História The Driver - Flip the switch and watch them run

“Flip the switch and watch them run”

(Aperte o botão e veja-os correrem)

-Logan Wasilewski, ou como preferia ser chamado, Logan Wesley. Vinte e quatro anos, trabalhava em um escritório de administração a quatro quarteirões daqui. Disseram que ele não aparece há três dias. -Scott lê as informações em uma pequena caderneta de capa preta. -Irmão de Paul Wesley, coincidentemente, Paul é melhor amigo de Ian... Irmão de Jhonny.

Halsey encarava o homem que estava deitado com uma perna esticada e a outra dobrada formando um leve 4, uma mão estava dentro da calça e a outra servia de apoio para a cabeça. Os cabelos eram curtos e puxado para um tom loiro forte, quase castanho em alguns pontos, o topete estava perfeitamente arrumado e ele tinha uma expressão calma, até mesmo divertida, diferente de Melissa que beirava ao deboche até mesmo em morte. A casa estava cercada por um cheiro forte de álcool que o cloro não conseguiu limpar, a tevê passava um novo pornô, mas agora dois homens se agarravam de forma selvagem. A câmera estava do lado da tevê e já se encontrava desligada.

Tudo perfeitamente igual a cena de Melissa, tirando a posição estratégica do corpo e a cena que se passava na tevê.

-Provavelmente a causa da morte foi a mesma coisa que ocorreu com Melissa. -Scott diz e rodeia a sala junto com Lauren. -Acho que o assassino não gosta muito de sangue.

Os dois procuravam a mesma coisa, algo que pudesse ligar esse caso ao da atriz. Halsey via o piso limpo, e tudo perfeitamente arrumado, até mesmo as garrafas de uísque que pareciam ter sido postas ali há pouco.

Lauren e Scott mexiam com cuidado nas prateleiras até ela encontrar uma caixa fechada na estante mais alta. A morena chama o investigador e coloca a caixa em cima da mesa mais próxima, ela abre com cuidado e vê uma réplica perfeita da casa.

Os dois suspiram e começam a procurar por algo que os levasse para outra pista. Mas apesar de Lauren saber que estava sendo feita de gato e rato, ela não conseguia parar de correr atrás.

-Aqui. -Scott pega uma pinça e puxa a poltrona vermelha revelando um envelope de cartas pequenas.

Os dois caminham e empurram o móvel o mínimo possível até revelar a carta.

Feche sua boca, cubra seus olhos, esconda suas digitais, e assim ninguém saberá qual crime você cometeu.

(...)

-Logan era um valentão, na certa. Há indícios antigos de hematomas e inúmeras fraturas por todo o corpo. Já se envolveu em algumas lutas de rua e parece que falta um pedaço de sua orelha... Provocado por uma mordida. -Lauren faz careta e se afasta do corpo como se ele tivesse alguma doença contagiosa mesmo depois de morto.

-Chamaremos Jhonny novamente. -Scott avisa e Lauren revira os olhos.

Ela continuava com a crença de que o Somerhalder mais novo não teria competência de fazer algo desse nível. Ou algo tão bonito.

-Irei voltar à casa de Melissa para procurar algo que ligasse os dois e que não seja Jhonny.

-Leve Halsey com você. -A hispânica revira os olhos, mas assente e sai andando calma.

A delegacia voltou a ser um lugar mais calmo agora que a morte de Melissa havia esfriado, mas a imprensa ainda pressionava Scott e Lauren.

Halsey estava parada na parede da delegacia, seu corpo apoiado no concreto enquanto ela fumava um cigarro, a fumaça se perdendo no vento e relaxando seus músculos aos poucos. Ela se agita ao avistar Lauren caminhando em sua direção e apaga o cigarro com uma pisada forte.

-Vamos à casa de Melissa. -A voz rouca de Lauren fez com que Halsey sorrisse de canto e se apressasse em seguir a morena.

As duas seguem em carros diferentes, porquê Lauren quis dessa forma, e tentam pegar o caminho com menos trânsito e menos possibilidade de fotógrafos a seguirem.

(...)

-Por que estamos aqui, afinal? -Halsey questiona enquanto caminhavam pela sala em busca de algo que pudesse ajudar.

Lauren abre a boca para responder, mas um barulho alto vindo do andar de cima a interrompeu. Se entreolharam e começaram a ir lentamente para as escadas. Halsey tomou partido de ir na frente, no fundo queria provar a Lauren que era capaz de protegê-la, a mão sobre a pistola que carregavam na cintura, qualquer movimento inesperado e ela estaria pronta para atirar, assim como Lauren estava em alerta, mas essa não gostava de armas ou de segurá-las.

-Veio do quarto. -Lauren sussurra enviando um arrepio para a espinha de Halsey.

Os passos silenciosos contra o piso davam à elas a chance de ouvir resmungos vindo da porta aberta. A luz escapava da fresta e iluminava uma parte do corredor em linha reta, mesmo que o dia estivesse claro a pessoa sentiu necessidade de ligar a luz, o que irritou Lauren.

-O que faz aqui?! -Halsey entrou de súbito e tinha o sujeito na mira da arma.

O coração de Lauren havia disparado com a rapidez da policial. Ela encarou o homem e logo reconheceu os olhos azuis e o cabelo amarelado, a expressão de susto logo foi substituída por um sorriso de deboche, as covinhas atrativas aparecendo enquanto ele levantava os braços em sinal de rendição debochada.

-Samuel Claflin. -Lauren diz e caminha para segurar o braço de Halsey a forçando a abaixar a arma. -O que faz aqui?

-Vim de me despedir de minha Melissa. -Ele diz normalmente e se senta na cama.

-Essa vagabunda tinha quantos amantes, afinal?! -Halsey pergunta baixinho fazendo Lauren soltar uma risada nasal.

-Por que diz isso?

-Ora, ela também transava com Caleb. -Lauren arqueia uma sobrancelha e assente em entendimento.

Sua áurea embriagada dominava o ambiente e o cheiro de álcool barato invadia as narinas de Lauren e a fazia torcer o nariz. O relógio marcava onze e meia, o que dava à ela meia hora para descobrir se ele poderia ser considerado suspeito ou só um babaca idiota por invadir a cena de um crime.

-Sua?! Achei que namorasse Cara Delevigne. -Ele dá de ombros e encara a foto que estava em sua mão.

-Cara havia namorado Logan antes de mim... -Ele diz a informação como se somente aquilo fosse necessário para o relacionamento não valer nada. -Melissa era minha. Deveria estar comigo desde o princípio, talvez isso nem tivesse acontecido com ela. -Ele diz parecendo estar perdido nos próprios pensamentos. -Mas talvez tenha sido melhor assim. Antes morta do que com alguém que não fosse eu.

Aquela fala fez Lauren arquear uma sobrancelha e travar o maxilar. Uma das coisas que ela mais odiava era o fato de que algumas pessoas consideravam outras como propriedade particular ou como sendo donas de vidas. Pura besteira.

-Então veio bagunçar o quarto dela, se meter em confusão e acabar sendo preso como suspeito de um crime?! Sinceramente, achei que você fosse minimamente inteligente, Sam. -Ela diz e solta uma risada nasal. -Algeme ele, Halsey.

Sam se levanta com um pulo e corre até Lauren a segurando pelos ombros. Seus olhos azuis sendo tomados pela pupila dilatada.

-Eu não a matei. -Ele diz em tom de ameaça, mas Lauren não pareceu abalada por aquilo, e sim porquê ele estava perto demais. Seu hálito de álcool a deixando enjoada e as mãos sujas dele a deixando à beira de um surto.

-Tire as mãos de mim. -Ela diz entredentes. -Não me interessa se o senhor a matou ou não, isso nós investigaremos. O senhor obstruiu a cena de um crime e será levado para depoimento.

O homem respira ofegante de raiva e segue as duas, os pés tropeçando ao longo do caminho até estar sentado no banco de trás do carro de Halsey.

Lauren se sentia suja por ter sido tocada, mesmo que por tempo mínimo aquilo a incomodou e ela não conseguiria ficar quieta enquanto não se lavasse. Ela começava a se agitar, algo em sua intuição a dizendo que algo de errado iria acontecer e que ela deveria correr.

(...)

O departamento havia saído da calma e ido para a confusão em poucos minutos graças ao encontro de Jhonny com Sam.

-Olha só, se não é o Senhor Perfeito. -A voz de Jhonny saiu carregada de deboche enquanto Sam se concentrava em não tocar em nada.

-Cale a boca, Somerhalder. Minha briga é com o seu irmão, mas pode se tornar sua também. -O homem diz fazendo o outro rir.

Scott tentava controlar o Somerhalder enquanto Halsey segurava Sam.

Lauren parecia perdida em tudo aquilo, jamais gostou de brigas por ter que haver contato e isso não a agradava. Sua mente começava a se agitar com a bagunça que se formava ali, ela queria se afastar e tampar os ouvidos, ou arrumar tudo até estar limpo e alinhado.

-Claflin... Perder a mulher que você tanto ama para a pessoa que pertence a família que você mais odeia... -Jhonny faz um barulho de desdém com a língua e nega com a cabeça. -Só resta saber que ela também adorava quicar mais no meu colo do que no seu.

E aquilo pareceu ser o estopim.

Sam partiu, ainda meio cambaleante, para cima de Jhonny e lhe acertou um soco certeiro no nariz. A cabeça do outro voou para trás e para a frente liberando sangue em um esguicho forte. Os dois trocavam socos ao mesmo tempo em que todos tentavam separá-los.

Lauren parecia ainda mais perdida. O sangue a deixando em agonia, fazendo sua pele queimar, sua mente lhe enviando um alarme alto demais para todo o corpo e ela quis sair dali correndo. Mas a confusão era tanta que algum cotovelo foi parar em seu nariz.

A dor lhe invadiu com força, ela fechou os olhos e levou as mãos para o rosto sentindo seus dedos molharem com algo. Por uma fresta do olho viu o vermelho do próprio sangue e então correu.

-Vermelho. Vermelho. Vermelho. -Ela sussurrava em fúria, seus olhos cravados nos dedos sujos, seu rosto torcido em agonia e sujo por ela ter espalhado o sangue.

-Lauren... O que está havendo ai dentro? -A voz surgiu quando a hispânica já estava do lado de fora, mas ela não conseguia responder.

-Eu não gosto de vermelho. Vermelho. Vermelho. Vermelho.

-Lauren... -Camila de aproximou com cuidado e tentou tocar no ombro da mulher, mas recebeu um grito assustado.

Os olhos verdes desfocados e arregalados em horror. Aquele dia não era para ser assim, ela não sabia o que havia acontecido de diferente. Ela vestiu a roupa certa, tomou o mesmo café da manhã. Estava tudo na ordem certa, no tempo certo.

-Alô... Dinah, a Lauren não está bem. Venha urgente.

-Muito vermelho. -Ela começou a tentar se livrar do sangue, mas as unhas arranhavam a pele deixando a sensível. -Vermelho.

O alarme estava cada vez mais alto, a ensurdecendo e deixando tudo vermelho. Ela não conseguia arrumar uma saída para aquilo.

-Lauren... Lauren. -Aquela voz a vez olhar para cima e avistar o semblante preocupado de Dinah.

-Vermelho, Dinah. Vermelho, vermelho, vermelho, vermelho... -Ela havia agarrado a palavra e isso a deixava ainda mais agoniada. -Muito... Dinah, Dinah, Dinah.

A loira a tocou com cuidado e a levantou. Camila assistia a tudo em silêncio e assim que viu Dinah entrar no carro junto com Lauren, se dirigiu para dentro do departamento. Sua mente pensando em tudo o que poderia ter acontecido ali para que Lauren, alguém que sabia até onde estavam seus limites e os respeitava mais que tudo, ter tido um surto na calçada movimentada.

Os policiais corriam para lá e para cá, algumas pessoas estavam com sacos de gelo e entraram em duas salas diferentes. Tudo parecia um caos, havia sangue no chão e algumas pessoas conversavam sobre o que havia acabado de acontecer.

Não era tão difícil adivinhar o que tinha levado Lauren ao surto tão de repente. O caos ali deixava até mesmo Camila em alerta para qualquer coisa que pudesse acontecer a qualquer momento.

Um homem alto passou por ela e sorriu de canto, seus olhos castanhos brilhando enquanto suas covinhas apareciam e o tornavam atraente para qualquer mulher. Mas aquilo fez Camila rir e negar com a cabeça.

Ela também tinha charmes que atraiam qualquer mulher, talvez fosse isso o pior motivos para brigas com sua noiva. Então qualquer que fosse o flerte do rapaz, Camila não se importaria tanto em ignorá-lo ou prestar atenção em sua presença, no momento ela só gostaria de saber o que houve ali dentro e poder voltar para casa.