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História The Dirty Spoon - The Ball


Escrita por: Xiukitty

Notas do Autor


Como prometido, um capítulo longo e bombástico postado na quinta!! Desculpa por ter demorado a postar... eu recebi muita coisa no correio hoje de tarde e fiquei muito distraída... ENFIM
Espero que vocês gostem do capítulo, eu estou muito satisfeita com ele, por mais que eu ainda não tenha revisado eu tô com a sensação de que ficou muito bom!!(eu nunca revisei nenhum capítulo, queria começar com esse mas até eu terminar não vai ser quinta mais)
Me falem o que acharam nos comentários!! Vou revisar assim que puder então não estranhem se algo estiver meio sem sentido...
APROVEITEM!!

Capítulo 10 - The Ball


Fanfic / Fanfiction The Dirty Spoon - The Ball

-Você pode ter sido a menina que teve que planejar tudo no último dia, mas vai ser a mais bonita! –Bora exclamou, arrumando meu cabelo, mais uma vez.

-Falou e disse, Bora! –Minjun ressaltou. –Olha essa maquiagem! Nunca vi uma pessoa tão bem arrumada!

Passei o dia inteiro com Bora e Minjun, procurando alguma coisa para usar e planejando cada detalhe do que eu iria vestir. Foi um dia bom, eu acho. Ver Bora e Minjun se conectarem tão bem foi maravilhoso, mas ter que fingir que eu não estava mandando mensagens para Yoongi para evitar provocações tanto de Minjun quanto de Bora e ainda ter que esconder de Hoseok com quem eu estaria indo para o baile, foram os dois pontos do dia que realmente me deixaram nervosa para aquela noite.

Eu me sentia confortável perto de Yoongi e, sendo que apenas alguns dias atrás eu me sentia ameaçada por sua simples presença, isso era algo impressionante. Tinha certeza que não estaria morrendo de nervoso se não fosse por essas duas coisas...

Sorri sem jeito para as duas. Elas agiam como se eu estivesse brilhando, mas eu não me sentia assim: sentia-me espremida. Eu vi na televisão milhares de vezes aquelas meninas em vestidos longos e bonitos que nem o meu, com o rosto radiante e feliz, elas pareciam leves como penas.

Eu me sentia uma bigorna! Meu rosto cheio de maquiagem pesava (além de que eu nem me reconhecia mais no espelho) e o vestido me apertava e me pinicava em lugares que eu nunca imaginei que seriam de problema. Não me entenda mal, eu amava o vestido e a maquiagem!

Tudo era muito estranho, ainda. Precisava me acostumar, por que com certeza não será a última vez.

-Mye!! –ouvi Hoseok bater na porta. Bora mandou que ele entrasse e ele obedeceu.

Hoseok era como a madrasta: a cara da riqueza. Não me surpreendi quando o vi em um terno como se o terno fosse sua pele. Parecia feito para ele, pensado para ele, criado para ele...

E sua querida irmã: quase vermelha de tão apertada no vestido.

-Uau, Mye! Nem parece você! –ele comentou sorrindo.

Eu sei.

-Parece como se você fosse um Pokémon e tivesse evoluído! –ele completou, tirando um sorriso legítimo de mim. –Agora vamos, parece que seu príncipe encantado, quem quer que seja, já chegou e eu tenho que buscar o meu par...

Saí do quarto depois de alguns ajustes finais de Bora e de Minjun, que me observaram sair no meio de elogios. Enquanto eu descia as escadas da mansão, sentia meu coração bater forte, como se quisesse se atirar para fora do meu peito.

Quando Hoseok estava prestes a abrir a porta, segurei o braço dele com força. No momento eu não entendi por que fiz aquilo, mas, assim que vi o rosto preocupado dele se virar para mim, sabia exatamente o que dizer:

-Eu estou muito nervosa. É o meu primeiro evento desse tipo. –desabafei, e como era bom falar aquilo para alguém. Nenhuma das meninas sabia que eu estava realmente indo para o baile e eu mantive uma persona de “não ligo” para Bora e Minjun.

-Não se preocupa. –ele sorriu segurando minha mão firmemente. –Eu sei que pode parecer que somos mini-adultos e temos que agir como mini-adultos, mas nós não somos. Somos adolescentes que nem você, e isso fica bem claro depois da meia-noite. –ele fez uma careta depois dessa frase, me fazendo sorrir de novo. –Vamos logo que eu quero saber quem é o felizardo que vai levar minha irmãzinha nesse baile.

Assim que Hoseok abriu a porta, nos deparamos com dois carros no porta-cochê. Um dos carros eu já conhecia muito bem, era o carro que Hoseok provavelmente ia usar para buscar seu par (que eu nem sabia quem era). Yoongi estava apoiado no outro carro, olhando para baixo no celular em uma mão e a outra no bolso. Ele olhou para cima e ele naquele terno era que nem Hoseok, mas mesmo assim era diferente.

Nunca tinha entendido esse lance das meninas amarem quando os caras usam terno. Agora eu entendia, mas não sabia explicar.

-NÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOO –Hoseok gritou sorrindo. Eu quis rir da cara de pura felicidade dele, mas fiquei com vergonha de fazer isso de frente de Yoongi, então tentei tampar meu sorriso com as mãos. –Ai meu Deus, Yoongi você tem minha benção!

-Hoseok, não é nada disso que você está pensando. –Yoongi balbuciou, parecendo meio estressado, como sempre.

Desci as escadas da frente ouvindo Hoseok dizendo o quanto ele “já sabia que isso ia acontecer”. A situação inteira era bem engraçada para mim: Hoseok feliz da vida e Yoongi claramente desconfortável e meio constrangido.

Quando Hoseok finalmente entrou em seu carro olhei para o lado e notei que Yoongi estava me inspecionando dos pés á cabeça. Não soube reagir e assim que nossos olhos se cruzaram dei uma olhada para o lado. Com isso ele abriu a porta do carro, indicando para que eu entrasse primeiro.

A ida até o salão que o baile ia acontecer foi tranquila. Eu e Yoongi conversamos normalmente, mas não sobre assuntos pesados de adoção e sim sobre música. Acontece que o gosto musical dele é bem parecido com o meu, e isso pareceu o surpreender, ele não parava de falar, era muito fofo.

Assim que saí do carro e vi todas aquelas pessoas rezei para que ninguém me reconhecesse, pois estava muito constrangida e me sentindo mias deslocada do que nunca. Yoongi continuou a falar animado, mas meu entusiasmo tinha sido substituído pela familiar sensação de que meu coração queria pular para fora do meu peito.

-Esqueci os convites no carro, você tem os seus, não é? –ele perguntou do nada.

-Tenho. –confirmei.

-Fica aqui só um tempinho que já vou buscar os meus. –ele disse e tudo que eu queria falar era “eu vou com você”, mas eu só balancei a cabeça como um “okay”.

Me senti o patinho feio ali no meio daquela gente do lado de fora do salão e ainda sem falar com ninguém. Só que isso não durou muito. Senti alguém me cutucar e me virei achando que seria Yoongi, mas na verdade era Lisa, Jisoo e Rosé. Elas abriram um sorriso ao me ver.

-Eu disse que era ela! –Rosé comemorou.

-Você veio? Não precisava... –Lisa disse esfregando meu braço.

-Ah, eu meio que tive que vir. –eu confessei olhando para o chão. Antes que Jisoo abrisse a boca para perguntar o que eu queria dizer com aquilo Lisa falou antes:

-Meu Deus, Mye! Está quase nevando e você está com um vestido sem mangas? Como não está morrendo de frio? –ela perguntou preocupada enquanto esfregava meu braço com força.

-Ah, acho que eu tenho uma resistência de nascença ao frio. –menti. A verdade é que minha casa nunca teve aquecedor. Lisa e Rosé sorriram, mas Jisoo pareceu entender.

-Mye, olha... –Rosé começou a sussurrar apontando discretamente para um grupo de meninos um pouco afastado de nós. –O loiro de terno azul escuro é o Jackson, meu par.

Eu já havia visto Jackson antes, mas não tinha prestado atenção em seu rosto.

-Nossa Rosé... ele é muito gato. –admiti baixinho.

-Ah, eu sei! –Rosé sorriu orgulhosa. Achei estranho. A menina que se arrastava aos pés de Namjoon já estava tão superada assim?

-Isso é por que você não viu o meu! –Jisoo sorriu interrompendo meus pensamentos. –Do lado do Jackson, de gravata borboleta.

-Eu só não vou esnobar o meu por que eu e Bambam somos amigos. –Lisa disse determinada.

-Ah sei, seu FIF. –Rosé riu e levou um tapinha de Lisa logo em seguida, que estava de olhos arregalados com o que havia ouvido.

-FIF? –me perguntei rindo.

-“Friends I´d Fuck”. –Jisoo explicou. –Amigos que eu foderia.

Eu ri com a explicação e olhei para Lisa, que estava com uma cara irritada.

-Mas e o seu par? Você tem um par não é? –Lisa perguntou, desesperada para mudar de assunto.

Antes que eu pudesse responder, Yoongi colocou a mão por volta da minha cintura e se posicionou do meu lado, sorrindo. Os olhos das meninas foram direto para a mão dele e depois para o meu rosto, todas sorrindo de surpresa.

-Que merda, vou ter que pagar 10.000 wons pro Hoseok! –Lisa lamentou, ainda rindo.

-Mas é sério isso? Tipo sério? –Jisoo indagou animada.

-Não! –eu e Yoongi dizemos ao mesmo tempo, tirando parte da felicidade do rosto das três. Rosé deu de ombros.

-É melhor a gente se apressar, a dança começa daqui a dez minutos. –ela alertou.

Meu coração acelerou e eu tentei fingir que não estava surpresa ou amedrontada. Enquanto andávamos para dentro do salão, cutuquei Yoongi no braço.

-Eu não sei dançar. –sussurrei meio constrangida. Ele deu um sorrisinho. –Não fui em nenhuma das aulas, cheguei depois...

-Acha que eu não pensei nisso? –ele perguntou cheio de si. –Eu tenho um plano...

Fiquei confusa com o que esse plano seria, mas tive a impressão que se eu perguntasse Yoongi não contaria, logo só balancei minha cabeça. Passei os minutos restantes do lado de Yoongi, aproveitando o aquecedor e observando o salão. As pinturas, as mesas, a comida, os detalhes, as janelas, os lustres... Aquele lugar era mais do que perfeito, me sentia em um castelo de verdade.

Quando as luzes começara a diminuir sua intensidade do nada, Yoongi pegou na minha mão e entrelaçou nossos dedos. Olhei para ele, sentindo minha pele ficar vermelha, e ele deve ter notado, por que ele sorriu meio orgulhoso antes de se virar e me guiar até uma porta de metal.

Quando passamos, estávamos na cozinha. Esse era o plano dele? Esconder na cozinha? Notei só depois que Yoongi estava conversando com os cozinheiros e com uma mulher que usava uma roupa social e tinha um daqueles celulares de ouvido.

-Essa é a mãe do Taehyung. –Yoongi apresentou. A mulher tinha o mesmo sorriso que Tae, mas, além disso, nada era parecido, se Yoongi não tivesse falado, nunca adivinharia. –Obrigado por nos deixar ficar por aqui.

-Min Yoongi, é a última vez que eu minto para seus pais! –a mulher disse suspirando fundo.

-Eu sei, eu sei, mas é pela Mye, ela não sabia dançar... –Yoongi tentou se safar do sermão.

-Você me pediu pra te encobrir a muito tempo. –a mulher completou com uma cara séria. Deixei uma risada escapar, a fazendo olhar para mim. –Jung Mye, você não está morrendo de frio não?

-Ah, não! Juro que estou bem! –eu sorri, tentando não deixar os dois preocupados.

-Como que eu não notei antes! Vem, vou te levar para pegar uns casacos que ficam por aqui. –Yoongi disse pegando minha mão de novo e me levando para outra porta.

Fomos parar em um corredor extenso com piso vermelho e paredes beges. Naquele corredor eu conseguia escutar a música da valsa que estava acontecendo lá fora e o corredor era repleto de armários.

-Os casacos dos achados e perdidos estão no fim do corredor. –ele me informou enquanto andávamos.

-Você está me fazendo roubar um casaco Min Yoongi? –perguntei rindo, ele riu de volta, mas antes que ele pudesse responder, uma mulher baixinha e bem magra fez a curva no fim do corredor e começou a andar em nossa direção.

Antes que eu pudesse raciocinar o que tinha acontecido, Yoongi me puxou para um dos armários e nos fechou lá. O armário era escuro e pequeno, com certeza não era para que duas pessoas ficassem lá dentro, o que nos fez ficar muito, muito perto um do outro.

Com as mãos de Yoongi na minha cintura me envolvendo completamente e as minhas mãos entre nossos corpos, descansando em seu tórax, ficamos um tempo se encarando. E só conseguia ouvir os passos da mulher, a valsa e o coração extremamente acelerado de Yoongi. Ele deve ter notado que eu podia sentir sua pulsação e ficou fazendo o mínimo de contato visual o possível enquanto ficava vermelho. Eu riria da visão extremamente fofa, mas também estava tensa.

Ouvimos a mulher entrar na cozinha e perguntar pelo seu filho preocupada. Ela ficou algum tempo na cozinha e logo saiu e andou apressadamente de onde viera. Demos algum tempo depois que ela havia ido embora até que não conseguíssemos ouvir nem seus passos.

-Acha que já podemos sair? –sussurrei.

-Acho. –Yoongi sussurrou de volta.

Saímos do armário correndo, porém silenciosamente.

-Melhor você ir sozinha. –Yoongi concluiu. –As pessoas não devem conhecer seu rosto, então não vão assumir que você deveria estar na valsa...

Balancei a cabeça, escutei as instruções de onde acharia um casaco e eu e Yoongi andamos em direções separadas. Eu só conseguia pensar no tanto que eu morreria de medo se visse alguém, mesmo que essa pessoa não fizesse ideia de quem eu fosse.

Assim que ouvi a porta da cozinha abrir e bater em seguida, olhei para o lado e me deparei com uma porta de vidro. Era a única porta de vidro daquele corredor, era em formato de arco e tinha uma maçaneta dourada. Os quadradinhos de vidro estavam congelados nas extremidades, mas eu conseguia ver no meio que a porta dava para uma sacada, que tinha vista para um jardim.

Meu instinto falou mais alto que me raciocínio. Abri a porta sem hesitar e fechei rapidamente. Estava congelando ali, mas o ar puro estava me fazendo bem, eu podia sentir. Me debrucei na cerquinha da sacada e comecei a pensar em mil coisas enquanto admirava o jardim gigante, iluminado e praticamente deserto que havia lá em baixo.

Essas mil coisas todas se tratavam de Yoongi. Eu estava ma bagunça de sentimentos, não fazia ideia se considerava Yoongi um amigo ou se gostava dele como algo mais. Tudo indicava que a segunda opção era a verdadeira, mas alguma força em mim ainda me deixava com o pé para trás. Uma força exterior, uma força que não tinha nada a ver com Yoongi, mas eu não sabia de onde vinha.

-Meu esconderijo já está tomado?

Eu dei um pulinho com o susto que levei. Olhei para trás alarmadamente e quando vi Park Jimin suspirei aliviada. Ele riu da minha reação.

-Você quase me matou. De novo. –eu disse meio rindo, meio sério.

Seu sorriso aumentou e ele olhou para cima. Ele fazia essas pequenas coisinhas, era seu charme, eu acho. Ele colocou as mãos no bolso do terno de arte de cima vermelha e calça preta. Sua escolha era bem diferente, mas mesmo assim ele parecia perfeitamente polido, como sempre.

-Por que você está tendo que se esconder aqui? –ele perguntou sentando em um banco do meu lado.

-Por eu sinto que sempre que você fala comigo é para perguntar algo? –eu ri meio sem paciência. Era verdade. Ele parecia que só sabia perguntar!

-Se você falar o seu por que eu falo o meu. –ele negociou. Era uma proposta tentadora, já que meu motivo não era tão relevante quanto o dele deve ser.

-Mas você fala primeiro. –eu disse e ele levantou as sobrancelhas, como se ninguém nunca tivesse o contestado antes.

-Tudo bem. –ele sorriu de lado. –Sabe aquela menina que estava agarrada em mim ontem no almoço? Nem adianta dizer que não, eu vi sua cara de inveja.

Meu queixo caiu surpresa. Não é possível que ele realmente ache que eu estava com inveja daquela menina por estar com ele! Jimin nem me deu tempo de me defender:

-É a Seolhyun, namorei ela de Janeiro até Setembro desse ano, meus pais me obrigaram, nunca gostei dela. Meus pais me obrigaram de novo a pedir ela em namoro só pra ir nesse baile... –Jimin relatou irritado. –Eu até ia dançar com ela e tal, mas ela parece que piorou...? Ela era legal antes, minha amiga, mas agora ela não me deixa falar com ninguém, nem sair da vista dela...

Levantei minha sobrancelha chocada.

-É, eu sei. –ele suspirou fundo, bem sério. –Eu me sinto meio culpado de ter a empurrado para dançar com outra pessoa e ter dito que eu estava com diarreia...

Eu comecei a rir. Tive que me apoiar na cerquinha para não cair no chão de tanto rir. Só de imaginar a cena desse menino que parece que foi feito de porcelana e é perfeito completamente dizer “estou com diarreia” me fazia morrer de rir.

-Não é tão engraçado assim. –ele disse sério. Tentei segurar as outras risadas, que não paravam de rir. –Eu me senti mal em ter mentido, decidi voltar, mas quando voltei ela estava beijando e dançando com Jay Park, então resolvi vir pra cá mesmo assim.

Fiquei séria assim que ele terminou. Ele devia estar se sentindo muito mal, e agora eu estava mais ainda por ter rido da situação antes. Eu queria o confortar, mas não sabia como, não sabia que palavras escolher. Acabou que não tive tempo de pensar.

-Mas e você? Não está na valsa por quê?

Suspirei, me preparando para ouvi-lo dizer que o motivo dele era muito melhor.

-Eu não sei dançar.

Ele começou a rir que nem eu, tendo que se segurar. Mas eu não fiquei séria, simplesmente por que nunca tinha o visto rir. A risada dele era fofa, fina que nem sua voz, a coisa mais adorável que havia ouvido em um bom tempo, além de que os olhos dele ficaram pequenininhos. Jimin parecia uma criança.

-É sério? Valsa é o tipo mais fácil de dança! –ele disse no meio das risadas.

-Eu não tive as aulas, cheguei depois de todas elas. –eu me expliquei tentando não rir e me virando para a sacada.

Vi Jimin se levantando pelo canto da minha visão e quando me virei ele estava com a mão estendida para mim. Olhei para a mão dele e depois para ele, confusa.

-Vou te ensinar a dançar. –ele me informou e eu levantei a sobrancelha.

Jimin revirou os olhos rindo, pegou uma das minhas mãos e pôs no seu ombro, entrelaçou os nossos dedos com a mão previamente estendida e me puxou pela cintura com sua mão livre. Ele me puxou tão determinado e fez nossos corpos ficarem tão juntos, que eu arregalei os olhos. Ele sorriu confiante, fazendo seus olhos se tornarem apenas duas linhas de novo. Jimin abaixou sua cabeça e sussurrou:

-Só me segue, quem tem o controle sou eu. –eu tinha certeza que ele só havia falado aquilo para me deixar afobada ou algo do tipo, dava para ouvir no seu tom que ele tinha essa intenção. Mesmo assim eu não consegui me segurar, fiquei arrepiada e condenei meu corpo por ter reagindo daquele jeito.

Dançamos por Deus sabe quanto tempo. A valsa que ouvíamos antes havia acabado, músicas mais animadas haviam começado, mas isso não fez com que nenhum de nós dois parássemos. Nem eu sabia mais o que estava acontecendo. No início estávamos os dois meio sem jeito, meio travados, mas a esse ponto, suas duas mãos me seguravam enquanto acariciavam minhas costas e minhas duas mãos estavam no seu pescoço, correndo pelo se cabelo. Estávamos completamente grudados.

E eu não me sentia estranha, era uma sensação de que estava tudo certo, uma sensação de estar no lugar certo no tempo certo. Uma sensação que eu não tinha a muito tempo.

-Você ficou muito bem de azul. –ele disse, quebrando o silêncio. Senti a vibração de sua voz por todo o meu corpo.

-Você ficou bem de vermelho. –respondi.

-Você esta muito fria. –ele disse correndo sua mão pelo meu braço e nos separamos. Quando ele olhou pra mim eu me perdi em seus olhos. A expressão dele me fez notar que ele se sentia exatamente que nem eu me sentia.

-Não muito. –eu respondi sem deixar de olhá-lo.

-Deixa eu concertar isso. –ele praticamente sussurrou, colocando suas mãos de volta na minha cintura e abaixando sua cabeça.

Assim que nossos lábios se encostaram eu senti todo meu corpo esquentar. Seus lábios eram extremamente macios, pareciam ter encaixado nos meus perfeitamente. Eu queria que aquilo durasse para sempre, mas foi um beijo curto. Só que eu senti como se tivesse tido a duração perfeita.

Ele olhou nos meus olhos e, pela primeira vez, eu não desviei.

-Eu quero recomeçar... sabe, não esquecer completamente o que aconteceu, mas não ter isso como nosso foco. –Jimin começou a dizer, rindo sempre que se complicou com as palavras que usava. –Fingir que a gente não conheceu daquele jeito. –ele riu.

Eu ri de volta e tirei minhas mãos de seu pescoço. Suspirei fundo, lembrando das coisas que eu não havia contado para ele. Jimin me lançou um olhar confuso.

-Eu acho uma ideia ótima, mas... tem algumas coisas que você não sabe. –eu admiti.

-Quais coisas? –ele perguntou franzindo as sobrancelhas. Eu andei para trás o forçando a tirar de mim suas mãos, que descansavam na minha cintura.

-O Dr. Kim é pai do Namjoon e ele meio que contou para o Namjoon e para o Hoseok que você salvou minha vida e tal... claro que ninguém sabe a pior parte, mas... –ele me interrompeu antes que eu terminasse de falar.

-Quando isso aconteceu? Quando ele contou isso? –ele estava claramente mais estressado.

-Ele tinha me visto e me reconheceu e eu estava com Hoseok e Namjoon e ele comentou... –ele me interrompeu de novo.

-Isso era exatamente o que eu não queria que acontecesse! –ele quase gritou, colocando suas mãos na sua cabeça. Eu engoli a seco, nervosa. Ele estava muito estressado, com raiva. Com raiva de mim. –Por que você tinha que estar lá?

Eu ri sarcasticamente da pergunta dele.

-Eu fui pega de surpresa! A culpa não foi minha! Eu não planejei isso! –eu disse tentando não gritar, mas aumentando meu tom.

-Mas se você não estivesse lá não ia ter espalhado! –ele disse nervoso, com raiva no rosto, mas sem gritar. Ele revirou os olhos com raiva. –Você não deveria estar aqui, nunca deveria ter vindo para cá! –ele explodiu.

Eu me senti quebrar. Me machuquei de um jeito que eu nunca esperei que machucaria simplismente por ouvir aquilo vindo de Jimin. Tentei falar alguma coisa, mas gaguejei, começando a chorar. Respirei fundo limpando as primeiras lágrimas e observando a expressão no rosto dele sair da raiva e se transformar em surpresa com um pouco de arrependimento.

-Não foi como se eu tivesse pedindo para minha mãe morrer! –eu disse com a minha voz falhando e começando a chorar assim que abri a boca. Eu só queria sair dali. Eu não queria chorar na frente dele.

Corri para fora daquela sacada, não ouvi Jimin dizer mais nada. Eu nem segurava meus soluços, entrei dentro da cozinha e vi Yoongi rindo com alguns cozinheiros. Os olhos dele foram direto para mim. Yoongi se levantou e foi direto em minha direção, com uma preocupação verdadeira no rosto.

-O que aconteceu? –ele perguntou encostando levemente no meu braço, apenas ara constatar o frio que eu estava sentindo. –Você não pegou um casaco?

-Posso te explicar isso amanhã? Desculpa por ter te deixado esperando... –eu comecei a falar , o que me fez chorar ainda mais.

-Não precisa se desculpar, eu fiquei bem aqui... prefiro ficar aqui do que lá fora...  –ele garantiu enquanto me abraçava de lado. –Eu te levo pra casa, você precisa descansar.

Yoongi me levou para o lado de fora do salão, onde ele tirou seu paletó e colocou em volta do meu ombro, cobrindo meus braços.

-Não precisa... –eu tentei dizer.

-Mas eu quero. –ele interrompeu.

Eu o olhei e assim que vi a expressão de quem se preocupa de verdade em seu rosto, eu praticamente pulei em seu pescoço e o abracei. Yoongi foi pego de surpresa, mas me abraço de volta. Eu já tinha desistido de segurar o choro e não tinha medo de mostrar meu lado fraco para Yoongi.

-Mye? –ouvi a voz de Lisa me chamar. Me separei do abraço e vi as quatro meninas juntas. Jennie estava chorando e eu lembrei imediatamente que Jay Park havia ficado com Seolhyun.

Fui até ela e a abracei. Ela acabou que chorou ainda mais no meu ombro.

-Eu levo vocês para casa. –ouvi Yoongi oferecer.

-Graças a Deus! A gente está tentando chamar um Uber a quase meia hora! –Jisoo agradeceu.

-Leva a gente para a minha casa. –Rosé pediu. –Vamos passar a noite lá.


Notas Finais


E ai?? Gostaram?? Escrevam o que vocês acharam nos comentários!! Amo os comentários de vocês, ele só me deixam com mais vontade de escrever!!
-Xiukitty


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