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História The Dragon Knights - Prólogo


Escrita por: StrikeClass

Notas do Autor


Eu sei o que vocês estão pensando, acredite eu sei.

'Como ele pode estar postando uma nova história se nem ao menos terminou a outra!'

É bem, isso simplesmente não saía da minha cabeça e me deixava se concentrar na outra fic 'Dovahkiin'. Mas não se preocupem, o novo capitulo da minha outra fic vai ser postado amanhã.

Capítulo 1 - Prólogo


‘Toda lenda possui um grão de veracidade. Histórias sobre coragem, determinação, lealdade e amor. Lendas sobre jovens com poderes inimagináveis, capazes de destruir montanhas, se moverem mais rápido que o som e de feitos miraculosos. Para sempre leais a sua rainha. Capazes de sacrificarem suas próprias vidas para a vitória e pela segurança de sua líder.

Antes da formação do reino de Draconia, uma grande guerra foi travada que durou por décadas. Cansada da guerra sem fim e das mortes desnecessárias, uma jovem princesa viajou sozinha para um antigo campo sagrado, que era um cemitério de dragões que viveram em outrora. Depois da exaustiva viagem ela caiu de joelhos e implorou aos antigos dragões a força necessária para parar essa guerra. Pela sinceridade em seu pedido e pureza de seu coração. Os antigos dragões lhe concederam suas almas para que ela cumprisse seu desejo. Ao retornar ao castelo ela entregou as almas para seus cavaleiros mais leais e que compartilhavam seus ideais de paz. Assim nasceram os primeiros Cavaleiros de Dragões.

A batalha foi rápida e sem derramamento de sangue. Os cavaleiros demonstraram seu imenso poder a seus adversários, fazendo com que largassem suas armas e se rendessem por medo. Com a sua ajuda, a jovem princesa depôs seu pai tirano que iniciou a guerra e começou seu reinado justo e próspero, fundando o grande reino de Draconia. Os bravos cavaleiros se tornaram os protetores da rainha e do reino, dando suas vidas em nome da paz. Inspirados pelos atos altruístas e corajosos dos Cavaleiros, seus companheiros espirituais, Os Dragões, se tornaram pequenas joias, as quais reencontrariam seus companheiros de alma e se juntariam a reencarnação da Princesa dos Dragões para enfrentar aqueles que ameaçassem a paz estabelecida’.

“Desde aquele dia, os cavaleiros se tornaram uma lenda e objeto de adoração junto com a-”

“Princesa dos Dragões!” Eu respondi aborrecida. “Eu sei Bjorn, Você já me contou essa história várias vezes.”

“Conto essa história não para entediá-la princesa, mas para que aprenda o sacrifício necessário para a criação do reino, de todas as vidas perdidas para que a paz fosse alcançada.”

“Para que você me conta essas lendas se é a minha irmã que vai assumir o trono?”

Não me canso de fazer essa pergunta a ele, Ashlyn deveria estar aqui sentada nessa cadeira desconfortável quase dormindo de sono por ouvir essa história chata. Mas não, ela está tomando chá com suas amigas irritantes enquanto eu tenho que morrer de tédio. O mundo é tão injusto!

“Jovem Astrid, você pode não perceber mas possui um grande destino a sua frente. Eu posso até ver.” Ele sempre respondia isso com tanta certeza que acho que poderia até começar a acreditar. Mas não. Nã ah.

“Tipo sair por aí combatendo o mal junto com 12 outras pessoas estranhas e depois vivermos felizes para sempre?”

Bjorn deu um sorriso e alisou sua longa barba cinza, ele sempre fazia isso antes de dar uma resposta inteligente para minhas perguntas. Eu gostava de Bjorn, ele é um dos poucos que me não me tratam como uma criança boba, mesmo que eu ainda tenha sete anos.

“Me responda uma pergunta princesa.” Ele deu uma pausa me encarando com seus olhos cinzentos. “Você realmente deseja a coroa do império?”

“Eu… eu…” Eu realmente queria isso? Ser responsável pela vida de milhares de pessoas, garantir sua segurança e felicidade enquanto ainda governo o império para que não afunde em dívidas ou seja destruído e ainda mantendo uma relação de amizade com os outros. “Não!”

“Isso é a marca de um bom governante.” Ele falou com um sorriso. “Aqueles que desejam o poder, o provaram e anseiam por mais. Aqueles que hesitam em possuir o poder, demonstram que sabem as consequências de seu uso e temem abusar desse poder.”

“Bjorn… Você acha que eu seria uma boa líder.”

“Sim e não.” Ele respondeu com um sorriso. “Sim, você tem o espírito de uma grande líder e uma mente rápida, lógica e criativa, porém seu coração ainda não encontrou seu lugar, um propósito. Até isso acontecer você não conseguirá liderar.”

Não conheço o meu destino, mas não quero viver na sombra da minha irmã e presa em um castelo, tendo que ouvir as reclamações e pedidos das pessoas, eu quero conhecer o mundo, eu quero ser livre para escolher meu próprio caminho, viver aventuras, fazer amigos verdadeiros e quando eu voltar para casa, gastar horas falando sobre tudo o que eu descobri.

"Acho que já a entediei por tempo suficiente Alteza." Bjorn falou depois de limpar a garganta com um pigarro. "Creio que seu pai a esteja esperando e não quero ser o responsável por deixar o Rei de Draconia esperando."

Acenei com a cabeça e sai da biblioteca, o sol estava agradável e as flores exalavam seus perfumes. A vida no castelo era quase sempre agitada, com pessoas indo e vindo cuidando de seus afazeres diários. Resistindo a tentação de voltar para o meu quarto, eu me forcei seguir para o escritório do meu pai, afinal ele tinha dito que era importante e não me falou o que era tão importante assim para não atrapalhar minhas aulas… como se a curiosidade não tivesse feito isso!

“Asty!” Eu me virei e vi minha melhor amiga Heather correndo em minha direção. Seus cabelos negros voavam enquanto ela corria até mim, seu sorriso quase chegava até os seus olhos verdes. “Seu pai me mandou chamar você!”

Heather era uma serviçal no castelo, ela e o irmão idiota dela, Dagur. Mas diferente dele, nós nos entendemos muito bem e ela deixou de ser minha serviçal e virou minha melhor amiga. Ou minha única amiga já que eu era proibida de deixar o castelo, Heather me contava sobre o mundo fora dessas paredes e sobre as outras pessoas.

“O que você acha que ele quer?” Eu perguntei e ela deu de ombros, eu peguei sua mão e a guiei até o escritório do Rei.

O escritório era grande e tinha uma grande mesa aonde meu pai, o Rei Magnus trabalhava para melhorar a vida das pessoas e manter o reino em paz,  ou era o que ele dizia. Ele estava sentado em sua cadeira e estava escrevendo algo em um pedaço de papel. Como de praxe, esperei ele terminar o que estava fazendo para me anunciar. É difícil conviver com seu pai quando ele é um grande rei. Ele continuou a escrever por alguns instantes e levantou o olhar para mim e deu um sorriso.

“Astrid, que bom que você veio!” Ele me deu permissão para me aproximar. “Você percebeu que o castelo está um pouco agitado ultimamente?”

Eu não tinha a menor ideia se isso tinha algo a ver com o assunto que ele tinha comigo ou se era uma observação para confirmar se eu estava prestando atenção ao redor. Balancei a cabeça lentamente e um sorriso surgiu em seu rosto.

“O motivo dessa agitação incomum é porque dignitários estrangeiros estão a caminho daqui, para formar uma aliança com nosso reino!” Suas mãos se cruzaram em seu peito e sua expressão ficou séria. “Não preciso dizer que essa aliança é muito importante para nós.”

“Não, meu senhor!” Respondi educadamente.

“Bom! Anna está a sua espera para pegar suas medidas para o vestido que você usará quando eles chegarem.” Alguém bateu na porta e meu pai desviou sua atenção. “Entre!”

Um homem grande entrou na sala e se curvou para meu pai. Ele era o Senhor da Guerra que servia meu pai, responsável pelos exércitos de Draconia. Seus cabelos eram formados por dreads e algumas cicatrizes decoravam deu rosto, além da barba. Uma capa negra pendia de seu ombro, e uma espada em sua cintura. Eu não gostava desse homem, ele sempre me dava calafrios e seus olhos eram negros e cruéis. Meu pai sempre dizia que era impressão minha mas… Bjorn dizia que eu sabia julgar as pessoas.

“Meu senhor, tracei os esquemas de segurança do castelo e da cidade”. Sua voz era grossa e um pouco esganiçada, fazendo parecer que ele tinha algo na garganta que dificultava sua fala. “Se Vossa Majestade dispuser de tempo…”

“Muito bem!” Ele falou assentindo e se virou para mim. “Terminamos aqui, minha querida. Agora vá! Você tem um longo dia pela frente!”

Acenei com a cabeça e depois de me curvar novamente, sai da sala deixando meu pai a sós com o Senhor da Guerra. O restante do dia foi monótono, experimentando vestidos e penteados, além de ter que ouvir as instruções sobre como se portar adequadamente na presença dos estrangeiros e não fazer minha família passar vergonha, por sorte Heather também estava ali, assim pelo menos não morri de tédio. Quando o dia finalmente acabou eu agradeci aos doze e pude reencontrar minha cama, macia e aconchegante.

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.

.

Acordei com o barulho de gritos e estouros, a festa de união entre os reinos ainda deve estar acontecendo. Entendo que as pessoas estão felizes com isso, mas uma princesa precisa de seu sono e essa gente está dificultando isso. Estava prestes a me levantar pra mandar essa gente calar a boca sem ao menos me importar com a imagem de princesa perfeita que eu tinha que manter quando a porta do meu quarto foi escancarada.

"Asty!" Eu ouvi a voz de Heather me chamando. Ela veio correndo até a minha cama e começou a me puxar. "Vamos, temos que ir agora!"

"Heather o que aconteceu?" Ela estava com os olhos arregalados de medo e seu cabelo estava desarrumado, como se tivesse acabado de acordar. Ela continuou me puxando pelos corredores, sempre checando se não vinha alguém.

"Estamos sob ataque" Ela revelou depois de alguns instantes. "Eles vieram de repente e começaram a matar todo mundo."

"Como você...?"

"Eu tenho sono leve lembra?" Ela revelou dando um sorriso amarelo que rapidamente se desfez. "Eu acordei com o barulho e vi a crueldade que estava acontecendo e..." Lágrimas ameaçavam escapar de seus olhos.

Eu a abracei com força para que ela não desmoronasse. Ela sempre foi a mais sensível de nós duas e sempre foi meu dever como melhor amiga de confortá-la. Mas eu também senti uma onda de pânico ao me lembrar dos meus pais, se estiver acontecendo uma invasão o Rei e sua família serão os alvos principais.

“Heather aonde estão meus pais? Quem está invadindo nossa casa?”

“Seus pais estão na sala do trono e eu não sei quem está invadindo, eles estão usando cores negras e um símbolo que eu nunca vi.” Ela respondeu depois de alguns instantes.

Tenho que chegar até meus pais com Heather, os guardas conseguirão nos proteger desses invasores. Meu pai já me ensinou os protocolos de segurança, mesmo que o reino estivesse em paz com os outros reinos, ‘Não machuca se prevenir!’ Ele sempre dizia. Enquanto cruzávamos os corredores do castelo, vários servos estavam ajoelhados nos cantos com sinais de lágrimas nos rostos e olhos vermelhos.

“NÃO!” Um grito feminino e muito familiar ecoou pelos corredores de pedra.

“Ashlyn!”

Corremos em direção ao som e encontramos minha irmã sendo arrastada de seu quarto por homens vestidos com armaduras negra. “Como eles chegaram aqui tão rápido? E aonde estão os outros guardas”. O elmo que usavam impedia que seus rostos ficassem visíveis mas de alguma forma eu sabia que eles estavam sorrindo ao ver minha irmã se debatendo inutilmente enquanto eles a carregavam.

Heather estava tremendo ao meu lado, provavelmente temendo que esses soldados nos vissem e viessem atrás de nós também. Ashlyn me irritava as vezes mas ela ainda era minha irmã e eu não vou deixar que façam seja lá o que for com ela. Peguei um dos candelabros presos na parede e corri em direção ao homem que estava carregando a minha irmã e o golpeei com toda a força que eu tinha na perna. Foi o suficiente para ele gritar, mas não forte o bastante para que ele soltasse minha irmã.

“Sua pestinha!” Um deles gritou enquanto me acertou com força com as costas da não em seu rosto, me fazendo cair no chão com força.

“Asty!” Eu ouvi Heather gritando e o som de seus passos se aproximando de mim.

“Ei! Essa não é a segunda filha do Rei, devemos pegá-la também?” O soldado que carregava Ashlyn no ombro falou ao outro.

“Não, o chefe quer apenas a filha mais velha.” O outro respondeu depois de um grunhido e sacou a espada. “Melhor se livrar dessas duas.”

Heather me agarrou como se fosse me proteger do golpe, mas pelo grito que ela deu, estava tão assustada quanto eu. Momentos antes de a espada descer em nossa direção eu fechei os olhos como forma de segurança. Esperando que isso fosse apenas um pesadelo e eu fosse acordar a qualquer momento, ou que o fato de estar com meus olhos fechados fosse me proteger do golpe.

Poucos instantes depois eu ouvi um Clanck de metal batendo em metal e o som de uma briga. Abrindo um dos olhos para expiar o que tinha acontecido eu vi Bjorn atacando os soldados. O soldado que carregava minha irmã a derrubou pelo ataque inesperado e veio correndo em nossa direção.

“Vocês três! Vão para a sala do trono!” Ele gritou enquanto tentava aparar o golpe de um dos soldados. “Não sei por quanto tempo eu-”.

Bjorn não conseguiu completar a frase pois um dos soldados perfurou suas costas enquanto ele lutava com o outro. Arregalei os olhos ao ver aquela cena. Bjorn, o velho gentil que sempre teve paciência para me ensinar as coisas e nunca reclamava quando eu não prestava atenção em suas aulas, o mesmo que dava doces sem meus pais saberem tinha caído, com um corte em sua barriga. Aquele brilho tão característico tinha escapado de seus olhos, restando apenas uma casca com a forma do meu antigo professor. Eu não conseguia me mover ou pensar. Não percebi Heather e Ashlyn me erguendo e carregando para a sala do trono, não percebi os soldados praguejando e nos perseguindo, nem ao menos percebi as palavras de encorajamento da minha irmã, o tempo tinha parado naquela poça de sangue que rondava Bjorn.

“Não, não, não, não.” Eu não conseguia fazer nada além de negar o que tinha acontecido.

Isso só pode ser um pesadelo. Um horrível pesadelo e daqui a pouco eu vou ser acordada pela minha mãe com um sorriso no rosto, e dizendo que o dia de uma princesa precisa começar antes do sol raiar. O cheiro de pão e doces vai vir da cozinha e eu vou pegar alguns doces sem que ninguém perceba e eu vou esquecer desse pesadelo.

“Estamos alcançando elas!”

“Não vamos conseguir!” Eu ouvi minha irmã sussurrando e eu fui trazida de volta a realidade.

Três soldados inimigos apareceram na nossa frente e nos vimos cercadas. Heather novamente ergueu a faca que carregava e ouvimos uma risada maldosa dos homens, que nos olhavam de cima a baixo e eu pude ver um brilho estranho em seus olhos que me fez ter calafrios.

“Vamos ensinar a não fugir nov-”

Uma ponta de espada atravessou seu estômago enquanto falava e ele caiu, o responsável pelo golpe estava usando uma armadura marrom com detalhes em azul, sua mascara assustadora tinha duas presas e vários chifres. A figura carregava uma espada suja de sangue em uma mão e um cajado com vários entalhes na outra mão. Os outros soldados se recuperaram do choque e partiram para o ataque. O cavaleiro aparou o golpe de um dos soldados com o cajado e com um giro ele fez um corte em suas costas. O segundo inimigo desceu a espada num arco vertical, o cavaleiro deu um passo para o lado e contra-atacou penetrando a lâmina até o cabo no peito do homem que caiu com alguns espasmos.

“Lady V-”

“Para a sala do trono vocês três!” A cavaleira interrompeu minha irmã. “Eu vou segurá-los o máximo possível.”

“NÃO!” Eu me peguei gritando sem pensar e algumas lagrimas voltaram a escorrer. “Bjorn disse a mesma coisa antes de… dele… e-eu…”

“Não se preocupe princesa!” A cavaleira falou e sua voz saiu abafada por causa da mascara. “Bjorn também era um grande amigo, e não vou deixar o sacrifício dele ser em vão. Agora continuem!”

Heather pegou minha mão e continuamos a correr em direção a sala do trono e eu juro que eu ouvi ela nos desejar boa sorte antes que o som mais lutas começaram. Daquele ponto em diante não haviam mais inimigos, os guardas do palácio tinham dominado aquele lugar. ‘Por enquanto’,  uma voz na minha cabeça insistia. O som de lutas tinha ficado para trás e os guardas não estavam muito bem, armaduras com lugares amassados, sangue em suas roupas, espadas e rostos. Entre os guardas um homem gritava ordens e os mantinha firmes em seus postos. Sua condição não era melhor do que a dos outros guardas mas ele mantinha um ar feroz. Seus cabelos negros estavam desarrumados e havia um corte recente em seu rosto que ia de sua testa até o queixo. Ele nos viu e um pouco de sua tensão havia diminuído.

“Princesas!” Ele gritou nos chamando até ele. “Graças aos Doze vocês estão bem!”

“Você também lorde Vaelin!” Ashlyn respondeu corando um pouco e abaixando o rosto para esconder seu constrangimento.

“Eu vou escoltar vocês três até o trono!” Ele falou e se virou, andando a passos largos.

Tivemos que andar rápido para acompanhar o ritmo do capitão da guarda. Ashlyn seguia a frente enquanto Heather e eu andávamos lado a lado. Ela estava segurando as lágrimas, acho que ela nunca viu algo como isso antes… bem… eu também nunca passei por isso antes, mas minha mãe sempre me disse que eu conseguia manter a calma em situações de perigo. Apertei sua mão e ofereci um sorriso mostrando que eu estava aqui com ela e isso a acalmou um pouco.

O percurso até a sala do trono foi curto e rápido, logo avistamos as grandes portas de madeira escura com entalhes dourados. Valin prontamente abriu as portas e eu vi meus pais conversando silenciosamente, eles pareciam estar em uma discussão, pois eles gesticulavam muito com as mãos e minha mãe estava com uma expressão de raiva e apontando para uma esfera azul que ficava presa a um pedestal e em frente aos tronos. Meu pai parecia ter envelhecido muitos anos naquela noite, seus cabelos negros tinham algumas mechas grisalhas e seu rosto estava coberto de preocupação. Minha mãe estava um pouco melhor, seus longos cabelos loiros estavam presos em uma longa trança, mas o medo e a preocupação estavam visíveis em seus olhos.

Ao nos perceberem, eles vieram correndo em nossa direção com algumas lágrimas brotando de seus olhos. Eu admito que não gosto muito de demonstrações de carinho, mas com os últimos acontecimentos, eu deixei que meus pais me envolvessem no abraço. Heather não parecia muito a vontade em ser abraçada pela família real,  afinal ela não fazia parte da família, mas meus pais não se importaram com isso, agarrando nós três em um abraço em grupo.

“Oh meninas, eu estava tão preocupada com vocês!” Minha mãe chorou dando um beijo na testa de cada uma de nós.

“Heather me acordou ao ouvir os barulhos e encontramos Ashlyn no caminho!” Eu falei ainda abraçada com minha mãe. “Bjorn não… ele salvou a gente!”

“Que os deuses o acompanhem!” Meu pai falou depois de um suspiro e colocou a mão no ombro da minha mãe. “Helga, está na hora!”

“Hora de que?”

“Astrid, preste atenção! Vocês e sua mãe para um lugar distante!” Meu pai falou segurando meus ombros e eu vi minha mãe fazer uma cara feia. “Um lugar seguro aonde poderão continuar vivendo em paz!”

“Mas e quanto a você?” Ashlyn perguntou e meu pai balançou a cabeça devagar.

“Eu devo ficar e garantir que eles não sigam vocês.”.

Ele se levantou e foi até seu trono, aonde pegou uma caixa retangular de quase trinta centímetros de comprimento, feita de madeira negra e com entalhes de Draconia em sua superfície. Se ajoelhando na minha frente ele colocou a caixa em minhas mãos. Ela não era pesada e eu conseguia sentir uma estranha vibração de dentro da caixa, como se tivesse algo vivo ali dentro.

“Esse é o maior tesouro de nosso reino e é isso que esses invasores desejam!” Ele colocou a mão em forma de concha em minha bochecha. “Eu amo todas vocês, mas posso ver um grande destino em você Astrid! Não importa o que aconteça, siga o seu coração.”

“Eles quebraram os bloqueios!” Um dos soldados gritou do lado de fora. “ATAQUEM!”

O barulho de lutas e gritos ressoou pela sala. Meu pai pegou minha mão e me puxou junto com Heather para o orbe que estava na frente dos tronos, minha mãe seguia logo atrás com Ashlyn. De repente um tremor foi sentido nas paredes do castelo e o grito de dor e pânico dos guardas soou novamente. A porta principal foi escancarada e um homem grande caminhava com uma espada ensanguentada na mão e um sorriso de crueldade e vitória.

“Acabou!” Ele falou com sua voz rouca e gutural.

“Drago” Meu pai murmurou ameaçadoramente. “Você irá pagar por essa traição.”

Outro tremor, mais forte dessa vez e chamas saiam da parte de cima do castelo, pedras e colunas desabavam do teto enquanto o palácio desmoronava. Eu vi a cara de pânico na cara de todos e o ódio estampado no rosto do meu pai. Eu ouvi gritos vindo de trás de mim e minha mãe apontava para mim, mas eu não entendi o motivo até eu olhar para cima e ver uma enorme viga de madeira em chamas cair em minha direção e depois… depois veio o escuro e o vazio e uma voz que repetia.

“Não importa o que aconteça, siga o seu coração!”


Notas Finais


E aqui está... Eu tentei fazer esse primeiro capitulo em primeira pessoa e... não gostei! Acho que o resto vai continuar sendo em terceira pessoa mesmo, mudando os POV's durante os capítulos, diferente da minha outra fic que é fixo.


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