História The Dumb Girl - Chapter 5 - And Togheter We Are A Perfect Eclipse

Lauren Jauregui Point of View

Depois de ficar bons minutos deitada com o meu pai, ele começou a brincar comigo.

-Acho que alguém não tomou banho.. -Disse cutucando minhas costelas. -Acho que alguém não tirou os coturnos e vai ter chulé... -Disse mexendo no meu pé.

-Acho que alguém tem que ficar quietinho e me abraçar... -Disse apertando as bochechas dele. - Acho que eu posso tomar banho à hora que eu quiser porque o banheiro não vai fugir... -Ri da cara inconformada que ele fez.

-Acho que se a Lolo continuar me dando respostinhas, ela vai ficar de castigo em baixo do chuveiro.. -Ele disse rindo.

-Tá bom, papai! Já estou indo! -Revirei os olhos me levantando do sofá.

Subi as escadas correndo e tentei abrir a porta do meu quarto. Aí sim lembrei que a tinha trancado por dentro. Bufei e fui até o quarto de Taylor que era ao lado do meu. A mesma dormia tranquilamente sem sinal de que iria acordar, caminhei lentamente para não fazer barulho mas acabei pisando em um de seus brinquedos. A mesma pulou da cama em alerta e puxou o travesseiro como arma.

-Quem está aí? -Disse coçando os olhos de sono.

-Sou eu, Taylor. Volte a dormir. -Disse e continuei andando.

-Lolo, o que faz aqui? -Me perguntou se sentando na cama.

-Nada, só volte a dormir. -Respondi sem paciência.

-Me dá um beijo de boa noite? -A mesma me pediu esperançosa.

Ao me virar e fitar seus olhos pidões, senti como se tivesse levado um soco no estômago. Alguma barreira invisível me impedia de sentir algo a fim de beijar a testa de minha irmã.

-Taylor, somente volte a dormir. Por favor. -Pedi sentindo meus olhos arderem em lágrimas.

Pulei no telhado pela janela e fitei seu rostinho confuso pelo vidro antes de entrar na minha janela.

Confusão de Lauren: Porque eu não consegui beijar a testa da minha irmã?

Entrei em meu quarto e me direcionei rapidamente ao banheiro. Os coturnos e a blusa ficaram pelo caminho, só terminei de tirar o resto no banheiro e entrei no chuveiro com pressa.

-Droga, Lauren. É só uma criança e sua.... -Engoli seco. -Irmãzinha.

Flashback

-Papai, vamos brincar no quintal comigo? -Pedi como sempre. Eu já estava com 6 anos, e Taylor iria completar 1 em alguns meses.

-Espere um pouco, Lolo. Estou tomando conta da Taylor. -Ele me mostrou a pequena que se remexia inquieta em seus braços.

-Mas de novo, papai? Você não brinca comigo desde quando ela chegou! -Apontei com raiva para o bebê que balbuciava.

-Calma, Lauren. Um dia ela vai crescer e vocês poderão brincar juntas. -Meu pai tentava me explicar.

-Eu não vou brincar com ela, papai. -Cruzei os braços e senti o choro me invadir. -Você só fica com ela o tempo todo, parece que se esqueceu da Lolo. -Comecei a chorar.

-Isso não é verdade, Lauren. Eu amo as duas e não me esqueço de você.

-Se esquece sim, você não me ama mais. Eu não quero mais ter uma irmãzinha, devolva ela! -Bufei chorando.

-Lauren, é só uma criança. E sua irmãzinha. -Ele me disse abrindo os braços pra me abraçar.

O abracei rapidamente e corri pra longe dos dois, me sentando no corredor vazio.

-Ela roubou o meu papai. -Disse olhando para o chão.

Nesse exato momento mamãe chegou e me fitou no chão.

-O que foi, Lauren? -Se abaixou até minha altura.

-A Taylor roubou meu papai de mim. -Disse triste.

Ela me fitou incrédula, parecia não ter gostado do que eu disse.

-Ouça bem, não diga isso em hipótese alguma! Taylor não roubou ninguém, e seu pai te ama. Ouviu bem? -Disse apertando minhas bochechas. -Taylor só é um bebê, e muito amado. -Resmungou soltando minha bochecha.

-Droga, ela está roubando todo mundo! -Disse chorando.

Fim do Flashback

-Taylor chegou e me roubou a atenção do meu pai. -Abaixei a cabeça enquanto me sentava no box. -Mas eu deveria gostar dela, ela é minha irmã!

Com esses pensamentos, terminei meu banho rapidamente e desci as escadas devidamente vestida. Mas tive a infeliz surpresa de achar meu pai e minha mãe juntos novamente. Subi as escadas bufando e me joguei na cama com meu telefone em mãos.

Allycat : Laureeeen, eu ia te chamar pra ir numa festa comigo mas como eu sei que você não sai de casa por nada, decidi não ir e me direcionar à sua humilde residência.  23h35pm.

Me: Oh meu Deus, você poderia ter ido se divertir,meu cotoco.  Mas onde você está?  23h35pm.

Allycat: Olhe para a sua janela. 23h36pm.

Dei um pulo enorme da cama ao ver aquela pessoa de baixa estatura sorrindo sentada no telhado. A mesma pulou pra dentro do meu quarto sorridente.

-Oi, cheguei de viagem hoje à tarde. Meus avós estão bem, graças à Deus. -Disse rapidamente e pulou em cima de mim.

-Que bom, meu cotoquinho! -Disse a abraçando fortemente.

Ally é minha melhor amiga desde sempre. Nos conhecemos enquanto ela tentava alcançar sua boneca que foi parar no galho mais baixo da árvore do parque. Qualquer ser humano daria altura para puxar a boneca, mas Ally não era um desses.

-Te trouxe presentes! -Disse me mostrando uma sacola enorme. Eu corei e a abracei como se dissesse "Ah, não precisava."

Ao abrir os vários embrulhos que estavam dentro da sacola, vi que tinham colares mexicanos, caveirinhas mexicanas decorativas, um biquíni novo e uma blusa preta com estampas étnicas coloridas. E por último e não menos importante uma pequena garrafinha de tequila e um copinho decorado com uma caveirinha e meu nome gravado.

-Senti sua falta no México. -Ela sorriu me entregando um chaveirinho escrito isso.

-Com a quantidade de presentes que trouxe, eu fiz falta mesmo! -Ri da menor.

-Ai boba, se você pudesse ir eu te levaria à várias boates para aproveitarmos. Eu bebi tanto no sábado que quem ficou ruim no lugar dos meus avós fui eu. -Ela riu. -Mas também tive o momento Ally Culta.

-Que milagre de momento foi esse? -Debochei.

-Fui ao teatro da capital, e adivinha quem encontrei lá? -Ally quase berrava de animação.

-Quem???

-Gabriela Spanic, a que fez A Usurpadora. -Disse com um brilho no olhar.

-Oh meu Deus, Ally! É sério? -Eu ri de felicidade. Essa atriz é extremamente incrível.

-Sim, ela é linda e nem parece que é real. -Ally sorriu.

-Imagino.

-E você, como foram os dias sem mim?

-Bem, continuei reparando na menina muda e nos conhecemos um pouco. Ela é adorável, Ally.

-Uuh, alguém está interessada na Cabello.

-Ei! Você sabia dela e nunca me disse?!

-Sabia, oras! Ela é amiga da Dinah e Normani, embora não tenha falado com ela, sei que é boa gente. -Ally sorriu. -Só sei que o nome dela é Camila Cabello.

-Sim, Camila Cabello. -Repeti o nome sorrindo.

-Ela é tão legal assim? -Ally perguntou.

-Sim, apesar de não falar normalmente, ela escreve tudo no Ipod.. Que eu quebrei...

-VOCÊ QUEBROU O IPOD DA GAROTA, LAUREN? -Ally gritou e tapei sua boca rapidamente.

-Não acorde a casa inteira! -Ri do desespero da baixinha. -Sim, eu quebrei e vou mandá-lo ao conserto. Basta convencê-la.

-Oras, eu já sei! -Ally disse se levantando da cama subitamente. -Você já prepara o seu Ipod, escreve alguma coisa bonitinha nas notas sei lá, e leva pra escola. Aí chegando lá você dá um jeito de derrubar o dela no chão novamente e aí sim você diz "Oh meu Deus, tenho que consertá-lo! Fique com o meu enquanto isso." -A baixinha tentava imitar a voz de Lauren. -E pronto!

-ALLY, ISSO É PERFEITO! -Eu sorri boba com a imaginação dela. -E a minha voz não é assim. -Ela me deu língua.

-Me dê dinheiro em troca dessa idéia. -Ela estendeu a mão rindo. -Bem, tenho que ir, meu amor. Mas amanhã a gente se vê, ok? -Disse me abraçando.

-Eu te convidaria pra dormir aqui com todo o prazer, mas o clima aqui em casa anda cada vez mais estranho. -Sorri sem graça.

-Não tem problema, muchacha! -Disse se apoiando no parapeito da janela. - Estou de carro, e minha casa fica à três ruas daqui. -Sorriu me mostrando seu belo carro vermelho.

-Obrigada pelos presentes, mi hermana. -Sorri e depositei um beijo em sua bochecha.

A baixinha escorregou pelo telhado até chegar à calha e tomar impulso para saltar no jardim lateral da casa. Eu ri, e a mesma correu para o carro indo embora logo em seguida.

Me deitei na cama e fitei meu teto sorrindo. Tinha uma bela amiga, uma bela menina à se admirar. Só faltava uma bela família novamente. Abri a gaveta do meu criado mudo e puxei uma foto de Camila distraída que tirei enquanto perambulava pelo corredor.

-Vou tentar quebrar seu Ipod, mas é por uma boa causa. -Sorri.

Camila Cabello Point of View

Depois de conversar com Sofi, fui para meu quarto e me deitei. Já era tarde e eu precisava voltar à descansar assim como ela. Dentro de alguns minutos, ouvi batidas à porta e me levantei preguiçosamente.

O que foi, Sofia Cabello? -Perguntei sonolenta.

-Posso dormir com você, Kaki? -Pediu manhosa.

Claro que pode, meu amor. Não precisa pedir. -Sorri e voltei para minha cama com ela.

A mesma me abraçou fortemente e enterrou a cabeça no meu pescoço. Sorri e beijei sua cabeça. Era assim que ela dormia com a mamãe sempre, e agora só tinha a mim. Senti lágrimas molharem meu pescoço e me distanciei dela para fitar seus olhos.

O que foi, Sofi?

-Obrigada por cuidar de mim como a mamãe, Kaki. -Disse e voltou à me abraçar.

-Eu sempre vou cuidar de você, Sofia.

-Promete?

-Prometo.

-De dedinho? -Disse levantando o seu mindinho.

-De dedinho. -Disse enlaçando o meu mindinho com o dela.

°°°

-Você já colocou o início do plano em ação? -Ally perguntou assim que viu Lauren sair do carro de seu pai em uma manhã fria de uma sexta-feira.

-Sim, já escrevi nas notas uma pequena coisinha. Nada demais, pra não espantar. -Sorri animada.

-Bem, acho bom você começar a por o plano em ação, o pai da Camila está parando o carro bem ali. -A baixinha apontou para o carro que parava na calçada de onde uma latina se despedia animadamente.

Corri até o carro e me pus a uns poucos centímetros de Camila. Ela abriu a porta de costas e pegou a mochila que estava no banco da frente, ao se virar já com o Ipod em mãos topou de frente comigo o deixando voar de suas mãos e se espatifar no chão.

-Oh meu Deus! -Eu disse fingindo estar assustada.

Camila me olhou assustada e negou com a cabeça sorrindo sem graça. Tentava dizer algo, mas sem o seu Ipod nada saía. Foi minha hora de intervir.

-Aqui, toma! -Disse entregando o meu Ipod pra ela. -Pode ficar com ele, eu vou consertar o seu, eu prometo! -Sorri desengonçada. -Na verdade já era pra eu ter consertado desde a primeira queda, me desculpe mesmo.

Camila sorriu colocando uma mexa de cabelo atrás da orelha, e eu recolhi seu pequeno Ipod estilhaçado do chão. Ela me estendeu a mão me devolvendo o meu aparelho mas eu neguei com a cabeça.

-É seu por enquanto. -Sorri grande.

Obrigada.

Ela escreveu na mão com uma caneta que ela tirou misteriosamente do bolso. Ou será que já estava lá e eu não vi?

Eu sempre carrego uma caneta no bolso por precaução.

Essa menina lê mentes?

Guardei o Ipod dela no bolso da minha mochila e suspendi a mesma com uma alça no ombro a deixando caída. Camila sorriu e me acompanhou até a entrada da escola, onde estavam Dinah, Normani e Ally conversando entre si.

Olá meninas! Essa é a Lauren.

Camila escreveu com a caneta em um bloquinho que ela tirou de dentro da mochila.

-Olá, Jauregui! -todas me cumprimentaram.

As vezes eu me esqueço que vocês já a conhecem dos corredores. Onde eu estava esse tempo todo?

-Nas nuvens, Camila. -Dinah disse rindo.

-E porque está escrevendo em um bloquinho, onde está seu Ipod? -Ally perguntou olhando diretamente pra mim.

-Digamos que eu meio que quebrei ele... -disse balançando os pés e segurando as mãos atrás das costas.

Eu já disse que foi um acidente, você não precisa consertá-lo. Sem querer ser modesta, meu pai pode comprar outro se eu quiser.

-Ui, metida! -Normani debochou.

Camila riu, mas sem emitir som. Era incrível e misterioso a forma como nenhum ruído saía de sua garganta. A mesma pareceu perceber que eu a observava e foi parando aos poucos ficando corada.

-Você fica linda quando ri. -Elogiei.

Ela sorriu.

Como pode dizer isso se ao menos a escutou?

-Eu não preciso escutar pra saber que a sua risada é linda, somente os seus músculos faciais se contraindo me dão uma bela visão dela. -Disse e ri.

-Nossa, isso foi tão.. -Ally disse.

-Profundo? -Dinah opinou.

-Gay. -Ally completou. -Desde quando você anda tão romântica assim, Jauregui?

-Desde quando comecei a observar uma menina muda no colégio. -Respondi para que somente ela ouvisse.

°°°

Camila Cabello Point of View

Após o término das aulas, entrei no banheiro com o Ipod de Lauren. Me apoiei na pia e sorri passando o dedo pela tela dele. A atitude dela foi muito fofa.

-Oi, Cancho. -Dinah disse colocando a mochila em cima da pia e tirando um rimel de dentro dela.

Ao colocar nas notas do Ipod para escrever algo à ela sorri ao ler o título.  "Leia somente se você for Camila Cabello".

Abri sem pensar duas vezes.

"Se um dia você quiser conhecer alguém incrível, por favor venham até Miami e conheçam a incrível Camila Cabello. Não, ela não é uma super heroína, mas se dependesse de sua beleza (exterior e interior, ela consegue ter as duas!) Ela seria a mais poderosa de todas. Mas ela tem alguns poderes, e um deles é o de me fazer sorrir ao escrever uma nota! Isso é real?! "

Eu sorri ainda mais. Há tempos eu não lia, ou ouvia uma coisa dessas. As pessoas não costumavam ter muita paciência comigo
por conta dessa deficiência. Mas nada que eu não pudesse me acostumar, não é mesmo?

Infelizmente vivemos num mundo onde as pessoas estão ficando cada vez mais preocupadas somente como o próprio umbigo.

Isso é tão triste.

Se quiser se sentir bem consigo mesma e com todos ao seu redor, tenha Lauren Jauregui perto de você. Sem dúvidas, ela te fará se  sentir o melhor ser humano da face da terra.

E eu estava me sentindo assim.

°°°

De tarde recebi uma mensagem no meu celular. Sim, eu tinha um Ipod e um celular. Mas cada um tinha sua função em minha vida.

Dinah Jane ♡: Chancho, como a Lauren ainda não tem o seu número, ela me pediu para te pedir para que você fosse até o parque do centro.

Visualizei e nem me dei o trabalho de respondê-la. Sabia que ela iria reclamar muito depois, mas somente levantei, calcei os chinelos e corri até o parque.

Ao chegar lá, vi a silhueta da morena de costas. Corri até ela e a cutuquei fazendo-a tomar um susto.

-Que susto, Camila! -Ela resmungou.

Desculpe.

-Aqui está, com mais uma graninha a loja terminou o serviço hoje mesmo. -Sorriu e me entregou um embrulho colorido.

Ao abrir me deparei com meu Ipod, novinho em folha. Sua tela estava em perfeito estado e uma capinha havia sido comprada por Lauren. Era preta com uma lua por toda sua extensão e tinha a metade de frase em letras brancas: "... And she's the moon."  e em baixo outra metade : "Are a perfect eclipse."

Franzi o cenho em confusão ao ler as metades. Mas Lauren tirou minhas dúvidas ao pegar seu Ipod das minhas mãos e colocar uma capinha nele. A morena juntou os dois e eu sorri largamente.

"I'm the sun, and she's the moon. And togheter we are a perfect eclipse."

Definitivamente, eu colocaria um placa daquelas de promoção de mercados e andaria com ela por aí.

Tenha uma Lauren e se sinta a pessoa mais especial do mundo.