1. Prólogo.
“Take breath and push the anger down”
(Pegue fôlego e puxe a raiva para baixo)
Prólogo.
1997.
As pisadas rápida da menina batiam nas poças d’agua que se formaram com a chuva pela tarde e ecoavam por toda a rua deserta.
-Porquinha, porquinha. -A voz grossa ecoou por seus ouvidos a fazendo exigir mais das pernas já fracas, seu cérebro trabalhando em carga máxima de adrenalina. Ela tremia. -Here’s Jhonny.
O garoto que tinha uma estranha combinação de olhos, um azul tão claro quanto a agua e o outro tão escuro quanto o céu em uma noite carregada, aparece em sua frente de repente a fazendo gritar e fincar os pés no chão. O impacto a faz escorregar e cair no chão tentando se levantar rapidamente, mas foi impedida por dois pares de mãos.
-Here’s Jhonny.
(...)
-Avisamos a todos que as aulas foram canceladas por uma semana em sinal de luto e respeito pela senhorita... -Todos os alunos começaram a sussurrar em uma aglomeração fanática enquanto outros poucos abaixavam a cabeça e entravam em estado de luto.
Alguns diziam que ela havia sucumbido à loucura, outros mostravam uma ponta de culpa, mas a jogavam para quem não podia mais responder.
-Isso é culpa de vocês. -Uma única frase e acusação soou por toda a sala e todos se calaram vendo a menina se levantar, sua pele brilhando com o sol que entrava pela janela e mostrava o olhar de ódio que ela possuía naquele momento, o dedo apontando com força trêmula para o grupinho de quatro pessoas que estavam no fundo da sala e só riam com a notícia.
-Nossa? -A menina loira com a voz beirando ao nojo, sua expressão severa escondia sua beleza que beirava a perfeição.
-Todos sabem que vocês espalharam aquele vídeo. -A voz tremia de raiva, o olhar poderia congelar qualquer um no local, menos eles.
-Prove. -O menino toma a frente, seu olhar castanho brilhando mais que o azul. -Se ela se matou, qual a nossa parcela de culpa nessa historia sendo que nem ao menos nos conhecíamos direito?! Não seja burra, e poupe meu tempo.
-Vocês podem rir agora, mas eu vou cobrar por justiça. E quando isso acontecer se lembrem de minhas palavras: Quando tentarem matar o passado, tenham certeza de que ele esta morto e enterrado, porquê ele vai voltar para matar vocês.
Todos engolem em seco e se entreolham assustados enquanto a garota se levantava e deixava a sala. Seus passos sendo ouvidos por todo o corredor vazio, sua raiva queimando nas veias e o ódio a cegando até encontrar a porta de saída e ser recebida por uma ventania forte. Alguns respingos de garoa caíam em sua pele e esfriavam seu sistema quente, ela sempre fora inteligente e nunca negou, inclusive usava sua inteligência para conseguir tudo o que queria.
E no momento ela queria justiça. Poderia demorar anos, ela a teria. De um jeito ou de outro.
2007.
-Porquinha. Porquinha. -A voz soa nos ouvidos da mulher presa a fazendo revirar o local com os olhos arregalados. -Me lembro de que seu namorado adorava essa referencia, não se preocupe, não ficaram separados por muito tempo.
Destrua o passado ou o subestime, ele voltará dez vezes mais forte e mais inteligente.
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