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História The Empire Of War - Sangue do Império


Escrita por: Kallberg

Notas do Autor


Revisado: 12/04/2018

Capítulo 2 - Sangue do Império


Fanfic / Fanfiction The Empire Of War - Sangue do Império

 

–...A extensão do antigo império shinobi ia do desfiladeiro das rosas à cachoeira das lamentações, o maior império que já ousou existir. -Meistre Pakura andava elegantemente falando à algumas garotas sentadas em longas mesas com folhas, penas e tinta. Conforme seu longo vestido verde farfalhava as moças anotavam tudo o que podiam. –Contudo, por mais que a escalada até o topo seja árdua, a permanência nele é que traz o verdadeiro desafio. Alguém pode me dizer qual o maior erro de nossos antepassados e que causou a dissolução do império?

–Eles deixaram os bárbaros se aproximarem demais. -respondeu rapidamente uma garota ruiva que sentava na primeira cadeira próxima a mulher. Temari se lembrava dela, era uma Hatake se não estivesse enganada, uma casa pequena, mas que constantemente produzia grandes guerreiros. Talvez por isso a menina se esforçasse tanto para se destacar naquele meio.

 Infelizmente, estava errada.

–Eles deixaram? -A meistre questionou ceticamente. E Temari teve pena da menina, Pakura não era uma das meistre mais gentis. – Diga-me senhorita, você acha que as pessoas que construíram um império que abrangia metade das terras do mundo eram burras? -falou olhando fixamente para a garota que apenas balançou a cabeça negativamente respondendo a pergunta envergonhada. –Então possivelmente esse é o seu papel, não é mesmo? -era claro o deboche no tom de voz da mais velha o que acabou arrancando diversas risadas das outras garotas e fazendo a ruiva se encolher ainda mais. –Estupidas... Estúpidas crianças...

–Eles não deixaram os bárbaros avançarem. Eles não podiam contê-los. -Temari elevou o tom de voz passando por cima das risadas que pararam imediatamente perante sua resposta tendo agora todos os olhos do local virados para ela, mais especialmente os da meistre agora a encaravam e de forma rebelde a loira sustentou seu olhar, sorrindo no fim e continuando. –Mas se estamos seguindo a linha exata como pediu a minha colega Hatake, imagino que a senhorita deveria se corrigir uma vez que não existe nenhum desfiladeiro “das rosas” e sim “das flores” na atual vila da grama.

Os olhos escuros da meistre poderiam fulminar a loira a qualquer segundo, mas a mulher se conteu respirando fundo e andando até a ponta da mesa, parando de frente para a aluna rebelde.

–Cuidado princesa, você ainda não foi embora daqui e há sempre lugar para mais um na sala de correção disciplinaria. -Sussurrou de maneira ameaçadora. –Você já se divertiu bastante lá, não é mesmo? 

–Bastante. -Temari devolveu a pergunta debochada da mulher que sorriu se virando e voltando a andar pela sala.

–Já que a senhorita gosta tanto assim de responder perguntas. -Ironiza. –Por que não conta ao resto da classe como sua família destruiu o maior império da história e agora se equilibra em cordas bambas para controlar o que restou? -a meistre para se virando novamente para ela e aguardando sua resposta. 

–Como havia dito antes senhora Pakura, era um império incrivelmente grande, e com fronteiras tão extensas fica difícil proteger completamente o território, abrindo espaço para invasões, além disso um império muito grande quer dizer uma grande população, e o mínimo que você deve oferecer-lhes para que mantenham sua lealdade é comida, e como o estado estava gastando tudo para conter os avanços bárbaros a fome assolou o povo, e uma vez que alguém faminto não é muito racional, era evidente a revolta. Então as invasões dos bárbaros aliados as revoltas internas foi o que causou as separações do território. -A loira levantou o olhar até a meistre. –O erro dos meus antepassados foi o que meistre Tsunade chamava de "olho maior que a barriga" eles queriam o mundo, mas eles simplesmente não davam conta. Na verdade, duvido que alguém daria.

–Mas não é por isso que está aqui, senhorita? -A mulher sentou a beirada da mesa encarando a outra com o olhar zombeteiro. –o sangue do império, os herdeiros do trono, aqueles que irão liderar o novo império shinobi em direção a glória. Como era o juramento? Eu, Sangue do império, herd... 

–Eu sei o juramento da minha família senhora. -Temari a interrompeu seca.

–Você sabe o juramento, mas não faz ideia de como cumpri-lo. -cutucou se aproximando da loira. –Talvez não seja tão esperta quanto imagina.

–Nesse momento eu só tenho que ser mais esperta que a senhora e, sinceramente, não é tão difícil. -Temari sorriu, ela podia ir para a porra da sala de tortura ou como era chamado no linguajar rebuscado do castelo “sala de correção disciplinar”, não se importava. Tinha válido a pena ver o sangue subir à cabeça da meistre e os olhos se esbugalhados como duas bolas de golfe. 

A sala estava em silêncio, todos aguardando a explosão da meistre, contudo antes que ela ao menos pudesse dizer uma palavra outra voz tomou a frente.

–Senhora Pakura, gostaria de me acompanhar por favor. - A voz doce da arquimeistre de Castely Rose foi ouvida, contudo todos sabiam que por trás daquele doce havia um forte ácido, e por algum motivo ela não parecia nada feliz com a meistre. Bom para Temari.

–Senhora Mei tenho que terminar a aula...

 –Venha. - A mulher respondeu agora sem se esconder atrás da máscara de doçura, ela era completamente instável. –A reunião continua após o almoço senhoritas.

A sala foi se esvaziando rapidamente após o comunicado, entretanto quando Temari passou pelas superiores, Mei a intercepta lhe entregando uma carta.

–É a sua autorização para partir para o castelo real, de lá a senhorita possui oito meses para cumprir seu trabalho, se cumprir sua tarefa antes do esgotamento do prazo, ficará o resto do seu tempo em seus aposentos para uma inspeção. -Instruiu vendo a loira assentir. –Tenha sorte em sua jornada.

–Obrigada, minha senhora. - Temari disse se distanciando das mulheres com a carta em mãos e os olhos de Pakura queimando em suas costas.

–Os Uchihas estão marchando para o norte. -disse um homem grande e rechonchudo batendo alterado sua taça de vinho na mesa, daquela forma ganhando a atenção de todos na sala. –digo para matarmos aqueles malditos bastardos!

Homens gritaram em apoio a ideia, já era hora acabar com os Uchiha. A sala do conselho de guerra do Norte estava cheia, lordes e senhores de terra bebiam o vinho oferecido pelo senhor do Norte, comemorando que dali alguns dias arrancariam as cabeças de seus inimigos.

–está agindo precipitadamente vossa graça. -disse o lorde de uma das casa mais importantes do Norte, os Nara. Shikaku Nara tinha a expressão séria ao lhe encarar, as linhas de expressão estavam demarcadas demonstrando a idade daquele que já não era mais um jovem guerreiro, assim como as duas grandes cicatrizes no lado direito de seu rosto demonstravam uma vida de luta, e agora de sabedoria. Aquele homem fora por muito tempo o braço direito e conselheiro Minato e agora oferecia a Naruto um pouco daquilo. –Os Uchiha ainda não fizeram nenhuma ofensiva e não há provas concretas contra Sasuke para se decretar uma guerra, quanto mais tramar contra o sangue do império.

–Lorde Nara sei o quanto meu pai presava pelos seus conselhos -iniciou compreendendo as intenções do moreno. –Mas ele está morto. E eu não me importo...

–E esse não é motivo para você colocar todo o norte em uma guerra, sem provas de que há motivos para tal. -Shikaku o interrompeu com firmeza. –Você é um lorde, o herdeiro Uzumaki, responsável pelo povo do Norte! -fitou o jovem a sua frente. –Entendo a sua dor, mas você não pode, não tem o direito de agir pela emoção. Seu povo merece muito mais que isso.

Shikaku era um homem cascudo, lorde do castelo que guardava a principal entrada para o Norte, ele já vira de tudo. E principalmente, sabia do que estavam falando, sabia o preço de uma guerra.

–O povo do Norte merece vingança! -Hiashi exclamou alto adentrando na conversa. –Morte aos malditos Uchiha!

Novamente gritos de contentamento foram ouvidos, o povo tinha sede de sangue, e eles não se importavam em tomar o dos Uchiha. Aquela era uma rivalidade antiga, baseada, como quase tudo no império, na guerra.

Shikaku se levantou ignorando a agitação e também Hiashi, andou até o Uzumaki.

–Naruto, espero que saiba o que está fazendo, com quem está se metendo. -O loiro olhou atento o mais velho. –E espero verdadeiramente que não confie em Hiashi.

–Eu não o faço senhor. -Naruto respondeu sério. –Tudo o que quero é justiça, e para isso preciso de Hiashi, mas preciso também de ti. Não posso começar uma guerra sem os Nara, e principalmente sem ter em quem confiar. Sei que era o braço direito do meu pai e espero que continue ao meu lado.

–Os Naras são nortenhos lorde Uzumaki, nós sempre lutamos pelo Norte. Certo ou errado. -Um homem que acompanhava o senhor das torres falou. Ele era uma cópia do Nara, contudo mais novo, sem cicatriz e definitivamente muito menos amigável. O homem trazia um ar de descaso e tédio com tudo aquilo, Naruto o conhecia de vista em todos aqueles eventos no Norte, Shikamaru Nara era seu nome. –É provável que você faça uma burrada enorme, mate metade da população e faça as torres caírem, e ainda assim estamos aqui não é mesmo.

 

–Shikamaru! -Uma mulher loiraque se sentava ao lado do mais novo dos Nara ralhou. Ela era bonita, tipo muito, tinha olhos azuis e longos cabelos loiros claro que envolvia o rosto com a feição gentil. –Não fale assim com o senhor do Norte.

–Que problemático. -Shikamaru respondeu simplesmente soltando uma fumaça densa próximo a garota que apenas o olhou feio. –Ino, não é como se ele não soubesse que é arriscado e pode ferrar todo mundo.

–Posso lhe assegurar Senhor que darei a minha vida para que o norte não caia. -Naruto disse firme.

–E eu darei a minha para que não o faça vossa graça. -Shikaku anunciou de antemão, aumentando a admiração de Naruto por ele imediatamente.

–Então vamos brindar as cabeças dos Uchihas, por que a do velho não vai rolar. -Shikamaru levantou sua taça com um sorriso cínico acompanhado em seguida por Naruto e Shikaku.

Eles iriam a guerra no fim de tudo.

 

(..)

 

Ino já havia se retirado da pequena reunião discretamente, seu pai insistia em leva-la naqueles lugares para que aprendesse a ser uma líder.

As odiava.

Porém, sabia que devia agradecê-lo por apenas tentar fazê-la se inserir, ele poderia mandá-la para Castely Rose como muitos lordes faziam com suas filhas.

Haviam sim muitas senhoras acompanhando os lordes naquela que já era mais uma comemoração antecipada do que uma reunião de guerra, mas não conseguia se sentir confortável em meio aquele emaranhado de homens brutos que a olhava como se fosse um pedaço de carne, ou os que não olhavam, como Shikamaru. Seu noivo.

A verdade era que ele não dava a mínima para si, a via apenas como a filha burra do amigo do seu pai, Shikamaru parecia nem ligar para o compromisso que os pais deles os deixaram, não que alguma vez tenha a tratado mal, ele só não ligava. E isso acabava com ela. 

Pelos deuses era a mulher mais bonita do Norte, e ele nem se quer se dava ao trabalho de lhe dar uma chance de mostrar que não era inútil!

Tudo bem que ela não era uma Nara, apesar de sua mãe ser natural daquela família não puxara em nada os genes de gênio deles, contudo era esforçada, ela tentava sempre demonstrar seus dotes, e nunca se quer olhava. Era como se ela fosse invisível! Por que ele não a olhava!

Perdida em seus devaneios a garota não notou quando se perdeu em meio as dezenas de corredores do castelo Uzumaki, se assustando quando percebeu que estava em uma parte desconhecida, e pior, não via um criado passando por si a alguns minutos. 

Onde diabos foi parar?

–Meus parabéns Ino, quer provar a Shikamaru que não é burra e não sabe nem andar por um castelo. -a loira resmungou sozinha. –Ok. Mantenha a calma, não grite por socorro. Você só está perdida, já vai encontrar o caminho de volta...

Ela olhava afoita as paredes de pedra ao seu redor, eram todas malditas paredes iguais!

Como diabos ela iria achar o caminho daquela madeira?

Contudo, os pensamentos assustados de Ino foram interrompidos por uma voz que vinha fraca de trás de uma daquelas imensas portas de madeira.

–Senju Hashirama e sua esposa Mito Uzumaki, fizeram um acordo com os homens do deserto que já haviam conquistado mais do dobro de seu território original, tudo para evitar uma guerra que eles sabiam, destruiria a todos.

Ino seguia a voz inconscientemente, quem sabe fosse um criado que pudesse ajudá-la a achar o caminho de volta! Seu pai e Shikamaru não precisariam saber de seu erro, e tudo ficaria bem. –Konoha aceitaria fazer parte do território do novo império, porém seguiria independente em vários aspectos, além de manter suas terras sob sua exclusiva proteção. Exemplar do acordo abaixo. Certo... -o silencio predominou por alguns segundos fazendo Ino parar aflita, porém a voz logo voltou a ser ouvida. –O acordo foi feito, mas Uchiha Madara não concordava em se submeter a aqueles que ele considerava inferiores, iniciando um movimento para depor os Uzumaki do poder. Após uma longa e devastadora guerra, Madara acabou sendo derrotado e morto numa batalha contra o então Rei do Norte Hashirama Senju. Assim...

 

–Finalmente encontrei alguém! -Ino entrou arrastando a grande porta de madeira, assustando o garoto ruivo que derruba um dos muitos livros que ele tinha sobre a mesa. –Você pode me levar de volta ao salão principal, por favor? -a loira perguntou, mas o garoto apenas a olhava em estado de choque.

De onde diabos aquela garota havia saído?

–Olha, eu me perdi mais cedo e preciso achar o caminho de volta, não estava bisbilhotando nem nada, eu só preciso que me leve de volta. -Ino disse nervosa, não queria problemas com os Uzumaki. 

O garoto não se levantou em momento algum e apenas continuou a olha-la.

Ele era ruivo com poucas sardas salpicando em seu rosto, os olhos verdes estavam com algumas olheiras, contudo seus olhos pareciam bem despertos.

–Me desculpe senhorita, mas temo que não poderei ajuda-la. - o ruivo disse assim que se sentiu recuperado do susto, ninguém além de Baki e Naruto entrava ali.

–Como disse? - Ino praticamente gritou pelo atrevimento do criado. Mas ao olhar mais minuciosamente o quarto ocupado pelo homem a sua frente percebeu que aquele não era o quarto de um plebeu. E então ela gritou de verdade. –Pelos deuses! Você não é um criado. Você é um lorde! Você não está limpando. Esse é o seu quarto! Eu entrei sozinha em um quarto de um homem! Minha reputação está acabada!

–Senhorita, se lhe deixa mais tranquila não sou um lorde. Sou apenas um velho amigo de Naruto. -Gaara falou levemente confuso pela reação da garota, ele era quem deveria estar assustado.

–Pior ainda! O que lorde Uzumaki pensará de mim?! Que invadi o quarto de seu convidado como uma...

 

–Ele não vai pensar nada, por que não vai saber. - Gaara a interrompeu. –Na verdade peço que você não conte a ninguém que está falado comigo agora.

A loira acenou confirmando debilmente, de certa forma aquilo a aliviava, pelo menos seu pai e Shikamaru não ficariam sabendo de sua tola "aventura".

–Obrigada milorde, então podemos ir...- Ino saiu em direção da grande porta novamente. Mas parou quando Gaara não fez nem menção de acompanhá-la.

–Não posso leva-la senhorita, Baki está por aqui esses dias, assim que ele voltar pode fazê-lo.

A jovem levantou a sobrancelha esquerda desconfiada.

–Não pode...? -questionou. –O senhor está querendo me manter nesse quarto contigo? O senhor é um...

–o que? Essa nunca foi a minha intenção! Posso lhe garantir senhorita. - O ruivo disse com suas bochechas quase alcançando a cor de seus cabelos. Porém, Ino nem olhou para trás enquanto tentava abrir a porta que não se moveu um milímetro. –é apenas por que disse que estava perdida e se sair por essa porta como eu e Baki a acharemos para lhe levar de volta depois? 

Ino parou sua luta contra a porta olhando novamente para o ruivo.

–Vai realmente me levar de volta? - perguntou receosa. Gaara lhe respondeu com um aceno confirmando. –Certo. Mas ao primeiro sinal de má fé saio por aquela porta.

–Sim senhora, mas apenas levante o trinco primeiro. - Gaara abriu um pequeno sorriso e Ino o olhou assustada. –Ele caiu travando a porta quando entrou.

Ino ficou alguns segundos encarando curiosa o estranho homem sentado na pequena mesa abarrotada por livros, tentando alcançar uma pena um pouco longe. Percebeu que o livro que caiu quando entrou, ainda estava no mesmo local. Se aproximou lentamente, agarrou o livro caído ao lado das pernas de Gaara e entregou-o em suas mãos, enquanto o mesmo lhe seguia com os olhos. 

Ela finalmente tinha intendido por que ele não podia levá-la.

–Você realmente não pode, não é mesmo? -Ino falou com gentileza e com um sorriso doce puxou uma cadeira para se sentar ao lado do ruivo.

 

 

–Lorde Uchiha! -gritou ao longe um homem franzino que vinha galopando rapidamente na direção do comandante Uchiha. –Mensagem de seu pai. 

O homem lhe entregou uma carta vedada com o selo uchiha, Itachi abriu e leu rapidamente dispensando o mensageiro enquanto Sasuke vinha ao seu encontro.

–O que foi? - Sasuke perguntou. 

–Montar acampamento! -Itachi gritou, ignorando por hora os questionamentos do irmão. Desceu de seu cavalo, levando os outros lordes a fazerem o mesmo. Enquanto os soldados já armavam as tendas. –Kankuro está vindo com os homens do império ao nosso encontro.

–Por que? pensei que estivéssemos indo tentar um acordo de paz. - Sasuke falou baixo, mas com a expressão nervosa. –Que foi por isso que não convocamos nenhum lorde para marchar ao nosso lado.

–Entenda irmãozinho, nós não convocamos os guardas reais, eles simplesmente vieram. -Itachi deu de ombros enquanto viu Sasuke pegar alguns materiais para erguer sua barraca.

–Oh, é mesmo? Quantos malditos anos acha que eu tenho? -Sasuke enfiou a tora de madeira ao seu lado no solo raivosamente. –Eles simplesmente vieram? Sério?

–O rei pediu a ajuda de nosso pai com rebeldes. -Itachi disse sem expressão, escorado em uma arvore enquanto Sasuke continuava a montar com brutalidade a barraca improvisada. –Sabe que não precisa fazer isso. Você é filho de um lorde, só precisa ir se deitar na melhor que tiver.

–é a tenda ou a sua cara. Você escolhe. -Sasuke anunciou colocando a última tora em seu lugar. –E para de enrolar!

–Pediram a nossa ajuda para acabar com alguns rebeldes, que coincidentemente tem um acampamento escondido próximo a nosso castelo.

–Como tem rebeldes próximos de casa, e só agora ficamos sabendo sua localização? -Sasuke perguntou cético.

–Na verdade ainda não sabemos sua exata localização. -Itachi sorri amarelo. –A verdade é que eles são bons em se esconder.

–Certo, então eles nos "ajudam" aqui e nós matamos rebeldes para eles. Justo.

Não havia ficado claro para Itachi se o irmão estava sendo irônico ou não, este, contudo, apenas deu de ombros.

–Vamos dormir bem essa noite. -O comandante anunciou adentrando na tenda que Sasuke havia terminado de montar. – E amanhã assim que eu acordar, o que vai ser bem tarde, partiremos. Acho que é tempo suficiente para eles nos alcançarem.

–Mas que droga Itachi! Essa tenda é minha!

 

 

O castelo de Casterly Rose estava quieto e silencioso, ainda era muito cedo para que a algazarra de garotas andando pelos corredores de pedra ecoasse por todo o vale. Ninguém ainda estava acordado, exceto aqueles já não mais pertenciam a aquele lugar, ou os que deles queriam se despedir.

–Vejo que já arrumou as malas. -Temari falou escorada no batente da porta do quarto da Hyuuga. –Sua carruagem já chegou princesa?

–Até onde sei este é o seu título.- Hinata respondeu a brincadeira fechando o último baú, não tinha muitos, elas não tinham muitas roupas em Casterly Rose é muito menos tinham onde usar. 

Não é como se fossem autorizadas a frequentar bailes fora das paredes do castelo. Bailes eram apenas os de graduação das poucas meninas que conseguiam sair vivas dali o de Hinata havia sido a pouco mais de um mês, exatamente quando voltara com a tarefa comprida. Era tradição honrar a vencedora e sua família num baile pomposo, a pena era que eram raros. Concluir Casterly Rose era algo raro, e Hinata havia conseguido.

Nem parecia a mesma menina chorona que tinha chegada ao castelo.

–Pelos deuses Hyuuga, tem tantos reis, príncipes e lordes nesse reino, que alguns chamam de império, que tenho certeza que podemos dividir esse título. -Temari entrou no aposento e abraçou apertado a amiga. –Na verdade, acho que você o merece muito mais, parece mesmo uma princesa afinal... -considerou com um sorriso orgulhoso, passando por fim para um malicioso. –Uma princesa mortal!

A loira arrancou a adaga que a morena levava escondida na parte detrás do vestido, arrancando gargalhadas da Hyuuga.

–Você sabe, uma boa líder sempre mata a ameaça...

–Antes dela ser uma ameaça. -Temari completou sorrindo cúmplice. –Pretende matar alguém no caminho, minha senhora?

–Eu não sei, há alguém louco o bastante para atacar um Hyuuga? -Hinata rebateu com um sorriso irônico.

–Vamos testar. Num movimento rápido a Sabaku investiu contra a Hyuuga com sua fina adaga, ao passo que a morena se esquivou dando um pulo para trás arrancando outra adaga agora de sua longa saia.

Temari ergue uma sobrancelha num mudo questionamento divertido.

–Sabe o que dizem, uma mulher preparada vale por duas. -Hinata pisca maldosa, agora tomando a iniciativa de atacar Temari pela lateral. Daquele ataque resultou um pequeno corte no ombro da loira que revidou em um giro com um chute na perna direita de Hinata, que cambaleou para trás.

–Sabe Hyuuga, você está viciada em me cortar ultimamente. -Temari ironiza.

–Talvez se você fosse mais rápida, estaria inteira. –Hinata alfinetou com um sorriso zombeteiro. – É só isso que você pode fazer? Está de brincadeira? Me mostre do que o sangue do império realmente é capaz. 

–Você sabe que esse negócio de adaga não é para mim. Me arrume uma espada de aço Uchiha e veremos. - a loira investiu novamente contra a amiga dessa vez com socos e chutes que eram prontamente defendidos pela Hyuuga, contudo em uma mudança rápida de posição da adaga em sua mão conseguiu fazer um corte na mão de Hinata que solta sua arma pela dor, logo depois lhe acertando uma forte cabeçada que a faz cair na cama com a Sabaku por cima. –De qualquer forma, ainda assim eu sou melhor que você. -Dessa vez Temari sorriu, mas aquilo não durou muito.

–Você é. Mas esse ainda é o meu quarto. -Então a Hyuuga acerta uma forte cabeçada na garota e puxa outra adaga debaixo do travesseiro, em um movimento rápido se pôs por cima de Temari e colocou o objeto cortante a milímetros da garganta da oponente. –Eu te peguei. -Sorri para a amiga que lhe devolver da mesma forma.

–Garota, tu tens adaga em todo canto! -exclamou Temari aborrecida. –Me diz que quando estiver na sua noite de núpcias, você não vai abrir as pernas, e vai ter uma adaga lá também. 

Hinata soltou uma sonora gargalhada retirando a arma da garganta da Sabaku.

–Talvez. Se o meu noivo for um velho nojento. -As duas puseram-se a rir novamente.

–Então, você me manda uma carta e faremos juntas. -Trocaram olhares cúmplices, sentiriam falta uma da outra.

–Senhoritas! -arquimeistre Mei exclamou parada na porta aberta do quarto, exatamente como Temari havia deixado. –Se pretendem fazer esse tipo de coisa pelo menos fechem a porta.

Hinata saiu afobada de cima da amiga.

–Senhora Mei não é isso que está pensando! -a Hyuuga tentou se defender, mas a meistre nem parecia levar em consideração o que falava.

–Oh, por favor senhorita Hyuuga! Esta é uma casa apenas para garotas, sei que temos nossas necessidades, mas pelo menos mantenham privacidade. -a Terume ralhou fazendo Temari se controlar para não rir. –Contudo, vão ter que deixar para outra hora. Sua carruagem chegou senhorita.

–Eu não disse que era uma carruagem, princesa? -Temari provocou sem sair do lugar.

–E como irá viajar ao castelo real, princesa? - Hinata rebate com ironia.

–Te esperam no portão leste. -Mei interrompeu novamente antes que as duas começassem mais uma vez. – E a senhorita vem comigo, lady Temari.

–O que? Porque? - a Sabaku perguntou virando rapidamente para a arquimeistre.

–Venha. -a mulher respondeu simplesmente, e saiu fazendo Temari olhar de um lado para o outro confusa.

Que diabos a arquimeistre poderia querer com ela?

Dando um longo suspiro Temari se ergue da grande cama da herdeira dos Hyuuga. 

–Quem sabe eu não passo no Norte durante a minha tarefa. -a loira sorri para a amiga que da mesma forma a responde.

–Se tem amor a vida, você vai. -Hinata ameaçou divertida puxando a amiga para um último abraço. –Eu vou sentir sua falta.

–Eu também. -disse, e após alguns segundos se soltaram, saíram juntas pela porta do quarto, Hinata seguiu pelo Leste para iniciar sua jornada enquanto Temari foi enfrentar a soberana do castelo, Mei Terume.

Bateu duas vezes na porta de madeira e por fim recebeu permissão para entrar. 

A sala da arquimeistre era luxuosa, grande e espaçosa, era envolvida com cortinas de seda, tinha um grande lustre de cristal pendurado bem em cima da grande mesa envernizada que a separava da mulher.

–Sente-se. -Mei acenou para a cadeira posta de frete para ela, Temari olhou de um lado para o outro nervosa e não vendo saída se sentou na cadeira confortável. Ela já imaginava do que tratariam naquela sala, sua mente já formara até às respostas! Era claro que era sobre a sua discussão com meistre Pakura. Contudo, qual não foi a sua surpresa, quando depois de quase um século em silêncio palavras completamente diferentes começaram a sair da boca da arquimeistre. –Senhorita Temari, a anos estou lhe observando, percebendo seus hábitos e seu caráter.

–Hey, aquilo que você viu com a Hinata foi realmente uma brincadeira, eu não gosto de garotas, menos ainda de senhoras. - Temari disse com sarcasmo.

–Sempre tão sarcástica... -Mei riu de leve encarando por fim a menina.  mas eu sei que diferente do seu pai, você tem um coração escondido aí.

–Certo, e agora que você viu meu "coração escondido", o que você quer de mim? -Era claro o ceticismo em sua voz.

–Eu quero que você liberte o povo. -Mei respondeu simplesmente se deliciando com a face confusa da garota. –Quero que você lidere uma rebelião. O que me diz?

Temari nem parecia vê-la quando sua face endureceu e soltou um sonoro “Não.”

Aquilo surpreendeu a mais velha, esperava ao menos um questionamento por parte da loira, não esperava algo tão seco. Não vindo de quem era filha de quem era.

–Senhorita, não estou pedindo que faça isso de uma vez. Apenas pense no que o povo está passando. -A meistre argumentou, mas a Sabaku parecia irredutível.

–Eu não me importo. -Temari respondeu relaxada na poltrona da sala de Mei.

A meistre suspirou alto, ela tinha que aceitar. Tinha que ser ela. Não iria desistir, sabia que havia uma chama ali, uma como a de Karura.

–Não adianta bancar a durona comigo, eu sei...

–Senhora, deixe-me ser clara. -Temari a interrompeu se apoiando na mesa da arquimeistre e dessa forma pronunciando as seguintes de forma pausada. – Eu simplesmente não me importo.

E assim, com duras palavras a filha do império retirou-se deixando para trás a meistre esbabacada na sua grande poltrona.

Já fazia algum tempo desde que Gaara havia dito que Baki logo chegaria. E nesse meio tempo eles tinham duas opções, se manterem quietos sobre o constante silêncio da falta de assunto entre dois desconhecidos completamente opostos, ou poderiam arrumar alguma coisa como distração. 

No caso foram escolhidos os bons e velhos livros de Gaara, Ino não era muito fã de livros, mas acabara por aproveitar a leitura do ruivo que fazia parecer que tudo estava acontecendo naquele momento na cabeça dela, quando tinha dúvidas sempre o parava para deixar tudo ainda mais nítido.

– Os Uchihas foram derrotados graças as estratégias brilhantes de Nara Shikaru que criou um plano de batalha apelidado de esmaga carne. Aproveitando das posições geográficas dos Uzumakis e dos Senjus, esmagou os Uchihas em seu próprio território. Das montanhas os Senjus com as catapultas, jogavam pedras de fogos no território Uchiha, e os nortenhos atacavam pelo outro lado para os deixar em posição.

–Posição geográfica? - Ino perguntou confusa.

–Isso. você sabe, os Uzumaki estavam ao norte, o castelo real no extremo sul, os Senju no Sudoeste e os Uchiha bem no meio da bagunça. -Gaara parou assim que percebeu a expressão confusa no rosto da garota. –Pegue aquele papel para mim por favor.

A loira pegou o papel amarelado do outro lado da mesa e entregou para Gaara que desenhou um grande retângulo. –Todo o retângulo é o império,ok? Se o cortamos ao meio temos norte como a parte de cima e abaixo o sul. No norte Uzumakis, Hyuugas, Yamanakas e etc. Se cortamos de novo temos os territórios Senju e Uchiha. Mas não pense nas terras como um retângulo elas são muito mais irregulares e a escala não está certa, por exemplo o território Uchiha é muito menor do que foi um dia.

–Porque? -Ino questionou confusa tentando formar em sua cabeça um mapa apartar daquele desenho.

–Por que o campo que um dia separava Uzumakis e Uchihas foi inundado.  -Gaara falou excitado com a história, era uma de suas favoritas. –O povo do Norte "cavou" um grande fosso que passava por toda a sua fronteira terrestre, como uma linha para manter a guerra no lado Uchiha. Muitos riram, achando idiota, por que não era uma depressão muito difícil de se passar. -Gaara se aproximou e num tom conspiratório continuou. –Então, em uma noite escura, no alto das Torres, os Nara viraram suas catapultas não mais para o Norte e sim para as montanhas de gelo, onde corria o grande rio do inverno. Eles quebraram a barreira que mantinha o rio nas montanhas e mudaram seu curso direto para o meio das terras quentes do império. Quando o rio derramou suas águas o Norte tinha a proteção do fosso, mas os Uchiha não. Uma cidade inteira foi engolida pela fúria da água, a cidade do sol nascente era a maior cidade Uchiha e também a mais ao Norte de todas elas, tinha uma torre tão alta e reluzente que diziam que era dali que nasciam os primeiros raios de sol, na sua ponta tinha o primeiro aço Uchiha da história, antes mesmo de os Uchiha saberem que era tão valioso. -Ino suspirou agoniada com a imagem que criava em sua mente. –Desde então o Norte é cercado pelas águas cristalinas do rio de Jade e a única forma de entrar é pelas Torres, quando eles decidem abaixar a ponte da passagem.

–Por que o império não os ajudou?

–Eles não se davam bem naquela época, por que os Uchiha não queriam ser parte do império. -O ruivo respondeu.

–Mas hoje sim. -a jovem comentou.

–Hoje, ao que parece os Uchihas aprenderam que para ser forte você precisa de alianças.

Ino assentiu pensando um pouco. –Então, se acontecer mesmo uma nova guerra entre o Norte e os Uchiha, é possível que o império apoie os Uchiha?

–Olhando pelo lado de quem os governantes? Sim. -Gaara respondeu sério.  –O império sempre foi sedento por uma chance de acabar com o Norte, ou ao menos subjuga-los. Afinal o Norte é quase um reino dentro do reino, nem mesmo o rei do Império pode atravessar a ponte sem pedir antes. -Ironiza.

–E os Senju? –loira questiona. –Eles lutaram ao lado do Norte da última vez, são aliados. De que lado estariam?

Gaara para pensar por um segundo, mas devido a sua careta Ino já sabia sua resposta.

–a Esposa de Fugaku Uchiha é Senju, além de Tsunade Senju ser uma hospede de longa data na fortaleza Negra. -Considerou. –Os Senju provavelmente estarão com os Uchiha, querendo ou não. Além de que, tem a velha história da posição geográfica, eles estão bem no meio do Império e Uchiha, se apoiassem o Norte seria eles a serem esmagados dessa vez.

–Então a história pode acabar diferente dessa vez... -Ino diz num fio de voz, preocupada com os rumos que aquela guerra poderia tomar.

Gaara para fechando o livro, não havia pensado naquilo, ele, o cara que lia sobre guerra como respirava. Se o Império e os Senju estivessem mesmo com os Uchiha aquilo poderia acabar muito mal para o Norte.

Emergido em seus pensamentos Gaara só acordou quando batidas na porta começaram a soar.

–Lorde Gaara! Preciso voltar imediatamente ao castelo real. - Baki dizia tentando abrir a porta que não se mexia. –Você está bem meu senhor? - o homem perguntou angustiado do outro lado da porta.

–Estou sim Baki, é apenas o trinco que caiu, um minuto. -Ino se levantou antes mesmo que Gaara a pedisse e abriu facilmente a porta para o homem.

–Os Uchiha estão indo as torres, preciso voltar antes que isso ocorra, ninguém pode me ver aqui... -o homem dizia sem parar para respirar até que seus olhos caem sobre Ino, e sua expressão se fecha rapidamente. –Quem é você? o que fazia aqui com lorde Gaara?

–Eu não estava... eu só...

–Essa é a Ino, ela estava perdida e pedi que te esperasse para leva-la de volta. Pode fazer isso sem que te vejam? - o ruivo disse calmamente.

–A garota Yamanaka...  -Considerou se lembrando dos muxoxos dos criados sobre uma garota sumida. –Estão todos procurando por você, eu a levo.

Ino assentiu se levantando em seguida.

–adeus lorde Gaara. -Ino disse com um sorriso gentil. Deixando, daquela forma, Gaara hipnotizado por um tempo, tanto que quando a respondeu, a jovem já havia partido.

–Eu não sou um lorde. 

–Andem! Temos que chegar as torres antes do anoitecer! -Kankuro gritou aos homens que o seguia.

–Sor Kankuru, os Uchiha ainda estão um bocado a frente, quando chegarmos a negociação provavelmente já terá acabado.

–Sor Yuura não estamos indo negociar. -O Sabaku anunciou sombriamente. –Essa nunca foi a intensão. 

–Isso é guerra senhor. -completou o lorde Kakashi Hatake. –uma guerra pede sangue.


Notas Finais


Me inspirei na queda do império romano para fazer a queda do nosso império shinobi
Na verdade vamos ter diversas passagens históricas.
Até o próximo 😘


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