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História The Empire Of War - Traidores e Traídos


Escrita por: Kallberg

Notas do Autor


Revisado: 08/04/2018

Capítulo 1 - Traidores e Traídos


Fanfic / Fanfiction The Empire Of War - Traidores e Traídos

Construído sobre guerras, sangue e traições, o lendário império Shinnobi se estendia desde as terras geladas e duras do Norte até o deserto quente e volátil dos Sabaku onde residiam os reis daquela terra.

Desde a conquista do reino de Konoha pelos homens do deserto seguido pela queda dos Uchiha, o império seguia em paz, segurando suas paredes frágeis pela propina aos lordes e a fome do povo. Nesse contexto, tal situação por mais que por muito usada desencadeou um longo e constante movimento que estremecia as bases do império comandado pelo impiedoso Rei, Sabaku No Rasa.

–MATE TODOS! -gritou o monarca se erguendo da mesa num supetão. Suas bochechas estavam infladas e vermelhas e seus globos oculares pareciam poder saltar para fora a qualquer segundo. –Mate todos os desgraçados que ousarem estar no caminho do rei!

–Vossa graça, creio que isto não seja aconselhável. -Tenki o conselheiro mais antigo e braço direito do rei argumentou do outro lado da grande mesa do conselho real. 

Tal mesa que hoje era ocupada apenas por quatro homens que puderam estar no conselho de guerra daquela tarde. Tais reuniões já não causavam tanto alarde quanto outrora. –Se abrirmos espaço para que esses rebeldes se rendam e prometam lealdade à coroa podemos acalmar um pouco os ânimos, pelo menos por enquanto. Senhor, são apenas doentes e feridos, uma rendição seria facilm...

–Eu pedi uma rendição? -perguntou o rei com uma expressão grave no rosto. –Essas pessoas desafiaram o poder do império. Desafiaram o meu poder. Eu sou o rei! E elas vão morrer por desafiar-me.

A luxuosa sala se tornou silenciosa, nenhum dos três conselheiros ousou dizer uma única palavra, mesmo que em seus olhos fosse visível o desconforto com a situação.

–Mina, mande um pássaro até Fugaku para que compareça ao castelo real, preciso conversar com ele para que dispense alguns homens Uchiha para esta empreitada. –Continuou –Estaremos em vantagem uma vez que os traidores estam perto de suas terras.

Atendendo as ordens do soberano o pequeno homem rechonchudo saiu às pressas da sala.

–Vossa graça, temo que Lorde Uchiha não ficara satisfeito em lhe dispensar homens, principalmente quando se encontra em uma iminente guerra contra os Nortenhos. -Arriscou Danzou, um dos conselheiros que se mantivera calado durante toda a reunião até aquele momento.

Danzou era quase tão antigo quanto Tenki, contudo mais astuto e também maldoso. Os dois conselheiros datavam do reinado de Shan Sabaku, mãe do atual rei do império. No império homens e mulheres ascendiam a maior cadeira do império sendo o único requisito o sobrenome Sabaku.

–Eu sou o rei! –bradou furioso. –Fugaku e qualquer outro deve sua lealdade e seus homens a mim. -falou, pondo-se a sair do cômodo, lento e pomposo como sempre. 

Rasa Sabaku fora criado para ser rei e com isso nunca aceitou que algo lhe fosse negado, muito menos homens que lhe eram seus por direito de qualquer forma. Fugaku que se virasse com os nortenhos.

O rei vivia sob alerta, era difícil trabalhar quando todos queriam seu lugar, quando todos querem tirar sua coroa. Felizmente se livrara das maiores ameaças e agora destruiria todas as outras que restaram.

Olhou as belas paredes de seu palácio, situado no extremo sul de seu domínio, onde seu pai viveu, e o pai dele e assim por conseguinte, não era certo que nenhum sangue do império não reinasse sob aquelas terras que sempre foram deles mesmo antes de conquistarem tudo, e perderem também parte daquilo... Mas não importava, ele recuperaria tudo de novo. Mataria todos que entrassem em seu caminho.

Como em qualquer outro dia em Suna, estava quente, quente como o inferno e ele estava cozinhando dentro da grossa manta real, estava louco para tira-la e gritar aos servos que lhe trouxessem as melhores garotas para lhe banhar. 

Entretanto, teve seu caminho interrompido por um homem que deveria fazer a segurança da reunião. Vestido em trajes nobres, e carregando uma espada brilhante o soldado se lançou em sua direção pronto para um ataque que certamente tiraria a vida do soberano. 

Era um traidor.

Contudo, a investida foi interceptada por uma espada prata de aço Uchiha, brilhante, longa e mortal. Principalmente nas mãos abeis do guarda pessoal do rei, seu próprio filho. Os outros guardas do local fizeram um cerco ao redor da ameaça, contudo o homem fez um sinal reivindicando a morte do traidor.

Imediatamente todos se afastaram o suficiente para não serem atingidos pela briga de espadas, mas ainda assim perto para poderem assistir ao espetáculo.

 Rasa com um sorriso sádico apenas pensava no quanto fizera bem em botar o filho na guarda real.

O invasor estava nervoso, se remexia no interior de sua armadura, amargurado seu erro de cálculo, se tivesse esperado mais alguns segundos, talvez tivesse o sangue do rei em suas mãos agora. Entretanto, tudo o que podia esperar naquele momento era uma morte rápida, sabia que não era páreo para um guarda real de verdade. Na verdade, desde o momento que decidirá aceitar a missão sabia que morreria ali, se seu plano fosse bem-sucedido ou não. 

E assim ocorreu.

Estava tão perdido em pensamentos que mal viu a investida de seu oponente, dando tempo apenas de esticar o braço para tentar parar seu ataque, o que foi em vão, uma vez que sentiu a espada inimiga fazer um belo corte em seu ombro esquerdo, com a dor não pode acompanhar a velocidade dos movimentos do homem, que com um giro rasgou-lhe a garganta, dando fim a sua vida miserável de forma rápida.

–Incrível Sor Kankuro. Sua postura de luta continua inigualável. -Gracejou o velho conselheiro, sem se importar que um pouco do sangue daquele homem tenha respingando em sua vestimenta imaculadamente branca.

–É assim que um traidor deve encontra o seu fim. -disse o rei se aproximando dos homens com um sorriso satisfeito. Cada vez mais rebeldes tentavam embosca-lo, e cada vez mais ele os matava, ele era a bota e eles as baratas. –Devem ser massacrados pelo sangue do império. É isso que faremos com todos os outros.

–Será uma honra, meu rei. -Curvou-se o Sabaku mais novo em sinal de respeito ao pai e rei. –Todos aqueles que se levantarem contra o império serão degolados em seu nome.

–Ótimo. Assim que Fugaku enviar-nos uma resposta, você partirá como líder do esquadrão e acabará com todos os malditos traidores.

–pode confiar em mim, vossa majestade. -Kankuro leva um joelho ao chão se curvando novamente, Rasa adorava aquilo. –Não vou decepciona-lo.



–Puta que pariu Sakura! Não dá para ser um pouco mais delicada? -resmungou o homem, que tentava conter seus gemidos e gritos de dor em vão.

–Me desculpe Riugao, nunca foi minha intenção machucá-lo. -disse a rosada, sem retirar os olhos do ferimento do homem que ela tentava limpar para que não infeccionasse. –Logo a tia Tsunade virá te atender e poderá costurar-lhe, por enquanto tudo que posso fazer é limpar isto.

–Certo. Faça isso de forma menos dolorosa por favor. -Implorou com lagrimas brotando em seus olhos.

Sakura dá um pequeno sorriso ao homem tentando passar tranquilidade, em seguida olha ao seu redor com pesar, haviam dezenas de pessoas com ferimentos de luta, doentes, ou apenas com fome. Ela e Tsunade passavam horas ali tentando salvar vidas, mas nem sempre era possível. 

As condições de trabalho eram péssimas, não haviam instrumentos, nem remédios, o local era sujo, escuro e úmido. Todos dias perdiam no mínimo três pessoas para a fome ou infecção, mas sabia que as maiores baixas que ela nem poderia ter ideia, eram nas "missões". Poucos voltavam, e os que voltavam ainda tinham uma luta pela vida ali.  Exatamente como Riugao, ele não era um soldado, não tinha força suficiente para aguentar aquilo, mas acabara ali com ela fechando um ferimento de espada.

Aquelas pessoas estavam em péssimo estado, elas precisavam de tratamento adequado, de remédios e comida. Tsunade corria de um lado para o outro tentando atender ao maior número de pessoas possíveis, mas mesmo ela que era a maior medica do reino, ainda não daria conta de toda aquela gente, ainda mais no curto espaço de tempo que tinham. Deveriam voltar ao castelo Uchiha rápido, não poderiam notar sua ausência, e Tsunade sendo tão famosa medica não poderia se ausentar por muito tempo sem que todos percebam. 

Se lembrou então de como entrou naquele lugar. Não tinha sangue nobre mas fora criada como uma por sua tia Tsunade desde a morte de sua mãe, ela cresceu entre os nobres protegida pelos muros do castelo dos Senju, quase se casara com um nobre. Mas nunca se sentiu um deles, com suas vidas regadas a vinho caro e discussões sobre qual fita ficava melhor em seu vestido. Ela queria mais. Queria ajudar. Ser útil. Precisava daquilo.

Então, um dia enquanto sua tia saia de fininho do castelo ela a seguira, não desconfiava de nenhum comportamento inapropriado por parte da tia, mas estranhara suas escapadas esporádicas. E assim conhecera aquele lugar, com tanto a ser feito, com tantas pessoas precisando de ajuda. Implorou a sua tia que a deixasse ajudar também, que lhe ensinasse a fazê-lo. A mais velha de início se mostrou contra, mas uma vez que a rosada já sabia seu segredo e não a deixaria em paz até satisfazer ser desejo, aquiesceu.

Já estava em treinamento a algumas semanas e talvez ela fosse boa, mas a falta de tempo para praticar à atrasava de certa forma.

–Sakura volte para o castelo Uchiha e diga que estou passando mal. Diga que necessito urgentemente de algumas ervas da estufa de lady Mikoto. Pegue todas as que tiverem ação anti-inflamatória. -Tsunade disse se ajoelhado ao lado do homem e já iniciando a costura, unindo os pedaços de pele rasgados pela espada imperial.

–Certo. -a rosada se levantou rapidamente e parando apenas em um pequeno vestíbulo para trocar de vestido e ajeitar o cabelo antes de caminhar rapidamente em direção ao castelo. Não poderia aparecer com aquelas vestes. Seria descoberta, e morta por traição.

Elas estavam num acampamento rebelde, um dos muitos, e assim como os outros em decadência. A negligencia do senhor do império conferia ao povo uma vida cada vez mais miserável e que por mais que fosse revoltante eles já não possuíam forças para lutar, sobrando para elas simplesmente curar as feridas.

–Senhorita. -Cumprimentou o guarda, um dos poucos Uchiha que não há tratava como a prisioneira que, na verdade, era. –Não encontrou nada de seu agrado na loja de lady Caroline?

–Oh, eu na verdade nem mesmo cheguei a passar por lá. Encontrei uma amiga e passei toda a tarde com ela. -Sakura repreendeu-se internamente, ela não tinha amigos ali e todos sabiam disso. Com sua licença senhor. -se apressou em sair o mais rápido possível.

Passou pelo pátio e entrou pelos fundos da fortaleza que Fugaku fizera questão seque-se transformar em um palácio. Andou pelos corredores escuro e úmidos que ela conhecia tão bem, havia se esgueirada por ali por muito tempo, sejam em momentos felizes, ou nos mais sombrios. Mas não tinha tempo para aquilo, pensar em sua vida conturbada não ajudaria em nada naquele momento, sabia que devia ser rápida, Tsunade realmente deveria precisar daquelas ervas o mais rápido possível, porém o destino não parecia muito generoso consigo naquele dia, pois logo sentiu seu corpo, que estava em considerável velocidade, colidir com uma parede. 

Oh! Não uma parede de tijolos. Era mais uma parede de gelo. Mas que belo dia para esbarrar em Sasuke Uchiha.

–Sakura -ele falou quase num grunhido se afastando rapidamente e olhando para os dois lados, como se estivesse buscando ter certeza que ninguém viu tal infortúnio. Os olhos dele não alcançavam os seus, a muito Sasuke Uchiha não tinha coragem de fazê-lo.

–Milorde. -Sakura falou formalmente, era sempre assim desde a batalha nas vinulas.

–Por que tanta pressa? -o moreno questionou ainda sem conseguir olhá-la, foi uma pergunta simples de qual simplesmente não queria que aquele contato acabasse logo, mas Sakura a interpretou como uma reclamação.

–Sinto muito, não foi minha intenção causar-lhe transtorno. -a garota lhe falou com o olhar astuto e com certa arrogância que dizia que ela não o sentia. Não. Nenhum pouco. Mas não tinha tempo de discutir com o desonroso filho mais novo dos Uchiha. –Preciso me retirar, minha tia precisa de algumas ervas e verei com sua mãe se tenho permissão para colhê-las.

–Eu te acompanho. –ele parecia ansioso por aquilo, mas deveria saber que a rosada nunca o permitiria. –Não seria bom que saísse trombando com as pessoas pelos corredores. –Numa tentativa de piada ele sorriu fraco mas Sakura não o acompanhou.

Sasuke não era dado a piadas, Sakura era a unica que se divertia com suas tentativas de piada, mas isso a muito tempo atrás.

–Não é necessário. -A rosada deu dois passos para trás para demonstrar que não desejava sua companhia.

–Eu insisto. –Sakura sabia o que ele estava fazendo, estava tentando se reaproximar, mas ela nunca permitiria tal coisa, não depois de tudo o que passaram.

–Não preciso de sua companhia. –respondeu grossa. –Não sou tão burra para não saber o caminho até o escritório de sua mãe. -Após sua resposta impertinente Sakura se retirou o mais rápido que pode, e voltou a sua caçada, dessa vez sem interrupções. 

Deixado para trás Sasuke suspirou pesado, daquela forma nunca conseguiria o perdão da rosada.

–Ela corre de você como o diabo corre da cruz. -a voz do comandante do exército Uchiha foi ouvida no corredor. –Você é uma negação irmãozinho.

–Cale a boca Itachi. -Rosnou o caçula ao ter o irmão em seu campo de visão, o mais velho vinha sorrindo travesso animado com a mais nova munição de ataque para irmãos. –por que você não procura outra pessoa para atormentar.

–Fique calmo irmãozinho, não vim falar com a sua pessoa apenas para rir de suas profundas dificuldades de ter uma conversa agradável com alguém, embora este seja um dos maiores prazeres de minha vida. -Itachi mantinha o sorriso cínico em seu rosto ao final da sentença. Provocar seu irmão era realmente divertido.

–Eu sabia que você não trepava irmão. 

Ok. Talvez não tão divertido.

–Agora me diga. -continuou o Uchiha mais novo. –Foi você que realmente fez aquele filho em Mika? -o sorriso debochado de Sasuke brincava em seu rosto com a muito não ocorria.

 Muitos considerariam uma brincadeira de mal gosto. Mas ele não se importava, eram irmãos, sempre se provocavam e se amavam. Não diziam. Mas se amavam. Sasuke apenas se arrependeu quando viu uma nuvem negra passar pelo rosto do irmão. O filho era um assunto delicado de mais para o comandante.

–é meu filho Sasuke, assim como você é meu irmão. -disse duro

–Eu não quis dizer...

–E é por isso que preciso falar sério com você. -Itachi interrompeu Sasuke antes de suas desculpas, não precisava delas, precisava que seu irmão acordasse. –Dentro de alguns dias marcharemos para a beira do rio de jade, ao chegarmos poderemos tentar mais uma vez um acordo com o Naruto, ou até mesmo uma conversa.

Sasuke suspirou cansado.

–Ele não vai aceitar. A não ser que você ofereça minha cabeça em uma bandeja de prata. -disse de cabeça baixa, entrar no assunto Naruto lhe doía, quase tanto quanto o assunto Sakura. –Ainda podemos fazer isso. Você sabe.

–Não vamos deixar que você seja morto. -Bradou firmemente o comandante. –Naruto também sabe o preço de uma guerra entre nossas casas, sabe que o povo...

–O povo de Konoha quer minha cabeça tanto quanto o Naruto. -Suspirou. –Se não mais.

–Vamos dar um jeito. Nosso pai já mandou contatar os Senju, mamãe vai com ele para convence-los. -Mikoto era nascida nas terras ricas da maior casa do império, os Senju, e naquele momento iriam usar de qualquer artimanha para conseguir o apoio daquela grande casa. –Se precisar iremos usar até mesmo lady Tsunade. Eles têm que ficar ao nosso lado.

–Então já estamos formando lados. Já estamos nos preparando para a guerra. -Sasuke murmurou amargurado. –Vamos partir o reino ao meio em uma guerra por um maldito traidor?

–Sasuke, você não é um traidor.

–Eu sou um traidor, Itachi! Eu traí meu melhor amigo, e mereço ser decapitado! -gritou exausto, estava cansado de todos tentando encontrar uma desculpa para o que acontecera ou até mesmo alguns Uchiha, como seu pai, que só faltavam dar uma festa.

–Não importa, não há provas e se for necessário que eu declare guerra a todo o reino para que você viva, eu o farei. -Declarou Itachi firme. –Naruto quer sua cabeça empalhada em uma estaca em frente ao castelo Uzumaki? Sim. Mas se pretende fazê-lo terá que causar uma guerra. Por que não vamos entregá-lo.

 

 

–Lorde Hyuuga, é uma grande honra recebê-lo em minhas terras -Naruto saudou o senhor de uma das casas mais importantes do Norte, Hyuuga Hiashi. –Sente-se por favor. Aceita um pouco de vinho...

Hiashi ergue sua mão impedindo o loiro de continuar.

–Milorde, creio que o senhor, assim como eu, não tenha tempo a dispensar com tolos comprimentos. Então, iremos direto a problemática. Vim falar-lhe de guerra.

 Naruto se recosta no encosto de sua cadeira deixando a jarra de vinho.

–Creio que veio em resposta a minha carta. -O Uzumaki manteve-se sério, tentando não demonstrar seu nervosismo. 

Se Hyuuga Hiashi aceitasse lutar ao seu lado teria uma grande vantagem, afinal aquele era o homem mais rico de todo o reino, possuía um castelo com torres tão altas que pareciam desafiar a gravidade ao se manter ereto e era o maior fornecedor do armas do reino. As espadas de ouro e prata dos Hyuugas era uma antiga tradição nortenha.

A questão era que ele precisava daquele homem para vencer os Uchihas pois ele tinha certeza que estes não iriam para batalha sozinhos. Porém, se ele veio ao seu encontro, era por que provavelmente iria aceitar sua proposta. Ele tinha que aceitar. -Imagino que se simpatiza com a minha causa...

–Não simpatizo com causas. -Foi direto. –Faço alianças que percebo vantajosas. -Advertiu o mais velho, lembrando ao Uzumaki de que ele não era o homem mais rico do reino por acaso. Aquele homem não jogava para perder. –E vi no senhor uma grande oportunidade.

–Explique-me Sor. -Naruto agarrou o jarro de vinho recusado anteriormente, enchendo uma bela taça.

–Sejamos sinceros, o império está se partindo, e me espanta que tenha demorado tanto. -Seus olhos perolados se levaram até o teto, analisando os belos contornos do ponto mais alto do castelo Uzumaki. –Esta guerra que se inicia entre a sua casa e a Uchiha irá mudar tudo, não irá apenas afetar suas casas, mas todo o império Shinobi. O que na verdade é extremamente bom milorde, este lugar precisa de mudanças drásticas, mais precisamente de um novo rei.

–E o senhor deseja que eu seja esse novo rei? -O dono da casa questionou ceticamente. Naruto nunca havia desejado a bendita coroa do império, já tinha que tomar o lugar de seu pai como rei do Norte, mas todos pareciam esperar que ele quisesse.

–Oh, eu não me importo em lhe ver coroado Rei do Norte ou senhor do império Shinobi, mas se você vencer esta guerra e tomar o reino, espero ter meu nome na linhagem real.

–O que insinua? -Naruto questionou mesmo que já tivesse pegado a linha de pensamento de Hiashi.

–Que pretendo unir nossas casas pelo matrimonio. 

–Me desculpe senhor, mas nunca foi minha intensão tomar o império. Então talvez devesse procurar outro rei para a lady Hanabi. Sor Kankuro talvez se interesse. -O jovem senhor disse firme. –Eu sou Rei do Norte e não irei mais além. Tenho minha honra. Não sou um traidor.

–é claro que não, milorde. Você é o traído. Traído pelo seu melhor amigo. Que entrou em suas terras, na sua casa e lhe tomou o homem que mais amava no mundo. -o Hyuuga alfinetou, sendo sua vez se servir do vinho despretensiosamente. –Creio que se deseja meu apoio para ter a cabeça de Sasuke Uchiha e vingar a morte de seu pai, terá que abrir concessões, e como lhe informei anteriormente faço apenas alianças vantajosas. Para os dois lados é claro.

Naruto estava contra a parede, sentiu vontade de bagunçar os cabelos pelo nervosismo, um habito que naquele momento demonstraria fraqueza perante aquele homem, então controlou-se. Mas não importava pois podia sentir os olhos gelados de Hiashi o seguindo, lendo a sua alma. Todos os Hyuugas que conhecera possuíam esse olhar.

Malditos Hyuugas!

–Lady Hyuuga esta de acordo com seu plano? -questionou para ganhar tempo, mesmo sabendo que não havia saída.

–ainda não. Estou aguardando sua resposta para poder conversar com minha filha adequadamente. -Hiashi comentou sem retirar os olhos do homem a sua frente. –De qualquer forma sei que ela acatará minhas ordens, Hinata foi treinada para ser uma líder. 

Naruto franze as sobrancelhas confuso.

–Não sabia que possuía outra filha. Imaginei que tratávamos de lady Hanabi...

–Sim, Hinata é minha filha mais velha. Ela está seguindo treinamento de Casterly Rose. -O Hyuuga bateu a taça levemente na mesa de mármore, como um anuncio da sua impaciência com tamanha "enrolação" –E então senhor? A sua resposta? 

Naruto suspirou bebendo todo o líquido que ainda restava em sua taça, quando a base finalmente alcançou a mesa de mármore anunciou:

–Me casarei com sua filha, mas quanto ao resto, é preciso vencer uma guerra antes.

 

 

 –Senhorita! Senhorita! -uma mulher vinha gritando pelos corredores de Castely Rose andando atrás da jovem loira que parecia um cavalo desgovernado pronto para atropelar qualquer um que entrar em seu caminho. –A Senhorita não pode sair do conselho assim. Senhorita Temari!

Mulher parou de correr quando a garota perseguida se vira rapidamente fazendo com que os corpos quase se chocassem. 

Os olhos da menina estavam vermelhos e irritados assim como sua boca poderia cuspir fogo em sua cara a qualquer momento.

–Com todo respeito lady gafel, mas foda-se o conselho, foda-se a arquimeitre superior, e quer saber? Vai se fuder você também. -Praticamente cuspiu as palavras enraivecida, abrindo a pesada porta ao seu lado e adentrando, deixando para fora a monitora embasbacada.

O cômodo estava completamente escuro e silencioso. E antes que a garota pudesse sair a procura de uma vela, sentiu um projétil passar a milímetros do seu rosto deixando como prova de que ele esteve ali apenas um fino corte em sua bochecha.

–Mas que porra?! -ela exclamou indignada. –Hinata!

–Pelos deuses! - a voz fina e preocupada da Hyuuga foi ouvida ao longe. Temari apenas a viu quando a garota acendeu algumas velas pelo quarto enquanto vinha ao seu encontro. 

–Temari! O que você está fazendo aqui? -a morena perguntou preocupada, mas a amiga a ignorou passando seus dedos no pequeno corte para visualizar o sangue quente que dali saia.

–Você atirou uma adaga em mim? -Se virou para ver o objeto fincado na madeira da porta. –Que diabos você estava fazendo naquela escuridão?

–Me desculpa eu não sabia que era você. Eu só... -A morena suspirou pesadamente tentando encontrar as respostas que nem mesmo ela sabia quais eram. –Eu não sei... Eu estava nervosa e querendo matar algo e você apareceu aqui do nada...

–Caramba, pensei que eu era a maluca assassina. -Temari comentou simplesmente já ignorando o ocorrido, não é como se existissem pessoas normais naquele lugar. 

–Eu realmente sinto muito, foi uma atitude impensada. -Hinata disse se curvando e com a face culpada.

Temari apenas deu de ombros e se jogou na grande cama do cômodo, que era basicamente igual ao seu. As mesmas paredes de pedra adornadas por cortinas vermelho sangue, uma pequena mesa, o armário enorme com tudo o que elas precisavam para passar seus dias ali. –O que aconteceu para você ficar tão nervosa? Não querendo ofender, mas você é tão calma que dá vontade de te bater as vezes.

–O meu pai me traiu Temari. -Hinata se sentou na cama ao lado da amiga. –Ele me prometeu que não ia me vender como um saco de trigo, mas ele o fez.

–Te vendeu? Como assim te vendeu? -a loira questionou já se alterando novamente.

–Recebi uma carta da ponta da lua esta manhã, mas só tive tempo de lê-la a uma hora. Meu pai está me obrigando a casar com um lorde do Norte. Ele me prometeu. Me prometeu que nunca me obrigaria a casar com alguém que eu não queria, me prometeu que eu iria liderar os Hyuuga. Mas ele mentiu. -a morena falou indignada, toda a sua vida fora uma mentira. –O melhor veio ao final, quando tudo o que ele disse para se despedir foi “Assim que se casar trate de ter um herdeiro, precisámos de garantias.” -Eu passei de herdeira do trono Hyuuga, para uma égua parideira!

–E você vai aceitar isso. -Temari disse séria, não era uma pergunta, ela sabia que mesmo que Hinata se sentisse traída e indignada, ela seguiria o plano, foi pra isso que ela foi treinada afinal. Não a questionaria. –O que me intriga é por que seu pai lhe venderia assim, ele sempre foi orgulhoso demais para demonstrar fraqueza, e vender sua herdeira, por mais que seja comum, poderia dar a entender que ele já não é tão poderoso e precisa de alianças com urgência, ou o outro lado do negócio tem algo a oferecer que é tão valioso quanto a sua própria filha.

–Continue. -a morena falou séria, secando suas lagrimas, era hora de parar de sentir e começar a pensar. Ela era Hinata Hyuuga afinal.

Parando para pensar Temari estava chegando a um ponto que ela ainda não havia olhado: quem era o pretendente?

–Um lorde do Norte, tirando vocês. Vejamos... -Temari se virou de barriga para cima, enquanto seus olhos verdes esquadrinhavam o teto. –Nas torres temos os Naras, próximos aos Akimichi, e a casa Yamanaka. Porém, eles se casam entre eles numa tradição estranha de amizade. Então, descartados. Temos também os Rock, mas eles têm um juramento de castidade. -a loira deu um sorriso cínico e Hinata a acompanhou em uma risadinha. –Algo relacionado a dedicar a vida a proteger seus senhores apenas. Esquisitos.

–Os fukujima e os tamashiros são pequenos e insignificantes demais para meu pai ao menos considerar lhes dirigir a palavra assim como as outras casas para lá deles. -Hinata continuou se deitando ao lado da amiga. –Aí só sobra...

–A antiga família real de Konoha. Os Uzumaki! -Temari exclamou completando, aquilo era interessante!

–Sim. -Hinata concluiu como se tudo finalmente se encaixasse. –Se alguém tem algo que tentaria meu pai com certeza são os Uzumaki.

–É a minha aposta. Se eu estiver certa você me deve uma espada Uchiha.

–Certo. É praticamente certeza que você acertou. Então, agora chega de falar de mim. -A alma altruísta de Hinata prevaleceu como sempre, não era possível imaginar como uma alma tão boa era Hyuuga. –Até onde sei você não é telepática para adivinhar meus problemas, então veio aqui por outro motivo. Diga. 

Temari suspirou alto olhando para o teto de pedra do castelo. A academia Casterly Rose era antiga, impiedosa e fudidamente rica. Aceitavam pequenas garotas nobres de todo o império para treinamento em etiqueta, conhecimentos gerais, estratégia de batalha e artes mortais. Elas eram enviadas ainda jovens, entre os quatro e sete anos e viviam trancafiadas dentro das paredes de pedra do castelo até que completassem todo o treinamento e finalmente lhe fosse designado um “trabalho de conclusão” que iria definir se estavam prontas ou não. Se tinham permissão para sair do inferno e voltar a vida.

–Fui chamada ao conselho hoje. -A loira olhou para a amiga pelo canto do olho. – já decidiram meu trabalho de conclusão.

–E qual é?

–Tenho que matar o mal que destrói o reino. -Temari rolou os olhos a tarefa enquanto Hinata franziu as sobrancelhas confusa, ela mesma acabara de voltar da sua tarefa de conclusão, o oráculo sempre lhes dava um enigma e as meitres os resolvia antes de passar para elas. 

Hinário ainda tinha pesadelos com o seu.

–O que isso quer dizer? -questionou. –Quem ou o que é o mal?

–Eu não sei! -ela exclama exasperada. –Mas o conselho acha que é o meu irmão, Gaara.

–Espera, ele não estava morto?

–Ele foi dado como morto, por que desapareceu, mas o corpo nunca foi encontrado. - A Sabaku suspirou longamente. –A teoria do conselho é que ele está vivo e que quer tomar o reino do meu pai. E então devo matá-lo.

–Deixa-me adivinhar, você mandou todo mundo ir se fuder, e saiu de lá igual uma doida varrida. -A Hyuuga disse divertida.

–Exato. -Temari riu.

–Você sabe que se quiser sair desse inferno, você precisa fazer o trabalho de conclusão. -Hinata a alertou agora com a face preocupada. –Se você não seguir a ordem do conselho...

–Eu não vou matar o meu irmão. -a loira disse firme se erguendo da cama. –Isso é, se ele realmente estiver vivo.

–Qual seu prazo? -Hinata perguntou. 

Temari não respondeu de imediato, seus olhos desceram até o chão coberto por tapetes caros enquanto sua boca se contorcia agoniada 

–1 ano -disse por fim erguendo seus olhos para a amiga. –Como você conseguiu? -questionou de repente.

Hinata havia realizado seu trabalho de conclusão a um mês. Ela viajara de volta para a ponta da lua há 7 meses, cumprira sua tarefa de forma honrosa e por fim voltara para reportar o relatório da missão. Agora ela estava apenas recebendo honras e regulamentado algumas pendências. Iria embora ao fim daquela semana. –Digo, como não desistiu?

Hinata suspirou alto se erguendo.

–Não podia fazer isso. Tinha que honrar e salvar minha família. -A morena disse séria. 

–Mas você o considerava um pai. Ele também era sua família. -Temari rebateu.

–Não. Ele queria destruí-la. -Hinata suspirou cansada e olhou nos olhos da outra. –Sei que você ainda não entende e Neji provavelmente vai me odiar pelo resto da vida, mas foi o certo a ser feito. -ela parecia realmente certa daquilo. –E eu sei que você também fará o certo. Se ele estiver vivo e for uma ameaça, você tem que matar o Gaara.


                                     ♚


–Se sente melhor hoje, milorde? -Um homem perguntou ao adentrar no pequeno quarto escuro e abrir as cortinas, fazendo os raios de luz inundarem o aposento. 

–Baki, já lhe disse que eu não sou um lorde. -o garoto falou tentando livrar-se das cobertas.

–Deixe-me ajudá-lo. -O homem retirou o grosso cobertor, o jogou em cima de uma pequena mesa ao lado, ajudando logo depois o jovem a se ajeitar melhor na cama.

–Eu posso fazer isso sozinho. -O menino falou bufando. –Eu tenho feito alguns avanços.

–Oh, o lorde Uzumaki bem me avisou que o senhor estava tendo controle quase total de seus membros superiores.

–Viu o Naruto hoje? -o menino interessou-se. –Já faz um tempo que ele não vem aqui.

–O senhor Naruto se encontra com sérios problemas milorde. Ao que parece Sor Itachi pode...-O rangido da grande porta de madeira cortou o comentário de Baki e anunciou a chegada do senhor de tempestade vermelha.

–Naruto! Estávamos falando sobre você. -Gaara comentou com um sorriso raro.

–é verdade? Sobre o que falavam?

–Baki me contou que está com problemas. -o ruivo falou.

–Senhor Gaara! -Baki ralhou. –Juro que não foi minha intenção iniciar mexericos milorde.

–Está tudo bem Baki. -Naruto disse ao se sentar em uma poltrona ao lado da cama de Gaara. –Não é como se não fossem problemas tão conhecidos como a existência dos deuses.

–É claro milorde, mas eu não tinha o direito de...

–Baki, está tudo bem. -o interrompeu novamente se voltando para o próprio. –Contudo, você poderia por favor nos buscar um pouco de vinho? -Naruto odiava ser grosso, mas precisava ficar sozinho com Gaara, era uma das únicas pessoas que ainda confiava.

Baki assentiu sem graça, enquanto Naruto suspirava cansado, a negociação com Hiashi havia sido exaustiva, levaram quase duas horas para resolver os pormenores e ainda teve que discutir com seu conselho por ter tomado tamanha decisão sozinho. Mas que escolha ele tinha?!

–Então, é sobre a punição do assassino do tio Minato? -Gaara perguntou com os olhos fixos no loiro assim que Baki fechou a porta atrás de sí.

–De certa forma sim. -Naruto suspirou pelo que ele achava ser a milésima vez naquele dia. –A verdade Gaara é que você precisa sacrificar algumas coisas para chegar ao seu objetivo. Por isso vou sacrificar minha liberdade e me casar com a herdeira dos Hyuuga. -o Uzumaki anunciou amargurado. –e de brinde terei que deixar a honra de lado e tomar o trono do império também.

–Não acho que o último seja desonroso. -Gaara disse simplesmente. –O meu pai é um louco sem escrúpulos e você é o herdeiro do antigo reino de konoha. Você seria um rei infinitas vezes melhor que ele. -O ruivo dizia sério. –Olha pra mim Naruto! Se não fosse por você, eu estaria morto. Morto a mando do meu próprio pai! Que traiu e atentou contra a vida do próprio filho, tudo por que eu sou um maldito invalido e...

–Gaara, você não é invalido. -o loiro o interrompeu firme. Gaara tinha mania de se diminuir pela sua condição, pelo simples fato de suas pernas não funcionarem como a dos outros. A rejeição do pai o fazia achar que era realmente digno daquilo. Mas não para Naruto. –Você é incrível! Você inteligente, gentil e meu amigo. E eu não faço quase nada, você vive aqui trancado e escondido como se você tivesse cometido um crime. 

O ex-príncipe balançou a cabeça de um lado para o outro em negação.

–Se estou vivo hoje é por que me ajudou, você e sua família. Se vivo escondido não é por sua culpa, é do meu pai. Ele é o monstro aqui. Mas você... -cravou seus olhos verdes nos azuis dele para deixar claro a verdade em cada palavra que dizia. –Você é honrado e bravo, e seria sim um grande Rei. Você tem sangue real afinal. 



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