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História The Dumb Girl - Chapter 4- For the love, don't have rules


Escrita por: Triumpharmony

Capítulo 4 - Chapter 4- For the love, don't have rules


Camila Cabello Point of View

Fui até o meu quarto e peguei um cobertor, descendo logo em seguida para me jogar no sofá. Me cobri completamente e estiquei o braço para pegar o controle da televisão que estava na mesinha de centro. Se fosse por meu pai essa mesinha não existiria, o sofá ficaria grudado na televisão e seria somente isso. Mas mamãe com todo seu requinte, fez questão de decorar não só a sala, mas todos os cômodos da nossa antiga casa muito bem. Quando eu, papa e Sofi nos mudamos fiz questão de copiar todos os seus detalhes, apesar da casa ser relativamente menor. Meu Ipod vibrava no bolso do meu moletom o capturei rapidamente colocando o na altura de meus olhos.

"9 mensagens de Dinah Jane ♥"

Eu ri internamente, e desbloqueei a tela indo diretamente à notificação da minha melhor amiga.

Dinah Jane ♥ : Chancho, como foi o seu dia?     21h30pm
Dinah Jane ♥: Você não me respondeu ainda!  21h40pm
Dinah Jane ♥ : Chancho, eu quero te matar!    21h55pm
Dinah Jane ♥ : Ok, se não quiser falar comigo eu tenho quem queira, leu bem? 22h05pm
Dinah Jane ♥ : Pelo amor de Deus, fale comigo! 22h06pm
Dinah Jane ♥ :Eu posso muito bem conversar sozinha! 22h08pm
Dinah Jane ♥ : Nossa Dinah, como você é gostosa! 22h08pm
Dinah Jane ♥: Eu sei Dinah, você também não fica pra pra trás! 22h08pm
Dinah Jane ♥: Não tem graça, Chanchoooo! Eu me respondo rápido mas não é divertido! 22h10pm

Eu ri da afobação dela e comecei a digitar rapidamente uma mensagem antes que a mesma desse um infarto.

Me: Cheechee, amor da minha vida! Como você sabe eu tenho uma linda irmã pra cuidar e hoje ela tem uma festa, sobrou pra mim ficar arrumando ela a tarde toda. 22h29pm

Dinah Jane ♥ : Oh, me desculpe Chancho! Achei que estava me evitando hihihi.  22h30pm

Me: Eu não tenho motivos pra isso, tenho? 22h30pm

Dinah Jane ♥: Mas é claro que não, Chancho. Eu sou a melhor amiga do mundo inteiro. Você não me evitaria, certo?  22h31pm

Me: Apesar de soar convencida, sim eu não te evitaria. 
Me: Cheechee, meu pai não chegou até agora e eu estou com medo de ficar aqui sozinha.  22h32pm

Me: Eu definitivamente odeio ficar sozinha.  22h35pm

Lauren Jauregui Point of View

Eu definitivamente adoro ficar sozinha.

Depois de ficar a tarde toda perambulando pelas ruas de Miami, tive que voltar pra casa. Já eram 22h30pm e meu pai me ligava a todo instante. Eu sabia que ele estava preocupado apesar de cara a cara não demonstrar isso. Há algo errado na nossa relação quando a mamãe está perto. Nem sei se devo chamá-la assim, afinal ela não gosta nem um pouco de mim. Ao entrar na esquina da minha rua, avistei o velhor Edgar sentado em sua cadeira de balanço em frente à floricultura, já estava caindo no sono mas acordava a cada balançada brusca da cadeira.

-Senhor Edgar? Não deveria estar dentro de casa? -Perguntei preocupada.

-Agora sim eu posso ir. -Ele me respondeu sorrindo.

-Porque só agora?

-Porque agora sei que você irá para sua casa. -Disse sorrindo.

-E como sabia que eu não estava lá? O senhor me esperou esse tempo todo? -Perguntei abismada.

-Eu sempre sei quando há algo de errado com você, menina Lauren. E também vi pela janelas do fundo da floricultura, quando você saiu de casa, chorando?! -Ele tinha um semblante preocupado. -E sim, eu te esperei. Esse é o dever de um amigo.

O abracei e senti suas mãos trêmulas agarrarem meu corpo com calor humano. Ninguém me dava um abraço daqueles há tempos. Ele sempre sabia que havia algo errado comigo, e sempre me oferecia uma flor em troca de um sorriso.

-É a minha mãe. Ela não gosta de mim, eu sei disso, mas não precisa pegar tão pesado. Hoje ela me deixou sem almoço. -Disse após me desvencilhar do abraço.

-Eu não entendo as atitudes de Clara, até o nascimento de Taylor ela era completamente carinhosa com você. Algo está errado, e você tem que descobrir o quê. -Ele me aconselhou.

-Eu te considero como meu avô. -Eu sorri e ele me puxou para outro abraço.

-Esse velho aqui que não tarda a virar pó, só quer ver a felicidade estampada no seu rosto, menina Lauren. Não sei o quê temos em comum, afinal você é tão jovem, mas seja lá o que for me deixa conectado à você.

-Talvez seja a vontade de ser livre quando tudo e todos te prendem.

-Pode ser. Afinal todos me querem quietinho nessa floricultura até que eu morra serenamente. Mas se eu pudesse escolher uma forma de morrer, seria da mais radical possível. -Ele riu. -Sabe? Quando eu tinha a sua idade, costumava a quebrar muitas regras. Eu fugia da escola, eu desobedecia meus pais. Tudo isso pra conquistar minha sonhada liberdade, e no fim de tudo eu a consegui. Posso lhe dizer que foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida toda, mas mesmo assim toda moeda tem seus dois lados.

Me sentei na calçada afim de ouvir o que ele iria me contar de sua vida dessa vez, eu amava as histórias dele.

-Meus pais me expulsaram de casa com direito à emancipação. Coisa que naquela época era vista com maus olhos. Era como se eu fosse um criminoso, e meus pais com medo de me criar errado para a sociedade e se acabarem com isso, me deixaram responder por meus próprios atos. -Ele contava. -Mas nem tudo são flores. -Riu lembrando-se que agora possuía uma floricultura. -Eu tive que trabalhar cedo, e com qualquer emprego que eu via pela frente para me sustentar. A liberdade não é só viver sem regras. Já reparou que tudo tem regras? Você nunca pode fugir delas, menina Lauren. Seu corpo para funcionar tem regras, você precisa comer para conseguir sustentá-lo em pé. Beber para hidratá-lo e conseguir falar, além de ter uma pele mais forte. Precisa exercitá-lo para que não se atrofie. E se você não seguir uma dessas regras, ele já demonstra sinais de que não está bem.

-Tudo o que você disse faz tanto sentido... -Disse admirada.

-Eu tenho muitos anos de experiência. -Ele riu com as mãos na barriga. -Sabe a única coisa que não precisa de regras? -Ele me perguntou.

-Qual coisa? -Perguntei curiosa.

-O amor, menina Lauren. O amor. -Ele sorriu. -Você não precisa de regras para amar alguém, a menos que as crie. Mas o amor quando é puro e natural, não escolhe quem vai acertar, somente sabe quem é que consegue aproveitá-lo da maneira certa. E pra isso não existem regras certo? Use sem moderação. -Ele disse sábio. -As únicas regras que existem para o amor, são as pessoas que criam, Lauren. E muitas vezes são essas regras que as impedem de amar a pessoa certa. Por isso eu lhe digo, se for para quebrar uma regra, quebre a do amor antes que seja inventada. -Terminou se levantando da cadeira.

Uma nota importante: Lauren sabia que o amor não tinha regras. Estava interessada numa menina que não falava nada, e que talvez nem gostasse de garotas.

Eu limpei uma lágrima que insisitia em cair, e levantei juntamente com ele. As palavras saíam tão naturalmente de sua boca, e faziam tanto sentido. Ele sabia de muita coisa, só precisava de alguém para ouvir seus ensinamentos. Após entrar sem dizer mais nenhuma palavra, eu segui pela calçada sorridente, mas parei após cinco passos ao ouví-lo me chamar.

-Menina Lauren?

-Sim, senhor Edgar? -Disse me virando.

-Uma rosa vermelha por esse sorriso?

                                                              °°°

Abri a porta da sala silenciosamente, e pude ver que a sala estava vazia e a casa em um repleto silêncio, a não ser pela televisão ligada à toa.

-Coisa do Chris.. -Disse pegando o controle e desligando.

-Ei, eu estava assistindo! -Meu pai reclamou vindo da cozinha com um balde de pipoca.

Eu sorri e voltei a ligar a TV, me sentando ao lado dele. Ele colocou o balde de pipocas na mesinha de centro e me abraçou.
Eu beijei a bochecha dele o fazendo sorrir e me apertar ainda mais em seu abraço.

-Onde minha princesinha estava? -Me perguntou tentando ser sério.

-Fui comer fora, e decidi ficar andando pela cidade. -Respondi sem emoção.

-Por que comeu fora se tinha almoço aqui em casa?

-Você disse certo, tinha. Quando eu cheguei não tinha mais nada, e isso foi justificado com o meu atraso para chegar. -Reclamei e senti meus olhos arderem. -Onde estão todos?

-Chris e Taylor estão dormindo, e sua mãe está no nosso quarto assistindo à um programa de famosos. -Me respondeu pegando a pipoca.

-Posso ficar aqui com você, papai? -Senti a necessidade de perguntar.

-Mas é claro, porque pergunta isso? -Me olhou curioso.

-Eu não sei, senti a necessidade. -Respondi e deixei uma lágrima cair.

-Meu amor, está havendo algo? -Ele perguntou preocupado. Eu diria sonso, se a expressão dele não fosse tão verdadeira.

Mas é claro que está! Mamãe não gosta de mim, Chris anda fazendo mais merda do que nunca, e Taylor está cada vez mais estranha! Você não percebe nada?

Era o que eu pretendia dizer. Mas se eu dissesse iria perder minha única chance de estar perto dele, a sós. Apenas engoli seco e sorri.

-Não papai, só senti a sua falta. -Disse o abraçando pela cintura.

Me senti como se eu tivesse cinco anos novamente.

                                                         Flashback

Uma chuva forte estava ocorrendo, com direito à fortes raios e trovões. Eu, com cinco anos morria de medo de todos eles. Desci as escadas de nossa nova casa devagar para então encontrar meu pai na sala assistindo TV.  Nós nos mudamos para essa casa quando eu tinha meses de vida, foi o que me disseram. Mas eu não sei porque.
Cocei os olhos e pude enxergar o relógio no corredor, 23h45pm. Ele sempre chegava às 22h30pm, então fazia muito tempo que ele havia chegado, certo?

Naquela semana meu pai estava trabalhando muito, ele tinha sido promovido na empresa em que trabalha e estava muito feliz. E também por outra notícia, eu iria ganhar uma nova irmãzinha ou irmãozinho.

-Papai? -Perguntei sonolenta.

-Lolo, meu amor! -Ele disse me pegando do chão.

O abracei e deixei uma lágrima cair sem querer.

-Meu amor, houve alguma coisa? - Ele perguntou preocupado.

-Não papai, só senti a sua falta. -Disse o abraçando pela cintura.

                                             Fim do Flashback

Aquela foi uma das vezes que aproveitamos juntos antes do nascimento de Taylor. Depois disso tudo era a "Taytay". Se eu soubesse daquilo antes, nunca aceitaria de tido uma irmãzinha. Como se isso fosse adiantar em algo! Depois que a Taylor nasceu, eu fiquei para escanteio o tempo todo, e tudo piorou quando o Christopher nasceu. Parece que eu nem sou da família mais.

Camila Cabello Point of View

Eu estava no terceiro filme antigo que passava em sequência na TV quando ouvi a porta da sala ser destrancada. Corri até lá para ver quem era e pro meu alívio era o papai. Assim que ele entrou em casa, veio correndo me dar um grande e forte abraço. Eu sorri e enlacei a cintura dele com as pernas o obrigando a me segurar.

-Você não é mais um bebê, Kaki. Agora você tem um peso! -Ele riu me levando pra sala.

Fiz um bico enorme e ele riu ainda mais.

-Mas continua fazendo seus bicos de bebê. -Me colocou no sofá. -Onde está Sofia?

Peguei meu Ipod e escrevi.

Foi à uma festa de amigos da escola, eu deixei tem problema?

-Não meu amor, se você deixou é porque teve motivos. Só observe a hora que ela vai chegar, ok? -Perguntou e eu assenti. -E mais uma coisa... Quem quebrou seu Ipod?

Foi um acidente na escola, não se preocupe.

-E a pessoa não pagou o conserto? -Ele me fitou curioso.

Não, eu neguei. Não é nada demais, papa. E além disso se eu quisesse você compraria um novinho pra mim.

Sorri convencida.

-Quem te disse isso, mocinha?

O senhor.

-Tenho que controlar melhor o que eu falo com vocês. -Ele disse rindo e me fazendo cóssegas. -Vou tomar banho e já já volto para assistirmos um filme, ok?

Ok, capitão!

Bati continência, mas sabia que de tão cansado ele acabaria o banho e cairia direto na cama para dormir, então somente desliguei a televisão e fiquei escutando minha playlist.

                                                                °°°

-Eu já te pedi desculpa, não precisa chamar a minha irmã! -Ouvi a voz de Sofia do lado de fora.

Fui até a janela e a vi segurando um garotinho ruivo pra longe da porta.

-Eu vou contar tudo pra sua irmã, você me mordeu bem aqui. -Ele disse dando língua pra ela e mostrando o braço mordido.

-Por favor, ela vai ficar brava! Eu já pedi desculpa! -Sofia pedia de braços cruzados.

A mãe do tal de Brad estava neutra à tudo aquilo, levando em conta que eram crianças. Sofia o empurrou e correu pra dentro de casa.

-Boa noite, Kaki?! -Disse sonsa.

Eu cruzei os braços e saí de perto dela sem mais. Ela percebeu o quão chateada eu fiquei e expulsou Brad dali fechando a porta logo em seguida. Ela veio cabisbaixa até o corredor onde eu estava sentada na escada, e me olhou arrependida.

-Kaki, me desculpe. -Disse de cabeça baixa.

A fitei com um olhar decepcionado.

Sofia, eu pedi pra você ficar longe desses garotos fúteis da sua idade. Toda hora você aparece com um novo machucado, quer ficar roxa pela vida toda?

Ela leu e baixou cabeça me esperando digitar o resto.

Você acha bonito estar afogando, batendo e mordendo em vários meninos, pra depois eles falarem e inventarem mentiras de você, sobre como você é bruta e tudo mais? Na verdade, você está sendo bruta demais então tecnicamente não seria uma mentira!

-Mas Kaki eu... -Ela ia dizer e eu pedi que se calasse.

Sofia, eu estou triste com as suas atitudes, mas não decepcionada. Afinal eu já esperava coisas assim de acordo com a sua idade.

-Kaki, não precisa me ofender usando a minha idade no meio. Eu sei muito bem de algumas coisas, fui bem educada pela mamãe e agora por você, mas definitivamente você não precisa me ofender e me chamar de burra por entrelinhas todas as vezes que for me dar um sermão! -Ela disse visivelmente chateada.

Sofia, eu não estou te chamando de burra nem nada. Mas as pessoas da sua idade não costumam a pensar nas consequências de certos atos. Vocês se deixam levar muito pelos coleguinhas. Eu sei disso, Sofia.

-Do que se refere quando diz "certos atos" ? -Ela me perguntou.

Eu ouvi muito bem que esse tal de Brad queria me chamar porque você mordeu ele.

Ela leu e engoliu seco.

Me diz se você acha isso certo? Com 6 anos, ir à uma festa e bater  no primeiro garoto que vir pela frente!  E quando você for mais velha e quiser ter um namorado, eles vão lembrar do quão boba você era em bater neles. E você sabe que quando essa fase chegar, você vai poder conversar comigo. Porque eu não tive ninguém pra isso, e lembre-se meu amor, para o amor não há regras.

Porque eu estava conversando sobre isso com uma criança?

-Obrigada por conversar comigo, Kaki. Eu te amo. -Ela disse me abraçando fortemente.

Eu a abracei e dei um beijo em sua cabeça. Eu deveria protegê-la de tudo. Ela subiu correndo e antes de apagar minha nota, repeti mentalmente.

Para o amor não há regras.



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