História The Duff - Mas agora que conheço, ele é meu favorito.

Saio da sala posteriormente ao acabar de ver as fotografias do meu ensaio com Justin e no caminho me esbarro em alguém. Olho para quem quer que seja para pedir desculpas, contudo minha pequena felicidade pelo ensaio ter sido excelente para a dona da revista se vai em dois segundos. Díspar dos outros dias, hoje Stacie olha-me com misericórdia, como se estivesse realmente muito mal por alguma coisa que aconteceu comigo.  Penso em seguir meu caminho para meu apartamento, porém sua mão segura meu pulso impedindo-me de dar prosseguimento ao caminho. A olho estranho e aguardo que ela tenha uma explicação admissível para seu ato.

― Será que não da pra gente esquecer tudo o que aconteceu? ― indaga amedrontada tirando sua mão do meu pulso.

― Porque acha que eu esqueceria tudo o que aconteceu? ― questiono cruzando os braços abaixo dos meus seios, Stacie passa sua mão sobre seu braço e se afasta um pouco de mim ― Responda-me! ― ordeno vendo que ela não irá pronuncia nem sequer um a.

― Blanche... ― ela diz querendo prosseguir com sua pronuncia, no entanto Hope chega ao mesmo momento e a faz se calar em segundos só com sua presença.

― As amigas para sempre andam conversando depois de tudo aquilo? Que amizade bela, tenho até inveja. ― diz malévola e eu me distancio das duas ― Não tenha medo de mim Blanche, tenha medo dessa serpente que estava conversando com você.

― Hope, por favor. ― pede encarando Hope com ódio e eu me sinto a excluída do assunto, pois aparentemente as duas estão me escondendo algo que eu ainda não peguei no ar ― Nós já conversamos sobre isso. ― murmura.

― Conversamos? ― Hope questiona sarcástica ― Não lembro. Vamos lá Stacie, deixe que eu conte o que sua querida amiga ainda não sabe. ― arqueio as sobrancelhas e me aproximo de Hope furiosa.

― Do que você está falando? ― pergunto segurando seu pulso e a fazendo me encarar, Hope sorri irônica e da de ombros para Stacie que pede inúmeras vezes que a morena não me diga o que está prestes a dizer.

― Stacie e Justin transaram enquanto você estava lá chorando horrores e se lastimando por ter deixado Justin sozinho, mas só pra ressaltar, Justin estava muito bem acompanhado saboreando o gosto da doce Stacie e dando prazer a ela. ― arregalo os olhos não acreditando no que estou ouvindo e me afasto das duas com os olhos lacrimejados. Olho para Stacie e a ouço pedir desculpas diversas vezes e tentar se explicar.

― Nós estávamos bêbados Blanche, por favor. ― ela se aproxima tocando meu braço e eu a empurro fazendo-a cair no chão.

― Você é uma vadia Stacie, e eu tenho nojo de você. ― exclamo aterrorizada com o que ouvi ― Quando digo que vocês três se merecem, bom, eu não minto. São três babacas vivendo a custa da tristeza das pessoas, mas não se enganem, eu estou muito bem sozinha, do que se estivesse andando por ai com vocês. Como ainda conseguem ser amigas com tanta falsidade rolando? ― questiono e as duas permanecem em silêncio ― Por Deus, que Ele tenha misericórdia de vocês quando forem pagar pelos seus pecados. ― rio irônica da cara de merda que Hope faz.

― O que está acontecendo aqui? ― Justin aparece no corredor aproximando-se de nós.

― Oh, agora sim o trio babacas está completo. Venha se juntar a esse lixo que está se formando aqui no meio Justin, até porque você faz parte dele, não é mesmo? ― indago arqueando as sobrancelhas e ele me encara sem entender ― Jesus, e pensar que um dia eu gostei de você. Sabe todas essas palavras? Sim, essas que registraram meus sentimentos publicamente? Essas palavras são verdadeiras, te amei com tudo de mim, todos os sentimentos, emoções e sensações são verdadeiros e eu não nego mais. Uma vez você me disse que eu precisava crescer e para de fugir indefesa e chorar por tudo. Pois muito bem, você estava certo, eu cresci Justin, cresci a ponto de perceber que não preciso me envergonhar dos meus erros, erros na amizade, erros no amor, erros na humilhação e em todos os erros que eu cometi que me fizeram chegar aqui hoje, só para olhar pra sua cara e finalmente me dar conta que a necessidade que eu tinha de você acabou. Eu não preciso de um moleque que quer se passar por homem e muito menos de uma traíra em forma de amiga, então ouça bem as minhas palavras: Todos que riram e debocharam de mim, o fizeram por quererem ser a Duff, quererem o que eu tenho. Eu preciso lhe agradecer por me proporcionar esse banquete de emoções desprezíveis, afinal quem melhor para ensinar uma garotinha burra o seu lugar do que o grandioso Justin Bieber?! Mas me diga, valeu a pena, se desgastar tanto para estar ao meu lado em todas aquelas noites cúmplices de sexo? Valeu a pena gastar a saliva para despejar palavras românticas sem significado sobre mim? Valeu a pena tudo isso? Entenda, você me usou por um tempo, vocês me humilharam, me destruíram, despedaçaram meu coração e ainda assim eu me levantei todas as vezes, saí da cama ao empurrões e segui meu caminho finalizando-o aqui, exatamente aqui onde tudo começou. Perceba que fraca nunca foi uma característica minha, então engula sua petulância, suas poucas palavras sem significado e sua petulância. Guarde seu veneno regrado a rancor para si mesmo e suas hipócritas palavras para quem acredite nelas. Repito a você: Eu não preciso de pessoas que não têm consciência da própria insignificância. Até breve. ― esbarro no ombro de Justin e sigo meu caminho para meu apartamento, sentindo minha consciência leve e limpa de tudo aquilo que eu quis dizer desde que as coisas começaram a desandar.

No outro dia.

20h34min

Em mais um dia monótono de sempre termino de me arrumar para uma festa na agência. Já me acostumei com suas festas sem sentido para comemorar exatamente nada. Encaro meu vestido preto colado ao meu corpo e sorrio satisfeita de mim, ninguém será capaz de me colocar pra baixo com palavras mesquinhas, não enquanto eu me sinto no auge da minha carreira e nem depois disso, estou certa do que pretendo fazer, deixar que ninguém me pisoteie outra vez. Solto meu cabelo da presilha e os arrumo levemente vendo os fios loiros caírem sobre meus ombros. Pego minha chave do apartamento e do carro e vou até a saída, trancando-a quando passo. Adentro meu carro e sigo até a agência.

O som alto já pode ser ouvido a um quarteirão antes de chegar ao destino. Estaciono meu carro na área destinada aos modelos e saio do mesmo guardando minha chave na pequena bolsa que trouxe, a deixando no porta-luvas do carro. Ando vagarosamente até adentrar completamente o prédio e vou para o andar que acontece as festas. Na entrada pego um copo de uma bebida qualquer e noto que todos os modelos ― sem exceções ― estão aqui, se embebedando até não conseguirem mais andar. Sinto mãos rodearem minha cintura e sorrio para o ser de cabelos castanhos ao meu lado.

― Você está fascinante, Blanche Griffin. ― Scott diz beijando minha bochecha e minhas bochechas coram.

― Como você está Scott, depois de tudo isso? ― indago olhando a escuridão abaixo de seus olhos, as famosas olheiras.

― Indo. ― responde torcendo a boca e eu sorrio para sua expressão ― Somos os dois traídos da cidade. ― debocha fazendo careta ― E como você se sente? Creio que não foi fácil saber a verdade que estava debaixo do meu nariz.

― Eu estou bem, nós vamos superar isso, acredite em mim. ― dou um leve soco em seu braço ― Você gostava dela? ― mais afirmo do que pergunto.

― Eu era louco pela Stacie. ― se entristece ― Mas como você disse: iremos superar. Com várias doses de vodka, vamos lá Blanche, beber até não lembrar mais nossos nomes. ― Scott me puxa para o bar onde o rapaz está servindo bebidas variadas, no caminho noto que Stacie e Hope estão conversando entre si enquanto Justin está encostado na parede olhando a multidão e quando para seu olhar em mim, eu apenas sorrio confiante da sua derrota.

― Hoje é a noite para se esquecer os problemas Scott. ― grito pela altura da música levantando o copo para cima e Scott faz o mesmo para brindarmos. Dou um generoso gole na bebida e vejo o rapaz a minha frente fazer o mesmo, finalizando a bebida colocada em um pequenino copo ― Agora vamos dançar, querido. ― sorrio para ele enquanto vou o levando para a pista de dança.

Começamos a dançar animadamente, até que minutos depois o clima começa a ficar quente e sinto Scott segurar firmemente minha cintura e me puxar para ele. Um efeito bom me percorre, desde que tudo aconteceu nunca me senti cobiçada por alguém e ao olhar para Scott sei que isto está acontecendo ― ou é efeito da pouca dose que ingerimos. Claro que eu possa estar me iludindo, mas sou positiva demais para deixar levar esse momento por negação.

Somente fecho meus olhos quando nossos rostos estão bem próximos e me permito ser levada por esse momento. Senti os lábios de Scott nos meus, no mesmo instante que perdi minha razão, meus conceitos, meus sentimentos e tudo que se pode perder. Deixei que ele conduzisse a situação e assim ele fez com maestria. Consenti que sua língua adentrasse a minha boca, consenti que sua mão direita percorresse todo meu corpo sem restrição, consenti que esta noite nada irá me estorvar. O ar falta em meus pulmões e nos distanciamos, não antes de Scott dar-me vários selinhos.

― Nós já estamos tão bêbados assim? ― ele pergunta rindo do que aconteceu.

― Scott. ― o chamo colocando meus braços em volta do seu pescoço ― Eu não me importo com o que aconteça hoje, eu só quero comemorar que o ensaio foi um sucesso e que nos livramos daqueles traidores. Deixa rolar. ― me aproximo dele e o beijo novamente, sendo correspondida por ele.

[...]

Acordo sentindo uma terrível dor de cabeça e olho para os lados vendo que estou deitada na minha cama, mas nem me lembro ao certo como vim parar aqui. Enquanto analiso bem o local, ouço um barulho no banheiro e me sento na cama em alerta. Dedilho a cômoda pequena ao lado da cama e pego um relógio para me defender de quem quer que seja e quando a porta é aberta revelando que é Scott no banheiro, meu coração só falta sair pela boca. Olho para meu corpo e arregalo os olhos por não ver minha roupa e muito menos peças intimas.

― O que aconteceu? ― grito apavorada dando um susto em Scott que está secando o cabelo com uma toalha, ele me encara com a testa franzida.

― Nós transamos? ― questiona dizendo o obvio e minha respiração falha ― Você não se lembra, não é? ― assinto freneticamente ― Só pra você saber, você que me trouxe pra cá. ― se defende levando as mãos para o alto ― Doida pra fuder; era isso que você dizia. ― sinto minhas bochechas queimarem e meu coração disparar numa velocidade que sinto meu peito doer.

― Você me deixou dirigir bêbada? É louco? ― exclamo percebendo que meus seios estão à mostra, então me tampo com o lençol quase transparente, fazendo com que minha ação seja cômica.

― Você estava muito melhor do que eu, acredite, eu cai na rua e você começou a rir de mim. ― ele confessa rindo obviamente ao se lembrar da cena, já eu não consigo me lembrar de absolutamente nada.

― Que droga, eu sempre esqueço as coisas depois que bebo demais. ― declaro ao me lembrar que realmente exagerei na bebida na noite passada ― Mas tudo bem, ― sorrio ― Podemos repetir para que eu me lembre exatamente tudo que aconteceu. ― digo pervertida e Scott sorri vindo até mim apenas de box cinza.

― Eu desconhecia esse seu lado. ― adverte subindo em cima de mim, mas sem depositar seu peso sobre meu corpo ― Mas agora que conheço, ele é meu favorito.