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História The Empire Of War - Dívida antiga


Escrita por: Kallberg

Notas do Autor


Ponta da lua (castelo dos Hyuuga) ⬇

Capítulo 14 - Dívida antiga


Fanfic / Fanfiction The Empire Of War - Dívida antiga

O cheiro de terra molhada invadia suas narinas, o barro causado pela forte chuva que os abatera durante a batalha ainda não havia secado completamente, mas não era apenas o barro que fora deixado como lembrança da batalha, os inúmeros soldados feridos com as mais diversas fraturas era um ponto que ela era lembrada a cada segundo sempre que adentrava na grande tenda onde eram deixados os soldados feridos, haviam muitos precisando ser tratados e poucos para tratar, mas apesar de tudo tinham infinitas vezes mais instrumentos para trabalhar do que no acampamento rebelde, haviam sua tia, o grande curandeiro, ela e mais 4 ajudantes que trituravam e preparavam algumas ervas que os dois doutores pediam, na verdade ela estava buscando um deles sua tia precisava de cúrcuma e ela como sua "ajudante oficial" fora buscar.

Haviam duas longas mesas alinhadas com diversas pastas de ervas trituradas das mais variadas cores, encontrou o amarelado da cúrcuma se esticando para pega-la, mas alguém fora mais rápido a puxando para longe de sua mão.

—Hey! Ta maluca! -exclamou um homem de costas colocando a pequena vasilha num banquinho, seus cabelos ruivos revoltos balançavam com o vento que batia naquele momento enquanto seu corpo virava para encarar a garota.

—eu sinto muito, mas a doutora Tsunade necessita de cúrcuma agora.

—isso não é remédio. -o homem respondeu categórico. —é um trabalho pessoal.

—não existem trabalhos pessoais em tempos de guerra, você trabalha pelo seu povo. E o seu povo precisa dessa cúrcuma. -Sakura ergueu sua mão na direção do homem que a encarava debochado. —Quem é você de qualquer forma? Eu nunca o vi aqui.

—senhorita, meu nome é Sasori, eu não estou aqui para produzir remédios, e aquilo definitivamente não é apenas cúrcuma. -o homem aponta para a vasilha que deixara mais atrás. —eu sou um mestre em venenos do império. Você não vai querer dar aquilo para os seus pacientes, a menos que os queira mortos.

Aquilo a deixara alerta, então eles estavam produzindo venenos... Aquilo era um problema. 

—Fugaku mandou você produzir um veneno para usar contra Naruto? Ou algo assim? -a rosada questionou tentando parecer desinteressada, mas temendo pelo amigo e por si mesma, Fugaku estava muito silencioso ultimamente, ela não duvidava nada amanhecer morta por envenenamento no dia seguinte.

—eu não trabalho para um tipinho como Fugaku. -ele desdenha. —Luto pelo sangue do império. Eu mato por ele. Eu sou o sangue do império.

Sakura levanta uma sobrancelha surpresa com a declaração energética do ruivo, mas então ela percebe os cabelos ruivos espetados, como os do rei, como Temari descrevia o irmão desaparecido. —Você é um bastardo do rei.

—eu sou filho dele. -Sasori responde sério como se a palavra bastardo fosse uma blasfêmia. —e estou aqui a seu mando. Fugaku não me interessa, apenas uso esse lugar para fazer alguns experimentos.

—esta dando certo?

—Não, na verdade. O elixir é forte e rápido demais. Poderia matar um cavalo em minutos com uma só gota.

—mas não é assim que um bom veneno tem que ser?

—Não. Cada um tem a suas funções, suas necessidades e características diferentes. Esse em especial precisa ser silencioso, lento e mortal.

—quantas especificações. -ela ironiza. —Você parece ser muito bom nisso...

—Eu sou. E essas especificações são necessárias. Olhe... -ele ri pegando a vasilhinha e pondo entre eles que se encontravam em lados opostos da mesa. —É ainda insolúvel e muito perceptível. É preciso que você não perceba que está sendo envenenado. É para você está sendo morto e não perceber até que seja tarde demais.

—Você poderia estar me contando isso? Eu suporia que essa é uma missão especial. Por que contar a uma garota estranha?

—Primeiro por que duvido que você poderia interferir em algo do que faço, você não tem influência ou papel importante nessa guerra. -o ruivo fala sério, mas logo em seguida da um pequeno sorriso para a menina. —E por que você mostrou interesse. Ninguém tem interesse no bastardo.

Os olhos castanho avermelhados de Sasori cintilavam em tristeza, carência e principalmente raiva, uma vida inteira ficando nas sombras deixa a pessoa sombria.

 As suas mãos paradas junto a vasilha tremiam inquietas até que a rosada pousasse sua mão por cima a apertando com cuidado. —para quem você esta preparando isso?

Os olhos verdes da garota cravados nos do homem observando cada emoção que eles transmitiam, emoções que der repente desapareceram o rosto dele virara uma rocha de indiferença, era como se num passe de mágica ele tivesse virado um boneco.

—Eu até poderia te dizer, mas teria que matá-la depois.

Ok, aquilo a assustara.

—mas que porra está acontecendo? -Sasuke indaga com seus olhos fixos nas mãos dos dois que até aquele momento Sakura deixara por cima das grandes do ruivo, mesmo que agora era a dela que tremia.

—Uchiha. -Sasori cumprimenta com desdém.

—Akasuna. -o moreno devolve da mesma forma se voltando para a ex-noiva. —Sakura, a sua tia esta te procurando, algo sobre você ter sumido sem o negócio que ela pedira.

A rosada da um pequeno pulo ao perceber que esquecera totalmente da tia, se sentia uma irresponsável.

—aqui. -Sasori fala com a mão estendida com alguns pedaços da planta que ela procurava, a menina as pega sem titubear e antes que pudesse agradecer corretamente o ruivo se vira saindo com sua pequena vasilha contento o veneno mortal em mãos.

—O que você fazia com o bastardo? -Sasuke pergunta com face demonstrando todo o seu descontentamento com a cena que presenciara. —aquele cara não é uma boa companhia para você.

—Ele é uma pessoa Sasuke, ser um bastardo não tira isso dele. E sendo eu uma plebeia, ele é uma companhia melhor e mais certa para mim que você.

—Você não entendeu, Sasori é perigoso. Você deveria ficar longe dele.

—Eu dormi no mesmo castelo que o seu pai por meses! Tenho certeza que dou conta de uma conversa com Sasori. -ela responde grossa. —Agora se me da licença, tenho que levar isso para a minha tia.

Ele saiu deixando o moreno para trás com a face preocupada e já constante culpa, mas logo ele se recupera pondo-se a andar lentamente, por ainda esta se recuperando, na direção da grande cabana onde eram discutidas as estratégias de guerra. 

Ele tinha muito a fazer.

♜ 

—hey, hey, hey... Olha só o que temos aqui... -o homem cantarolou chamando os outros que o acompanhava para perto da porta fechada da carruagem, onde Ino se encolhia rezando baixinho. —imagino que tenha um sobrenome de peso aqui dentro, olhe só o tamanho dessa coisa! -ele conclui com um sorriso debochado.

—Foda-se o sobrenome, isso não alimenta as minhas crianças. Vamos ver o que eles têm a oferecer. -o outro respondeu mal-humorado passando a frente tentando abrir a porta da carruagem que não se move nenhum centímetro. O homem indignado volta a forçar a balançando com força.

—Lee, você tem que fazer alguma coisa! -Ino murmurou com face tomada em desespero agora encolhida no lugar onde o Rock ocupava antes, ao lado de Gaara, e Lee pulara para junto da porta a segurando como uma trava, a troca fora rápida e inesperada, num segundo ela estava rezando quieta e no outro era levantada de seu lugar repostada.

—Eu? O que eu posso fazer? -Lee pergunta assustado. Sabia que ela perigoso deslocar Gaara do Castelo Uzumaki até as torres, mas não imaginava que já teriam aquele tipo de problemas.

Idiota como sempre -ele pensa amargurado.

—você é um Rock! -a loira exclamou em desespero. —Mate-os! Mande os de presente para Gor! Faça-os desaparecer num truque de mágica idiota! Eu não me importo com o que, só faça algo!

—Eu não posso fazer isso. -O Rock murmura colocando ainda mais força para segurar a pequena barreira entre eles e os homens do lado de fora que gritavam praguejando e os ameaçando, como eles acabaram daquela forma? como ele os colocou naquela situação? Ele devia proteger Gaara, e agora não tinha controle nenhum sobre a situação, pelo menos estava a segurar fortemente a "maçaneta" da porta assim não demonstraria toda a tremedeira que suas mãos estavam.

—O que você quer dizer? -Gaara questiona apreensivo observando uma fina gota de suor escorrer pelo rosto do amigo.

—Eu não luto. -Lee responde num fio de voz. —Não consigo fazer isso.

—Você está de brincadeira comigo? -Ino falou agora em completo desespero se apoiando no ombro de Gaara que simplesmente não tinha palavras, Lee nunca lhe abrira aquele detalhe. —nós vamos morrer!

—Nós não vamos morrer! -Lee bradou ainda mais alto que as ameaças do homens do lado de fora, fazendo os outros ocupantes se voltarem para ele com seus rostos atordoados. —eu não vou deixar!

Era uma promessa. Mas ele não tinha certeza que podia cumpri-la. E os outros dois percebiam aquilo.

Havia uma rachadura. E ela estava prestes a ceder.

—Saiam dessa porra e nos entreguem tudo o que tiverem, ou mataremos seu cocheiro! -gritou uma das vozes endurecida, se sobressaindo as outras. Que se calaram por um segundo deixando os ocupantes da carruagem escutarem os passos atrapalhados e pesados do cocheiro gordinho e simpático que os conduzira até ali, assim como uns murmúrios de piedade que ele soltava vez ou outra fazendo o coração dos três viajantes baterem descompassados. —eu estou com a faca a 1 milimetro do pescoço do balofo! Saiam! Ou vou fazê-lo sangrar como um porco!

Dentro da carruagem todos se mantinham em absoluto silêncio, Gaara pelo choque, Ino estarrecida, e Lee pelo medo. Medo por Gaara e Ino, medo do que tinha que fazer e medo de não conseguir fazê-lo... 

Eles iam acabar morrendo, não podiam ficar ali para sempre. Precisava fazer algo...

—Gaara, está com a faca que Naruto te deu? -Lee perguntou nervoso ao ruivo que acenou debilmente nunca precisara usa-las, mas sempre as levava consigo, desde a época do seu tio Minato. 

—Você é um idiota dakao! Esses riquinhos fudidos não se importam com o que acontece ao cocheiro caralho! -outro exclamou e logo após o som do pesado corpo do refém batendo contra a estrada de terra foi ouvido, e um burburinho de vozes confusas começar a ganhar força, o grupo parecia não saber bem o que fazer. Eram amadores, aquilo estava claro. 

Vou deixar lorde Gaara ser morto por amadores. -o Rock pensou amargurado.

—Eles são malditos lordes e nós somos os seus ratinhos descartáveis, inclusive a porra do cocheiro! -bradou a mesma voz que interceptara anteriormente fazendo o burburinho para imediatamente. —Para eles é isso que somos, descartáveis! Mas sabe uma coisa meus amigos? Eu cansei. Eu não sou um maldito servo descartável! Eu não vou viver minha vida em função de lordes mimados e ladys gananciosas. Eu sou uma pessoa! Eu tenho família! Eles não são descartáveis, eles precisam de mim! E eu tenho certeza que a maior parte de vocês estão aqui pelo mesmo motivo. Por que a sua família esta definhando de fome enquanto esses bastardos se esbaldam com tudo o que produzimos.

Novamente o as vozes dos homens ecoaram pelo lugar, dessa vez sem dúvida, dessa vez era raiva, dor, fome. Eles queriam cobrar uma dívida antiga.

—Eu não vou voltar para casa de mãos vazias, e encarar o meu filho faminto. Os lordes não se importam com nossas vidas, mas se importam com as próprias. -ele continuou em voz alta se aproximando da grande carruagem que tinha o interior em absoluto silêncio naquele momento e sussurrou. —Saiam da carruagem agora. Vocês vão sair por bem ou por mal. Vocês não vão querer escolher o "mal", eu aprendi algumas formas de ser cruel com vocês. -avisou recebendo como resposta o mesmo silêncio que se já se mantinha a algum tempo, o homem suspirou alto se voltando para os seus companheiros. —Queimem tudo!

—dong? -um dos homens se aproximou com incerteza daquele que agora era proclamado líder. —você tem certeza?

Dong sorri irônico para o companheiro e se volta para os outros que já trabalhavam nas tochas e no fogo. —Algum de vocês gostam de churrasquinho de carne nobre?

Apenas o calor de uma só tocha fora preciso antes de i primeiro grito feminino desesperado ser ouvido de dentro da enorme carruagem. Era incrível o quanto a morte assustava, algumas mais que outras já que a loira escancara a porta da carruagem preferindo enfrenta-los ao fogo.

Era bem verdade que os Yamanaka temiam o fogo mais que qualquer coisa. Como no passado os Uchihas incendiaram um de suas cidades como uma humilhação, como se expusesse a fraquezas de uma das pontas do triângulo.

O legado de uma família era sempre posto a prova, e sempre comprovado, como naquele momento.

Ela cedera perante o fogo.

—olá. -o homem que a avistara de início saldou com um pequeno sorriso maldoso se formando em seu rosto.

—podem levar tudo! A carruagem, as bagagens e os cavalos, tudo! Só nos deixem ir! -Ino exclamou encolhida na lateral da carruagem e com com seu rosto inchado pelas lágrimas que derramara outrora.

—ir? Não... Vocês não podem ir. Tem uma dívida a pagar. -dong se aproxima da loira que se encolhia cada vez mais próxima a enorme carruagem. —sabe... Uma vez o inverno foi rigoroso por aqui, mais ainda do que o normal, a plantação não aguentou, o gado morreu e até mesmo o rio de jade congelou. Contrai muitas dividas nessa época para alimentar a minha família e então quando chegou o verão era a época de pagá-las, mas eu não tinha como pagar, havia perdido tudo naquele inverno, então um dos homens do rei foram até minha casa cobrar-me e eu lhes contei minha história que eu não tinha condições de quitar a dívida. Primeiro eles ficaram irados começaram a quebrar as coisas na minha casa e que iam cobrar então a minha vida. Porém, antes de me apunhalarem a minha filha mais velha correu para fora implorando pela minha vida, ela vinha chorando desesperada, mas os olhos dos soldados não se encheram de piedade e compaixão ao verem a cena, eles brilharam em luxuria e diversão. -ele falou com a voz carregada em amargura se aproximando ainda mais da Yamanaka. —O comandante da operação andou até ela a acuando próxima a parede e disse "olhe então plebeu tem uma pedra preciosa em casa. Olhe esse cabelo longo e loiro como o sol" ele pegou uma mecha do seu cabelo assustando -contou se lembrando da cena passada, mas dessa vez escutando o gritinho assustado de Ino quando ele fizera o mesmo. —"olhe esses olhos azuis como céu, e esse corpo de pecado. Sabe o que vejo? A nova concubina do rei." então ele a levou e eu não pude fazer nada. -a voz raivosa do homem retumbou pelo campo silencioso, muitos dos seus companheiros passaram pelo mesmo. —mas a senhorita não é igual a minha filha, você tem essa postura de nobre superior mesmo que esteja tremendo de medo e tem esse perfume arrebatador de rosas. -o homem se aproxima para cheirar o pescoço fino da loira que se afasta para o lado ainda junto a carruagem. —sabe o eu vejo em você?

—nada. -ela respondeu. —Você não vê nada.

Ino ergueu rapidamente seu braço e fincando um frasco quebrado de perfume no olho esquerdo do homem que gritou de dor ao sentir o vidro do frasco cravado em seu globo ocular.

Oh, aquela maldita iria pagar... —matem ela!

Acatando as ordens do companheiro ferido todos os plebeus que o acompanhavam partiram para cima da menina agora desarmada.

—Lee! -ela clamou pela ajuda do amigo. —Socorro!

Vinham de todos os lados, prontos para o ataque, a carruagem mantinha-se em silêncio, Gaara era a missão de Lee não ela, não podia culpa-lo, o que fizera fora uma atitude corajosa, mas completamente estúpida.

O primeiro homem chegou a ela com seu machado em mãos, mas antes que a alcançasse efetivamente é jogado para trás batendo forte contra um das arvores que os cercava, os homens param abruptamente ao perceberem a figura enorme que pulara na frente da loira com um alto rugido animalesco. Era um Rock, até os mais abestados dos plebeus podiam perceber, sua enorme estatura com todos aqueles músculos e sua força absurda não deixava dúvidas. Todos sabiam o que ele era e todos sabiam o que um rock podia fazer, quantos ossos eles podiam quebrar apenas com uma mão. Afastaram-se cautelosamente com seus machados cegos e foices levantadas em uma falsa ameaça.

—vão embora! Ou eu vou arrancar suas malditas cabeças! -Lee grunhiu pondo-se entre Ino e a carruagem onde obrigara Gaara a ficar escondido e os agressores. 

Nove cabeças, nove pessoas que se afastavam cautelosamente da sua figura gigante e monstruosa. Exceto por um. 

—Não! -dong exclamou entre débeis arfadas arrancando o vidro que Ino cravara em seu olho anteriormente, dando-lhes a visão do globo ocular retalhado e seu rosto completamente manchado de sangue. —Ela tem que pagar!

Ele gagueja ao falar, parecia um zumbi sedento por sangue que os perseguia.

—Não haverá outro aviso! eu não estou brincando! Eu vou matar você! -a voz de Lee sairá grossa e autoritária, mas seu corpo não acompanhava a encenação.

—Você esta tremendo. -o homem zombou com um ligeiro sorriso ao perceber as mãos nervosas do Rock. —Que porra de Rock você é..?

Andava em direção a eles aos tropeções e com grande esforço ergue sua velha foice em direção ao tronco de Lee.

Ele podia ver a lamina se aproximando em câmera lenta, o grito estridente de Ino atrás dele e os olhos dos seus agressores se esbugalhando conforme o sangue ia derramando pelo chão de terra. A anos ele não sentia aquela dor de algo perfurando a sua pele, a quentura do sangue e o frio do metal. O metal da foice cega do plebeu que cravara em sua mão que usara como escudo contra o ataque lavava o chão com seu sangue.

O campo estava em silêncio, todos estupefatos com o ataque do homem, mas principalmente esperando uma reação do Rock.

—Não vai contra-atacar? -Dong zombou debilmente ainda forçando sua foice contra Lee que apenas segurava a lâmina com sua mão ensanguentada. —Você é covarde gigante. -burlou-se de sua arma sacando um pequena faca que trazia em seu cinto acertando dessa vez o alvo que buscava outrora, pintando de sangue a camisa de linho que o Rock usava, fazendo-o arfar de dor. —Covardes! Todos vocês covardes! - ele exclamou arrancando sua faca e voltando a finca-la no tronco de Lee, ele mal tinha forças para apunhala-lo, parecia a beira da morte e da loucura. Mas os homens que o acompanhava tinham força e agora que perceberam que Lee não representava uma ameaça, tinham muita disposição para derruba-lo.

—pegue Gaara, e deem o fora daqui. -o Rock falou se virando para Ino com suas mãos segurando Dong que caíra batendo contra ele com seu corpo ensanguentado sem forças, ele já não era uma ameaça, mas aquilo já não importava. Todos os outros vinham atrás deles e tinham sede de vingança. 

—Lee, não... por favor... - Ino murmurou novamente prestes a desmoronar em lágrimas.

—Ino, por favor mantenha Gaara vivo. -Lee implorou antes de levar a primeira apunhalada, ele fez uma pequena parede de proteção empurrando e buscando alguns, recebendo todos os ataques, mantendo-os longe dos seus amigos.

É ele morreria pelos amigos.

Arfava e gemia a cada ataque que recebia, a cada lâmina que perfurava seu corpo, a cada tentativa dos plebeus de move-lo para dá-los passagem mas nem um passo fora dado para trás, ele iria segurar os malditos.

.

—O que esta acontecendo? Onde esta Lee! -Gaara interceptou Ino que abrira a porta com brusquidão, com sua face tomada em desespero desde que Lee o prendera dentro da carruagem dizendo que tinha um plano, que ele salvaria Ino. Bem... ela estava ali, sã e salva, mas onde estava seu amigo. 

—Temos que ir! Agora! -Ino exclamou oferecendo sua mão para Gaara que olhou com confusão estampada em sua cara. Ela olha rapidamente para trás para a cena cruel que estava fora do campo de visão do amigo. —Eu não sei comandar uma carruagem, temos que ir a pé.

—E você acha que me aguenta? -o ruivo respondeu incrédulo. —Onde está Lee?! -ele insistiu nervoso.

—Ele me mandou levar você na frente em segurança. Tudo vai ficar bem. -a voz saíra fraca e obviamente mentia, e mesmo que aquilo não a denunciasse os olhos cheios prestes a transbordar eram a prova final de que nada estava bem.

Embora Gaara pretendesse questiona-la pelas lágrimas algo mais atrás o chamou atenção, um dos homens que os atacara vinha correndo na direção dos dois, em alta velocidade e com um bendito machado erguido pronto para acertar Ino pelas costas.

Ele não percebeu quando ou como o fizera, mas no segundo seguinte o homem tombou no chão com a pequena faca que ganhara da família real de Konoha cravada em sua testa. 

Ino solta um grito o máximo contido que ela conseguia com o corpo do homem caindo ao seu lado. 

—onde diabos esta Lee?! -Gaara exclamou em desespero.

Um grande baque foi ouvido, de algo batendo contra o chão de terra. Um grande homem, um grande amigo, um grande coração. Lee se encontrava ajoelhado no chão todo pintado do vermelho de seu sangue, rodeado pelos homens que os atacara, um deles com o olhar doentio levantou seu machado enorme, velho e encharcado de sangue reivindicando o último golpe no gigante.

Ino não percebeu Gaara se jogando no chão da carruagem e botando sua cabeça para fora para ver o que ela tanto olhava.

Ela não percebia nada que não fosse a cena que se desenrolava mais a frente, estava petrificada, anestesiada pela antecipação da dor. Eles não podiam fazer nada, não tinha como chegar a tempo para ajudar o amigo, não quando o machado do plebeu descia rapidamente em direção a cabeça dele. 

Virou o rosto fechando seus olhos inundados pelas lágrimas fortemente, fugindo da visão da cena brutal, fez-se silêncio por um segundo antes de o grito desesperado de Gaara inundar seus ouvidos seguido do grito agoniado da morte.

♜ 

Os primeiros raios de sol invadiam o quarto onde Neji repousava em um sono profundo, ainda era cedo, muito cedo, mas mesmo extremamente cansada e machucada Hinata simplesmente não conseguia mais ficar deitada em seu quarto provisório, não quando sua mente não parava por um segundo, rodando nos inúmeros problemas que acumulara.

Deixara Temari dormindo e chamou uma criada para ajudá-la com seus cuidados nas feridas que ela já bem conhecia e e também para se vestir lhe ordenando em seguida que a levasse até os aposentos de Neji.

Ele ressonava baixo com a perna machucada posta por cima de um travesseiro, dormindo serenamente sem nem sonhar com a presença da prima. Era melhor assim, ele nem a receberia ali se estivesse acordado e ela precisava checar se ele estava bem.

Passara uma meia hora parada o observando dormir, sem ter coragem de passar um pé da porta, se sentia uma intrusa mesmo que ele não a estivesse vendo.

Ele estava bem, cansado e ferido, mas bem. E isso era tudo o que ela tinha o direito de saber. Deu um único passo para trás fechando a grande porta de madeira.

Hinata suspirou alto, se sentia acabada, devastada, o peso da culpa a esmagava. Se senta no chão gelado de pedra sem se importar que alguém pudesse passar por aquele corredor e vê-la. Ela não se importava.

Neji nunca a perdoaria, ela sabia disso.

Mas o que ela não sabia ou esperava era que um par de olhos azuis observava sua desolação. Geralmente ele se sentia exposto perante os olhos da lua dos Hyuugas, mas naquele momento, com a garota no chão com a sua guarda abaixada ele era quem conseguia lê-la. Ela estava machucada e sofrendo, por dentro e por fora, ele via aquilo de uma forma que nunca veria se ela soubesse que ele a observava. Ela parecia quase vulnerável, como se um dos seus pilares tivesse desabado.

Ele odiava aquilo, por que já se sentira assim. 

Ele deveria deixa-la em paz, sair dali e parar de se intrometer na confusão alheia. Era a vida dela, os problemas dela. Ele deveria se virar e sair. Deveria...

Andou lentamente até a garota que tinha o rosto tampado pelos seus cabelos longos soltos que percebeu sua presença apenas quando ele deu um pequeno pigarro se anunciando, fazendo ela dar um pequeno pulo no lugar assustada, sua mente devia estar viajando para que fosse pega com a guarda baixa.

Ela põe-se pronta para levantar-se perante o loiro, aquela situação era completamente inadequada.

—por favor, fique. -o Uzumaki pediu pondo sua mão sobre o ombro da morena que acena discretamente acatando o pedido dele que se senta ao seu lado no chão.

Eles ficaram em silêncio por alguns segundos, Hinata mantinha seu olhar preso em um ponto fixo no alto da parede, ele a pegara no chão, mas ela nunca ficaria de cabeça baixa, aprendera aquilo com Neji. Sentia tanta falta do primo em sua vida quando estava a quilômetros dele em castely rose e agora ele estava a apenas um cômodo de distantes, mas parecia haver um abismo invisível entre eles. E a culpa era dela.

—vai começar a chorar? -Naruto perguntou com seu olhar também em algum ponto nada importante da parede. Hinata se volta para ele com o olhar confuso e envergonhado de quem havia sido pega no flagra. Bem... Talvez ela tivesse. —você está com cara de quem pode começar a chorar a qualquer segundo.

—Eu não vou chorar. -ela responde com a face dura, mesmo que ela quisesse não a sucumbir aquilo, principalmente não na frente dele. —Por que eu choraria?

—Você passou um bom tempo na porta do quarto de Neji com o olhar devastado, mas nem por um segundo foi até ele para checar de perto como ele estava ou para acorda-lo e dizer que você estava ali, que ele poderia contar com você. Você parecia com medo de ser rejeitada. Sabe o que faz as pessoas agirem assim? -Naruto questiona tirando seus olhos da parede e se focando nos perolados da menina aos eu lado. —Culpa.

—Acertou o alvo. -Hinata dá um fraco sorriso ao rei, ela fora pega e não era de mentir. —Parece que você é mais esperto do que eu imaginei.

—eu estou tentando. Sabe... Quando seu pai veio até mim para fazer um acordo para que eu me casasse com você, eu não sabia que ele tinha outra filha além de lady Hanabi que eu havia visto em um dos bailes dos Yamanka no ano anterior. Eu aceitei, e você poderia ser uma baranga -O lorde gargalhada arrancando algumas risadas da Hyuuga também.

—Então... Eu sou uma baranga?

—Não... Não, definitivamente não. -ele fala analisando o rosto da garota que cora de leve perante o olhar do loiro virando de leve fazendo seu cabelo cair de lado tampando parcialmente seu rosto envergonhado, ela nunca tivera muito contato com o sexo oposto, principalmente com aqueles que não eram da sua família. —mas o que eu quero dizer é que eu não sabia nada sobre as casas, seus membros principal, economia... Nada. Eu pensava que tudo que um rei precisava para ser governar era um castelo, uma coroa e uma espada. Não estou na minha casa, minha espada esta cravada numa torre velha que pode desabar a qualquer momento e eu não posso chegar até ela, minha coroa está no castelo uzumaki, longe daqui e sem nenhuma utilidade real. Estou sem tudo o que eu achava necessário, mas eu sou um rei melhor agora do que era no início disso e tinha tudo. Eu finalmente entendi que isso é um jogo em que você precisa conhecer seus aliados e inimigos, então eu corri atrás e descobri muitas coisas que eu tinha deixado passar anteriormente, como uma rebelião Hyuuga contra os Uzumakis que fora contida por que descobriram e mataram o líder, o pai de Neji. A filha de Hiashi, mais especificamente você, descobriu e matou.

Hinata suspira alto fazendo uma dança estranha com seus dedos os apertando nervosamente. Entendera que ele pedira implicitamente a sua versão do ocorrido, mas ela não divergia muito da já conhecida por todos, no final ela sempre cortava a garganta do seu tio. Era culpa dela não importava a versão.

—assim como todas as garotas de castely rose eu recebi uma missão do oráculo, alguém estava iniciando um plano contra o reino nos Hyuugas e eu deveria descobrir quem era e matá-lo. -a Hyuuga virou se novamente para a parede nua, não queria que ninguém visse as lágrimas formando se em seus olhos. —investiguei por semanas, mas era quase impossível encontrar algo que levasse a cabeça da operação, ele quase nunca aparecia e sempre se comunicava apenas com alguns membros. Mas então, durante o aniversário da minha irmã mais nova descobri que eles estavam usando o evento como distração para fazer uma reunião onde o líder falaria a todos para darem início rebelião. Ele estaria lá e essa era a minha chance. Eu não conseguir entrar lá a tempo de encontrar o líder, ele já havia partido, tinha novamente partido numa nuvem de fumaça. Porém a mesma pessoa que me informou sobre a reunião também era a minha infiltrada lá dentro, e ela me descreveu rapidamente o homem que subira no palanque, ela disse que o líder parecia ser um Hyuuga de alto escalão, cabelo longo e escuro, e uma longa faixa vermelha amarrada na testa que cobria boa parte do seu rosto. Meu tio sempre usava faixas na testa, sempre. Eu não sabia o porquê, mas ele sempre estava com aquela coisa. Naquele momento eu já tinha toda uma teoria na minha cabeça, várias pontas não se fechavam, mas eu não e importava, eu estava com raiva. Fui até o meu tio e o apunhalei antes que ele pudesse se defender ou dizer algo. Nem por um segundo imaginei que pudesse ser o meu pai. -ela sorri amargamente ao se lembrar de como julgara o tio, como o proclamara culpado sem nenhuma pergunta, sem dar-lhe nenhuma chance de se defender... De como o matara a sangue frio no jardim de sua casa, de como sua faixa dourada, como o sol, fora manchada pelo sangue dele... Ela havia errado feio. —Meu pai armou para incriminar o meu tio, ele me fez seguir pistas falsas para fazer o que ele queria, fez tudo o que tinha que fazer e deixou um bode expiatório em seu lugar, ele não estava armando uma revolução, ele armava a morte do rei do Norte, ele armava o caos. O meu pai era o traidor todo esse tempo. Percebe quanta desgraça seria evitada se eu não tivesse sido uma idiota manipulável?! -a morena questiona com seus olhos agora transbordando em raiva e angustia.

—Hiashi manipulou a todos aqui. E pelo andar da carruagem ainda manipula. -Naruto responde tentando não transbordar toda a raiva e desprezo que sentia pelo pai da menina. —Ele é um filho da puta muito bom nisso. Não é sua culpa.

—Independente, é a minha culpa, de qualquer forma. E Neji nunca vai me perdoar.

—Neji tem um bom coração. Tenho certeza que ele te perdoará, eventualmente.

—Você é um idiota se acredita nisso. Está tentando se iludir e a mim também. -Hinata da um sorriso maldoso ao homem a sua frente, ela sabia o que fizera e não era de fugir das suas responsabilidades, enfrentaria a sua culpa de frente.

—Não estou. -ele responde sério. —Eu acredito no perdão.

—Você seria capaz de perdoar Sasuke Uchiha? -a Hyuuga questiona enquanto o loiro a responde um um silêncio agora cadavérico. —Você não consegue. E eu não te julgo. Não existe perdão para essa dívida. Eu e o Uchiha estamos condenados pelo mesmo crime.

—É diferente. Você foi enganada.

—e quem garante que ele não? Você não sabia que o meu pai tinha participação na morte do seu até pouco tempo atrás, vocês não sabem quase nada sobre o assassinato de rei, os seus "por quês" as motivações. Você, assim como eu fiz outrora está apenas julgando! Deixe eu te dizer uma coisa, você também pode estar errado.

Naruto abria e fechava a boca uma dezena de vezes, aquilo nunca tinha passado pela sua cabeça, ele nunca tinha parado para pensar sobre aquilo. Aquela garota sempre conseguia deixa-lo sem palavras. Aquilo chegava a ser irritante.

Ainda não tinha todos os detalhes da noite em que seu pai fora assassinado, havia muitos furos, mas ele conhecia Sasuke e por mais que odiasse admitir o conhecia bem demais. —eu sou um idiota por acreditar no perdão de Neji e você por acreditar que Sasuke seria enganado. Ele disse na minha cara que matou o meu pai, então ele o fez. Eu o conhece bem demais para saber que ele não mentiu ali.

Ela pensou em retrucar, mas a face decidida do loiro não deixava espaço para contestações, ele estava certo daquilo. Então, ela recostou sua cabeça na parede tomando cuidado para deixar suas costas livres comentou:

—dois Idiotas, manipulados e enganados. Que grande casal real Konoha espera.

—É... O idiota aqui tem uma reunião para ir agora. -ele se levanta rapidamente batendo as mão no tecido fino de suas calças.

—Reuniões? Reuniões de guerra? -Hinata ponderou aceitando as mãos estendidas do loiro para ajudá-la a levantar-se. —eu vou também.

—O que? Não! -ele respondeu indignado. —Um conselho de guerra não é lugar para uma dama.

—Deixa eu te lembrar que eu não sou um acessório seu. Eu sou a única representante da família principal dos Hyuuga aqui e a futura rainha do antigo reino de konoha. O conselho de guerra é exatamente onde eu devo estar!

Os olhos perolados brigavam com os azuis do rei, a briga era tão intensa que faltava soltar faíscas. Ninguém queria ceder.

—Naruto! Eu estou procurando você a séculos! -Shikamaru fala se aproximando dos dois que se distanciaram abruptamente. —chegou isso para você.

O moreno entrega um pequeno envelope ao amigo que pega desconfiado.

—esta aberto. -o Uzumaki conclui retirando uma página do envelope amarelado.

—ao que parece mestre Jyraia e Gai acharam que tudo bem dá um conferida no conteúdo. Na verdade, eles saíram correndo em seguida.

Naruto passa rapidamente os olhos pelas letras tortas e pouco legíveis de Lee, com sua testa se franzindo a cada segundo que lia a pequena carta. —merda! Eu preciso de um favor seu Shikamaru.

♜ 

Temari andava distraída pelos corredores das torres, quando acordara Hinata já havia se levantado e saído, deixando a loira esparramada na cama em seu sono profundo e merecido que fora interrompido por Germana que entrara no quarto para limpar os aposentos e lhe dar um sermão de meia hora sobre o lugar dos criados, que com certeza não era na cama dos nobres, a não ser que um lorde a intimasse a satisfazer-lhe, aquela parte a deixou enojada, mas preferiu manter-se em silêncio do que discutir sobre como aquilo era ridículo e arcaico com a velha senhora, ela já estava chamando atenção demais.

Era absolutamente um desastre em fingir ser uma criada! Germana a achava uma tonta folgada e o tal lorde das torres desconfiava dela em todos os parâmetros possíveis, devia se afastar da vista dele o máximo que podia, já percebera que ele era esperto e por isso tinha que ter cuidado. Apesar de que aquilo era incrivelmente difícil, visto que estava na casa dele, o que diabos ela podia fazer?

Além de que tinha certeza que Hinata já estava com um pé atrás com ela. Aquelas perguntas sobre sua estadia no acampamento dos Uchiha, e sua opinião sobre a "ameaça" do Norte para o império. Sabia que a Hyuuga não era idiota e ficaria de olho em cada passo dela no Norte.

Estava entre a cruz e a espada.

-Qual o seu problema?! Ta querendo morrer garota! -Tenten agarra o braço de Temari a puxando bruscamente para um canto oculto pelo grande armário da cozinha.

Pra começar ela nem sabia como tinha chegado a cozinha, muito menos de onde Tenten saíra, mas sabia que a rebelde estava furiosa, por algum motivo que ela desconhecia mas que veio à tona em seguida.

—Sabe qual é a fofoca entre os criados?! Que dama de companhia da lady Hyuuga é uma rapariga sem limites, educação ou respeitos pelos seus amos! -a Mitashi exclamou tentando controlar seu tom para que ninguém as percebesse ali. —É o assunto da criadagem e o lorde das torres está de olho em você que eu sei! Era para você ser discreta! Passar despercebida caralho!

—Eu estou tentando! Isso é mais difícil do que você imagina!

—Eu sei como é. -a morena rebate. —Mas é melhor você dar um jeito, por que se der merda o seu pescocinho real vai conhecer o sabor do aço do norte.

—o que você iria apreciar extremamente, eu imagino. -Temari fala irônica e em seguida forçando a outra a solta-la de seu aperto. —Então, porque se importa?

—Eu não me importo. -Tenten diz com um pequeno sorriso jocoso. —Não me importo se você for pega e eles te colocarem na guilhotina, na mesa de tortura ou te jogarem no rio de jade. Estou pouco me fudendo para o que acontece com você. Porém, se você for pega coloca em risco o meu pescoço, e toda a revolução. E com isso eu me importo.

Os olhos castanhos de Tenten cintilavam em desafio, esperando que Temari rebatesse, que a princesa pulasse em cima dela e lutasse. Ela queria, ansiava por aquilo. Quitar aquela dívida antiga.

Ela queria revanche.

Mas apesar de olhos de Temari queimarem em adrenalina prontos para dar o que Tenten queria, o estrondo que viera a seguir não foi causado por um ataque por parte da loira.

 Jyraia abrira a grande porta de madeira da cozinha num forte chute, e adentrou com Gai ao seu lado trazendo nas costas Lee coberto de sangue. 

—Eu preciso de um médico! -Gai gritou alto, com seu pedido parecendo mais um rugido ferido. 

Fosse como fosse deu certo por que diversos servos apareceram imediatamente a quase inutilizada cozinha leste.

—Vocês três! -Jyraia apontou três criadas que olhavam assustadas o grande corpo retalhado que Gai trazia nas costas. —Arrumem um lugar para que possamos cuidar dele!

—Mas senhor, estamos cheias de feridos da guerra, não temos nenhum lugar onde... -uma delas tentou argumentar, mas Orochimaru adentro no lugar correndo até Lee.

—Venha comigo. Temos que correr! O garoto já perdeu sangue demais. -o médico falou já saindo pelo mesmo caminho que viera dessa vez com Gai em seu encalço.

Os que restaram no cômodo se olhavam sem assimilar exatamente a cena que se desenrolara. 

—de qualquer forma eu preciso que vocês três arrumem um quarto para uma dama que chegara logo. -Jyraia voltou a apontar para apontar para as criadas que assentiram rapidamente. —E preparem um banho também. - elas saíram num pricar de olhos após a ordem e seguindo o exemplo os outros criados fizeram o mesmo.

—que diabos está acontecendo? - Temari questionou se aproximando de mestre.

—Foram eles, os maníacos atacaram a carruagem do garoto do Gai. Você sabe como eles estão agindo agora Tenten. —Jyraia falou ignorando a loira e se dirigindo a Mitashi.

—Falamos para eles terem paciência! Eles vão estragar tudo! -a morena exclamou irritada, tudo estava dando errado ultimamente. —onde estão aqueles desgraçados?

—Gai matou dois deles e mandamos o resto para o acampamento. Pode cuidar deles? -o mestre perguntou olhando para a entrada do cômodo, ninguém podia vê-los juntos.

—É claro.

—Você vai com ela. - ele fala Temari mas antes que essa pudesse responder Tenten interfere.

—Por que?

—Eu concordo com ela. Por que? -a Sabaku se poem na frente do mestre.

—Não temos tempo para isso! - Jyraia exclama nervoso, recebendo olhares de estranhamento por parte das duas garotas, percebendo que passara dos limites respira fundo se acalmando e da as costas para elas andando na mesma direção que os outros que saíram. —Apenas façam isso.

Elas não entenderam bem no início, mas se recolheram e saíram na direção opostas assim que visualizaram a figura do rei do norte na porta da velha cozinha. Conversar nas torres era muito perigoso, não podiam desconfiar  nada. 

—Sábio tarado! -elas ouviram ele chamar antes de sair pelo pátio das torres em direção ao acampamento rebelde.

—Como diabos você deixa Lee sair por essas estradas com Gaara! -o mestre exclamou com a voz o máximo contida que conseguia. —droga muleque! E se alguém descobre do garoto?!

—Eu não sabia que eles estavam vindo. Fiquei sabendo a alguns minutos através de uma carta que você incrivelmente já tinha lido. 

—Gai viu um garoto dizendo no portão de entrada que tinha uma mensagem urgente de Lee para você, ao ouvir o nome do garoto foi dois segundos até ele arrancar o papel das mãos do mensageiro e vermos o que estava dizendo. -ele contava sem um pingo de vergonha e arrependimento pelo que ele e o Rock fizeram, salvaram a vida daquelas crianças por isso. —essas estradas estão perigosas Naruto! Mais que o normal.

—Eu sei! Nunca teria autorizado a vinda deles dessa forma. -o loiro se defende. —eu ainda nem sei por que Lee decidiu fazer isso.

—as motivações eu não tenho ideia, mas as consequências são visíveis. Quando os encontramos na estrada estavam cercados por ladrões, Lee foi retalhado por uma dezena de lâminas cegas, e eu tenho dois seres humanos desesperados trancados numa carruagem Uzumaki nos portões das torres!

—Vocês os resgataram? Perfeito! -Naruto exclama pondo-se a sair em direção ao portão sul, avistando ao longe uma das suas carruagens.

—Não! Não está perfeito! -Jyraia exclama nervoso seguindo o pupilo. —Ninguém pode saber do Gaara! Ele está exposto aqui.

—eu já cuidei disso. -ele da um pequeno sorriso ao avistar Shikamaru andando em sua direção com a sua feição desinteressada de sempre. —Shikamaru! -ele chamou parando a poucos metros da carruagem. —E então?

—daqui direto na estrada da aliança, temos uma casa de caça, esta limpa e já possui alguns suprimentos. -o Nara relatou rapidamente estendendo sua mão com uma pequena chave presa a um cordão de couro. —a chave. Seja lá pra  você queira isso.

—obrigada cara... -o loiro ensaiou um agradecimento mas foi interrompido pelos tropeços  soluços de uma loira que ele reconhecia como Ino Yamanka, obviamente não nos seus melhores dias.

—Shikamaru! -ela gritou antes de se jogar nos braços do lorde aos prantos.

—Ino..? Que diabos você esta fazendo aqui?

—senhorita, já mandei lhe arrumarem um quarto. -Jyraia toma a frente temendo que a loira falasse mais que o necessário.

—onde esta Lee? Ele vai ficar bem? -a garota se volta para o homem que os salvara mais cedo.

—ele já esta sendo tratado. Tudo o que nos resta é rezar. -ele responde rapidamente recebendo como resposta um suspiro aliviado dá menina que foi abafado pelo peito de Shikamaru onde ela afundava sua cabeça. —Shikamaru, por que você não leva a senhorita Yamanaka a seus aposentos para que ela possa descansar?

—É claro. -Shikamaru acente decidindo deixar as inúmeras perguntas que tinha para quando Ino não estivesse quase desfalecendo em seus braços. Mas tinha tempo para um rápido aviso. —Naruto, seja o que for que você esta fazendo, tenha cuidado.

Ele virou voltando pelo mesmo caminho com Ino em seus braços e um aceno de concordância de Naruto.

—você comanda. -o loiro aponta o banquinho destinado ao cocheiro para o padrinho, geralmente ele o faria, mas não naquele dia, agora ele precisava ter uma conversa séria com Gaara.

—que ele vá se fuder! -Fugaku gritou socando a grande mesa em que se acomodava junto a outros diversos lordes sulistas e na outra ponta Hiashi. —Rasa sabe como qualquer um, que numa guerra haverão baixas!

—É, mas você torrou, literalmente, 1/3 do nosso exército em uma única batalha de 30 minutos! -disse Kankuro com a face nada boa. —E agora os nortenhos estão atrás do rio nas torres se restabelecendo calmamente. Os navios que disponibilizamos a suas causas estão sendo afundados ainda longe das águas de jade. Este cerco pode durar dias, meses ou anos! E nós estaremos aqui a esmo enquanto eles estarão protegidos nas torres decidindo momento em que estarão dispostos a lutar. Nós estamos em desvantagem agora.

—Nós vamos vencer essa guerra! -o Uchiha redarguiu nervoso. —Nossos reforços estão chegando.

—estão chegando a semanas. -Kakashi ironizou. —afinal sem os malditos barcos esse cerco pode durar meses.

—Itachi vai ficar lá por meses! -Sasuke exclamou adentrando na pequena cabana onde os lordes discutiam. —este cerco tem que acabar! Temos que recupera-lo!

—o que diabos você acha que  fazendo muleque? Essa é uma reunião privada! -Fugaku questiona nervoso.

—eu sou seu filho. E o meu irmão esta preso num...

—Você é um lorde? Um comandante? Ou mesmo um soldado condecorado? -fugaku interrompe com ironia. —até onde sei não. E a não ser que isso tenha mudado enquanto você rolava naquela cama, acho bom que você de o fora daqui.

A sala ficou em silêncio aguardando o desfecho da pequena discussão familiar. 

Sasuke parecia petrificado com o veneno destilado pelo pai, não o que aquilo fosse diferente do habitual mas ele não esperava aquela reação na frente de todos e menos ainda quando tudo o que queria era ajudar o irmão, o filho preferido do lorde Uchiha. 

Bem... Ele esmureceria perante o pai daquela vez, tinha que salvar o irmão.—Eu não vou sair daqui. Não enquanto o meu irmão é refém e ninguém parece fazer nada efetivo para salva-lo!

—OK. Não vamos a lugar nenhum assim. -Hiashi interviu pela primeira vez antes que Fugaku pulasse no pescoço do filho mais novo. —O que precisamos agora é uma pausa para descanso e um novo lugar onde fazer as reuniões, onde nenhum juvenil invada com seus ideais supérfluos. 

O lorde Hyuuga pos-se para fora sem se importar com os olhares de estranhamento dos outros, mas sendo seguido logo por eles, deixando apenas os Uchiha para resolverem suas pendências. 

—meu lorde chegou um pássaro dá ponta dá lua. -o Hyuuga que acompanhava Hiashi apareceu junto a seu mestre entregando-lhe um pequeno papel lacrado.

—dois navios Senju foram afundados essa semana, e quatro dos piratas. Eles pedem suprimentos e dinheiro, se não fornecermos eles abortaram a missão. -Hiashi lia com um pequeno sorriso zombeteiro.

—más notícias meu lorde?

—pelo contrário, a melhor em dias. O tolo Sasuke Uchiha tem razão, o cerco tem que acabar. Está tudo muito calmo. É hora de guerra de verdade.


Notas Finais


Olá! Trazendo o segundo capítulo do mês como combinado! Uma garota de palavra👏👏
Teremos dois capítulos por mês lembrem-se disso!
Depois da calmaria do último capítulo resolvi acelerar de novo por que eu sou como o Hiashi, não nasci pra paz kkkk
Esses "rebeldes" que atacaram o nosso trio de ouro vão ser melhor explicados no próximo capítulo e vocês vão conhecer melhor as tretas dos rebeldes de verdade.
Adorei o diálogo Naruhina ❤ foi bem como eu quero eles mesmo.
Treta básica tenten x temari
Jyraia meio estranho...
Sasori finalmente apareceu na fic e aí o que vcs acharam dele?
Coitado do Lee 💔 qual serão os motivos do gigante mais querido do mundo não querer lutar? 😱
Enfim eu gostei bastante do resultado final, e como eu não vinha gostando dos últimos capítulos (a ponto de pensar em reescrever a fic) eu estou muito feliz agora que está voltando a caminhar bem! Seguindo firme!
Então comentem o que acharam por favor e até a próxima 😘


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