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História The Empire Of War - Garota Forte


Escrita por: Kallberg

Capítulo 12 - Garota Forte


Fanfic / Fanfiction The Empire Of War - Garota Forte

Ela continuava a olha-lo com seus grandes olhos de lua agora com uma sobrancelha erguida em um questionamento mudo. Enquanto Naruto apenas ficara lá parado, sem responde-la desde que fora descoberto.

—Então... -Hinata falou despertando-o de seu breve transe.

—Me perdoe, eu não... Eu não tinha a intensão de... -Naruto disse der repente se dando conta do que fizera. Quando decidira falar com a garota não esperava parecer com um invasor maluco, na verdade ele não tinha pensado muito quando simplesmente escancarou a porta do quarto em que ela estava ficando, agira por impulso e agora não sabia mais como prosseguir. Porém, ele era o rei, tinha que agir como tal, fora até lá por isso.

Ele respirou fundo se acalmando, e continuou. —me desculpe, eu não devia ter... invadido a sua privacidade.

—Não, você não devia. Mas está aqui. Por que? -Hinata perguntou séria.

Naruto respirou fundo outra vez se mantendo onde estava desde que "invadira" o local.

—Por que gostaria de conversar com a senhorita, sobre você, sua família e o...

—Meu pai. -a Hyuuga disse completando. —Eu sei que ele é um traidor, algumas criadas estavam falando disso, uma delas propôs me deixar sangrar até a morte por isso. -ela soltou um pequeno sorriso irônico. —Mas esse é o ponto, não é mesmo? O que fazer com o sangue do traidor agora.

—Não vamos te matar. -Naruto respondeu enfático. —Eu prometo, ninguém vai machuca-la.

Hinata sorri fraco ao constatar sua situação naquele jogo.

—Então eu tenho alguma utilidade para vocês... -Era uma afirmação, não uma pergunta. Não havia outra forma para que o próprio rei do Norte fosse "conversar" com ela naquele momento. —O que querem de mim?

Naruto encara a jovem garota sentada ereta na cama grande do quarto, ela o encarava de volta altiva e séria. Porém, ele vira os ferimentos dela, aquilo devia ainda estar doendo como o inferno, mas ela agia como se não se importasse, aguentava firme o enfrentando de frente.

Mal conhecia a garota, mas de uma coisa sabia: ela era forte...

Então em respeito a ela, ele teria que ser completamente sincero naquele momento. —Meu padrinho e mestre Jyraia acredita que devo me casar com você para garantir que a traição de Hiashi não cause problemas ainda maiores como uma rebelião interna no nosso exército por parte dos Hyuugas. -Ele a respondeu sério. — O norte inteiro estaria acabado se perdêssemos os Hyuugas nesse momento.

—Então eu sou um peão de sacrifício.

—Nós somos. -Naruto respondeu suspirando em desgosto. —Mas você não precisa ser se não quiser. Mestre tarado também disse que devo cuidar e proteger de todo nortenho. Você é uma nortenha apesar de tudo. Eu também tenho que proteger você. Então se quiser me ajudar a cuidar do norte bem mas se não vou obriga-la, encontro outro jeito.

—Que jeito? -ela pergunta irônica levantando uma sobrancelha.

—Eu ainda não sei. Mas se você não estiver apta a enfrentar isso eu não vou forçá-la. Tem que ter outra maneira.

—Você está arriscando a vitória do Norte pela vontade de uma pessoa... -Hinata comenta encarando o jovem loiro que encolhe os ombros como se dissesse que não era nada demais. —Isso me mostra duas coisas sobre a sua pessoa: você é possivelmente um idiota e muito provavelmente vai ser um rei idiota também. -Naruto se manteve quieto enquanto escutava as palavras duras da garota que mesmo naquele momento matinha a sua voz calma e doce. Uma verdadeira contradição. —Mas você com certeza é uma boa pessoa. -ela acrescentou.

Naruto expira rapidamente o ar que nem ao menos se dera conta de estar segurando, a menina era difícil de decifrar, mas aqueles olhos pareciam decifrar cada pedaço de sua alma. Aquilo podia ser perigoso.

—Por favor, sente. -A Hyuuga acena indicando para que ele se acomodasse no grande sofá ao lado de sua cama torcendo seu rosto em uma pequena careta de dor com o pequeno movimento e fazendo Naruto hesitar por um segundo, como ele imaginava ela devia estar sentindo dor, mas a garota não parecia muito apta a deixar aquilo para outra hora então ele apenas agradece fazendo o sugerido. —Por que não o fez antes?

Ela indaga curiosa enquanto Naruto num primeiro momento fica sem entender a pergunta, então Hinata acena para o sofá que ele ocupara.

—Não queria impor minha presença ainda mais.

A Hyuuga arqueou as sobrancelhas com a declaração do homem ficando pensativa por alguns segundos antes de voltar a se pronunciar.

—Quando eu tinha 6 anos meu pai me levou para Castely Rose, ele disse que era só por um tempo, era só para eu aprender a ser forte, para me tornar a líder que o nosso clã merecia. Eu aceitei aquilo, por que eu sempre fui a filha obediente. -Ela solta um discreto riso amargurado. —Assim que chegamos na entrada das rosas douradas fomos recepcionados por três meitres, elas estavam com espadas, chicotes e lanças... aquilo me assustou, então eu comecei a implorar para o meu pai me levar de volta, mas ele nem mesmo chegou a olhar para mim apenas me disse "Hinata você é uma Hyuuga, apenas vá." Eu me agarrei as pernas dele chorando e implorando para ele me levar para casa, mas ele parecia não me ouvir e disse para as meitres que elas podiam me levar logo. Elas me arrancaram das pernas dele. Eu chorei e gritei ainda mais. Ele se virou para ir embora como se nada estivesse acontecendo. Eu esperneava me debatendo nos braços delas para chegar até ele. Então um das meitres deu a primeira chicotada. -Hinata sorriu pequeno por cima da dor de relembrar aquele momento ao observar Naruto se remexer inquieto no sofá —Eu sei que reparou nas marcas antigas lorde Uzumaki, não se preocupe já me acostumei com a dor. As outras duas a acompanharam no meu castigo e enquanto elas me chicoteavam falavam para mim "pare de chorar. Líderes não choram. ", "se você parar de chorar nós te deixaremos ir", "pare de chorar!"

—Você demorou muito para conseguir parar? -Naruto perguntou agoniado.

—Eu não parei. -Ela falou simplesmente arrancando uma pequena exclamação do rei. —Eu continuei chorando, até que desmaiei pela dor. Quando eu acordei estava presa em um cômodo escuro e então eu chorei de novo pelo medo, pelo dor, pelo abandono... horas, dias passaram, eu não sei quanto tempo foi, mas tudo o que eu fazia era chorar. Então quando eu estava desejando a morte eu escutei uma voz dizendo: "você precisa parar de chorar." E então eu segurei o choro por um segundo e perguntei: "por que se importa?" E ela me respondeu entediada. "o seu quarto fica ao lado do meu, não consigo dormir com você chorando o dia inteiro. Você pode calar a boca, eles te libertam, eu consigo dormir e todos ficam felizes entendeu. Pare de chorar e faça o que tem que fazer." Então eu parei de chorar, e comecei a gritar e esmurrar a porta, e então ela simplesmente despencou. A porta estava praticamente solta. Logo depois duas meistres apareceram para limpar e cuidar das minhas feridas, trouxeram comida e água e então eu aprendi que se você quer mudar algo, não chore, lute por isso.

Naruto se manteve em silencio agora compreendo um pouco mais sobre a garota. Naquele momento ele sabia que tudo o que supusera sobre ela antes estava errado. Ela tinha alma de rainha.

—Eu poderia ficar aqui chorando por que o meu pai é um traidor, ou posso casar com você e ajudar o meu povo. -ela se levanta com dificuldade soltando um ou outro gemido de dor no processo, Naruto se aproxima oferecendo ajuda mas ela recusa rapidamente Ficando frente a frente com o então rei do norte. —Eu vou ser a sua rainha, meu rei.

                                    ♜

—Puta que pariu! -o grande homem gritou ao sentir a ardência da erva amarelada sendo colocada sobre seu ferimento. —Eu imagino que não precise apertar tanto menina!

—me desculpe. -Sakura fala envergonhada, estava substituindo sua tia enquanto a mesma e Fugaku saíram para uma conversa sobre o seu "problema", mas ela simplesmente não conseguia se concentrar.

Fugaku de alguma maneira descobrira que ajudara a Hyuuga a fugir. Num primeiro momento achou que tinha acabado ali, ela seria morta na cabana mesmo, mas sua tia entrou logo depois dele e numa pequena conversa confusa que ela não entendeu muita coisa, mas Tsunade parecia ter um tom de ameaça na voz, então ela saiu com o Uchiha em seu encalço.

Aquilo fora a horas atrás, e ela ainda estava viva. Algo tinha acontecido.

—Deixa que eu assumo. -Tsunade apoia no ombro de Sakura parando-a. —Va descansar.

—Tia... O que aconteceu? -Sakura questiona se levantando rapidamente. —onde está Fugaku?

—Você não precisa se preocupar com nada querida, já arrumei tudo.

—Como? -Sakura insistiu.

Tsunade dá um pequeno sorriso acariciando os fios rosados da menina. —va dormir um pouco. Fugaku esta sobre controle, apenas se esqueça disso.

Sakura se preparou para voltar a questionar mas Tsunade se virou de costas para ela pondo-se a trabalhar no incrível numero de feridos que apareciam pós batalha.

Porém, ela sabia outro lugar onde procurar. 

E nem precisou andar muito, logo avistou Fugaku, falando com um Hyuuga, ela sabia pelos olhos incomuns iguais aos da menina que Fugaku açoitara, eles pareciam discutir, até que o Hyuuga se aproximou ainda mais do lorde Uchiha dizendo algo que ela não conseguira ouvir e saindo raivoso.

Aquela era a sua chace.

—lorde Uchiha! -Sakura chamou com uma pitada de ironia pelo título, ela conhecia Fugaku suficiente para saber que de lorde ele só tinha o titulo. —Teve uma boa conversa com a minha tia?

—não lhe interessa. -ele responde rude se virando para sair dali.

—Na verdade interessa. -a rosada se poe em seu caminho o impedindo de continuar. —O que tia Tsunade falou para que você não me matasse?

—Olhe coisa rosa, você ainda está viva. Agradeça por isso e não venha foder a minha paciência. Eu inda posso mudar de ideia. - Fugaku ameaçou.

—Não, você não pode. Mesmo que por um segundo se você pudesse mudar de ideia, você o faria. -Sakura rebate como se aquilo fosse obvio. Na verdade, de certa forma era. —Que cartas a minha tia teria contra você? Ela sabe de algo? Algo que você não quer que ninguém saiba? -ela arrisca observando o rosto de Fugaku ficar ainda mais raivoso, era a confirmação que precisava. —O que ela sabe? O que você esconde de tão horrível que consegue ser pior do que já se sabe sobre você?

—Você está certa, o que se sabe sobre mim é realmente ruim, eu sou um monstro. -Fugaku zombou se aproximando ainda mais da menina. —e eu acho melhor você tomar cuidado, o bicho papão pode vir te assombrar a noite, fiquei sabendo que o bicho papão daqui gosta de arrancar o couro cabeludo de suas vítimas, especialmente aqueles raros rosados, com uma faca e deixar preso em um estaca para apreciação. Espera, esse é outro monstro... ha sim, esse sou eu. -ele passou a mão pelos fios rosados de Sakura que se afasta abruptamente. —Não se esqueça com quem você está querendo jogar coisa rosa.

—Você não pode me assustar. -A Haruno disse firme. —Você já me tirou tudo. Já você tem muito a perder... e olha só a minha tia sabe de tudo. 

—Você se lembra como esse jogo termina, certo? Nós já o jogamos antes.

—Sim. Acredite eu me lembro. -Sakura fala com suas lembranças agora presas num passado que ainda era recente, mas perecia ter acontecido a muito tempo atrás, quando ela ainda se sentia viva, então ela ousou desafia-lo e morreu por dentro.—Mas dessa vez eu tenho um Ás e você nada.

Aquele era um jogo perigoso, ela sabia que dessa vez ele a mataria por completo. Mas estava mais forte agora que antes. Só queria a destruição daquele que a destruiu.

E diferente do que acontecera no passado, agora ela já não tinha mais nada a perder.

           ♜

—Conseguiu algo? -Shikamaru pergunto adentrando no pequeno quarto de criado em que Itachi e Orochimaru se encontravam.

—Você sabe, Uchihas... -o médico disse com a voz grave pelo cansaço, passara os últimos dias tentando salva Itachi e agora tentava arrancar algo dele apenas na conversa, uma vez que estavam tentando mate-lo vivo, mas o Uchiha era esperto e sempre fazia rodeios não os levando a lugar nenhum. —Arrancar algo de um Uchiha é quase como fazer um Akimichi emagrecer...

Itachi solta uma risada pelo nariz, se remexendo sob os dedos frios de Orochimaru que trabalhavam no seu ferimento, passando uma pasta verde. Diga-se de passagem, aquilo ardia.

—Senhor Orichimaru, o senhor fez realmente um grande trabalho com o nosso amigo. -o Nara disse com sua expressão de tédio de sempre, sentando-se na pequena cama que Itachi usava. —Veja só, dois dias atrás não se sabia se sobreviveria, hoje já ri de suas piadas.

Itachi geme enquanto Orochimaru empurra mais uma vez seus dedos contra a ferida, a última qualidade se poderia atribuir ao curandeiro era delicadeza. O Uchiha respirou fundo e olhando para o outro moreno respondeu:

—É como dizem meu lorde. Lute como um Uzumaki, pense como um Nara, prospere como um Hyuuga mas viva como um Uchiha.

—Ha! Quando eu era pequeno eu não entendia esse provérbio, por que vocês eram comparados aos outros lordes, pobres e estranhamente frios. E vocês não tinham muitos contatos com as outras casas. -Shikamaru divagou acendendo um de seus cigarros, recebendo de Orochimaru um olhar de repreensão. Ele o ignorou. —Mas então eu cresci, me tornei um guerreiro e percebo cada dia mais como vocês gostam da vida, lutam ferrenhamente por ela. Vocês são uma maldita raça, difícil de matar.

—Também dizem meu lorde, que um Uchiha vive mais intensamente por que são os que mais amam. -Orochimaru comentou. Depois de uma noite e uma manhã sem intervalos conseguira estabilizar o paciente. —Eles amam como ninguém, então vivem como ninguém.

—vida e amor... pena que lealdade não está em seus princípios. -Naruto entrou no cômodo com um pequeno sorriso, arrasta uma cadeira de madeira se sentando ao lado de Shikamaru, que apenas se dignou a levantar uma sobrancelha em resposta. —Talvez por isso viveram na sarjeta nas ultimas eras. Acabados, largados e pobres. Os Uchihas e seu amor viveram como animais. Que grande vida hein... -ele alfinetou.

—Nos reerguemos. -Itachi respondeu.

—Mas é claro. Tanto que desafiam todo o Norte. -Shikamaru falou se relaxando no encosto da cadeira dura. —Mas eu já vi essa cena antes, vocês em uma rebelião contra o Norte, e sendo massacrados... não foi assim que vocês chegaram aquela situação?

—Nós vamos vencer agora. - Itachi afirmou encarando os dois lordes com um pequeno sorriso cínico. —Vocês se orgulham de estarem protegidos, ou como eu chamo isolados por todos os lados mas isso também pode se virar contra vocês. Se invadirmos o norte vocês não têm para onde fugir, estão entre o rio de jade e o mar.

—Vocês vão invadir o norte? Me conte como pretende fazer isso, meu senhor. -Naruto disse com ironia.

Itachi riu e ameaçou.

—lorde Uzumaki, o rio é um obstáculo, mas não uma barreira inquebrável.

—Verdade. Então eu me pergunto, por que ainda não o fizeram? -Shikamaru disse soltando uma longa baforada de tabaco. —Diga-me depois de tanto tempo com toda a raiva e inveja guardados dentro de vocês, agora tem tudo para sua vingança, então ficam na outra margem, aguardando oque?

Itachi respira fundo jogando sua cabeça de volta contra o travesseiro, ele odiava aquilo. —Começar uma guerra nunca foi a ideia, quem diabos realmente desejaria estar em guerra? Mas está acontecendo, e todo mundo só quer sobreviver e proteger as pessoas que ama. Eu amo o meu irmão, meu filho... eu amo a minha família! E se para protege-los eu tenho que matar você Naruto e deixar o norte destruído em chamas, eu faço. -ele olhou para cada um dos homens no pequeno quarto, os lordes que ele conhecia a vida toda e agora eram seus inimigos. —Quando percebi que faria qualquer coisa, mesmo que seja desonrosa ou má, eu me senti um porco. Eu pensei no meu filho, sempre me vi como um homem honrado, mas um homem que fazia o que eu tinha que fazer não merece o respeito do seu filho, nem de ninguém... Mas então eu penso "estou fazendo isso por ele também" não posso ser julgado por um pecado que todos cometem. Todos nós amamos, e fazemos coisas horríveis por isso.

Naruto revira os olhos com ironia.

—Você também é um réu desse júri Naruto. Você iniciou uma guerra por amor ao seu pai. E você Shikamaru me atravessou com uma espada por amor ao seu. Somos todos pecadores aqui. Não valemos nada. Mandamos milhares de pessoas para morrer por que na verdade somos todos fracos.

—Eu não sou fraco. Não estou me escondendo atrás dos meus homens, eu luto por eles. -Naruto se levanta andando pelo pequeno quarto parando ao lado da cama que o Uchiha ocupava. —Reconheço que eu não era um exemplo de rei no início, mas recentemente eu aprendi que "se você quer que algo mude você tem que lutar, realmente lutar." O Norte é mais do que um antigo reino, é a minha casa, é o meu povo. Eu nunca permitiria que vocês tomassem Konoha. O povo nortenho nunca permitiria isso. Então nós vamos lutar. Todos nós.

—O norte era nossa casa também, mas então vocês decidiram que não eramos bons o bastante para a nossa casa e nos chutaram, ao final parece que lutamos pela mesma coisa. -Itachi sorri fraco se virando para Shikamaru que observava os dois atentamente, sabia o suficiente dos Naras para saber que o atual lorde das torres estava analisando cada palavra que saia da sua boca. Ele nunca quis uma guerra, mas as coisas foram acontecendo uma por cima da outra e ele já não tinha controle nenhum da situação, absolutamente tudo havia saído do seu controle. —Nosso exército vai atacar logo, as torres vão abaixo, e terminado aqui vocês já não poderão conter o avanço das forças sulistas. Se passarmos pelas torres estarão acabados.

Era o melhor que ele podia fazer naquele momento, mas era o suficiente para Shikamaru que se levantou apagando seu cigarro. —Vamos Naruto, temos uma luta.

                                        ♜

Depois de terem uma longa e tensa conversa na floresta negra eles foram instruídos a passar pelos mesmos arbustos de onde Mei sairá outrora dando a visão duma abertura de caverna por onde eles passaram até sair do outro lado em uma grande área cercada por arvores enormes e algumas pessoas apressadas passando pelo pequeno grupo como um rio passa pelas pedras em seu percurso.

O lugar era enorme, haviam diversas pessoas saindo das pequenas cabanas, era quase como o acampamento dos Uchihas mas um pouco menor, a copa alta das arvores deixava passar poucos raios de sol do dia que nascia iluminando fracamente os rostos das pessoas que já iniciavam seu dia junto com o sol, ou que como ela nem havia dormido. Tenten parava vez ou outra para falar com algumas pessoas dando rápidas ordens, a morena guiava o pequeno grupo sem que ninguém realmente estivesse prestando atenção neles, estavam bem camuflados no meio do povo, Jyraia vestia uma roupa desleixada composta por uma camisa de linho e uma calça de algodão que por mais que ele fosse agora um cavalheiro era bem a cara dele e Temari usava um vestido que as criadas que cuidavam de Hinata a arranjara, era simples e bem parecidos com o que as mulheres lá usavam, já Mei usava um de seus vestidos longos que ela costumava usar em castely rose, mas ninguém parecia se ater a isso, porém já era o esperado visto que ela já estava lá quando chegaram. Na verdade todos já deviam conhecer os dois mestres.

E ela? bom... eles não pareciam ligar para ela.

—Ok, talvez eu esteja impressionada. -Temari falou assim que eles pararam em frente a uma das pequenas cabanas do local enquanto Tenten abria a porta de madeira. —As pessoas, o lugar... não parece com nada no Sul, principalmente pela falta de sangue e gritos.

—Isso é por que estamos mais longe de vocês. -Tenten respondeu seca indicando a todos que entrassem na pequena cabana. —bom... não mais ao que parece.

—Alguém aqui tem problemas com o sangue do império. -Temari zomba observando o interior da cabana, parecia com um escritório improvisado, mas muito organizado tinha uma mesa de madeira com alguns papeis empilhados entre eles um com o símbolo real que chamou a atenção dela.

—Estamos no Norte princesa, todo mundo aqui odeia o seu sangue de merda. Acostume-se. -A morena se senta na cadeira postada atrás da única mesa do local encarando a Sabaku que segue seu exemplo se sentando com Jyraia e Mei ao seu lado de frente para ela. —Ainda não entendi por que precisamos da princesinha aqui.

Temari sorri com ironia pronta para rebater sua mais nova oponente, mas Mei a antecipa respondendo:

—Não viemos aqui para pequenas picuinhas Tenten. Conseguiram os papéis?

A Mitashi demora seu olhar em Temari por mais alguns segundos antes de se virar para uma das pilhas de papeis em sua mesa pegando o que continha o selo real e entregando para a arquimeistre. —Sim, chegaram hoje. Antes que o conselheiro do rei fosse levado um dos nossos homens conseguiu interceptar a carta.

—Ótimo. -Mei fala enquanto corre seus olhos rapidamente pelos papeis amarelados.

—Tem muita sorte senhora Mei, se o conselheiro tivesse conseguido enviar essa carta contando ao rei que faz parte da rebelião estaria morta. -a morena se escora nas costa da grande poltrona que ocupava encarando Temari que devolvia o olhar com desdém. Tenten sorri decidindo provocar. —Sabe, nem mesmo a família dele seria poupada se...

—Está faltando uma parte! - Mei exclama raivosa interrompendo o início de discussão das duas garotas.

—O que?! Não. -Tenten se levantou num rompante quase derrubando a poltrona que ocupara. —Me deram certeza de que pegaram a carta ainda nos calabouços do castelo onde o conselheiro estava preso, ela nunca chegou ao piso do castelo real. Eu confio nos meus homens.

—Serio? Então me explique isso! -a arquimeistre segue o exemplo da garota a sua frente também se pondo de pé esticando os braços deixando os papeis da carta a centímetros do rosto da morena. —esse folha rasgada ao meio me diz que está faltando algo!

—Eu tenho certeza que existe uma explicação plausível.

—A explicação é que "seus homens" são uns incompetentes que não conseguem nem manter algumas folhas inteiras!

O clima pesado da sala foi momentaneamente quebrado por batidas na porta de madeira que fora prontamente aberta por Jyraia que se inclinara para um menino que chamava a porta. Cansada de apenas assistir a discussão Temari se põe de pé entre as mulheres.

—Mei, você está dizendo que alguém roubou um pedaço de uma dessas folhas... -Temari falou intervindo entre as duas de frente para a ruiva que assente —Por que alguém roubaria apenas uma parte? O que teria de tão importante nessa parte que não tinha no resto?

—Eu não sei. Eu não escrevi isso. -A arquimeistre responde irônica.

—Eu acho que você sabe. -Tenten rebate.

—Precisamos voltar minha querida. As coisas nas torres continuaram andando depois que saímos. Preciso cumprir meu papel de mestre com meu afilhado e a sua amiga já acordou, não seria aconselhável deixar ela sozinha sem garantir que ela manterá a boca fechada sobre você. -Temari olha meio em dúvida de deixar as duas sozinhas e elas se matarem —tenho certeza que elas podem resolver este pequeno incidente não é mesmo Tenten?

—Sim mestre Jyraia.

—Ótimo. -Ele assente sorrindo e oferecendo seu braço a Sabaku. —Vamos.

Temari suspira olhando as duas mulheres se encarando apostos como num ringue, antes de aceitar e seguir com o homem para fora. —Ok.

#

Eles andavam em silencio, Jyraia ia andando na frente mostrando o caminho e Temari mais atrás presa em seus próprios pensamentos sobre o acampamento rebelde que deixaram tão abruptamente.

—Não se preocupe, você logo estará de volta. - O mestre falou diminuindo seu passo para que a menina o alcançasse. —Hoje você só precisava ver o local. É importante que você esteja aqui, você está aqui por um proposito não se esqueça disso.

—Um proposito que eu inda não sei qual é. Na verdade eu nunca posso saber nada não é mesmo?! - Temari murmura cansada, todo mundo parecia sempre esconder algo.

Jyraia sorri cumprimentando alguns soldados que faziam a guarda do portão sul das torres liberando a entrada deles. Ela nem havia reparado que eles já haviam andado tanto —Pode me perguntar qualquer coisa.

—Ok vamos começar por isso... Você não moveu um dedo no assunto da Mei e me arrastou de lá o mais rápido possível, o que quer dizer que ou você sabia do que se trata ou você simplesmente não se importa mas também não quer que eu saiba. -ela falava baixo ao seu lado enquanto andavam pelos corredores da torre sul, eles já não podiam falar tão abertamente com a presença constante dos guardas da torre. No entanto Jyraia nem mesmos e dignou a abrir a boca apressando o passo. —O que há de errado com você?! Com Mei? Com Tenten? Com todo mundo nessa maldita...?! -ela foi aumentando seu tom de voz gradativamente assim como a sua furia, mas parou der repente quando Jyraia se virou abruptamente fazendo os corpos se colidirem, o grisalho não se moveu um centímetro com o impacto.

—Você não pode falar sobre o movimento aqui. Não é por que aqui eles não ligam para os rebeldes que as regras mudam, se descobrirem alguma pratica rebelde você morre. -Jyraia falou a ajudando a se recompor. —Eu sou apenas um homem, não um mago. Não sei de tudo. Da Mei o básico. E o que eu sei, é que ela é maluca, mas você não precisa tema-la. Não você.

Ele se afasta gradativamente se encostando numa grande porta de madeira e voltando a sua feicão tranquila e zombeteira de sempre aguardando a resposta da garota que suspirou frustrada.

—Não vai me dizer mais que isso não é mesmo? -ela pergunta mesmo que já soubesse a resposta que veio com um suspiro cansado dessa vez de Jyraia. —Ok. Ok. Vamos esquecer um pouco do "movimento" me diz sobre o menino que foi lá lhe chamar. Ele é como um espião? Tem mais pessoas de lá nas torres? Se ele lhe falou duas palavras e você saiu correndo para ca quer dizer que algo importante aconteceu, o que foi?

—certo... Você faz muitas pergunta mas vou responder a estas. Eu não tenho espiões, apenas pessoas que me mantem informado sobre aqui quando estou fora e lá quando estou aqui. Sim. Tem mais pessoas aqui. E sim algo aconteceu. Itachi Uchiha ameaçou dizendo que os Uchihas irão derrubar as torres e invadir o norte, a notícia se espalhou, alguns dizem que ele estava blefando outros pensam que os Uchihas estão armando uma emboscada mirabolante que pode acontecer a qualquer momento e a ainda quem acredita que eles estão infiltrados no norte e nos atacaram quando dormirmos. No que você aposta?

—Eu?

—isso. -o mestre redarguiu com firmeza. —Me diga qual é a próxima jogada do inimigo?

Temari arqueou as sobrancelhas com a declaração do homem e ficou pensativo por alguns momentos antes de responde-lo.

—Se a ameaça dele for verdadeira esse é um plano de início, já que desde a batalha da ponte ele foi capturado. Então algo deve ter dado errado ou o plano ainda está em execução. -a Sabaku da uma pequena pausa pensando mais a respeito. —Para invadir eles precisariam de barcos, afinal todo mundo sabe que é impossível passar pelo rio de jade com um exército já que se os soldados decidirem nadar com suas pesadas armaduras afundaram e se afogaram, e se forem sem elas, serão massacrados pelos flecheiros no alto das torres. Então eles provavelmente usariam barcos que também trariam catapultas para a derrubadas dos muros. -ela dissertou com os olhos fixos no nada e franzindo a testa vez ou outra com os inúmeros pensamentos que lhe acometiam. —Os únicos que possuem uma boa marinha no Sul são os Senjus e o sangue do império, mas eles estão o outro lado então teriam que dar a volta pelo vulcão de Gor o que levaria alguns dias mas eles com certeza já estariam aqui, então provavelmente algo ou alguém os está segurando longe daqui. O que quer que seja é melhor vocês descobrirem, seria péssimo serem pegos de surpresa.

—Eu também imagino que seja isso -Shikamaru diz parando ao lado do mestre e da garota que tomam um pequeno susto com sua chegada, mas disfarçam bem.

—Desculpem o meu amigo, ele tem esse mau habito de aparecer do nada nos lugares. -Naruto que vinha andando mais atrás;

—Creio que ainda não fomos apresentados senhorita. -ele estende sua mão á ela. —Eu sou o lorde das torres, Shikamaru Nara.

Temari hesita por um segundo antes de retribuir ao cumprimento se lembrando do seu então nome. —Tema.

Sem sobrenome. Uma plebeia. Ela tinha que se lembrar disso.

—Tema é a dama de companhia de Hinata Hyuuga, sua futura rainha. -Jyraia interviu acrescentando.

—oh, sim. Eu fui visita-la hoje. -Naruto comenta. —Ela aparenta estar bem apesar de que tenho quase certeza de que está sentindo dor.

—Sendo assim creio que devo ir vê-la imediatamente. -ela aproveita a deixa para sair, sabia o quão perigoso era estar ali. —Senhores. -a loira se curva levemente se vira andando para longe dos lordes.

—O que você estava fazendo com a jovem e bela dama de companhia mestre tarado? -Naruto questiona desconfiado, sabia muito bem a fama de seu mestre, ele próprio presenciara algumas façanhas.

—Eu só estava mostrando a ela o lugar garoto. -não era exatamente um mentira. —Que imagem você tem de mim. -o grisalho fala com um falso tom ofendido. —De qualquer forma eu já vou entrando.

Jyraia empurra a porta em que estivera escorado todo aquele tempo deixando os dois lordes sozinhos.

—Pelos deuses! Você pode parar de olhar para a menina dessa forma? É estranho. -Naruto dá um pequeno tapa no pescoço do Nara o forçando a tirar seus olhos da loira.

—Tem alguma coisa errada com essa garota. Realmente errada. - Shikamaru fala levando sua mão ao pescoço fazendo uma pequena massagem no local acertado.

—do que você está falando? É só uma garota.

—Não. Tem mais. -o Nara voltou seus olhos para o corredor onde ela virara e saíra de suas vistas. Bem, ele sabia para onde ela estava indo. —Eu ignorei a minha intuição com Hiashi e nos fudemos. Não vou fazer isso de novo.

—Ok. E o que você vai fazer? Prende-la em um calabouço alegando que a sua intuição desconfia dela? - Naruto diz num tom irônico.

Shikamaru suspira alto nervoso. —Eu já volto.

                                  ♜

Temari empurra a porta do quarto que Hinata ocupava com força desmedida, precisava ficar longe daqueles homens. O ruido da medeira sendo empurrada pelo chão duro assustou uma criada que colocava uma jarra de vinho, pedido da Hyuuga, na pequena mesinha ao centro quarto, quase derrubando-o. —Você não pode ir entrando no quarto de um nobre. Bata na porta. -Ralhou a velha criada.

Temari pensa em retrucar mas desiste ao se lembrar que ela não devia chamar atenção, então respira fundo, deixa a porta meio aberta mesmo e questiona:

—Cadê a Hinata?

—Lady Hinata se encontra no banho, ela insistiu em faze-lo mesmo que não fosse o recomendado. -a criada falou com um tom de voz nada satisfeito.

—Ok. Eu espero aqui então. -a Sabaku responde pegando uma taça do brilhante conjunto que a outra trouxera enchendo-a de vinho. Tudo isso sobre o olhar incrédulo da mais velha.

A mulher se prepara para dar um grande esporro na loira sobre deveres dos criados, mas é interrompida pelo barulho da porta sendo empurrada novamente. —Ninguém mais sabe bater na porta! -ela exclamou indignada se virando furiosa para o ser humano que a interrompeu, mas a expressão em seu rosto em um segundo passa de fúria para surpresa e vergonha. —Meu senhor! Me perdoe... Eu não...

Temari mal segurava o riso e Shikamaru olhava curioso para a cena, a mulher se encontrava com o rosto num vermelho escarlate que parecia que entraria em combustão a qualquer momento. Sentido pena da mulher, Temari busca tira-la daquele ambiente. Esvazia sua taça num gole, voltando a enche-la.

—acho que você vai precisar pegar mais vinho para Hinata.

A mulher se volta para a loira agora transtornada com o seu atrevimento, mas Shikamaru intervém.

—senhora Germana, poderia por favor nos deixar a sós? -ele pergunta mesmo que fosse uma ordem.

A crida hesita por um segundo mas sai, não sem antes claro deixar um olhar de advertência a Temari.

—Vejo que gosta bastante de vinho, isso me surpreende. Mas realmente a maior parte do pouco que sei sobre você me surpreende. -Shikamaru diz parado na porta do quarto. Temari o olha com estranhamento como se cobrasse uma explicação, e mesmo que não lhe fosse necessário ele respondeu. —Bati e ninguém respondeu.

—Então você supôs que poderia invadir o quarto de uma dama? -Temari perguntou com ironia.

—Na verdade eu sabia por Naruto que ela fora levada para um banho, então supus que você estaria aqui sozinha. Eu estava certo.

—Então você supôs que pode invadir o quarto de uma dama por que sua criada está sozinha ali? -Temari volta a questionar com um pequeno sorriso nascendo pela sua brincadeira insolente, e estranhamente o lorde a acompanhou no sorriso. —de qualquer forma, o que quer comigo meu lorde?

—Eu conheço você. -Shikamaru falou fazendo Temari tremer por dentro, mas manteve-se em silencio. —você era a garota no cavalo cortando cabeças. Uma grande performance se me permite dizer.

—essa sou eu. -Temari solta um pequeno sorriso em divertimento ao se lembrar da cena.

—A senhorita também tem um bom conhecimento de táticas de guerra e economia das casas nobres, eu pude notar por sua conversa com mestre Jyraia.

—é mesmo? -a loira toma um longo gole de vinho, se sentando na cama que Hinata outrora usara. Aquele era um território perigoso.

—Sim. A senhorita não acha estranho uma garota, uma plebeia, ter tanto domínio sobre equitação e esgrima, além de ter um vasto conhecimento sobre a história e economia das casas nobres? -Shikamaru adentra no quarto pegando a jarra com vinho. —posso?

—Você é o lorde aqui. -a garota responde e o Nara se serve um taça cheia em seguida.

—o que me diz sobre isso? -ele se senta na poltrona ao lado da cama.

Temari toma outro gole vinho com seus olhos colados no lorde. Ele a olhava como se pudesse detectar sua menor mentira e ela definitivamente não era uma Mei da vida.

—eu era filha de uma das funcionárias de Castely Rose, foi lá que conheci Hinata e aprendi algumas coisas escondida. -Porém, ela conseguia ser relativamente boa em meias verdades. Tomara que Sakura não se importe que ela use parte de sua história.

—a teoria ok. -Shikamaru se recostou em sua poltrona. —Mas não tem como você praticar esgrima escondida.

—Essa parte aprendi com a minha mãe.

—Sua mãe? -Shikamaru pergunta desacreditado.

—Sim. Ela era uma grande mulher. -a loira falava com o pensamento longe ao se lembrar da mãe. —Eu vim ao mundo a filhinha do papai, mas a minha mãe fez de mim um soldado. Quando eu fiz cinco anos ela me pegou pela mão e saímos reino a fora.

—Cinco? -Shikamaru indagou com uma sobrancelha elevada.

—Cinco. Ela me ensinou a lutar, dançar e que uma mulher precisa mais de vinho que chá. -Temari solta uma pequena risadinha ao se lembrar daquela época. Enquanto o moreno contorcia seu rosto em uma careta que se dividia entre um pequeno sorriso e estranhamento. —Um dia ela disse para mim "vai chegar um dia que você terá que proteger os seus irmãos. E para mantê-los a salvo você vai ter que fazer coisas que não gosta." então ela pôs uma espada nas minhas mãos me colocou de frente para um homem amarrado numa arvore e todo ensanguentado, e me disse para perfurar seu coração, se eu não fizesse, ele mataria os meus irmãos eventualmente. Era isso que ele havia ido fazer lá. "Pegue essa espada e afunde no peito dele. Não chora. Faça." Eu apenas fique tremendo com a espada como uma vara verde então ela segurou as minhas mãos e disse: "querida você nasceu ser uma garota forte. Não tem problema se agora você se sentir mal, mas hesitar nunca foi uma opção, se o fizer você morre. Agora vai lá e faça o que você tem que fazer." Eu fiz. E hoje eu sou forte. "Se você não souber se proteger do mundo, ele te esmaga." -a loira sorve um pouco do seu vinho com um pequeno sorriso amargo. —Minha mãe não era tola, de alguma forma ela sabia o que viria. Então me ensinou tudo o que podia e morreu alguns meses depois.

o silencio se instalou entre os dois por alguns segundos, o Nara analisando a menina e ela com a mente presa no passado.

—a uma grande mulher. -Shikamaru fala quebrando o silencio com sua taça erguida em cumprimento. Temari o acompanha discretamente virando outro gole. —Você não parece uma criada. O jeito com que fala ou mesmo me responde, é marrenta demais para uma criada.

—Bem, não sei por que me confunde com uma dama. Pelo que sei, essas são atitudes repudiadas para damas. -a garota responde se lembrando de todas as vezes que já fora repreendida por agir exatamente daquela maneira. — Garotas nobres não são super educadas e gentis?

—elas tentam. -Shikamaru sorri tomando mais um gole. —Todos fingem bastante quando se é um nobre.

—Você não.

—Eu não. -ele sorri colocando mais um pouco de vinho em sua taça. —Quando eu tinha dez anos meu pai mentiu para mim dizendo que minha esquerda estava ruim e que deveríamos treinar até tarde naquele dia. Apenas quando chegamos em casa percebi que ele e minha mãe fizeram uma festa surpresa para o meu aniversário, mas eu passei o resto da noite emburrado pela mentira. Eu sabia que não tinha nada malicioso na mentira deles, mas era mais forte que eu. Eu nunca lidei bem com mentiras.

—Está errado meu lorde. Você não tem problemas com a mentira. -Temari diz com um pequeno sorriso irônico. —Você não gosta é de ser enganado. Você não lida bem com a ideia de alguém ludibriando seu cérebro de super gênio.

—Pode ser, mas por orgulho ou não eu sempre descubro quando mentem para mim, e isso nunca acaba bem para eles. -Shikamaru se levanta deixando sua taça na mesa. —Ainda acho que a algo de errado com você, e se tiver eu vou descobrir. Já sabe como reajo a mentiras então se você for realmente esperta sabe que é melhor me dizer a verdade agora.

Aquilo fora uma ameaça. Uma ameaça bem direta. Mas uma Sabaku não era amedrontada facilmente. —Eu sou esperta. -ela sorri o indicando a porta para que ele saísse. —tenha um boa reunião meu lorde.

—Boa noite senhorita.

Que os jogos comecem.
 

—O que aquele lorde fazia aqui? -Hinata perguntou assim que Temari bateu a porta com a saída de Shikamaru,  Hyuuga vinha já vestida com uma longa roupa de dormir.

—me interrogar ao que parece. -Temari fala suspirando alto, tinha a impressão que aquele não seria um jogo fácil.

—oh, sim! Isso nos leva ao ponto... Então, você é minha dama de companhia. -Hinata diz com um sorriso zombeteiro, mas não consegui segurar por muito tempo. —Sabaku no Temari dama de companhia!

—era isso ou ser a criada do penico. -a loira zombou fazendo as gargalhadas aumentarem ainda mais. —E não sou qualquer dama de companhia. Eu sou Tema a dama de companhia da futura rainha do norte.

—Tema, esse é o seu nome agora? Que criativo. -a morena diz ironica mas logo começa os questionamentos que estavam em sua cabeça desde a criada a dera o recado da amiga. —Por que você está no norte? Onde estava mais cedo?

—eu fui a sua carona para cá. E eu estava só dando uma sondada por aqui. -Temari diz evasiva, precisava fugir daquele assunto principalmente naquele momento a Hyuuga não poderia saber de nada. —Mas agora eu quero mesmo é saber sobre esse negócio de rainha? Então você realmente aceitou...

—Sim. Mas dessa vez não é pelo meu pai, ou algo assim. É por mim. Você se lembra o que me disse na minha primeira noite em castely rose? "Pare de chorar e faça o que você tem fazer" Eu quero governar. Eu preciso governar para o meu povo, eu preciso garantir que eles fiquem bem. -Hinata diz com um ar determinado. —Não vou ser o peão de sacrifício para que eles garantam os Hyuugas. Eu vou ser a rainha. E eu vou reinar à minha maneira. Eu vou impor o meu poder como rainha no conselho. O rei goste ou não.

                                           ♜

Ficar andando pelos corredores do castelo Uzumaki nas costas de um Rock não era algo discreto e muito menos sábio a se fazer, principalmente quando o sol já estava pino e o castelo fervia como sempre com os criados correndo de um lado para o outro atendendo todas as ladys hospedadas lá, algumas já haviam partido para suas casas principalmente quando chegavam as cartas das famílias dos mortos, ele sempre escutava os gritos vindo do grande salão vermelho relativamente distante do seu quarto.

Mas precisava falar com uma certa loira que aparentemente o estava evitando, tanto que só ficara sabendo por Lee que ela logo partiria também; ao que parecia a senhora Yamanaka estava impaciente para voltar ao seu jardim celestial e a menina que antes aparentava gostar dali der repente expressava o mesmo desejo.

Bem... der repente para os outros, Gaara sabia muito bem que desde o beijo trocado entre eles, a loira o estava evitando a todo custo. Não era surpresa que ela quisesse ir para longe dele, afinal ele era um aleijado e ela uma lady, não tinha o direito de tocar aquela dama. Ainda por cima uma dama comprometida.
Era verdade que tecnicamente ela o beijara, mas ele queria deixar claro que

Ensaiava todo o seu discurso, porém ele se perdeu assim que a viu saindo da biblioteca do castelo. Seu vestido rosado farfalhava enquanto andava apressada tentando arrumar sua manga, parando assim que ela estancou em frente a eles ao finalmente os perceber ali.

Sua boca se abriu em um perfeito "o" com seus olhos arregalados em surpresa como complementos se levasse as mãos ao rosto seria a cópia do "o grito", mas claro mais bela.

A garota se mantinha estática sem dizer uma única sílaba então Gaara resolveu tomar a frente.

—Podemos conversar?

#

—o que está fazendo aqui? Você nunca sai do seu quarto. -Ino murmurou fechando a porta da grande biblioteca assim que Lee passa com Gaara em suas costas.

—Realmente, eu não deveria estar aqui. Todos agora sabem que tem um ruivo estranho e suspeito no castelo. -Gaara falava enquanto Lee o continuava levando biblioteca a dentro com Ino em seu encalço. —Mas eu precisava falar com você.

—o que? -Ino perguntou encarando uma das prateleiras que os cercavam. Ela sabia o que era, mas não queria falar sobre aquilo.

—Eu sinto muito. -Gaara diz assim que Lee o coloca sentado em um pequeno sofá de leitura. Aquele era um bom lugar, estavam o suficiente longe da entrada e com as prateleiras ao seu redor lhes dava ainda mais privacidade. E escondia o ruivo de olhares curiosos. Lee sai fingindo olhar alguns livros. —eu tinha o direito de ter feito aquilo.

—A culpa não foi sua. Foi minha. -a loira se escora em uma prateleira próxima levando seus olhos ao teto cheio de pinturas do castelo, ela realmente preferia fugir daquele assunto. —Mas não se preocupe, esta tudo bem.

—Não. Não esta tudo bem. -Gaara diz firme. —Você mal olha nos meus olhos. Você está partindo! E eu só fiquei sabendo disso por Lee! Você iria embora sem dizer adeus?!

—As coisas não são simples assim. Eu tenho minhas obrigações com a minha casa, com a minha família. -Ino falava de sua ida, mas Gaara sabia que isso também se aplicava a outras coisas como o fato de ela ser noiva e também de ele ser um aleijado. —Uma hora eu teria que ir para casa, eu não moro aqui. Olha... Eu sou muito agradecida a você, é uma das melhores pessoas que já conheci, um grande amigo, mas eu tenho que partir.

—Quer saber o que eu acho? Você está fugindo. -Nem ele sabia de onde tinha tirado aquela coragem, mas sabia que não ia deixar ela ir embora para o jardim celestial daquela forma. —Eu acho que te julguei errado. Você está sendo covarde.

Aquilo havia sido uma facada. Os mesmos olhos que antes transmitiam todo aquele encanto agora eram pura decepção e dor. Ela o estava magoando. Estava agindo como uma covarde. Ela sabia disso. —Desculpa.

O silencio se instalou entre os dois que seguravam as lagrimas. Lee voltou também em silencio para pegar Gaara, mas antes que o fizesse gritos histéricos e chorosos quebraram o silencio do lugar, e a única coisa coerente que se podia entender naquela gritaria era um nome, Ino.

#

—Ino! Pelos deuses filha onde você está? Morto! Pelos deuses!

—Mãe! -Ino sai de trás de uma das prateleiras encontrando uma senhora Yamanaka histérica que era amparada por uma de suas damas de companhia. —o que aconteceu?

—oh, minha querida... -lagrimas inundavam os olhos da matriarca da família Yamanaka, ela estava preste a desabar. —É terrível! O que faremos agora?!

Não demorou muito, e ela foi ao chão, fazendo a mais nova correr em seu socorro para não deixa-la cair contra o chão duro do castelo. Ela apagara. —hey! Você! Vai buscar um pouco de água e uma toalha! -Ino ordena, com um pouco de dificuldade por estar segurando sua mãe que era mais pesada do que ela imaginava, a mulher que a acompanhava, que sai porta a fora correndo atrás dos objetos pedidos. —Lee! Vem aqui! Da uma ajuda!

O Rock aparece quase que imediatamente carregando Gaara, já que o ruivo não aceitou ser deixado para trás. Ele nem ao menos dirigiu o olhar a garota, mas queria estar lá por ela, seja qual fosse o problema.

—Me ajude, a coloca-la naquele sofá. -a loira aponta para um sofá de leitura perto de uma das janelas da majestosa biblioteca. Lee deixou Gaara sentado próximo ao lugar e voltou pegando a mulher desacordada no colo a levando para o lugar indicado, coincidindo com a chegada da dama de companhia da senhora Yamanaka que trazia os objetos que Ino pedira.

Ela começou a trabalhar imediatamente, ignorando ou fingindo ignorar os dois homens na sala, ela sabia que não devia fazer perguntas. Molhou a pequena toalha branca e a colocou na testa de sua senhoria.

Ino olhava a mãe sem entender absolutamente nada do que acontecia.

—Um mensageiro trouxe uma carta das torres senhorita. Igual as que vieram para lady Aburame e as outras que partiram antes. -a dama de companhia falou com um tom de voz pesaroso. Aquilo já era o suficiente, todos sabiam o que aquilo significava.

Uma pequena lagrima solitária desceu em antecipação, mas Ino a limpou rapidamente se voltando para a mulher. —Onde está a carta?

—Aqui senhorita. -a mulher entregou uma pequena carta com o selo real rompido a Ino que o esticou rapidamente o lendo, a loira já não prestava atenção em si mas a dama de companhia resolveu continuar sua explicação. —Sua mãe deixou cair e eu guardei.

—Você esta bem? - Gaara perguntou preocupado com a loira que a cada linha que lia descia mais lagrimas.

—Ele foi morto em batalha. -a Yamanaka falava tentando controlar as lagrimas que desciam como um cachoeira de seus olhos. —O rei do norte diz que ele foi um grande homem e um grande guerreiro, e que o ele e o Norte sempre estarão a nossa disposição para tudo o que precisarmos. Não ficaremos desamparadas. -ela diz amargamente levando suas mãos ao rosto tentando secar suas lagrimas, elas já estavam desamparadas.

—A senhorita deseja que eu mande arrumar as malas das senhoras e uma carruagem? -a dama de companhia perguntou. —Um funeral deve ser feito no jardim das almas.

—Sim, por favor. - Ino diz secando as lagrimas em seu rosto molhado. —E duas carruagens. Na verdade, arrume a maior que tiverem para mim.

—lady Ino... eu não entendo, para que duas carruagens?

—Eu não vou ao jardim celestial. - a Yamanaka responde, depois se voltando para Lee com seus olhos vermelhos pelo choro. —Eu preciso de um favor seu.

—Senhorita, para onde está indo? - a mulher insistiu perdida.

—Eu estou indo ser forte.

                            ♜

Shikamaru andava rapidamente na direção da sala onde estava acontecendo a reunião. Ele estava atrasado, mas não se importava. Sabia que nada nunca acontecia no início daquele tipo de reunião, era sempre a mesma histeria dos lordes de sempre, e só depois com os ânimos um pouco mais calmos conseguiam chegar a algum ponto. A verdade era que ele não conseguia tirar da cabeça que tinha alguma coisa errado com a loira. E ele iria descobrir.

Os corredores ali estavam cheios de guardas, teve que reforçar a segurança naquele local por causa dos lordes paranoicos que tinham medo dos Uchihas atacarem durante a noite, como se eles tivessem se esquecido que tem um rio entre eles. Nem um Uchiha apareceu, porém, um rebuliço foi criado der repente quando Neji apareceu na curva do corredor carregado nos ombros de dois pequenos Hyuugas Um deles nem mesmo parecia um soldado eles estavam quase despencando.

—Neji! Que merda você está fazendo aqui? -Shikamaru pergunta agarrando o Hyuuga antes que ele caísse dos braços de um dos homens.

—Vamos entrar na reunião Shikamaru, esses dois não dão conta de uma folha. -Neji fala se soltando do outro Hyuuga colocando o seu peso em cima de Shikamaru.

—Eu sou apenas um mensageiro, meu senhor, não uma carroça. -o pequeno Hyuuga retruca emburrado.

—Vamos logo Shikamaru! Não temos tempo a perder. -Neji diz firme, o Nara pensa em retrucar, mas apenas bufa carregando o Hyuuga até onde estava acontecendo a reunião.

Dava-se para escutar os gritos dos lordes do outro lado da porta, ao que parece ainda não havia passado a parte da histeria. Shikamaru empurrou a porta com um chute já que suas mãos estavam ocupadas fazendo a sala ficar em silencio imediatamente e todos olharem para eles na entrada da sala.

—O que aconteceu Shikamaru? -Chouji questiona se aproximando do amigo que apenas dá de ombros então Neji toma a frente.

—Naruto, chegou uma carta do castelo Hyuuga, tinha um monte de baboseira e um pedido de um dos capitães dos navios da lua Hyuuga por mais suprimentos para a batalha contra a marinha real. Hiashi ordenou que a marinha Hyuuga segurasse os navios inimigos desde o início. Hiashi esteve segurando os Uchiha.

Naruto olhou para Shikamaru buscando alguma explicação, mas o moreno mais uma vez apenas dá de ombros ele também estava completamente confuso. Até que Chouji diz o que todos estavam pensando naquele momento.

—Mas que porra está acontecendo?


Notas Finais


Por favor comentem o que acharam e até a próxima ✌


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