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História The Devil's Wife - Instintos


Escrita por: IzaaBlack

Notas do Autor


Hey!
Foi mal pela demora pessoal, sério não era minha intenção.
Boa leitura, espero que gostem.

Capítulo 8 - Instintos


POV Daryl.

Eventualmente acabei descobrindo que desejar Brooke não é uma coisa opcional para mim. Gosto de pensar que é porque é a única mulher bonita que aparece por aqui, além do fato de que é uma das únicas que me trata como uma pessoa.

Ultimamente ela vem se mostrando a porcaria de uma Rainha do gelo com muito mais frequência, o que me faz pensar que está tendo algum problema no paraíso com seu noivo maldito, o que me faz sentir melhor.

Estou tentando tira-la de minha cabeça quando ela entra no cômodo em que estou trabalhando com Lars ( um dos caras com quem ela anda, um dos amigos dela ou sei lá o que) e Kieran

A reação do irmão dela é instantânea, soltando a ferramenta e se virando para ela,  perguntando o que há de errado. Eles cochicham entre si, e logo Lars também está no assunto, e o que me resta é assistir de longe.

Os rádios deles começam a zunir, e ouço vagamente alguma coisa sobre uma busca. Ela grunhe irritada e anda de um lado para outro inquieta. Acho divertido, porque esse descontrole desmancha toda sua pose de Rainha do gelo e companhia.

-Você não está me dizendo que vai sair em uma busca sem mim, quando estou a ponto de estourar e preciso treinar ou algo assim- rosna parando em frente ao irmão e jogando o cabelo para trás com um movimento impaciente.

-Você sempre pode achar alguém para treinar com você, Brooke- responde ele pegando as ferramentas e guardando em uma maleta- Você tem um exercito de caras prontos para fazerem a porcaria que você quiser.

-Annie está fora com Meg, e agora você e Lars vão sair. O resto é capacho que não tem peito suficiente para isso.

-Melhor que nada, irmãzinha- diz já se virando para a saída.

Ela continua encarando a porta aberta, mesmo depois que os dois já saíram, e para mim parece uma criança mimada. Xinga baixinho e mexe as mãos em movimentos de abrir e fechar, mas então move a cabeça e fixa os olhos castanhos em mim.

-Vai ter que servir- diz  mais para si mesma do que para mim, e eu quase, quase mesmo, me ofendo como fato de que sou uma ultima opção. –Oi Dixon.

-O que você quer, Brooklyn?

-Quero pancadaria, e acho que você pode me dar isso- responde caminhando a passos rápidos em minha direção.

Ela enlaça minha mão, e então me puxa porta afora

(...)

Olho ao redor surpreso. A sala para onde a maluca me arrastou e nada mais nada menos que uma imitação de academia, sala de treino alguma merda assim. Tem chão com aquelas coberturas típicas e é para onde ela se dirige logo após trancar a porta.

-Deixa eu ver se entendi, você quer que eu te bata?- pergunto franzindo a testa, realmente indignado.

-O que?- pergunta atordoada, se virando para mim em seguida- Não, claro que não.

-O que você quer então?

-Quero que venha até o centro, e me ajuda a treinar porque preciso desesperadamente aplacar essa raiva que estou sentindo- diz dando de ombros.- Já praticou lutas alguma vez?

Nego com a cabeça e me encaminho em sua direção, mais curioso que qualquer outra coisa.

-Quero que pare meus golpes, segure as almofadas, essas coisas- explica e para pra pensar por um momento- Ah, acho que pode ser legal você imaginar o que aconteceu na floresta, mas desconsiderando a parte de que era pra valer.

Dou de ombros e resolvo tentar. Algo que me diz que ela realmente está chateada com alguma coisa, e isso me preocupa. Xingo a mim mesmo por isso.

-Sou seu prisioneiro, não seu bonequinho de pancadas.

-Não minta para si mesmo, eu sei que você quer um pouco de ação também.

Diante dessa afirmação a qual não posso contrariar sem mentir, me posiciono no centro com umas almofadinhas estranhas que provavelmente tem um nome correto e espero o ataque.

E ela ataca.

Perco a noção do tempo parando os golpes dela, que devo dizer que são fortes e rápidos. Encontramos um ritmo depois de certo tempo, e não seguimos nenhuma logica. Movo as almofadas de acordo com o que eu quero, e eventualmente ela move os punhos e pés de forma inesperada, e tenho que desviar de ultima hora.

É soco atrás de soco, chute atrás de chuta, e alguns deles me atingem em cheio. Ela não usa o tanto de força que precisaria, ou que é capaz, mas parece muito mais concentrada em técnica e repetições.

Quando me dou conta estamos em uma quase luta. É mais uma troca de golpes que qualquer coisas, mas começo a notar coisas que não gostaria de notar. Ela está com a respiração irregular, o que faz seu peito subir e descer constantemente, algumas mechas de seu cabelo soltaram do rabo de cavalo e agora estão grudadas em seu rosto suado, e pelo inferno mais sangrento, ela está deliciosamente sexy.

Noto uma brecha em seus movimentos e não deixo de me aproveitar disso, agarrando-a pelo braço e a trazendo para mim. Torço esse braço, colocando-o em suas costas, que por sua fez estão contra meu peito. Meu outro braço a agarra pela cintura. Sinto todo o seu corpo contra o meu, e ficamos por um longo momento nessa posição.

-Parece que te peguei- murmuro contra seu ouvido, para provocar e abalar um pouco seu orgulho. Ela se remexe inquieta, e rosno baixo.

-Ainda não- responde com a voz rouca, inclinando o pescoço para o lado e me olhando de canto.

Distraído com esse movimento, só me dou conta do erro quando ela já pisou em meu pé com força e se desvencilhou de mim. Sem parar nem para respirar, gira e me dá uma rasteira, e acabamos os dois no chão, ela em cima de mim, como na floresta.

A encaro fixamente por um segundo, e então forço meu corpo para cima, me livro de seu aperto e a seguro pela cintura. Estamos tão perto que posso sentir seu hálito em meu rosto, então deixou de frear meus instintos e simplesmente faço.
Eu a beijo.
Uma de minhas mãos sobe para sua nuca, onde agarro fortemente, aprofundando o beijo, meus dedos enroscando em seus cabelos. Ela parece surpresa por um segundo, mas em seguida abre passagem para minha língua e retribui o beijo com intensidade, me deixando louco.

Suas mãos vão para meu pescoço, arranhando levemente minha nuca e puxando meu cabelo. Eu não sou mais Daryl Dixon, eu sou só instinto. O ar nos falta e desço meus beijos para seu pescoço. A respiração de ambos está irregular, e ela acaba arranhando minhas costas por cima do moletom, enquanto aperto sua cintura.

Volto a beija-la. Não cedo a esse tipo de impulso desde o inicio do apocalipse, mas de alguma forma a Rainha do gelo despertou o fogo em mim. Quanta ironia.

 

POV Brooke.

Depois de mais uma briga com Negan, onde eu deixo claro o quanto desaprovo algumas atitudes, e o quanto isso é uma merda, tudo o que eu queria era extravasar minha raiva em uma sessão de luta com Kieran. Eu só precisava movimentar meu corpo até que a raiva evaporasse de minhas veias, me permitindo esquecer algumas das coisas que considero odiosas vindas de meu próprio marido,  e meus pensamentos se controlassem, esses últimos estando uma bagunça total, variando entre Negan e Daryl.

Algo naquele caçador desperta interesse em mim, mas pela primeira vez na vida não sei como reagir a isso, não sei o que exatamente ele provoca em mim. Talvez eu seja uma vadia por estar sentindo isso, essa duvida quando já tenho um marido, o qual me satisfaz muito bem. Quem sabe isso tudo não se resuma a instintos de vadia?

Não noto a presença dele de imediato, porque estou muito mais focada em Kieran e Lars para isso, mas quando os dois saem para uma busca eu fico sem muitas opções. Claro que eu poderia sair e esmagar algumas cabeças com meus queridos bastões, ou cortar  algo com minha adaga, mas acho que eu queria mesmo era contato humano, aquela fúria que só nós somos capazes de expressar.

Grande parte do pessoal do santuário não teria coragem de me enfrentar, outra parte não faria isso pelo simples motivo de não querer, e meus parceiros estavam ocupados, então não consegui pensar em ninguém melhor para isso do que o Dixon.
E eu não poderia estar mais certa.

Ele tinha toda essa fúria contida, e aos poucos foi liberando isso na luta, o que foi ótimo. Até que em um movimento esperto ele me imobilizou e eu fiquei estática por um instante, atordoada demais pelo contato que estava tendo com seu corpo, tudo pressionando o meu. Arquejo um pouco, antes de voltar a controlar meus movimentos.

Depois de uma reação a altura ele está no chão, abaixo de mim, e por pura estupidez estou perdida sem seus olhos azuis. Ele se ergue, e ficamos cara a cara por um segundo antes que ele capture meus lábios, e porra, é um beijo bom. Um beijo bem bom.

Me entrego ao beijo, exigindo dele e dando o que ele exige de mim. É intenso, feroz e carinhosamente rude, como o próprio Daryl é.

Arranho suas costas, perdida em sensações, e só volto a realidade quando alguém bate a porta. Pulo para longe, atordoada, e pisco repetidas vezes. Ele parece tão perdido quanto eu, e assisto confusa a raiva se apossar dela, assim como um quê de indecisão.

-Brooke, é você ai?- pergunta uma voz masculina abafada. Tenho que me concentrar para descobrir que é Toby, da enfermaria.

-Sim- grito de volta.

-Queria saber se você pode passar na enfermaria mais tarde?- ele pergunta meio incerto. Concordo com a cabeça, mesmo que ele não veja.

-Posso,  mais para o fim da tarde vou lá- respondo  soltando o pouco de meu cabelo que permaneceu preso e tentando organizar meus pensamentos, falhando bastante porque só consigo me focar no olhar fixo do Dixon.

-Ok. Obrigado- ele diz e não me dou ao trabalho de responder.

Ficamos os dois parados em silencio, ouvindo os passos se afastarem.

-Odeio você- ele diz por fim, os olhos fixos nos meus. Sua voz sai rouca, e as palavras intensas.

-Também te odeio- respondo com um sorriso de lado.

Ele balança a cabeça em negativa, e se aproxima ficando cara a cara comigo novamente.

-Odeio você- repete e só consigo continuar sorrindo.

-Odeie mais- respondo, sem desviar os olhos nem por um segundo- Odeie mais forte, porque ainda não estou sentindo esse odeio.

Para dar ênfase em minha fala, passo as unhas por seus braços musculosos e me aproximo um pouco mais. Erro. Traição. Merda. Tudo ecoa baixinho em minha cabeça, mas empurro tudo, junto com a culpa para o fundo de minha consciência e me ergo na ponta dos pés beijando-o.

Imediatamente braços fortes passam ao redor de minha cintura, com força, me erguendo do chão, ao mesmo tempo em que ele me corresponde intensamente. Ele gira e me prensa na parede mais próxima, beijando-me fortemente, e apertando minha cintura.

-Está forte o suficiente para você?- pergunta quando nos afastamos novamente e  só rosno baixinho, pronta para puxa-lo novamente quando ouço o zunido em meu rádio.

Saio de seus braços e apanho meu rádio, recebendo a mensagem de Kieran de que estão chegando e de que ele quer ajuda com os carregamentos.

Me movo instantaneamente em direção a porta, e assim que abro a porta tudo vem a mim com tudo. A culpa vem com tanta força que cambaleio e preciso me concentrar em algo mais.

Traidora, é isso o que eu sou. Vagabunda, também. Sinto raiva de mim, porque nunca imaginei que eu fosse esse tipo de mulher, ao mesmo tempo que sei que só fiz o que eu queria, e que admito para mim mesma que não me arrependo disso, mas talvez das circunstancias.

Negan me vem a cabeça, e a culpa só aumenta, porque de um jeito estranho tenho sentimentos por ele. Um pouco de medo também surge, pois sei que tudo isso pode resultar em algo ruim para Daryl Dixon. Para mim não, mas para ele sim. Ah, para ele com certeza. Então é importante que ninguem saiba desse erro.

Tranco toda essa confusão no fundo de minha consciência novamente, e sigo até o portão para encontrar meu irmão. Tenho uma vaga noção de que Daryl está por perto, mas não ligo para isso, não agora. Não posso.

 



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