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História The Empire Of War - Ferida que não se vê


Escrita por: Kallberg

Notas do Autor


Hey meu povo!
O capitulo ficou pronto ontem, mas eu não postei por motivos de "minha net caiu"
Mas considerem esse capitulo do mês passado. Agora eu estou oficialmente de férias e espero recompensa-los pelos meses irregulares Kkkkk
Enfim aproveitem o capitulo!

Capítulo 19 - Ferida que não se vê



Seu coração parecia uma escola de samba batucando dentro de seu peito, as suas mãos tremiam e o seu cérebro parecia ter entrado em pane. A única coisa que conseguia sibilar era um simples sussurro

—Gaara... -aquilo saíram tão fraco, tão incrédulo que Jiraya chegou a se perguntar onde ficara a Temari explosiva de sempre.

Gaara não dissera nada, na verdade ele parecia tão em choque quanto o mestre imaginava que qualquer um ficaria.

—Esse é o momento de vocês. -Jiraya sussurra atrás de Temari empurrando seu ombro de leve na direção do irmão, era um pequeno impulso necessário para que as pernas dela funcionassem.
Mas naquele momento suas pernas tremiam tanto que se tornaram tão inúteis quanto as do ruivo. Sabaku no Temari não tremia perante os piores inimigos, contudo diante do seu irmãozinho ela simplesmente desabou.

Caiu de joelhos a dois passos do irmão, ela não conseguia acreditar, não conseguia falar, se mover... Entrara em pane. Mas Gaara não, naquele momento tudo o que ele ganhou foram forças.

Toda a tremedeira parou de uma vez e se transformou na mais perfeita estátua, ela não sabia o que fazer quando tinha os braços do seu irmão ao redor de deu corpo. 

Gaara se arrastara até ela a agarrando pelos ombros num forte abraço. 

Ele fora até ela. 

Ele a amava depois de todos aqueles anos.

—irmã... Eu senti tanto a sua falta. -a voz de Gaara fez como se tivesse destravando uma alavanca dentro dela. 

Os braços finos da loira se levantaram involuntariamente envolvente corpo agora já grande do seu pequeno irmão, as lágrimas saíram sem pedir permissão, grossas e incontroláveis dos dois lados. Eles não disseram mais nada, apenas choravam agarrados soltando apenas alguns grunhidos felizes.

Jiraya sorriu perante o pequeno reencontro, eles não se soltariam tão cedo e ele tão pouco os chamaria de volta a realidade pois como ele mesmo disse antes aquele era o momento deles.

Tudo estava doendo, se sentia retorcendo por dentro, da ponta dos dedos aos fios de seu cabelo, era assim que era o inferno?

Toda. Aquela. Dor...

Ele merecia aquilo, pelos seus pecados. Por isso nem ao menos se permitiu gemer quando sentiu toda a ardência em sua pele, como se tivessem jogado lava quente em seu corpo, como quando queimava sua pele exposta ao gelo das montanhas nortenhas durante o seu treinamento. 

Sua cabeça rodou com a dor, mas se segurou durante todo o processo. 

Minuto após minuto, segundo após segundo a tortura voltava o fazendo tontear.

Satã era cruel.

Até que cessou, a tortura parara e ficou apenas o incomodo formigamento dolorido, mas muito mais suportável.

—aguentou bem grandão. -uma voz baixa soou irônica ao lado. Lee não respondeu, não conseguia imaginar por que agora o diabo queria lhe falar naquele momento. —já pode abrir esses olhos. Sei que está acordado, sei que sentiu toda essa dor, e acredite eu conheço Orochimaru e sei o quanto é sofrido ser seu paciente, tudo em silêncio. Você é realmente forte, Rock.

—quem diabos é você? -Lee sussurrou com a voz entrecortada e fraca, abriu os olhos devagar observando o homem deitado na cama ao lado, ele tinha mãos, pés e o tronco enrolados em uma corda grossa e presos as extremidades do movel; tinha um sorriso impertinente no rosto, mas o corpo magro e fraco deixava claro a sombra do grande homem que era tempos atrás. 

Um prisioneiro.

—Itachi Uchiha. O maior prisioneiro de guerra do norte. -o homem sorri com ironia perante a careta que se formava no rosto do "companheiro de quarto". —Vocês Rocks são servos do norte, pra você acabar aqui nesse lugar comigo as coisas devem estar feias hein... Suponho que tiveram diversas perdas e feridos na última batalha... -divagou esperando uma resposta, contudo diante do silencio do outro continuou. —Talvez o meu lado tenha saido em maior deficit, mas vocês aparentemente também estão ferrados... É o preço da guerra meu amigo...

—É o preço da ganância do seu povo. -Lee acusa.

—ganância? Pode ser. -Itachi ri amargo. —Mas eu só queria proteger a minha familia. Proteger o Sasuke. Como vocês.

—o traidor... Estamos aqui por culpa dele.

—meu pequeno irmão... É só uma criança tola. -o Uchiha murmurou recebendo como resposta apenas um rolar de olhos do Rock. —Eu estava lá sabia? No dia que essa guerra começou. E deixei acontecer bem diante dos meus olhos.

—aqui nas torres? -Lee questionou sem entender onde ele queria chegar.

—Nas Vinulas. Em minha casa. Na beira do rio de Jade. -suspirou cansado. —uma guerra não começa com o primeiro cintilar de espadas caro Rock. Começa com uma intriga.

—E então vocês mataram o nosso rei e começaram essa guerra infame contra o reino de Konoha. Isso pra mim é começar uma guerra. -Lee rebate como se estivessem criando uma disputa, mais uma pequena batalha "Norte vs Uchiha" e ele defenderia com unhas dentes o seu lado.

—Eu entendo que vocês Rock tem toda essa lealdade ao norte, mas o mundo não é "branco no preto" Os Uchiha não são os monstros, e muitos dos seus veneraveis lordes nortenhos não são santos. Todo mundo tem alguma ficha suja, fazemos muitas merdas, a única diferença são os motivos de cada um.

—Se acredita nisso é tão lixo quanto imaginei. -Lee responde tentando se levantar, mas sem sucesso. Ele realmente estava todo ferrado. —Não importa qual foi a porra do seu motivo para fazer mal a alguém isso não justifica. Nunca. Isso só deixa o seu coração cada vez mais negro.

Lee tinha a face séria, ele sabia bem do que falava, sabia o quanto seu coração ficara negro o quanto se perdera naquele caminho de sangue. 

Itachi suspirou perante a pequena alteração virando seu rosto de volta para o teto.

—Verdade. Você esta certo. Pena que só descobrimos isso tarde demais.

Mesmo que o quarto estivesse relativamente escuro pode perceber uma ponta melancólica no olhar do prisioneiro Uchiha, e ali Lee viu naquele homem alguém como ele. Alguém que tinha uma ferida, uma enorme ferida interna que não era visível aos olhos dos outros. Alguém que conhecia os horrores da guerra, do sangue e que estava cansado. Alguém que só queria que aqueles que amava ficassem bem. Não importando o que tinham que fazer. Mesmo que que seus métodos fossem ao final completamente diferentes eles eram ainda iguais.

Viu a lamina prateada passar diante dos seus olhos, e mais suas voarem em sua direção, eram ataques simples que ele desviava com facilidade. Ele contra 3 soldados Senju treinavam no acampamento Uchiha. Mas para Kankuro aquilo parecia brincadeira.

—Hey Kankuro pare de brincar. Se não o próximo a entrar nessa luta serei eu. -Kakashi chamou atenção deitado num pequeno amontoado de feno enquanto assistia a luta se desenrolar.

Kankuro sorriu com aquilo, lutar com Kakashi seria um verdadeiro desafio, o Hatake era quase uma lenda.

—Você não tem coragem. -provocou acertando a nuca de um Senju que caiu duro. —Tudo o que faz é ficar deitado o dia inteiro olhando para o nada. 

—Eu tenho coragem. Só não vejo a necessidade. -o grisalho respondeu enquanto via Kankuro derrubar outro soldado que se levantou cambaleante, aquele era o diferencial dos Senju eles tinham a vontade do fogo. —Já que esta tão confortável ai me responde uma pergunta que me veio a cabeça agora.

Kankuro deixa um talho na bochecha de uma adversário acertando o em seguida na parte posterior de sua coxa o deixando caído ajoelhado, antes de mandar um olhar ao grisalho o mandando prosseguir.

Kakashi se levanta olhando diretamente para o Sabaku no que se preparava para receber o ataque dos outros dois que sobraram.

—Por que desistiu da coroa? você era o primeiro na linha de sucessão ao trono, por que escolheu entrar para a guarda real e abdicar a um reinado certo?

Num primeiro momento não houve resposta, o jovem comandante desviou da primeira investida que passou reto, interceptou e ao girar para se livrar aproveitou e acertou o rosto do primeiro no rosto com o cotovelo o derrubando no chão o primeiro se desequilibrou levemente dando todo o espaço necessário para que Kankuro o chutasse nas costas e o levasse no trombo de frente com a árvore que lhes dava sombra. Estavam finalizados.

—eu não escolhi. -Kankuro responde simplesmente acertando um forte chute na cabeça e derrubando o ultimo dos Senju que tentou se levantar. Maldita vontade do fogo. —nenhum de nós escolhe nada.

—a guarda real?

—o sangue do império. É um sangue amaldiçoado. -Kankuro responde sem olhar para o Hatake, o acampamento estava cheio e vivo, logo haveria o ataque ao norte. —Eu não gosto daquele cara. - comentou observando Sakura conversar com o bastardo de seu pai mais a frente  e guardando sua espada na bainha.

—E quando você gosta de alguém? -Kakashi perguntou bem humorado, já se divertira bastante vendo a pequena surra que o Sabaku dera nos soldados  que se habilitaram a treinar com o capitão da guarda real.

—Não é só você que não gosta. -Sasuke diz se aproximando dos homens displicentemente, estava assistindo a luta de longe, Kankuro era realmente um grande adversário.

Sasuke estava se segurando para não correr até o "casal" e arrancar Sakura dali, ultimamente eles estavam sempre juntos.

—Ele tem realmente uma cara doentia. -Kakashi concordou

—Não é só a cara. -Kankuro diz sombriamente. —Sasori não é uma boa pessoa para se ficar ao lado. Nunca. -se voltou para Sasuke que seguia a rosada com os olhos. —Se aceita um conselho Uchiha... Vá buscar a garota.

—Não vai ser necessário. -Kakashi interfere. —ele esta vindo para ca.

Kankuro praguejou baixo.

—senhores, bom ver vocês. -Sasori comprimentou com o braço enlaçado no de Sakura. —Kankuro eu estava procurando por você irmão.

—Você não é meu irmão. -rebateu duro. —nem por um segundo ache que pode tomar esse título.

O campo ficou em silêncio, uma atitude rude por parte do do comandante da guarda real já era comum, porém as vezes ainda se surpreendiam com o quanto o Sabaku no poderia ser duro com as palavras.

—Só porque ele é bastado? -Sakura inquiriu nervosa, estava cansada daqueles nobres se achando superiores só por um pingo de sangue. Kankuro entretanto apenas sorriu se aproximando dos dois.

—Isso. Por que ele tem sangue de porco, coração de porco e a ética de um porco. Espera... Ele é um porco. —Sakura se apruma para responder, mas Sasori lhe segura o pulso a acalmando, conhecia Kankuro e sabia que enfrentá-lo de frente não era viavel. Ele era acostumado a lutar pelas costas.—Eu sei o que esta fazendo aqui bastardo. Sei que o meu pai te mandou aqui pra limpar a sujeira dele, mas vamos deixar claro uma coisa... Se entrar no meu caminho, eu te mato.

O sangue do império estava fervendo, só não se sabe de qual lado seria derramado.

—Naruto tinha muita dificuldade com as lições que os mestres passavam então ele trazia seus...livros e folhas, penas... e eu o ajudava.-Gaara gesticulava com seus braços animado por estar contando suas histórias a irmã, eles poderiam falar do pai e de tudo de ruim que aconteceu no passado, mas naquele momento eles só queriam ficar juntos e tentar recuperar o tempo perdido. —então eu passei a amar os livros e as histórias... Sabe, é fascinante! Não concorda?

Temari sorri com a cabeça deitada no colo irmão no grande tapete de pele que ele sentava antes junto a lareira, exatamente como faziam quando eram crianças.

—livros... -ponderou. —É eles são legais, mas eu sou mais fã da "ação" se é que me entende. 

—É você sempre foi muito elétrica. Mamãe ficava maluca! -gaara comenta arrancando um sorriso da irmã. —lembra de quando eu e Kankuro estávamos treinando cambalhotas no quarto da mamãe, muito mais ele que eu, claro -sorri com as lembranças tomando conta de si. —e ai você apareceu e disse que eramos dois fracotes e que ia mostrar como se fazia? -Temari acenou confirmando, a lembrança vira fácil e ela já segurava o sorriso.

—E eu mostrei. 

—aham... E perdeu o freio, bateu a cabeça na mesa da mamãe. Tentou se equilibrar se segurando no forro e derrubou tudo!

Nenhum dos dois conseguiu segurar mais as gargalhadas que saíram descontroladas.

—Você era uma peste garota! -Jiraya exclamou com o caldeirão em mãos num tom risonho, a felicidade extrema dos irmãos o estava contagiando. —o jantar esta pronto crianças.

O mestre deixou o caldeirão de ensopado em cima da pequena mesa sorrindo com o clima familiar, e foi até os irmãos. —eu te ajudo Gaara. Temari, você pode ir pondo a mesa?

A garota assente se levantando e pegando os utensílios indicados enquanto Jiraya acomodava Gaara na cadeira.

Temari ia colocando os pratos e talheres frente aos lugares que ocupariam enquanto Jyraia e Gaara tiravam uma com a sua cara ainda se lembrando das histórias do passado.

O mestre pôs-se a servir o prato de Gaara, mas parou ainda com a concha no ar ao ouvir um pequeno trotar ao longe. Percebendo o mesmo temari se pos a andar em silêncio até a pequena janela a empurrando levemente enquanto Gaara inquirida sobre o que estava acontecendo.

—Tem uma carruagem vindo. -Temari diz tensa.

—Carruagem? -Gaara se antecipa. —Só pode ser o Naruto.

—ele não pode te ver aqui. -diz Jiraya 

—droga. O que eu vou fazer? 

—você vai embora agora. -ele corre até a pequena porta do outro lado da cozinha.

Mas Gaara não pareceu gostar nada daquilo e insistiu para que a irmã ficasse, não via Naruto como ameaça a ela, mas Temari sabia que todos os lordes nortenhos eram uma ameaça.

—Gaa, ainda tem algumas coisas que você não sabe, eu prometo te contar assim que eu voltar. -Temari correu se agachando junto as pernas do irmão. —Por que eu vou voltar. Nós nunca mais vamos nos separar.

Mesmo que ele não quisesse se separar da irmã naquele momento, pois não tinha boas lembranças de quando eles tomavam caminhos diferentes, ele não tinha escolha.

—Você promete que volta? -perguntou segurando forte as mãos da irmã, não queria deixa-la ir.

—Eu prometo. -ela respondeu séria no mesmo momento em que gaara lhe soltava as mãos, se levantou o abraçando forte e beijando a testa coberta pelos fios avermelhados, nunca sairia dali se Jiraya não a chamasse pedindo pressa. Desfaz o abraço olhando fundo nos olhos verdes como os dela, mas ao mesmo tempo completamente diferentes. —Eu volto. Eu juro que volto por você.

Ela correu até Jiraya que já tinha uma porta aberta nos fundos da pequena cozinha. —fique aqui do lado de fora da casa, e espere até que o Naruto entre para sair. -o mestre instrui lhe entregando a própria manta, a noite estava fria lá fora. —ande em linha reta daqui, 200 metros daqui fica um pequeno estábulo, os Nara nos dispensaram um cavalo, peguei-o e vá. Rápido.

Temari assente rapidamente se pondo para fora no mesmo momento que o se escutou o barulho da carruagem do Uzumaki parando.

Poucos segundos e a porta frente fora aberta por um Naruto descabelado pelo vento e com a face taciturno. Algo muito serio estava acontecendo para que o Uzumaki se deslocasse das torres Nara até lá no meio da noite.

—Naruto, a que devemos a visita? -Jiraya "comprimenta" o afilhado.

—o que sempre me traz, sábio tarado. Problemas. -suspira cansado se sentando na cadeira ao lado do amigo na mesa.

Jyraia e Gaara se entreolham discretamente e o jovem resolve questionar quais são os problemas.

—Essa guerra ta saindo do nosso controle. Esta muito perigoso pra você aqui agora.

—o que quer dizer? -o ruivo pergunta se sentindo temeroso pela resposta.

O loiro suspira forte como se não acreditasse que ia dizer aquilo.

—Você vai ter que ir embora.

Naruto mal terminara de falar e face de Gaara se transformara numa tremenda careta de decepção e se afastando as mãos que o loiro estendera em busca das suas.

—Não! Não agora. Não por favor! -implorou  —Você me prometeu! Me prometeu que ia me ajudar a viver! Não me mande de volta agora por favor! Não agora que...

—Gaara eu não tenho escolha. É para a sua segurança. -Naruto responde demonstrando que aquela fora uma decisão muito bem pensada. Ele se lembrava que prometera a gaara que o ajudaria a viver de verdade, mas primeiramente ele teria que mantê-lo vivo. E para isso ele não poderia ficar no meio do fogo cruzado.—isso vai virar um campo de guerra Gaara! Aqui. No norte.

—mas... A ponte... As torres...

—nós seremos invadidos. -ratifica, aquilo já era certo. —E você vai quanto mais ao norte puder.

—Você não tem um plano? -Jyraia se manifesta pela primeira vez se antepondo ao jovem ruivo.

—Esse é o plano! -Naruto exclama irritado, mas logo se contém se voltando para Gaara. —amanhã quando o sol se por, vou estar mandando uma pequena comitiva para levá-lo em segurança. -Apesar do tom ameno que usara com ele era uma ordem. O rei estava lhe dando uma ordem. Ele não tinha outra escolha, Gaara percebeu.

Em silêncio assentiu mesmo que a contra gosto, naquele momento não conseguiria que o loiro mudasse de ideia.

—Sinto muito Gaara, eu estou tentando protegê-lo. -o Uzumaki argumentou ao observar a face decepcionada daquele que ele considerava um irmão.

—que se foda. -Gaara rebateu duro, como nenhum dos homens no comodo jamais tinham visto, mas é que ele estava perdendo sua irmã de verdade. —se só vou amanhã você já pode ir vossa majestade.

Naruto suspira forte, apesar de estar quebrando uma promessa não pensou que Gaara estava tão disposto a continuar naquela cabana. A reação forte era novidade.

Se levantou em silêncio decidido a seguir o desejo do amigo, não queria fazer outra imposição, mas parou no meio do caminho ainda ao lado da mesa assim que reparou num pequeno detalhe no jantar.

—Tem três pratos. -comentou como que casualmente e fazendo o sangue dos outros dois congelarem em suas veias. —quem estava aqui?

Mandou as cartas com os pedidos para as coisas necessárias ao casamento, seria grandioso como um casamento real deveria ser. 

Devastador. 

Shikamaru quase sorriu se aquilo não parecesse louco. Ele literalmente estava dando tudo. Seu velho teria que perdoa-lo, mas aquela era a única forma de bater de frente com todos aqueles inimigos de uma vez. Uchiha, o império, os Senju e os Hyuugas nas torres que ele sabia se virariam contra o norte assim que a confusão começasse. Com a chegada de Hitori todas as ligações de Neji foram cortadas e os Hyuugas haviam se tornado um problema cada vez maior.

Ainda tinha alguns dias para o evento, mas ele sabia que tinha que fazer aquilo o quanto antes. Tinha que entrar naquele quarto. Tinha que salvar ao menos aquelas lembranças, sua mãe o mataria se ele não o fizesse.

Estava parado com uma garrafa de vinho enfrente aquela porta ainda intacta, não conseguira dormir, o que era loucura no caso dele, ficara um bom tempo pondo em ordem alguns documentos enquanto se deliciava com seu vinho tentando distrair-lhe a cabeça, mas não funcionava. Ele sabia que só conseguiria dormir quando resolvesse aquele assunto. Então agarrou a sua garrafa deixando-a quase pela metade para ganhar coragem e se dirigiu ao quarto dos pais.

E assim ficou parado lá, sem conseguir ir adiante. Se sentia um inútil por não ter salvo o pai. Se sentia indigno...

O silêncio da madrugada o acalmava para pensar, aquela hora achava que ninguém o incomodaria, mas ao ouvir passos se aproximando percebeu estar errado. De novo. 

Não havia tempo nem forças para que ele saísse dali, então ficou e quão surpreso ficou quando a figura esguia de Temari apareceu no fim do estenso corredor. Ela parecia surpresa em encontrá-lo ali de madrugada, mas ele também não ficava atrás.

—Senhorita Temari. -ele saudou levantando seu companheiro vinho. —Fora tão tarde da noite...

—lorde Nara. -se curva levemente. —Sinto muito, mas não posso ficar para uma conversa, lady Hinata me espera.

—Ela está dormindo a essa hora. Não vai se importar -nem ele sabia por que insistia —venha até aqui.

Ela suspirou forte olhando de um lado para o outro a procura de uma rota de fuga, sem sucesso ela se aproxima lentamente do lorde. 

—o que deseja meu lorde?

Shikamaru a olha pelo canto do olho bebendo um gole de vinho em silêncio. E assim se mantendo por alguns segundos. A verdade era que nem ele sabia.

—por que esta fazendo parado aqui no meio do corredor? -voltou a questionar perante o silêncio do homem. Ela se aproxima da grande porta que o Nara encarava. —o que tem aqui?

Shikamaru engoliu em seco quando a jovem pos sua mão sobre a fria maçaneta, agarrando o fino pulso e a parando, sua expressão era neutra, mas em seus olhos havia um lampejo de preocupação e desespero.

Temari o olha confusa pela subta ação. —qual o problema?

—eu tenho que fazer isso. -ele responde soltando o pulso da garota que faz o mesmo com a maçaneta.

—o que ha ai dentro? -temari voltou a questionar agora curiosa pelo comportamento do homem.

Para para pensar tentando decidir se era certo abrir aquilo para a jovem.

—uma parte da minha familia. Esse é o quarto dos meus pais. Esta fechado desde... Desde o assassinato. -aquilo saíra mais difícil do que ele imaginava. E também mais doloroso. —Eu preciso entrar e pegar algumas coisas...

—Você esta com medo. -era uma afirmação, não uma pergunta. Mas mesmo que se provasse verdadeira a face do Nara se voltou para ela agora transformada em uma careta indignada. 

—eu não estou. -ele diz firme como se a desafiasse a discordar.

havia um tom em sua voz que não passara despercebido pela loira. Um tom de incerteza.  Mas ela estava certa do que pensava e ele lhe desafiara a discordar da verdade

E assim ela o fez. —Você esta sendo um tremendo covarde. Fica aqui do lado de fora a choramingar enquanto o mundo esta em guerra. Enquanto a sua mãe esta em algum fim do mundo chorando sozinha sem poder fazer nada. Mas você tem todas as cartas nas mãos, e escolhe ficar parado como um covarde.

—Você não me conhece. -Shikamaru murmura agarrando o braço fino da garota de maneira ameaçadora.

—tem razão. Eu achava que conhecia. Achava que você era só um filho da puta, mas agora eu percebo que também é um covarde! -ela cuspiu as palavras de forma rude. —agora se me da licença, tenho que ir.

Puxou seu braço de volta com força o forçando a solta-la.

Ela se virou e a expressão dele se transformou de raivosa para duvidosa. Talvez fosse a bebida ou ele estivesse ficando louco, mas via uma lógica nas palavras da garota. Seu pai fora morto ele não pode fazer nada, mas agora devia fazer o mínimo pelas memórias de sua familia e se encontrava petrificado. A verdade era que ele tinha medo. Medo de enfrentar seu pai, mesmo que em imagem, e admitir que falhara. 

Ele estava realmente sendo um tremendo covarde. Temari tinha razão.

Droga! Aquela garota era problemática...

—Temari. -ele chamou com a voz baixa, mas ainda assim a loira o escuta, parando temerosa. —pode entrar comigo? -pede sem olhá-la. Na verdade nem se percebera falando aquilo. Talvez o álcool realmente tivesse tomado o seu juízo. —Por favor...

Do seu cérebro por inteiro.

Em sua face formava-se um pequeno bico desgostoso, mesmo que não admitisse que ela estava certa, aquilo lhe custou uma boa parte de seu orgulho. Maldita bebida.

Esperava dela um sorriso deboxado, uma jogada de cabelo ou até mesmo que o ignorasse, mas Temari apenas sorriu de leve, ao perceber que ele mesmo sem querer admitirá que ela estava certa. Ela andou até o jovem lorde intrigada pondo-se ao lado dele, incentivando-o e o esperando para abrir a porta. Ela definitivamente estava mais forte. Estar com o irmão a deixou forte. Passaria por tudo aquilo se pudesse ficar com ele ao final.

E assim ele o faz, com Temari ao seu lado, respira fundo girando a fria maçaneta de prata e empurrando a pesada porta.

No momento em que pisaram dentro do cômodo Temari quase pode sentir uma das paredes internas de Shikamaru desabando. Ele definitivamente tinha muitas, mas ali ela pode enxergar muito mais do que um  lorde filho da puta. Havia um ser humano. Uma boa pessoa. Perdida, mas ainda assim uma boa pessoa.

Sentia vontade de chorar, sentia se suja e usada... Se sentia uma idiota inútil. Estava fugindo de Neji outra vez, assim como fugira uma dezena de vezes nos ultimos dias. Simplesmente não conseguia mais olhar nos olhos dele. 

Saiu pelos corredores escuros pela madrugada alta em silêncio, Neji fora atrás dela na ala dos criados, mas ela já estava craque em fugir dele e assim o fez sem olhar para trás. 

Aquele já era o andar dos lordes ironicamente ela e Neji trocaram de lugar naquela madrugada.

Deveria voltar, aquela hora o Hyuuga já devia estar voltando ao próprio lugar e ela deveria fazer o mesmo.

Girou pronta para voltar ao seu lugar original, não gostava de estar ali no ligar dos nobres, nunca se sentira bem, nem mesmo quando era uma deles.

Ela devia seguir seus instintos e se manter distante, nada de bom vinha dos lordes eles eram todos podres, alguns piores que outros, mas todos da mesma laia. 

Inesperadamente sentiu todo o seu corpo estancar de medo ao ouvir seu nome ser chamado pelo pior deles, Hitori.

—vejam só... A pequena vagabundinha por aqui a essa hora. -Hitori ironiza se aproximando da morena petrificada, ela estava de costas para ele mas podia ouvir os passos ritmados pelo bate da bengala.

Tenten sentia seu corpo tremer a cada passo que o homem dava incapacitada de sair correndo, incapacitada de fazer qualquer coisa.

—Você gosta disso não é?! -o ancião Hyuuga proferiu ao parar de frente para a morena. —Veio aqui procurando por isso. - agarrou o fino queixo com suas mãos enrugadas, enquanto Tenten tentava balançar sua cabeça em negação. —Você é realmente uma vadia Tenten.

—Eu não... -tentou retrucar mas logo sentiu o rosto arder, Hitori lhe esbofeteara.

Ela não reagiu.

Ela que se considerava forte, uma guerreira, mas desde que conhecera Hitori era sempre assim ela não conseguia se mexer, não conseguia reagir, só chorar.

—Você é sim. E sabe disso. Não é mesmo?  -Hitori pergunta se aproximando de seu rosto a pressionando a responder, mas a morena apenas se mantém em silêncio. —Não vai dizer nada? Ok. Eu te lembro.

Hitori empurrou Tenten contra a parede com força aquilo serviu como um estalo que pareceu acordar Tenten que tenta se libertar do aperto do Hyuuga mas ele a imprensa contra a parede com força. —nem comece Tenten. Você não quer atrair testemunhas. Não quer que o Neji venha não é mesmo? Ou quer que ele sabia de tudo sua vagabundinha? 

Ela estancou ali, não aguentaria que Neji soubesse de tudo, não aguentaria olhá-lo nos olhos.

Hitori percebendo que conseguira desestabiliza-la sorri maldoso, adorava aquele joguinho, adorava ver alguém como Tenten perder a pose, perder... tudo.

Virou a morena de frente para ele, ela desviava os olhos conforme ele vasculhada seu rosto se divertindo com a dor que via. A fez ficar de pênis e segurou as mãos dela tentando colocar seu pênis,  que ela nem o percebera botar para fora, em sua boca. Tenten virou o rosto tentando desviar,  mas o Hyuuga desferiu um tapa no rosto da rebelde e puxou o cabelo dela, forçando-a a levantar a cabeça e a chupá-lo.

Forçava o pênis contra a garganta da menina que sentia seus olhos lacrimejando, demorou alguns minutos assim até que ele se cansasse e se retirasse dela. Tenten tossiu com sofreguidão tentando se recuperar, mas em seguida Hitori a levantou com brusquidão pelos braços a jogando novamente contra a parede.

Com a amada bengala afastou as pernas da garota que choramingava baixo impensada contra a parede fria do corredor. 

Levantou o vestido surrado que a jovem usava e sem aviso a penetrou com força fazendo a gritar. Iniciou um vai e vem violento distribuindo tapas e puxões pelo corpo da garota que chorava.

Era isso que ele queria. Queria que ela sentisse dor, sentisse  humilhação. Fora um belo trabalho que fizera com ela anos antes, quando ainda estavam em suas terras, quando descobrira do romance do seu neto com a pequena vadiazinha. A ensinou o seu verdadeiro lugar. A ensinou que ela era um vadia.

Depois de satisfeito ejaculou nas costas e na roupa da jovem. Um sorriso maldoso cresceu em seu rosto assim que o corpo sujo de Tenten desaba no chão.

Acuada. Perdida. Humilhada.

—Nunca esqueça o seu lugar Tenten. -ele diz enquanto levantava as calças, pegava sua amada bengala no chão e saia caminhando normalmente pelos corredores silenciosos na madrugada das torres. Sem considerar nenhum olho curioso. Sem considerar qualquer testemunha. Sem considerar que olhos como os seus assistiu a tudo de longe. Petrificado. 

Tenten se sentia tão suja. Tão indigna de Neji. Tão... Vadia.

As vezes, quando estava sozinha ela se chingava, ficava se perguntando como podia ser tão covarde...

Por que não reagia..?

Ela que se considerava tão forte...

Mas a ferida doía dentro dela, doía como o inferno e a paralisava. Ninguém via aquela ferida, mas ela sentia. Todos os dias de sua vida.

Aquela ferida nunca sarava.

Duvidava que um dia sararia 


Notas Finais


Next on TEOW : casamento Naruhina,treta, treta e treta.
Talvez alguém queira me matar por esse capitulo, mas é a história migos 😪 ultimamente eu to só na sofrencia então se preparem kkk
Obrigado por lê! Se vc gostou deixe ai seu comentário e até logo!


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