Anabell
Sinto-me sozinha, obscura e triste. Sinto que minha vida não passa de uma estação da qual espero o trem da morte passar e me levar para algum lugar inventado por alguma religião, (céu – inferno, campos elísios – tártaro). Há uma semana sinto que estou vivendo em um mundo repleto de aparências do qual sou obrigada a viver e comandar um robô que – gentilmente – denomino de “Eu”. Esse robô pela qual sou responsável é a idealização perfeita do que querem que eu seja.
5/09
Passo metade do meu dia andando por ai, observando pessoas, lugares e casas. De certa forma vejo minhas andanças como “um refugio” de tudo que passo. Abro minha mochila e por um segundo questiono-me o porquê de eu não levar algo além de duas garrafas de água, um caderno de desenho, um livro quase no final e os fones do meu celular (às vezes, procuro levar algo para comer), poderia levar algum dinheiro, um mapa, poderia até mesmo levar uma companhia, mas sinto que não estou preparada para levar alguém a essa beira de abismo que estou vivendo. Sinto que não estou pronta para acolher outra história em minha rotina de desânimos e contratempos. Sinto-me sozinha e acho que é assim que ficarei por um tempo.
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