dizer.

–Soube que separou alguns remédios para devolver para Alexandria- diz como quem não quer nada, olhando para cima e soltando um leve assobio.  Como se eu não o conhecesse.

–E?

–Não gostei nem um pouco dessa porra, Brooke- resmunga fixando os olhos nos meus.

–E eu não gostei nem um pouco do fato de você ter matado duas pessoas daquela comunidade só para mostrar quem manda além de trazer um refém. Já não estão fodidos o suficiente?

–Eu determino quando eles estiverem fodidos o suficiente- diz baixo, os punhos apertados sobre a mesa.

–São pessoas, Negan.- resmungo irritada- Você já os humilhou, desfalcou e fez a porcaria que quis. Não acha que é o suficiente? Caralho.

–Não me venha bancar a boazinha, Brooke. Eu sei bem que você faz o necessário sem se abalar- diz abrindo um sorriso de lado.

–Isso é diferente- acuso.

–O caralho que é- resmunga dando de ombros.- Vou domar esses cachorros, e logo logo vão estar bem adestrados para mim.

Balanço a cabeça negativamente  e me levanto saindo do refeitório. Ouço seus passos pesados atrás de mim, e posso sentir sua raiva.

–Não vire as costas para mim- rosna me agarrando pelo braço e virando em sua direção.

–Não me diga o que fazer- rosno de volta puxando meu braço para fora de seu aperto com violência. – Se não quer ouvir o que acho, então não vou dizer porra nenhuma.

–Porra, Brooke, está ficando bravinha sem motivo.

–Não vou discutir sobre isso- aviso impondo distância.

Ele rosna baixo e esmurra a parede ao lado.

–Odeio o fato de você ser tão fodidamente teimosa, e de continuar tão fodidamente deliciosa assim. Malditamente cativante.

Sorrio de lado, basicamente fria.

–É assim que eu sou, Baby- digo  encarando-o nos olhos- Mas você já sabia disso.

Lhe dou as costas e sumo no próximo corredor que encontro, ouvindo sua risada maliciosa ecoar atrás de mim.

(...)

Evitei encontrar com meu prisioneiro durante todo o dia, como uma perfeita idiota, porque ainda não sei lidar com o que está acontecendo. Deseja-lo é surreal e contra todos os meus conceitos. Sempre peguei o que desejei, sempre fui muito segura do que quis.

Negan me escolheu muito antes de eu escolhe-lo, mas isso não significa que eu não tenha tido que quere-lo também. Eu nunca acreditei nessa coisa de meio termo, meia vontade, mas por mais que eu negue, quero experimentar o caçador.

Rosno baixo e entro na sala de Kieran.

–Vá falando- diz o loiro abusado sem nem levantar o olhar.- Briga com o Negan ou confusão com o prisioneiro?

–O que?

–Por favor, o caçador é totalmente o seu tipo- responde finalmente me olhando nos olhos.- E não é errado se atrair por alguém, Brooke.

–É quando você é casada- revido girando uma cadeira e me sentando a sua frente.

–Conheço você, irmanzinha- diz sorrindo de lado- Você sabe o que quer. Já descobriu o que é?

–Não- respondo sincera- dessa vez não.

Ele sorri de lado, parecendo vitorioso.

–Finalmente- diz e olho e arqueio a sobrancelha.

–Finalmente o que, coisa oxigenada?

–Finalmente alguém que te desperte algo, que te confunda, que te derreta. Você pode ter o que quer com qualquer um sem se abalar, Brooklyn, mas a coisa não é por ai.

–E por onde é?

–Você vai descobrir sozinha- diz se levantando e erguendo a mão para mim ma puxando para cima em seguida.

–Não te entendo.

–Você sempre fez suas escolhas sozinha, isso é das que você deve fazer desse modo. Ou talvez ainda não seja uma escolha...É, acho que ainda é uma descoberta.

Balanço a cabeça em negativa.

–Você não faz muito sentido- resmungo e ele sorri de lado.

–É de família.

Assisto ele sumir para resolver algumas coisas com Annie e Lars,  e depois me movo para encontrar meu maldito prisioneiro.

É uma grande merda, mas não fujo de minhas responsabilidades, e ele é uma delas. Viro um corredor vejo-o entrar por porta acompanhado de Francis e Sherry. Aperto os lábios irritada com a presença daquela mulher e acelero o passo quando ouço alguém tentar me alcançar.

–Você é Brooke?- pergunta um cara que nunca vi antes, alto e forte.

–Sim- respondo me virando impaciente.

–A esposa de Negan?- pergunta me olhando de baixo a cima, de um modo que chega a ser sujo.

–Isso mesmo.- respondo de expressão fechada.

–O doutor Carter pediu para te avisar que o cara que perdeu a mão passa bem- diz olhando para meus peitos.

–Ótimo.- respondo e me viro para sair, mas ele me segura pelo braço.  Abaixo o olhar pra sua mão me tocando e fecho a expressão.

–Estive pensando- diz se aproximando perigosamente- Se todos somos Negan, então você é a esposa de todos?

Sinto a raiva me atingir sorrateiramente. Abro um sorriso cínico para ele e o olho nos olhos.

–Pode ter certeza que não- respondo sem alterar a expressão ou o tom de voz, desvencilhando de seu braço.

Ele me agarra novamente e prensa contra parede, seu rosto quase me tomando um beijo forçado, uma das mãos tentando chegar ao meu seio. Empurro- o com um braço  e com a mão livre pego um dos bastões e atinjo-o direto na cabeça.

Ele cambaleia e grita surpreso pela dor. Com o outro braço livre pego meu outro bastão e avanço contra ele, batendo outra vez contra sua cabeça. Dou dois passos para trás e aprecio sua queda.

Algumas pessoas se acumulam ao redor, mas não me sinto boazinha então só abro um sorriso gelado enquanto assisto ele tentar se levantar apesar da dor. Sangue escorre pelos dois lados de sua cabeça, e ele parece zonzo. Não consegue se levantar. Chuto-o de volta para o chão e piso em sua mão, ouvindo os ossos de seus dedos se partirem.

–Que porra está acontecendo aqui?- ouço a voz de Negan mas não desvio o olhar. O cara grita de dor.- Brooke?

–Está acontecendo que você está aceitando merda como seus Negans de estimação- respondo me virando lentamente para encara-lo nos olhos- O imbecil aqui me perguntou se eu sou esposa de todos, já que todos são Negan nessa porra.

–O filho da puta o que?- pergunta, o sorriso sumindo de seu rosto enquanto o ódio preenche seus olhos.

–Tenho certeza de que não está surdo, querido- digo com os dentes ainda cerrados, a raiva continua a se apossar lentamente de mim.

Ele gira lucille e então desce contra a cabeça do desgraçado. É um golpe rápido e certeiro, esmaga a cabeça dele de um modo que nenhum dos meus o fez. Ele continua batendo, até que seja só uma poça de sangue, massa cefálica e ossos partidos. Não desvio o olhar. Sinto minha escuridão dançar na borda, e não quero impedi-la.

–Mais algum de vocês, filhos da puta tem essa dúvida?- pergunta virando para todos que assistem. O sangue espirrou contra seu rosto  ele parece um psicopata.

Abre os braços e sorri totalmente.

–Se tiver, já aviso que é minha esposa e só minha, e quem não estiver contente com isso vai servir de alimento para lucille- ele levanta o taco em frente ao seu rosto e sorri ainda mais- Minha querida sente muita fome quando o assunto é esse.

Ninguém diz nada por um longo momento.

–Dispensados- diz bruscamente e todos somem em questão de segundos.- Você está bem, Baby?

–Sim- respondo jogando o cabelo para trás e sorrindo de lado.

 Ele me abraça quase carinhoso, mas não retribuo de imediato, ainda brava com ele por mais cedo. Sei que ele sabe disso também, mas não se importa. Simon chama no rádio e ele sai depois de beijar minha testa.

Volto ao meu caminho e entro na porta que vi o caipira entrar anteriormente. Ele está parado em frente a porta, e assim que entro nossos olhares se cruzam. Me perco ali por um longo momento, sentindo minha escuridão se recolher para meu interior aos poucos.

Francis interrompe o contato se aproximando e me abraçando. Me pergunta o que foi aquilo lá fora, e logo Kieran também está aqui. Conto sem muitos detalhes, e aceito um sanduiche que uma garota me oferece.

Olho ao redor e vejo Sherry muito próxima ao caipira, falando alguma coisa sobre sentir muito por ele estar aqui ou uma merda assim e sinto algo se remexer em meu interior. Termino de engolir meu sanduiche e o chamo.

De inicio ele não se mexe, apenas me encara fixamente e me desafia com o olhar, mas depois dá de ombros e me acompanha. Posso sentir seu olhar irritado sobre mim, mas ignoro por grande parte do caminho.

–O que?- pergunto quando finalmente chegamos a sua cela  e ele me olha confuso.- Qual é o problema?

–Problema? Ah, pode ser o fato de que sou um prisioneiro, ou o de que tenho que te aguentar, ou mais alguma merda dessa longa lista- resmunga e isso me faz sorrir de lado.

–Que amargurado, coitadinho do Dixon, só se fode, que vida triste- debocho erguendo os braços e amarrando os cabelos.

–Cale a boca- rosna e abro um sorriso irônico. Não me sinto exatamente boazinha depois de tudo o que aconteceu.

–Por que eu pararia? Estou ferindo seus sentimentos? Pobre Daryl, coitadinho- continuo a debochar, me virando e indo em direção a porta.

Antes que eu chegue a mesma o caipira me alcança e me puxa pela cintura, nos girando e me prensando contra  a parede.

–Não é porque seu dia foi uma porcaria que você vai poder falar desse jeito comigo, Brooklyn- rosna contra meu rosto, os olhos escuros fixos nos meus- Não sou um maldito brinquedo para você vir falar merda e debochar como se fosse a rainha do mundo, mesmo que você seja a senhora do gelo, inabalável que não se atinge nem mesmo quando um cara tenta te agarrar. Você não sente nada?

Pisco atordoada, sentindo todo o seu corpo em contato com o meu, minha respiração falhando e o resto de meu lado sombrio se recolhendo conforme, ironicamente, Daryl trás um pouco de luz. Quase respondo que sinto sim, que estou bem consciente dele e que posso senti-lo.

Pior ainda, quase conto que sinto muito mais. Quase conto que sinto amor por meu irmão, amizade por algumas pessoas, compaixão por outras. Que sou humana.

Quase me sinto culpada mas não pediria desculpas nem em mil anos,  então me limito a encostar a cabeça na parede atrás de mim e continuar a encara-lo.

Ele balança a cabeça em negação e se afasta. Continuo parada onde estou, os olhos fixos nele. Agora que ficamos tão perto o mesmo desejo que ele despertou em mim naquela floresta volta aos poucos.

–Vai ficar aqui me olhando?- pergunta mal humorado, braços cruzados e olhos fixos em mim.

–Eu poderia- digo abrindo outro sorrisinho- Porque no final das contas eu sou mesmo a rainha desse lugar.

Ele fecha a expressão e isso me faz rir. Anda de um lado para outro, claramente nervoso.

–Poderia mas não vai?

–Poderia mas não decidi- respondo dando de ombros.

Ele se aproxima novamente e aperta os olhos azuis para mim.

–Um dia você vai descobrir que não manda em tudo e em todos.- diz baixinho, uma mistura de rosnado e aviso.

–Um dia você vai descobrir que minha intenção não é mandar, nem ser rainha de ninguém- respondo e fico surpresa com minha própria resposta, tão sincera.

Ele me olha surpreso, como se me visse pela primeira vez na vida.

–Você  brinca muito com fogo, Rainha do gelo, mas um dia vai se queimar- avisa se aproximando perigosamente, tão próximo que me surpreende- E eu quero muito assistir isso.

O empurro para longe, sem realmente precisar de força, e me dou conta de que ele pode estar por perto para fazer muito mais do que assistir isso.



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