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História The Dumb Girl - Chapter 6 - I can help you


Escrita por: Triumpharmony

Capítulo 6 - Chapter 6 - I can help you


O sábado estava quente. Acordei com o som do meu despertador no criado-mudo ao lado da minha cama. Me espreguicei e fui direto ao banheiro realizar minha higiene matinal quando ouvi batidas na porta.

-Kaki?! -Era Sofia, já acordada?!

Fui até a porta com um sorriso no rosto e a abracei. Nosso "cumprimento secreto" para "Bom dia".

-Hoje é sábado e como você sabe, todo sábado nós pedalamos no parque. -Disse com um olhar pidão.

Nós vamos.

Me comuniquei em libras e a pequena me respondeu também em libras. Eu achava linda a maneira como suas mãozinhas eram desenvoltas para cada sinal.

-Kakizinha do meu coração... -Ela me chamou.

Oi Sofizinha.

-Eu te amo mais do que tudo nessa vida. -Disse e abraçou minha cintura.

Eu também, mas também tem o papai, esqueceu?

Ela riu.

-Não, mas eu amo ele também. Mas você é minha mamãe agora e sempre me ajuda nas coisas, e você até que é bem linda.

Fiz cosquinhas nela e ouvi sua risada alta ecoar pelo quarto. Por falar em quarto, o meu era espaçoso. Tinha muitas fotos da minha Polaroid que ganhei de aniversário, e também meu violão pendurado entre elas. Uma cama de casal enorme, e pisca-piscas pelas paredes. O quarto de Sofia foi decorado por ela mesma. Quando nos mudamos ela fez uma enorme pirraça para o papai deixá-la decorar. Então acabou um quarto com uma cama de princesa enorme, uma parede de coraçõezinhos, a outra de unicórnios, a terceira de nuvenzinjas e a quarta de pequenos arco-íris. Segundo ela todos os papéis de parede eram lindos e ela não conseguia se decidir. No chão um tapete enorme de uma carinha feliz e uma escadinha na parede em que cada degrau havia no mínimo 4 Barbies e Bonecas em geral sentadas. Uma mesinha de exercícios, um pote enorme de lápis de cor e muitas almofadas. Era o quarto dos sonhos dela.

Segurei suas mãozinhas e descemos as escadas juntas. Meu pai estava na cozinha lendo seu jornal matinal acompanhado de uma xícara de café. Quando pulamos juntas do último degrau ao chão da cozinha é que ele foi perceber a nossa presença.

-Bom dia para as duas princesas dessa casa! -Ele disse nos abraçando. -Algum motivo especial para acordarem cedo num sábado?

-É que eu e a Kaki vamos pedalar no parque, não é Kaki?

Vamos, você quer ir conosco, papai?

-Mas é claro. Como poderia eu, recusar um convite desses?

Bobo.

Tomamos nosso café da manhã rapidamente por conta da afobação de Sofia. A mesma correu até a garagem e buscou sua bicicleta rosa de rodinhas. Nós ainda não havíamos conseguido ensiná-la a andar sem. Terminei de calçar meus tênis esportivos preto e branco e uma camisa cinza com uma gravatinha preta de enfeite. Coloquei um short por conta do calor e prendi meu cabelo em um coque frouxo. Deixei Sofia pedalar até o parque enquanto ia a viajando abraçada com meu pai. A mesma se gabava de ser mais rápida que nós dois, então eu e ele resolvemos correr na frente da bicicleta a deixando com raiva. E foi uma disputa acirrada durante todo o caminho, hora ela estava na frente, hora nós estavamos.

°°°

-Lauren, já se levantou? -Meu pai batia na porta.

-Não pretendia. -Respondi me levantando para atendê-lo.

-Só vim avisar que hoje é o sábado de folga da sua mãe na Jauregui's Cakes e ela quer passear. -Ele disse calmamente, eu sabia que algo viria a seguir. -E bem...

-Ela não me incluiu nos planos. -Revirei os olhos. -Tudo bem, pai. Vá se divirta com sua família feliz, eu fico bem. Já estou mais do que acostumada, será que eu ainda posso levar Jauregui no nome? -Disse e fechei a porta na cara dele.

-Na verdade ela disse que você não queria ir.. -Ele me respondeu.

Respirei fundo controlando minha vontade de chorar. Era sempre assim por aqui. Parecia que eu não era da família, ao menos não mais. Mas antes do carro partir, corri à porta da sala e os observei. Chris me dava língua e revirava os olhos pra mim, somente sorri e lhe lancei um dedo do meio. Pude observar o mesmo se fazer de ofendido e cutucar o papai.

-Bom passeio. -Disse sonsa.

Corri até meu quarto novamente e embaixo do meu colchão peguei meu maço de cigarros. Acendi um e o traguei enquanto trocava de roupa. Precisava sair daquela casa o mais rápido possível. Amassei o resto do cigarro e o joguei no vaso dando descarga logo em seguida. Coloquei a cadeira em minha porta e pulei a janela do meu quarto.

-O parque. -Disse sozinha enquanto caminhava pela calçada.

-Bom dia, menina Lauren! -Sr. Edgar me desejou ao me ver.

-Não é tão bom assim. -Disse sorrindo fraco.

-O que houve? -Ele me perguntou.

-Digamos que minha linda família foi passear e eu não fui incluída nos planos.

-Mas o que está havendo com essa gente?! -Ele exclamou indignado. -Está com fome? Tenho bons croissants ali dentro!

-Eu aceito um. -Eu ri. -Eu estou realmente sem comer e nem percebi.

O velhinho entrou em casa com uma rapidez considerável para a sua idade e após alguns minutos voltou com dois croissants e um copo de leite.

-Se alimentar é fundamental, menina Lauren. Se esqueceu que essa é regra para o corpo ficar bom? -Ele riu.

-O senhor tem razão. -Sorri.

-Agora sim, essa é minha menina! -Sorriu ao ver meu sorriso. -Só que a minha menina não costuma ter bigodes de leite. -Ele riu e eu limpei apressadamente.

-Que vergonha. -Eu ri.

-Se eu soubesse que um bigode de leite te deixaria tão alegre, te oferecia mais copos de leite ao invés de flores.

-O senhor é que tem o poder de me deixar alegre. Sou muito grata à isso. -Disse segurando as mãozinhas trêmulas dele.

O mesmo se dirigiu até a floricultura e trouxe duas rosas vermelhas.

-Uma rosa por esse sorriso. -Me entregou como sempre. -E uma rosa para o sorriso de alguém florescer. -Piscou o olho direito pra mim e entrou pra casa.

Agora sim eu estava sorrindo feito boba. O que ele sabia sobre mim? Mais do que eu mesma.

°°°

-Olha Kaki! Eu vou dar uma volta completa pela árvore e voltar até você. -Sofia dizia pedalando rapidamente.

Meu pai estava no quiosque do parque conversando com um velho amigo e eu estava apenas sentada na grama, com um fone de ouvido e vigiando a pequena Sofia que já voltava feito um foguete.

-Kaki! Kaki! Kaki! -Ela gritava.

OI SOFIA! -Acenei com os braços.

-Tem um moço vendendo algodão doce, e o algodão vem com uma máscara do Mickey. Eu quero muito! -Ela apontava para o carrinho de algodão.

Quanto custa, Sofia?

-Ah e eu vou lá saber?

Toma. Cinco dólares, ok?

-Obrigada, Kakizinha linda do meu coração. -Ela me beijou e saiu correndo sem a bicicleta.

°°°

-Oi moço. Eu quero um algodão doce do rosa por favor, porque eu amo rosa. E eu quero uma máscara do Mickey. -Eu disse rapidamente.

-Tudo bem, pequena. -Ele disse entregando um enorme algodão rosa, e uma máscara do Mickey fechada. -Dois dólares por favor.

-Aqui está. -Disse entregando os cinco e saindo correndo.

-Menina, seu troco! -O moço gritou e eu voltei rindo.

-Ah é, eu me esqueci. -Peguei o troco e o guardei no bolso do meu short.

Quando me virei para correr novamente dei de cara com alguém e caí pra trás. Ao levantar o olhar vi uma menina bem branquinha de olhos verdes.

-Eu te machuquei, pequena? -Ela disse me levantando.

-Não, moça. Eu que sou desastrada. Na verdade eu puxei isso da minha irmã, mas tudo bem.

-Qual é o seu nome? -A moça riu.

-Olha, eu não deveria falar meu nome porque você é uma estranha, mas você pode me chamar de Sofi que é o apelido de Sofia Cabello. Ops! -A pequena se repreendeu ao ver que tinha dito seu nome.

-Meu nome é Lauren Jauregui. -A moça riu. -Seu sobrenome é conhecido por mim.

-Olha, se você for uma daquelas sequestradoras de crianças, fique sabendo que minha irmã vai te achar e vai te dar um soco bem forte assim! -Disse e imitei o soco no ar. -E ela é muito forte. E quanto ao meu sobrenome é porque eu sou irmã da Karla Camila Cabello Estrabao, mas você não conhece ela. -Disse por fim.

Lauren riu.

-Então você é irmã da Camila?! -Disse e ela se espantou.

-Você conhece a Kaki?

-Sim, eu estudo com ela. -A tal da Lauren sorriu pra mim. O sorriso dela até que era bonito, tinha uns dentinhos grandes.

Escutei o som de palmas, e quando me virei era a Kaki de pé me chamando. Eu olhei pra Lauren e sorri.

-Olha lá, ela lá. -Apontei para ela. -Vem comigo. -Segurei na mão da Lauren e a levei até a Kaki que nem deu atenção a ela para brigar comigo.

Quantas vezes eu já disse para você não falar com estranhos?

-Digamos que eu não seja uma estranha. -Lauren se pronunciou.

Olá!

Eu respondi sorrindo.

Ela riu e me estendeu uma rosa vermelha.

-Uma rosa por esse sorriso?

Eu mentiria se dissesse que não derreti por dentro. Peguei a rosa e aspirei seu perfume. Doce como quem me entregou.

De onde você tira essas coisas, garota?

-Do meu coração. -Ela sorriu.

-Kaki, você está roubando minha amiga! -Sofia me acusou. -Eu que achei ela primeiro.

Lauren riu e pegou a pequena no colo.

-O que você quer fazer então, minha amiguinha?

-Que tal brincar de pique-esconde? -Sofia sugeriu.

Sofia, a Lauren não gosta dessas coisas.

-Shh... Não se meta na nossa diversão. -A mais velha disse arregalando seus olhos verdes e colocando a língua pra fora.

-É isso aí! -Sofia comemorou.

Tudo bem então, quando a Sofia te encher a paciência de tanto brincar não venha devolvê-la pra mim.

-Eu devolvo pra mãe dela. -Lauren disse rindo.

Ops. Errou feio, Lauren.

Eu abaixei a cabeça e neguei sozinha. Sofia correu até mim e levantou minha cabeça.

-Ei, Kaki. Ela não sabe disso, não a culpe. -Sorriu. -Eu estou bem, fique também.

-Oh, me desculpe. Mas o que houve? - A morena perguntou preocupada.

-Nossa mamãe morreu há alguns anos. -Sofi respondeu calmamente. Ela fez um sinal para que Lauren se abaixasse e sussurrou algo no ouvido dela.

Nota importante sobre o sussurro: Sofia sussurrou sobre esse ser o motivo da perda da fala de Camila. E disse que a irmã precisava conversar sobre isso com alguém.

-Realmente me desculpe por isso, Camila. -A morena se abaixou na minha frente. -Outra rosa por outro sorriso? -Ela tirou outra rosa das mangas de sua jaqueta.

Eu aceito essa proposta.

Respondi sorrindo.

-Anda logo, Laurenza.

-Laurenza?!

-Esse é o seu apelido. -A pequena riu escandalosamente.

-Você é muito sapeca. -Lauren disse correndo atrás dela.

Era uma cena fofa de se ver. Não pelo fato de serem de diferentes idades. Mas também porque Sofi usava uma blusinha listrada bem colorida, um short vermelho e chinelos de dedo de melancia. E Lauren? Bem, Lauren usava um short jeans de cintura alta, uma blusa cinza, uma jaqueta de couro e um all star de cano médio preto. Meu pai se sentou ao meu lado e fitou Sofia correndo enquanto Lauren contava numa árvore.

-Quem é aquela?

Lauren. Ela estuda comigo.

-Ela é bem bonita. -Meu pai elogiou e ficou me observando para que eu dissesse algo.

É sim.

-Porque não investe nela, filha?

Às vezes eu esqueço que meu pai sabe da minha orientação. Mas às vezes ele também se esquece de que eu sou uma menina, e pais não conversam sobre isso com meninas.

Ele percebeu que eu apagava e escrevia alguma coisa no Ipod e riu.

-Está sem resposta, certo? -Eu assenti. -Então se não há resposta negativa, porque não investir positivamente?

Ele implantou a dúvida em minha mente e voltou ao quiosque. Foi daí que comecei a observar a Lauren de verdade. Ela vinha tentando proximidade comigo de maneiras cada vez mais fofas, e eu deveria retribuir.

-Sofia, já te encontrei! -Lauren entrou dentro da casinha do parque ficando presa. -Definitivamente essas casinhas não foram feitas para adolescentes. -Resmungou tentando se soltar.

Corri até ela rindo e a puxei pra trás fazendo-a cair sentada sobre meu colo. Fechei os olhos ao sentir o contato.

Se acalma Camila, foi só um acidente.

Lauren levantou sem graça e estendeu a mão para que eu levantasse.

-Desculpe.

Quando você vai parar de me pedir desculpas toda vez que nos encontramos?

-Quando eu parar de errar em alguma coisa com você.

Uma coisa eu adianto: você não errou em nada até agora.

Lauren estremeceu ao ler aquilo e um sorriso bobo surgiu em seus lábios. Eu ri e apontei para Sofia que estava atrás dela, emburrada.

-O que foi, minha amiguinha?

-Vamos andar de bicicleta?! -Sofi sugeriu.

-Bem, eu não tenho uma, e você?

-Eu trouxe a minha, mas eu só ando com rodinhas. -Se entristeceu.

-Eu posso ajudar. -Lauren sorriu.

-Pode mesmo, Laurenza?! -Sofia se animou.

Lauren assentiu enquanto a menor ia correndo buscar a bicicleta rosa.

Nota do futuro: Essa bicicleta seria especial para mais alguém.

Sofia veio pedalando calmamente até parar perto de Lauren. A mais velha olhou a bicicleta e sorriu, indo em direção ao quiosque.

-Você tem por um acaso, uma chave de boca para tirar as rodinhas daquela bicicleta?

O atendente sorriu e procurou em meio às tralhas uma chave número 13 e a entregou. Lauren agradeceu e seguiu novamente onde Sofia e Camila a esperavam.

A morena se abaixou e começou a soltar o enorme parafuso que prendia as rodinhas à bicicleta. Ao passar as mãos por acidente na corrente, ficou cheia de graxa por sua pele branquinha.

-Ih, Laurenza! Você se sujou! -Sofia apontou se sentindo culpada.

-Não tem problema. -Lauren riu passando as mãos em uma árvore. -É... Não funcionou muito bem.

-Toma. -Sofia pegou um paninho de sua boneca na cestinha de sua boneca.

-Jura que vai deixar eu sujar seu paninho? -Lauren fez cara de cachorro pidão.

-Juro. -Sofia levantou o dedinho e Lauren uniu com o seu.

-Bem, vamos lá mocinha.

A morena segurou a bicicleta e Sofia se sentou em cima com medo.

-Confia em mim?

-Bem, porque eu deveria confiar em uma estranha que eu conheci hoje no parque? -Sofia soltou na lata.

-Olhando por esse lado é verdade. -Lauren tirou as mãos da bicicleta e as colocou no queixo fingindo pensar. Sofia se desequilibrou mas a morena a segurou novamente rindo. -Viu só? Eu não te deixei cair.

-Isso foi sorte. Senão eu ia chutar sua canela. -Disse emburrada.

-E se eu te ensinar a andar de bicicleta, ganho um beijo ao invés de um chute?

Sofia pensou, e sorriu abertamente assentindo positivamente.

-Então, senhorita Sofiana Cabelleira. -Lauren a apelidou rindo. -Confia na sua mestra, Laurenza?

-Eu sinto que eu não deveria, mas vou confiar. -A pequena disse rindo.

-Bem, quando quiser parar é só apertar seu freio, ok?-Lauren a instruiu. -Sempre o de trás, nunca o da frente.

-Até aqui ok. -Ela respondeu batendo continência.

-Comece a pedalar, estou te segurando. -Lauren sorriu e começou a correr atrás da bicicleta segurando Sofia.

Quando viu que a pequena estava equilibrada a soltou sem que a mesma percebesse, e então viu a mágica acontecer : a pequena estava andando sozinha.

-EU ESTOU ANDANDO SEM RODINHAS! -Sofia gritou rindo.

Lauren de longe viu a bicicleta ir em direção à um canteiro de flores, e disparou a correr atrás de Sofia. A morena pulou em frente à bicicleta antes que a mesma subisse no canteiro e com um braço puxou Sofia do banquinho.

A pequena olhou pra cima enquanto Lauren tapava o sol, o que fazia seus olhos ficarem mínimos.

-Você é algum tipo de super heroína? -Sofia riu.

-Digamos que sim, mas não conte à ninguém. -Lauren sussurrou.
As duas correram até Camila que assistia tudo orgulhosa de Sofia.

-Viu só, Kaki? Nada mal para uma primeira vez! A Lauren ainda me salvou e me disse que é uma super heroína mas não é pra contar pra ninguém. -Sofia soltou. -Oh não, eu contei! -Se lamentou.

-Um dia você aprende,amiguinha. -Lauren riu.

-Vamos andar de novo?

-Eu estou muito cansada! -Lauren se deitou na grama. -Tome, Camila. -Disse entregando Sofia à Camila.

Eu te disse que não havia devolução.

Camila disse brava e Lauren se pôs a correr com Sofia novamente enquanto as duas riam.

Era uma bela nova amizade.

Amizade dessa que Lauren gostaria de ter com seus próprios irmãos.



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