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História The Driver - If you don't know, now you know"


Escrita por: itsmegeo_s

Notas do Autor


oláás.

Capítulo 10 - If you don't know, now you know"


“If You Don’t Know, Now You Know”

(Se você não sabia, agora sabe)

2007.

-Logan Wesley. 24 anos, trabalhava para Sam Claflin. -Jhonny desvia o olhar e se concentra em Halsey, seus olhos a desejando centímetro por centímetro. -Seu melhor amigo, certo?!

-No mundo em que vivo ninguém pode ser considerado amigo, quem dirá o melhor deles. -Ele faz um biquinho pensativo e pisca lentamente. -Não me encontro com Logan há anos.

-Qual a historia de vocês? -Scott pergunta interessado. -Porque há algo no passado de ambos que os ligam até hoje. Algo forte o suficiente para matá-los e ainda acontecer todo um espetáculo em torno disso. Alguém quer a mídia acompanhado cada última respirada que vocês darão. E a pessoa dará isso numa bandeja dourada.

Jhonny trinca o maxilar e desvia o olhar novamente, Halsey o encarava avaliativa e arqueou uma sobrancelha de forma prepotente.

-Nada que valesse a morte deles. A não ser que os dois tivessem um passado do qual eu não participei.

Halsey ri e nega com a cabeça.

Há sempre um passado que ligará os quatro. E tantas outras pessoas mais. Pessoas inteligentes viam isso há quilômetros, pessoas como Scott assistiam a briga ocorrer e tentavam descobrir o motivo de tudo aquilo. E haviam as pessoas que comandavam a briga de longe, somente com o olhar e acenos de comando.

Ian, Kendall e Sam eram essas pessoas. O poder na palma das mãos, os olhares silenciosos da alta sociedade que não deixavam a taça cair quando alguém batia em sua mão. O peso do desejo guardado no bolso e a máscara de meninos bons postas sobre os rostos, escondendo-os quem eles eram de verdade.

Pequenas crianças mimadas.

(...)

-Então Lauren precisou viajar?! -Shawn pergunta enquanto seguia Camila pelo longo corredor.

-Sim. E pare de me fazer essa pergunta estúpida se você já sabe a resposta.

O homem levanta as mãos em rendição e abre a porta deixando Camila entrar no cômodo primeiro.

-Agressiva. -Ele resmunga e ela sorri de canto.

-Tem gente que não reclama. -Ela diz divertida e sorri maliciosa. -Principalmente quando está na minha cama.

-Sapatão. -Ele sibila e nega com a cabeça enquanto puxava o corpo de Logan da gaveta.

-Por que será que foram envenenados?! -Ela coça o queixo e encara o homem que parecia estar dormindo.

Talvez estivesse dormindo, mas agora seria para sempre.

-O veneno somente os tonteou. Talvez a pessoa não fosse forte o bastante para lutar com eles e os dopou. Há marcas de corda nos pulsos e tornozelos, o que me faz acreditar que ficaram amarrados por um logo tempo antes de morrerem. A pessoa também não gosta muito de sujeira e fez um único golpe dentro do ouvido, um especialista.

Ele ia apontando com o dedo mindinho cada parte do corpo a qual estava se referindo e Camila assente em entendimento.

-Isso irá para revistas?

-Nah. Seria crime. -Ela explica e cerra os olhos, o frio a incomodando os braços desnudos. -Só estou curiosa.

Os dois conversam sobre os crimes seguidos e começam a traçar teorias sobre tudo o que estava acontecendo. Shawn explica para ela o que houve com Sam e Jhonny, o que os dois haviam feito e como brigaram parecendo duas crianças que brigavam por um brinquedo e logo em seguida jogavam a culpa um no outro pelo brinquedo ter quebrado.

Mas ali, no caso, o brinquedo era Melissa.

-Soube que Cara terminou com ele. -Camila diz e Shawn dá de ombros.

-Já reparou como a Sra. Somerhalder olha para Cara?! -Camila ri alto e assente entretida com o assunto. -Aposto que Kendall comia Melissa imaginando a Delevigne ali.

-Ou será que o Sr. Somerhalder gosta de um fio-terra? -Camila diz e os dois riem ainda mais e saem da sala fazendo piadas ainda mais ultrajantes sobre um dos casais mais poderosos do momento.

-Bom, se eu fosse casado com Kendall Jenner... Não me importaria nenhum pouco com esse fetiche exótico. -Camila o olha e sorri sacana.

-Tu gosta de um dedo no cu?! -Ela pergunta rindo e ele a empurra com o ombro. -Viado.

-Sapatão.

-Sou mesmo. -Eles se entreolham em silencio e desviam o olhar para evitar as risadas altas.

(...)

-Caleb... Meu querido, Caleb...

O homem pisca diversas vezes e rodeia os olhos pelo quarto escuro desesperado. A voz de Melissa o acordando por inteiro, seu coração batendo rápido e ele querendo gritar por ajuda, mas em sua boca havia uma mordaça, suas mãos amarradas nos braços da cadeira desconfortável.

-Quando você dizia que me amava e eu respondia que o sentimento era recíproco... Por que você acreditou em mim sabendo que de minha boca nada do que saía poderia ser verdade? -Caleb sentiu seu coração errar uma batida, ele sentiu uma lágrima molhar sua bochecha e fitou a tevê antiga à sua frente. -Quando eu te pedi, quando te contei meus planos e você foi o único que discordou... O único que tentou me puxar daquilo, pois sabia que iria nos destruir... Por que continuou ao meu lado e fez o que fez?

O vídeo muda e começa uma gravação antiga. Caleb soluçou abafado e caiu em um choro desesperado.

-Tem algo a dizer para quem está assistindo? -Caleb segura os cabelos da nuca da garota e a obriga a olhar para câmera. Ela chorava desesperada, suas bochechas vermelhas e todo o seu corpo estava preso. -DIGA ALGO, PORRA. -Melissa grita e acerta um tapa na cara da menina.

Caleb desvia o olhar e sente nojo de si mesmo. Sentiu nojo do que estava acontecendo e do que ele se tornaria a partir dali.

-Meu... Meu nome é Johanna Brooke. E... Eu sinto muito. Me perdoem.

Caleb grita mudo e se debate na cadeira. Ele via o ponto vermelho piscar de segundo em segundo e então uma silhueta surgiu, mãos tiraram a mordaça e ele cuspiu enojado.

-Diga algo para aquela que você ajudou a matar. -Uma voz robótica disse e ele fez uma careta sofrida. Choro se misturava com baba e tudo o que ele não conseguia mais controlar por ter o corpo dominado pelo medo. -E algo para aquele que morrerá depois de você.

O vídeo de Melissa volta a ser reproduzido. Os cabelos vermelhos devidamente penteados, presos e brilhantes sob a pouca luz. Seus olhos azuis livres de maquiagem e mostrando o que ela sentia. Um absoluto nada inumano.

-Se lembra quando eu te disse que ela merecia e que ela queria a isso? Por que você insiste em acreditar em mim? Você não era mau, Caleb... Por que se perdeu no meio de todas as minhas palavras? Eu não te amava, Caleb. -Melissa ri triste e abaixa a cabeça. -Nossa morte será um circo, querido.

Seu olhar castanho viaja até a câmera. A raiva se misturando com o medo e o transformando em alguém que não conhecia. Tudo o que ele era, tudo o que ele fazia, era pelo amor que achava que ela sentia.

-Meu nome é Caleb Simmons... -Ele soluça. -E eu sinto muito. Eu admito minha covardia e fecho os olhos para o que vai acontecer comigo, pois ainda não aprendi a levantar a cabeça e assumir o que fiz. Sinto muito, Johanna. -Ele joga a cabeça para trás afim de retirar uma mecha que caiu sobre os olhos e respira fundo. -Jhonny, sua arrogância o levará para o Inferno. E eu não segurarei sua mão quando já estiver lá. Espero que queime junto com Melissa. E eu espero queimar longe de vocês.

(...)

-Mama... -Clara abre a porta e puxa Lauren para um abraço apertado. -Posso passar a noite aqui?

Lauren se lembrava de cada detalhe daquela casa. Quando seus pais moravam juntos, quando seu pai ainda era vivo e a amava incondicionalmente. Quando tudo era fácil e ela corria pelo quintal brincando com Ally e Taylor, quando ela era uma criança inocente e achava que o mundo poderia melhorar e que o amanhã seria ainda melhor que o hoje. Crianças tem esse sentimento de esperança.

-Claro que pode. Taylor está no quarto.

A morena sobe as escadas e respira fundo diversas vezes. As paredes continuavam iguais, as fotos em família, seu pai feliz e a carregando nos ombros, ele vestido com o uniforme da polícia e ela mostrando o bracinho fino se achando forte igual a ele.

Normani e Dinah a abraçando, as três sorrindo largo, o sol batendo nas bochechas de Lauren deixando-as rosadas e fofas. Seus dentinhos maiores aparecendo fazendo seus olhos verdes sumirem por debaixo dos óculos de grau. Normani estava com um vestido florido, seu favorito na época, a cabeça deitada no ombro de Lauren fazendo as mechas de seu cabelo escorregarem sobre os olhos. Dinah fazia uma careta fofa e abraçava as duas se esticando toda, seus cabelos castanhos presos em um coque mal feito por causa do calor que sentia na nuca.

Lauren sentia saudades dessa época. Era a época em que a inocência fazia as palavras saírem de sua boca de forma desenfreada, seu cérebro trabalhando em inúmeras formas matemáticas antes mesmo de alguém mostrar a ela como descobrir o X. Lauren sempre fora considerada um prodígio, alguém que seria tão genial que nada escaparia de seus olhos, e de certa forma ela se tornou isso.

Ela sabia o potencial de sua inteligência. Sabia que aquilo a diferenciava dos outros, também sabia a pressão que faziam com a irmã para se tornar alguém igual à ela. Mas Lauren não queria que Taylor fosse assim, não conseguisse dormir a noite porquê tudo ainda era processado sem sossego. Ela queria que sua irmã tivesse uma inteligência média, que não a obrigasse a pensar em tudo o que acontecia no mundo, porquê quando temos noção e inteligência o suficiente, começamos a ter noção de como o mundo funciona.

E quando descobríamos como o mundo funcionava, costumamos pensar que estamos à beira de um grande buraco, um pé já havia saído do chão e Lauren sabia que não demoraria muito até nos jogarmos de cabeça. Era muito mais do que crescer e não saber o que fazer da vida.

Era perceber que, talvez, tudo o que nós queiramos fazer não seja bom o suficiente para crescer. E então descobríamos que o ser humano pode ser desprezível, e terá momentos em que não vamos conseguir nos olhar no espelho sem sentir vergonha do que somos e do que nos tornamos.

-LAUR! -A irmã corre para abraçá-la e Lauren se força a permanecer no lugar, a abraçando de volta. Mesmo que o alarme estivesse soando alto. -Aprendi a tocar uma nova música. Eu havia esquecido, mas lembrei. Mama disse que a toquei pela primeira vez quando tinha dez anos, não lembro.

A adolescente sorri mostrando seus dentes livres do aparelho depois de anos e corre até o piano preto. Lauren sorri. A irmã era um prodígio e nada pararia sua genialidade. Lauren lembrava de sua irmã em frente ao piano que parecia grande demais para uma criança daquele tamanho.

-É Mozart. -Ela diz e fecha os olhos começando a tocar.

Michael adorava Mozart. Passava horas e horas ouvindo seu talento, Lauren se lembrava de deitar na barriga do pai, fechar os olhos e apreciar o som junto com ele. No momento deles.

Lauren também se lembrava de quando estava voltando da escola na viatura junto dele, era sempre assim, todos os dias essa rotina. O rádio ligado em uma estação que passava cenas de mistério e os espectadores deveriam ligar para tentar chutar quem era o assassino. Lauren sempre acertava.

E então, um dia quente, uma quarta-feira. As janelas abertas para o vento fresco circular ali, porquê ela tinha asma e não podia ficar muito tempo em ambientes fechados. Um semáforo no vermelho, um homem com um capuz do seu moletom vermelho que cobria seu rosto.

Um barulho alto.

Seu pai manchado de vermelho assim como ela.

O rádio revelando quem havia matado quem.

Os pulmões de Lauren se fechando, sua mente processando a velocidade com que tudo tinha acontecido. Equações surgindo, resultados em aberto, o vermelho em suas mãos.

As quartas-feiras ela costumava usar preto, pois foi em uma quarta-feira que ela viu seu pai pela última vez.

-Papa adorava Mozart. -Ela diz paralisada do lado de Taylor e a jovem sorri.

-Mama gosta. Ela diz que lembra os dias em que ele estava aqui e você ainda podia brincar na grama.

Ela adorava rolar na grama. E gostava ainda mais de correr em direção aos braços abertos de seu pai.

Lauren sempre acertava quem era o assassino.


Notas Finais


favoritem e comentem.
3bjs de luz e até mais. 🌸💙


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