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História The Dumb Girl - Chapter 3 - The Party


Escrita por: Triumpharmony

Capítulo 3 - Chapter 3 - The Party


 

Eu olhei pra ele o repreendendo, e o diabinho se encolheu sob o meu olhar penetrante. Camila levantou a mão em sinal de "Pare, está tudo bem!" Ela começou a digitar algo no Ipod e mostrou à ele.

Digamos que eu não fui uma boa menina, e nem educada com as outras pessoas. Então o gato comeu a minha língua. 

Dava pra acreditar nisso? Ela havia escrevido a coisa mais fofa e educativa possível. Eu sorri e Chris colocou a mão na boca com os olhos arregalados.

-Eu juro que nunca mais vou ser mal educado. -Disse e saiu correndo para sua roda de amigos. 
Em questão de segundos alguns arrotos foram ouvidos e Chris pulava comemorando em meio à eles.

Realmente, os seus juramentos eram cumpridos.

Bem tenho que ir. Nos vemos amanhã certo?

Senti um cutucão e li a pequena tela com um sorriso.

-Com toda certeza. Eu nunca deixaria de te ver. -Respondi automaticamente e ela sorriu surpresa.

Senti que ela iria escrever algo, mas desistiu e seguiu andando onde um carro a esperava. Segui meu caminho até o carro onde meu pai buzinava impaciente.

-Porque demora tanto, Lauren? -Disse bufando e eu revirei os olhos.

-Estava conversando com uma amiga minha. -Disse e coloquei o cinto de segurança. 

-Não tenho tempo para esperar suas conversinhas, eu tenho hora para chegar ao trabalho. -Me dava um sermão. -Você tem sorte que eu ainda posso te buscar na escola! 

Bufei e tirei os cintos, saindo do carro logo em seguida.

-Vá para o seu trabalho, eu posso ir a pé pra casa. -Fechei a porta e coloquei os fones no ouvido sem dar tempo de ouvir qualquer repreensão dele.

Continuei caminhando pela calçada, e quando me virei ele já havia ido embora. Respirei fundo e segurei as lágrimas. Ultimamente na minha família o clima é sempre assim. Ajeitei a mochila nas costas e virei à esquerda. 

Um fato necessário: Minha casa era à direita.

Coloquei o capuz para não ser reconhecida por absolutamente ninguém - incluindo colegas de classe, amigos do papai, ou pedrestes. Alguns metros à minha frente, e eu já podia enxergá-la: A enorme caixa d'água da cidade. Eu não hesitei um minuto à mais em correr até ela, e subir os degraus correndo. Era o meu lugar preferido por aqui, eu me sentia livre com o vento batendo em meu rosto e todas aquelas pessoas minúsculas lá em baixo. Ao chegar no topo, ou melhor dizendo, no corredor que a circulava, me sentei e abri minha mochila. No meio dos livros, cadernos e papéis amassados, achei meu pequeno e terrível vício adquirido há pouco tempo: Um maço de cigarros.

Desde que tudo vinha sendo motivo de discussões dentro de casa, eu comecei a fumar compulsivamente. Me acalmava, eu não sabia explicar a sensação. A primeira vez que fumei em minha vida, eu tinha quatorze anos, e foi por pressão dos amigos que diziam que era legal. E vale lembrar que eu quase morri sufocada com a fumaça. Peguei meu isqueiro e acendi o pequeno tubinho branco, o levando à boca logo em seguida. Soltei a primeira lufada de ar sentindo meus músculos relaxarem, e então comecei a observar a imensidão da nossa cidade. Pitei o cigarro no ar, deixando as cinzas caírem pelo ar, dei a última tragada amassando-o logo em seguida. Desci a enorme escada sem dificuldades. Olhei em meu relógio, já eram 13h25pm. Logo minha mãe começaria a ligar - contando que eu saía da escola 12h30 e o trajeto até em casa era de no máximo meia hora, se eu quisesse andar devagar.

Me apressei, atravessando as ruas correndo, passando pelos carros sem me importar, e rindo das altas buzinadas que eu recebia.

-Um dia você vai causar um acidente, menina Lauren. -Edgar, um senhor de uns sessenta e poucos anos, dono da floricultura à esquina da minha rua, me dizia.

-Eu sou um acidente, Edgar. -Ri para o senhor simpático. 

-Pode se dizer que se isso for verdade, você é um dos mais belos acidentes que eu já vi. -Ele riu com as mãos na barriga avantajada. -E esses olhos já viram muitos acidentes! -Ele riu novamente. Nunca perdia esse humor.

-Se o galanteador, Sr. Edgar está dizendo.. -Sorri.

-Uma rosa vermelha por esse sorriso? -Me ofereceu um lindo botão delas.

-Com todo o prazer. -Sorri estendendo a mão e capturando a pequena e delicada flor das mãos trêmulas do velho. -Obrigada!

-De nada, menina Lauren. -Ele sorriu colocando as mãos no bolso e tirando um pequeno relógio dali. Confuso, viu as horas e entrou apressadamente para a sua casa -nos fundos da floricultura. 

Por vezes ele se esquecia de algo. Esquecia-se de comer, de calçar os sapatos após por as meias, ou as vezes de fechar a floricultura corretamente. Mas era um bom homem, e mexia comigo desde os meus cinco anos.

Continuei correndo pela calçada, e modéstia parte, eu poderia praticar parkour facilmente. Cheguei até minha casa, e limpei meus pés no tapete de entrada. Minha mãe odiava que entrássemos com os pés sujos, e isso também era motivo de brigas em casa. Assim que entrei, vi minha mãe sentada no sofá assistindo a um programa de culinária. 

-Olá mãe, já cheguei. -Disse normal enquanto me diriga à meu quarto.

-Oi. -Me respondeu como de costume sem tirar os olho do que estava fazendo. 

Revirei os olhos e me direcionei ao meu quarto. O mesmo possuía placas como "Do not disturb" "Stop" entre outras do começo até o fim da porta. Antigamente eu o trancava toda vez que saía, mas um dia Taylor precisava do meu computador e eu não estava em casa. Mamãe brigou comigo é claro, e confiscou minhas chaves. Entrei jogando minha mochila em qualquer canto e logo em seguida me jogando na cama. Graças à um agrado da vovó, minha cama tinha boas molas e um colchão super macio, o que me rendia belos quiques antes de repousar completamente quando me jogava nela. Depois de alguns minutos olhando para a parede de livros, me levantei e fui até a cozinha atrás do almoço. Ao abrir as panelas, vi que estavam vazias.

-Onde está o almoço, mãe? -Perguntei.

-Você demorou tanto que achei que não iria vir almoçar, então dei aos lixeiros. -Respondeu sarcástica. Ela amava me provocar.

-Droga. Muito obrigada por se preocupar com o bem estar alimentício da sua filha mais velha. -Rosnei e saí da sala.

Ela deu de ombros como sempre. Entrei no meu quarto movida à raiva. Abri meu potinho de dinheiro que o vovô me deu, e tirei dez dólares de dentro dele, o fechando logo em seguida e escondendo, é claro. Fechei a porta do meu quarto colocando uma cadeira na maçaneta e pulei a janela. Limpei as lágrimas que insistiam em cair e fui até o bar da outra rua. Me sentei desanimada no balcão, e Margot a atendende mais que minha conhecida, veio ao me encontro.

-Deixe eu adivinhar?! Sua mãe te deixou sem almoço de novo e você quer saber se ainda temos um prato feito? -Ela disse corretamente. -Acertei? 

-Na mosca. -Respondi sem emoção alguma.

Margot deveria ter seus 25 anos, era loira dos olhos castanhos e muito simpática. Trabalhava naquele bar, que era de seus avós para pagar a faculdade de administração. E era uma grande amiga de Lauren.

-Aqui está, hoje temos arroz, feijão, batatas fritas e linguiças! -Ela exclamou animada.

-Qualquer coisa está bom pra mim, Maggie. -Ri sem humor. 

-Melhore essa carinha, Laur. Mesmo com todos os problemas, a vida ainda é bela. Há pessoas com mais problemas que você, meu anjo.

Minha mente divagou até Camila, que sonhava em voltar a falar desde os dez anos de idade. Sorri mais largo dessa vez.

-Mas me conte, e essa sua animação? 

-Tenho um encontro hoje, um colega de classe me chamou. O nome dele é Logan. -Ela sorriu animada.

-Boa sorte no seu encontro hétero. -Debochei dela rindo.

Margot era uma das poucas pessoas que sabiam da minha orientação. Ela foi a primeira a perceber o quanto eu olhava para as garçonetes do bar, como se fossem pernas de frango. "Você chega a babar nelas" ela me dizia todos os dias.

-Vou precisar. Não sou nada boa nessas coisas. -Ela disse rindo.

Assenti concordando. Todos os encontros de Margot haviam sido um fracasso. Quando os rapazes não furavam, se engasgavam com a comida, erravam o nome dela, dançavam mal ou tinham mau hálito, Margot desistia antes deles. Em mais uma garfada, eu terminei meu almoço, pedindo um refrigerante logo em seguida. Estendi minha notinha amassada, e ela sorriu.

Continuamos conversando sobre a nossa vida, às vezes sendo interrompidas por pedidos de outros clientes. Mas eu já estava acostumada. 

Camila Cabello Point of View

Depois de chegar em casa junto à Sofi, fui direto à cozinha onde nosso almoço já estava pronto.

-Desejam mais alguma coisa, senhoritas? -Nossa empregada Abigail perguntou.

Sorri simpática e fiz meus sinais que ela já entendia muito bem.

-Nada de senhoritas, certo? -Me perguntou como das outras vezes. 

Fiz sinal de jóia pra ela e ri. Peguei meu carregador da mochila e pus meu Ipod para carregar, passando o polegar em cima do rachado levemente. Suspirei e voltei a me sentar na mesa.

-Kaki... -Sofia me chamou com uma vozinha manhosa. Alguma coisa ela queria. 

Levante a cabeça fazendo um som nasal.

-É que... vai ter uma festa da Sue hoje às 19h. E eu queria saber se eu posso ir... -Me pediu com aquela vozinha.

Olhei para o teto com cara de dúvida, e fiz sinal para que ela me entregasse seu tablet.

Entrei rapidamente nas notas, e comecei a escrever. 

Primeiramente preciso saber quem é Sue, e com quem você irá e com quem vai voltar, mocinha.
Entreguei o aparelho à ela de novo e a vi revirar os olhos. Ela odiava que eu fosse protetora demais.

-Ela é uma menina nova na cidade, veio do Texas. E o pai dela vai dar uma festa de boas vindas, eu vou com a Sara e a Lily. -Disse se referindo às melhores amigas dela.
Assenti, puxando o celular da mão dela novamente. 

Tudo bem meu anjo, só tome cuidado. E nada de garotos perto de você. 

Ela bufou ao ler a mensagem. 

-Kaki, os garotos são bobos! Só alguns são bonitinhos -Bufou sobre meu olhar repreendedor. -Tá tudo bem, eu vou tentar não correr atrás deles! Vou tentar ficar longe deles. Mas não prometo nada. -Sorriu sapeca.

Sofi não era mesmo fácil. Desde que entrara na escola e descobrira o quão bobo os garotos podiam ser, não queria parar de bater ou correr atrás deles, e isso nos dava dor de cabeça. A cada briguinha que ela tinha, desabava em lágrimas, e quem a consolava? Eu. Mesmo sabendo que daqui à um, ou dois dias, ela voltaria a chorar novamente. Eu sempre estaria ali. Nunca a deixaria sozinha.

Mas eu também não a culpava, eu também gostaria de ter me divertido assim. Mas tive que cuidar dela após a morte da mamãe, então não me sobrava tempo para pensar em garotos, com tantas responsabilidades. E não que eu pensasse em garotos, eu não sinto a mínima atração por eles. E papai sabe disso, e graças ao nosso bom Deus, me aceita como eu sou. Me lembro de como fiquei ensaiando para contar à ele, cheguei a chorar quando cheguei no escritório. 

Flashback

-Pode entrar. -Papai disse ao ouvir as batidas na porta.

Eu, com doze anos entrei quietinha e de cabeça baixa. Papai me fitou preocupado.

-O que foi, Kaki? -Ele perguntou preocupado. E eu continuei de cabeça baixa. -Não me diga que você já virou mocinha?! -Ele perguntou assustado.

Somente neguei com a cabeça. E ele me abraçou forte. 

-Ah que bom, meu amor. Minha princesa ainda é um bebê. -Ele sorriu.

Me sentei no colo dele e comecei a chorar, o abraçando. Ele fazia carinho no meu cabelo, até que eu peguei uma folha em sua mesa e uma caneta e comecei a escrever rapidamente. Assim que terminei, entreguei a folha à ele, e me escondi em baixo da mesa.

-Vamos ver o que meu bebê quer me dizer.. -Ele disse pondo os óculos. -Papai, eu estou tendo muitas responsabilidades agora que tenho que cuidar da Sofi. Não que seja ruim, eu gosto de estar com a minha irmãzinha, mas ela está crescendo cada vez mais, e já me desobedece. Acho que ela já percebeu que eu também sou uma criança e não posso mandar nela. Mas eu também percebi uma coisa que eu não sabia, enquanto eu estava vendo todas as minhas colegas de classe com garotos, eu me sentia neutra à eles. Um deles, o Austin já quis me beijar e eu corri dele, papai. Não senti nenhuma vontade de fazer isso com ele. Mas isso foi diferente quando eu vi uma menina mais velha da escola. Espero que entenda o que eu estou tentando dizer, papai. Eu sou pequena mas já tenho plena consciência de que eu gosto de garotas. Por favor, não deixe de me amar por isso, porque eu amo todos vocês. 

Papai tirou os óculos após terminar de ler e os colocou em cima da mesa. Eu continuava em baixo dela, chorando mais, com muito medo. Foi quando eu resolvi abrir os olhos e meu pai estava sentado no chão do meu lado. Ele me olhou no fundo dos olhos, os meus completamente marejados encontraram os dele rapidamente. E então ele sorriu e abriu os braços. Eu me levantei e o abracei fortemente, e então ele disse:

-Eu nunca deixaria de te amar por um motivo desses, e nem por nenhum outro meu amor. Tudo o que eu quero é ver um sorriso no seu rostinho, você é minha princesa. -Ele deu um beijo no meu rosto.
Peguei a caneta da mesa e escrevi na mão dele "Eu te amo papai."

Fim do Flashback.

°°°

-Kaki, já estou indo! -Sofi disse entrando em meu quarto. A mesma vestia um vestido preto e sapatilhas. Por baixo, um biquini -já que a festa era na piscina - e levava uma pequena bolsa com uma bóia.

Peguei meu Ipod já carregado, e escrevi.

Vá com Deus e se comporte, meu anjo. Te amo.

Sofia sorriu e veio ao me encontro me pegando de surpresa ao me abraçar. Apertei-a entre meus braços e beijei o topo de sua cabeça. 

Assim que ela desceu as escadas, fui atrás para fechar a porta. Papai estava em uma reunião e logo iria chegar, o que significa que eu estaria sozinha em casa. Eu tinha o costume de trancar todas as portas e janelas, o medo me consumia nessas horas. Ao ver Sofia entrar no carro de suas amigas uma estranha sensação percorreu meu corpo. 

Algo nessa festa não vai ser bom.



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