História The Empire Of War - Fase 2

Como o esperado a rainha estava mais ao meio da frota, como dizia os mapas que Sakura havia pego, com a correnteza do rio eles acabavam indo cada vez mais pra longe de Fugaku e dos Uchihas que se aprumavam na beira do rio a espera de que os Hyuugas abaixassem a ponte, o que, pelo andar da carruagem, não demoraria muito. 

Isso queria dizer que eles tinham que ser rápidos. 

Kakashi se levanta lentamente constatando que já estavam longe o suficiente de Fugaku e bem camuflados no meio dos barcos. Acena para Sasuke o chamando afinal ainda tinham uma missão a cumprir. 

—Sakura. -Sasuke chama ainda abraçado ao corpo trêmulo da garota, ela estava em choque. De novo. —Sakura, olha pra mim. -ele a vira para si, observando os olhos vazios da Haruno. Ver aquela cena novamente era dilacerante. —Eu sinto muito. Eu sinto muito não ter feito nada de novo. Me perdoa. Por favor...

Sasuke implorou com lágrimas brilhando em seus olhos. Mas Sakura não tinha mais lágrimas para chorar por eles , seus olhos verdes esmeralda o olhavam como se não vissem nada. Ela estava perdida dentro da própria dor. 

—Quero ir pra longe... Longe de Fugaku... -a voz de Sakura saira como um murmúrio, era quase automático. 

—Sasuke. -Kakashi chama se aproximando do ex-casal. —é a rainha. -apontou para o enorme navio que passava pelo norte meio distante deles. —Temos que ir. 

Sasuke olha para Sakura mole em seus braços e Kankuro ferido e desacordado do outro lado do pequeno barco, eles eram um fudido grupo ferrado. 

—Sakura, eu preciso que você reaja. -O Uchiha chamou balançando levemente o rosada. —eu preciso que leve o barco até os túneis. Você se lembra? Eu, você e o Naruto brincando lá quando tio Minato nos trouxe às torres? 

Mesmo que quase imperceptível Sakura assentiu. 

—Eu e Kakashi vamos continuar com o plano. Mas preciso que vá para o Norte com Kankuro. -Sakura tinha seus olhos focados na imagem do Uchiha, como se demonstrasse estar acordando daquele torpor. —Ele precisa de você. Kankuro precisa de você Sakura. Eu preciso de você. Você consegue lutar por nós? 

—Eu... consigo... -ela sussurrou mesmo que não se mexesse um milímetro. Mas aquilo foi o suficiente para Sasuke que conhecia Sakura o suficiente para saber que ela lutaria por eles. Por que ela era Sakura Haruno, e ela lutava pelas pessoas que amava. 
O Uchiha solta o corpo de Sakura, que se remexe levemente sem ele ao lado.

Ela reagiria. 

(...)

Sasuke subiu por último no navio se escondendo logo em seguida atrás de uma grande caixa de madeira e ajeitando seu arco nas costas.

-faz tempo que não te vejo com um desses. -Kakashi diz apontando com o queixo para o arco e as flechas que Sasuke carregava. -Fugaku sabe disso? -questionou em ironia.

-Não. Foi um presente de Itachi depois que meu pai quebrou o último. só acho que se vamos fazer isso vamos precisar do que temos de melhor. Não podemos falhar. -Sasuke responde com seus olhos na bagunça do barco.

O navio estava uma loucura, o barulho das catapultas jogando suas pedras contra as paredes das torres era ensurdecedor, haviam homens correndo de um lado para o outro no enorme navio atirando e recarregando as grandes catapultas Senju. Ao avistar a face extasiada do capitão do navio mais a frente, Sasuke se sentiu grato por ter mandado Sakura e Kankuro para o Norte em segurança.

Deidara tinha uma fama. Diziam que ele era insano. Louco por explosões. E Sasuke não duvidava que fosse ao avistar a face maravilhada com as explosões dos tiros das catapultas contra as paredes das torres. 

Jiraya e Shikamaru realmente acertaram quando escolheram a rainha como alvo, não era o tamanho, eram o capitão e seus brinquedos. Mas como diabos ele e Kakashi -a situação ainda piorava agora que estavam sem Kankuro.- tomariam aquele navio lotado de soldados e piratas mais o insano Deidara? Eles calcularam aquilo? Kankuro não lhe explicará bem daquela parte do plano e nem poderia voltar e perguntar... Estavam fudidos.

—Sakura sumiu de vista. -Kakashi diz se abaixando ao lado dele. —em linha reta para o norte. Tem certeza que ela sabe chegar nesse tal túnel?

—Tenho. -Sasuke diz com seguro. Ela se lembrava, ele sabia que ela se lembrava dos tuneis, não havia como esquecer. —Passamos boa parte de nossa infância e adolescência  nesses túneis. Coisas importantes aconteceram aqui.

—eu espero que esteja certo. -diz, suspirando baixo enquanto espiava a confusão no navio. —E espero que lady Tsunade também tenha acertado quando disse que a cura de Kankuro estava no norte.

Sasuke assente espiando por cima da grande caixa, observando a enorme movimentação dos tripulantes de Deidara que saia para sua cabine.  —Isso aqui é loucura... Como os nortenhos planejam segurar tudo isso?

Os disparos contra as torres não paravam, toda a frota mirava ao norte, mas nenhum de seus filhos estavam lá em cima, seja com catacumbas ou até mesmo arqueiros para defende-las. Eles não iriam resistir assim.

Não conseguia entender os planos do lorde  das torres, para Sasuke estava claro que o norte só estava se fudendo, as torres ruiriam daquela forma.

Mas diferente do que ele pensava não foram as torres que ruíram despencando em sua grandiosidade, o ruído  alto e desconcertante não era das torres, era da ponte sendo abaixada. Por dentro. 

Os Hyuugas tinham conseguido.

Os Uchihas iriam invadir. 

—oh merda! -Kakashi se apoiou junto a Sasuke com a face em descrença. Aquilo não estava nos planos. —Fudeu.

—É... Fudeu. -Sasuke e Kakashi se viraram der repente ao serem  surpreendidos pela voz irônica do capitão da rainha, Deidara, logo atrás deles. —Vocês estão muito, muito fudidos.

♜

—Hinata?! -Temari chamou fazendo a amiga finalmente olha-los. —o que diabos você estava fazendo ali?

—o filho de uma rainha do Naruto me trancou ali dentro! -a morena esbravejou se aproximando da amiga. —diz ele que é pra me proteger - ironiza. 

—que filho da puta!

—não é?! -Hinata exclama agradecida por alguém entende-la. —olha pra minha cara de quem precisa ser protegida! Eu sou a rainha porra!

Temari assente concordando veementemente com a amiga enquanto Shikamaru aparecia logo atrás dela.

—foi o certo a se fazer uma vez que...

—querido vai se fuder! -a Hyuuga o interrompeu nervosa. —eu sei bem que foi você que botou na cabeça do Naruto pra ele não confiar em mim.

—eu não precisei fazer nada. -o moreno se defende. —nem mesmo o Naruto é sonso o suficiente pra simplesmente confiar na filha do traidor. -rebate fazendo Hinata recuar levemente, até mesmo o stress de outrora que já passava. —Tem que admitir querida você era suspeita.

—Não sou mais? -ela indaga com a pose superior.

—você está aqui, não está? Sua família está por aí destroçando cada pedaço das torres, mas você está aqui... minha rainha. -ele diz se curvando levemente, o tom era de ironia, mas podia sentir uma fundo de sinceridade em suas palavras. 

Hinata anuiu aceitando sua explicação.

—Os Hyuugas já tomaram as torres? - pergunta preocupada e levemente culpada, principalmente por estar falando com o lorde daquele lugar. 

—Sim. -Ele responde simples como se fosse óbvio. —de qualquer forma não importa. Nós precisamos sair daqui logo os Hyuuga vão aparecer por aqui também.

Apesar do tom tedioso de sempre Temari podia sentir em Shikamaru a raiva e a angustia de perder a sua casa, ele estava pagando um preço alto naquela batalha. Ela se sente compelida a conforta-lo, não sabia o porque, só queria ajudá-lo.

Contudo, antes que pudesse fazê-lo um forte ruído tomou conta do espaço fazendo os três ocupantes da velha cozinha pularem em seus lugares, Hinata e Temari pela surpresa, e Shikamaru por saber que a segunda fase havia começado. 

Estavam abaixando a ponte. Cassete!

—temos que ir. Agora! -dessa vez fora Temari quem falara tomando a frente. 

—malditos Hyuugas de merda! -o Nara praguejou se dirigindo ao canto oposto a bagunça que Hinata fizera ao derrubar a grande armário. E puxar a mesa de canto e revelando por baixo dela uma pequena portinha.

—mais quantas surpresas esse lugar tem? -Temari questiona surpresa quando Shikamaru abre a pequena porta que mal cabia seu tronco ali dentro.  

—Eu te disse, as torres não são como os outros castelos, elas foram construídas em função da proteção de minha família. -o Nara respondeu orgulhoso.—Temos 5 saídas de emergência com passagens espalhadas pelo castelo até saídas em lugares estratégicos, essa cozinha não é desativada a toa, daqui até o portão sul é uma linha reta de 200 metros, a menor distância percorrida entre as torres, ela é o centro das saídas alto-baixo; e se tudo der errado ainda temos 4 abrigos impenetráveis no interior das torres e nos arredores. -ele discorria enquanto Temari se aproximava para observar o pequeno "burraco" onde havia uma espécie de elevador rústico apertado. 

—esse "elevador" vai do alto das torres até..?

—Os Túneis. As outras saídas vão direto por lá, e essas daqui também se estendem até lá, elas saem uma do lado de fora das torres e as outras duas em cidades próximas, inclusive uma das bifurcações da "S1" por onde a garota Hyuuga saiu dava nos túneis e a levaria em segurança para a cidade branca, como Naruto havia instruído, não no meio dessa bagunça. -alfinetou Hinata que estava mais atrás.

—Eu não ia e não vou fugir. -Hinata diz firme fazendo os dois se virarem rapidamente para ela.

—mas é claro que você vai caralho! Aqui é perigoso! -a loira exclamou nervosa.

—eu sou a rainha. Eu não posso fugir.

— Isso é exatamente o que você tem que fazer. -Shikamaru interfere como se explicasse 2+2 para uma criança —Alguém tem que ficar e comandar esse reino.

—Alguém -Hinata repete cheia de ironia. —o meu marido está lá em cima arriscando a própria vida por um plano maluco que você inventou! E agora você quer um substituto como se não fosse nada? Meu lugar não é onde sua mente fudida manda lorde Nara, eu não sou uma das suas peças no jogo então pare de me tratar como tal. Eu sou a sua rainha.

—me desculpe minha senhora, mas eu estou cumprindo ordens exatamente do seu rei. -era claro o tom irônico de Shikamaru. —tenho que levá-la em segurança para fora das torres ou todos nós morreremos.

—E o Naruto? -Hinata continuou. —ele não pode continuar aqui. Alguém tem que busca-lo

—buscar? -Shikamaru repete incrédulo. —não há tempo para mandar uma comitiva atrás do Naruto. Vamos todos morrer se subirmos esse túnel de volta para o topo.

Ele praticamente gritou, parecia que ninguém entendia o seu lado.

—Não precisamos de uma comitiva, eu posso ir sozinha. -Hinata contrapõe

—você está louca! -Temari exclamou se aproximando da amiga. —As torres foram tomadas por Hyuugas e quanto mais pra cima você vai mais deles vai encontrar! Isso é suicídio!

Ela tentava botar juízo na cabeça da morena mas essa parecia irredutível.

—Isso é ridículo. -Shikamaru interfere nervoso. —não temos tempo para birras de garotas. mesmo que você conseguisse sair no andar dos lordes ainda teria que subir mais 5 andares batendo de frente com toda aquela cambada de Hyuuga, que acredite está lotado deles que correram atrás do Naruto. Nós temos que sair agora!

Era claro que o Nara não cederia, Shikamaru não era conhecido pela compaixão e sentimentalismo, Naruto sabia dos riscos quando montaram aquele plano, ele não podia botar tudo a perder para ir atrás do loiro, tinha que confiar que ele conseguiria sair sozinho.

Mas Hinata também estava determinada a seguir em frente, estava determinada a não deixar sua família definir sua vida novamente. Se eles simplesmente fossem embora sem Naruto, seu pai venceria, o norte seria dos Hyuuga.

—tema? -ela chamou fazendo a loira olha-la. Temari estava do lado de Shikamaru, ela achava aquilo uma loucura e talvez fosse. Mas era isso que elas faziam, loucuras. —eu preciso fazer isso.

—é loucura...

—eu sei. Quantas vezes eu te disse para não fazer loucuras. Para parar e pensar nas consequências... -não foram poucas as vezes que aquela cena fora invertida, Hinata sempre fora a cautelosa e Temari a rebelde irresponsável. —mas nós sabemos que as vezes não podemos evitar. As vezes você não tem escolha, as vezes é mais forte que você.

—eu não posso deixar você fazer isso. -a loira responde com a voz fraca, perder Hinata estava fora de cogitação.

—eu preciso enfrentar isso. Ignorar o perigo e os sinais de alerta. Assim como você faz. -ela diz apontando levemente com a cabeça para Shikamaru que arrumava algumas cordas e olhava a cada segundo para porta para se certificar que não havia nenhum Hyuuga vindo. 

A verdade era que Temari continuava junto de Shikamaru, mesmo com todos os avisos de Hinata e Jiraya, mesmo sabendo do perigo que era estar junto ao Nara, ela continuava ali. Poderia ter caído fora a tempos, poderia ter procurado outra pessoa para ajudá-la a encontrar a amiga, poderia ter feito um milhão de outras coisas, mas acabou junto com Shikamaru. Como sempre.

—você ignorou meu conselho. E eu entendo, as vezes você não tem controle da situação, não a julgo. -Hinata dizia suave, é claro que ela entendia, Temari era sua melhor amiga no mundo. A própria Temari poderia ainda não ter se dado conta dos próprios sentimentos, mas ela podia ver, claro como o rio de cristal dos Hyuuga. —Porém, eu preciso fazer o mesmo. Entendo que se preocupe comigo, mas eu preciso fazer isso. Foda-se se é perigoso.

Os olhos perolados da Hyuuga deixavam claro sua determinação, mas os verdes de Temari estavam escuros como um pântano não demonstravam nada. Ela estava ilegível.

—pronto! -Shikamaru exclamou chamando a atenção das duas. —vai caber nós três aí, apertado mas cabe.

Nenhuma das duas se meche, Hinata continuava parada em seu lugar determinada a não fugir. E Temari continuava indecifrável, parada sem dizer uma palavra. —tema? -Hinata chama e Temari parece acordar imediatamente. A voz de Hinata era quase de súplica, mas Temari apenas a olhou com a face dura. 

—desculpe. -ela diz antes de se virar andando novamente para junto de Shikamaru.

O Nara observava a cena sentindo um pouco de pena da Hyuuga, sua face era quase de dor.

Mas foi a sua própria que se transformou numa perfeita careta de dor ao sentir um forte soco na boca do estômago. Temari o atacara. E puta que pariu! Ela tinha uma mão pesada!

—mas que porra Temari?! -Shikamaru diz buscando fôlego completamente indignado enquanto assistia o pequeno elevador subir pouco a pouco, levando Hinata e fechando a passagem. Temari havia escolhido um lado.

—eu já pedi desculpas. -ela fala com uma tentativa de sorriso.

—você tem mínima noção que acabou de fechar nossa saída? -Shikamaru indaga com a face em fúria. —aquela era a única saída segura das torres aqui. Espero que esteja preparada senhorita sulista, por que agora vai ter que enfrentar um exercito de Hyuugas para sair daqui.

Foi o tempo dele terminar a frase e os primeiros ruídos acima deles voltar com força, os Hyuugas estavam descendo de novo. Ou tinham matado Naruto, ou ele fugira. Só assim os Hyuugas já teriam voltado para pegar o resto deles.

—nós damos conta deles. -Temari responde firme, mas Shikamaru definitivamente não estava convencido. —qual é Nara?! Somos uma grande dupla!

A loira sorriu para ele, ela nem mesmo parecia preocupada, em resposta Shikamaru suspira nervoso. —por que ninguém para para pensar nas merdas que faz? -ele murmura se pondo ereto e agarrando sombra. Agora já não tinha muito o que fazer, eles teriam que lutar para sair dali.

Como diabos ele acabou naquela situação? As coisas estavam saindo do seu controle. Tudo estava fora de controle e a resposta para aquela confusão era sempre Temari. Tanto na sua cabeça quanto em seu...

Esqueçe!

Os primeiros Hyuugas apareceram descendo as escadas sedentos, pelas cartas de raiva Naruto devia ter dado um baile neles. Ele até riria, mas uma lâmina passou enfrente seus olhos em seguida. Ele não tinha tempo para pensar naquele momento, tinha que lutar e tirar ele e Temari dali.

♜

—encontramos os papéis senhor. -o pequeno soldado sussurrou junto ao ouvido de Fugaku que ouvia atentamente. —estava tudo lá, mas...

O homem parou meio incerto recebendo um olhar impaciente do Uchiha que o mandou continuar de forma ríspida. —havia um bilhete no fim. -ele estende seu braço com um pequeno papel dobrado diversas vezes.

Fugaku o agarra sem restrições abrindo-o imediatamente. Dentro haviam algumas palavras rabiscadas na mesma letra que escrevera nos malditos documentos que atormentavam sua vida. Tsunade. 
"Olá, Fugaku.
Se está lendo isso provavelmente já me matou e mandou buscar a sua recompensa.
Você sempre quis isso não é mesmo? Me matar..? Eu te entendo, eu era uma pedra no seu sapato, a testemunha da desgraça da sua vida, a única pessoa que tinha provas do que aconteceu. Mas você não poderia simplesmente matar uma Senju...
Você deve ter odiado tanto meu nome... Em primeiro lugar, você sabia que o meu irmão te casaria se algo me acontece em suas terras e depois meus contatos espalhariam seu segredos e seria o fim do seu orgulho. Então uma vez que não podia se livrar de mim simplesmente, você me manteve por perto e esperou... 
Eu sabia que uma hora viria atrás de mim. Eu sabia. E sabia que seria agora.
No meio de uma guerra minha morte não teria tanta importância quanto outrora. Pessoas importantes morrem em guerras. Você poderia culpar o tempo, uma intoxicação, um ataque de animal... eram tantas as opções... O importante era que eu sabia. Admito que conseguiu me surpreender com o veneno, que consegui encontrar uma pista do antídoto, mas já era tarde. Porém, eu só queria lhe avisar que estava preparada pra você. Eu sempre estive. Gostaria de lembrá-lo que está mexendo com uma arquimeistre de castely rose meu querido, e nós não caímos sem uma boa luta. 
Nós não acabamos aqui, mas essa carta precisa ser encerrada... Nos vemos em breve lorde Uchiha. O inferno te aguarda.

Ps: Me desculpe a péssima letra, fazer cópias de todos esses papéis dava mais trabalho do que eu imaginava."

Demorou meio segundo para o sangue  de Fugaku subir a cabeça como um foguete. —filha de uma rameira! -murmurou irado, voltara a estaca zero.

—falando sozinho Fugaku? -Hiashi chamou com um sorriso maldoso brincando em seus lábios. —sempre soube que Uchihas eram porcos fracos, mas loucos é novidade. -provocou enquanto observava o Uchiha guardar rapidamente alguns papéis em sua armadura. —por que a irritação? Estamos prestes a tomar o norte. Oh, que insensível eu sou. Está mal por lady Tsunade. Ela viveu por muito tempo em seu castelo não é mesmo? -chutou observando a face de Fugaku endurecer. —deve ter sido difícil encontrar o corpo dela. Você estava sozinho não é mesmo? Quando  a encontrou... Já sem vida é claro...

—o que está tentando insinuar Hiashi? -o lorde das terras Uchihas interrompeu. —eu já disse. Aquela coisa rosa endoidou, atacou a própria protetora e fugiu para o norte.

Fugaku falava duro como se desafiasse o outro a discordar, mas como resposta Hiashi sorriu com seus dentes brancos e perfeitos em pura ironia. 

—É claro. Uma garota magricela derrubaria uma arquimeistre. -Fugaku retesou e Hiashi se aproximou lentamente. Para quem via de fora aquele até poderia parecer um movimento de velhos amigos. —acha que sabe mentir? -fez uma pausa soltando uma pequena risada nasal. —você ainda precisa de algumas aulas meu caro.

Hiashi voltou a se afastar apenas para checar a face transtornada do Uchiha, os olhos vermelhos em fúria, Fugaku sempre foi um cachorro louco, podia manter a máscara de lorde civilizado, mas era preciso apenas uma pequena provocação para que ele perdesse o controle e atacasse como um cachorro louco que não via nada além de sua presa. Hiashi era o contrário, ele era frio e calculista, ele poderia ser qualquer coisa desde que lhe trouxessem lucros. 

—finalmente. -Hiashi diz sorrindo enquanto observava a ponte começar a ser abaixada. —pode deixar que eu lidero o exército meu caro amigo, tenho o pressentimento que você vai estar ocupado por um tempo. -a fala do Hyuuga era tão mansa que Fugaku se sentiu tentado a acreditar naquela gentileza se não soubesse que Hiashi era o demônio.

Sentindo o veneno escondido na voz de Hiashi Fugaku se vira apenas para assistir Kawaki Senju descer um pequeno barco junto a uma comitiva, ele se recusara a sair de seu castelo no início da batalha, mas quando fora necessário os barcos Senju seu lorde se pôs a bordo junto com seus brinquedos preferidos. 

—onde está a minha irmã? -Kawaki, irmão mais novo de Tsunade chegou praticamente gritando a margem do rio, alguém fora dar-lhe a notícia da morte da irmã. Fugaku só não sabia se era alguém a mando de Tsunade ou de Hiashi. —Fugaku! Onde diabos está a minha irmã?! Eu acho bom você ter uma boa explicação!

Kawaki tinha o rosto branco vermelho de raiva e tristeza, os cabelos castanhos bagunçados e com alguns pontos brancos de neve. 

Fugaku apenas viu Hiashi gritar o exército para invadir subindo em seu cavalo branco e na frente de todos pondo-se a atravessar a ponte de volta para suas terras. Mais atrás alguns Senju que vieram junto com seu lorde vieiram trazendo o corpo morto de Tsunade, todo ensanguentado e esfaqueado. 

Kawaki correu até a irmã caindo de joelhos na areia assim que seus criados a deixaram junto a ele. —Tsu? Tsunade! -ele gritou enquanto lágrimas iam escorrendo por seu rosto. Temari era tudo o que ele tinha de família, eram apenas eles dois e agora ela lhe fora arrancada. Alguém havia assassinado sua irmã. —quem foi? -ele questionou agora com a face em fúria, ele tinha sede de vingança. Diante da aura negra que subia pelo corpo do jovem lorde, Fugaku quase esquecera como falar, tinha que ter muito cuidado com qualquer coisa que saísse de sua boca. Os Senjus eram a maior casa do reino e eles tinham que continuar de seu lado. —Quem diabos fez isso Fugaku?!

—Sakura. 

♜

Jiraya esticou sua tocha de fogo mais para frente tentando enxergar o reçém chegado até que esse passou de uma silhueta para a imagem da rosada, protegida de Tsunade.

—Sakura? -o mestre murmura desacreditado, como diabos aquela garota fora parar lá?

—ele precisa de ajuda. - ela sussurra apontando de leve para o corpo desacordado de Kankuro que ela carregava nas costas como um corcunda. Suas pernas tremiam assim como o resto de seu corpo, a testa estava brilhando de suor, mas seus olhos ainda eram opacos de dor. 

Jiraya não sabia de onde Sakura tirava forças para carregar um homem do tamanho de Kankuro, e principalmente pelo fardo que ele via em seus olhos. Ela parecia despedaçada, mas de pé. Era definitivamente cria de Tsunade.

Ele se apressou em ajudar a garota, tirando ao menos o peso de Kankuro de suas costas.

—o que aconteceu?

—Sasori... Fugaku... - ela sussurrava agoniada. —eles são monstros.

—o que quer dizer? 

—ha um veneno... Sasori criou... Eles querem matar a todos...

—eles envenenaram Kankuro? -Jiraya pergunta preocupado, conhecia a fama de Sasori da areia vermelha e aquilo seria definitivamente um problema.

—sim... ele também foi envenenado...

—como assim? -Jiraya questionou alarmado. —quem mais?

—a minha tia... Tia Tsunade... -lágrimas voltaram a cair dos olhos da rosada a cada palavra que dizia com a sua consciência de volta. —Eles a usaram como um teste... Para o veneno... Eles... -mesmo que Sakura não dissesse Jiraya já sabia onde aquilo ia parar, ele podia sentir na dor de Sakura. Tsunade estava morta. A única mulher que ele já havia amado, mesmo que nunca retribuído, estava morta. As lágrimas de Sakura não paravam, e seus braços fracos tremiam tanto pelo cansaço tanto pelo choro duro. Porém, diferente do que ele imaginava, quando Sakura ergueu seus olhos, mais do que qualquer coisa havia raiva ali. Os olhos verdes molhados estavam febris, quase doentios como se tivesse encontrado um propósito. —Fugaku a matou. E vou mata-lo por isso.

Jiraya já havia visto olhos tão sedentos por vingança como os de Sakura, no próprio Fugaku anos atrás quando ele apenas era um rapaz arrogante, antes de ser o temível Fugaku Uchiha. —não tome esse caminho Sakura. A árvore da vingança só da frutos amargos.

—Você a amava! Pelo menos dizia que amava. -a Haruno diz num tom acusatório. —não está com raiva? Não quer vingança?

Jiraya se levanta rapidamente perante o questionamento. Essa geração era muito imediatista, eles só pensavam num bate-rebate. 

—eu estou fervendo de raiva e tristeza. Porque é claro que eu a amava! Mas isso não quer dizer que retaliação é sempre a resposta. —Sakura se levanta pronta para refutar mas o mestre a ignora continuando. —sabe o por quê de o mundo estar assim? Por que existem monstros como Fugaku? Por que pessoas boas como Tsunade morrem dessa maneira? -o velho mestre indagava incisivamente. —Por vingança. Desde a porra da primeira guerra o motivo foi sempre o mesmo, vingança. A vingança te consome e te transforma, te faz aceitar coisas que nunca aceitaria, te faz fazer coisas que nunca faria, você vira uma pessoa que nunca foi. E isso é extremamente perigoso.

Ela balança a cabeça de um lado para o outro e murmura:

—Eu não me importo com o que acontece comigo...

—Eu entendo a sua dor mas você não precisa disso.

—Eu preciso. -Jiraya retesou com a afirmação fria e certeira, vinda da voz grave e sombria. 

Imediatamente o velho mestre se postou a frente dos dois jovens sulistas de forma protetora e se virou para o dono da voz que sorria debochado.

—É realmente um dádiva estar em casa... -diz respirando fundo perante os olhos incrédulos de Jiraya e Sakura que pulara para junto de Kankuro. —Você sabe... O sul fede. 

E então ele sorriu mostrando uma fileira de dentes brancos e perfeitos, um sorriso encantador que faria qualquer um confiar em si, mas por trás daquela aparência elegante e sorriso cordial havia um lobo. Um traidor.

Hiashi...

♜

Naruto fechou a porta de madeira atrás de si apenas para vê-la ir ao chão logo depois. Aqueles Hyuugas não desistiam!

Estavam no alto da torre leste, a neve já caia sobre sua pele quente, não tinha mais pra onde eles brincarem daquele jogo de perseguição.

Até mesmo ali não haviam mais nortenhos, ninguém para atacar os navios do império, as torres estavam entregues, o exército Hyuuga havia tomado o lugar. Isso queria dizer que estava na hora de cair fora.

Uma forte rajada de vento bateu contra Naruto fazendo-o levar a mão ao rosto para proteger seus olhos. Quando se virou deu de cara com a ponta aguda da prata Hyuuga passando a centímetros de seu nariz.

Eles nunca paravam. Era frustante.

Naruto se levantou interceptando outra que vinha mais atrás, girando e batendo contra outra e o empurrando para longe, porém uma terceira véi o da direita o atacando, Naruto leva sua espada de forma a se defender, mas ela não alcança seu alvo e isso lhe rendeu um talho profundo no ombro, que o faz recuar três passos pesados para trás.

A espada Hyuuga de prata que usava era incrívelmente menor e mais leve que a sua, o que o deixava mais rápido, porém mais destrambelhado por não calcular direito os movimentos daquela pequena arma normal. 

Ali, no alto da torre leste ele podia ver a sua espada cravada na velha torre Uchiha, era um péssimo espadachim sem a espada dourada. Podia ouvi-la zunir contra o vento frio que vinha do norte bem longe de suas mãos.

Com sua espada erguida em defesa Naruto observou os inúmeros Hyuugas com seus sorriso asquerosos de vitória. Aquele era o fim da linha.

Voltou seu olhar para sua espada na torre Uchiha suspensa por duas correntes grossas na torre leste,  os inúmeros barcos inimigos navegando pelo Rio de jade os atacando, a ponte abaixada por onde mais inimigos atravessavam se dirigindo a suas terras, não era uma visão bonita de se ver.

—Não há mais saída. -uma voz fina falou do meio da multidão Hyuuga. —você morre aqui Uzumaki! -diz agora em cima de um dos parapeito com sua capa azul Hyuuga balançando em suas costas, a irmã de Hinata, Hanabi Hyuuga.

A criatura era a cara de Hinata, mas ao mesmo tempo completamente diferente, seus cabelos eram mais claros, puxavam mais para um castanho, mas a grande diferença estava nos olhos, eles eram ferozes, frios, eram Hyuuga puro.

A garota pula na frente dos outros Hyuugas fazendo sua capa ricochetear em suas costas. Ela observou o rosto de Naruto de perto sem medo.

—Hanabi Hyuuga. -Naruto diz como se testasse o nome da garota e ao final não gostasse  muito.—Fico honrado que você também tenha corrido atrás de mim, mas sabe... Hinata é mais bonita que você. -foi ouvir o nome da irmã mais velha e a face da morena se transformar de vitória a raiva. Ela empurra sua capa para trás para pegar sua espada de prata Hyuuga. 

Se virando levemente para seus subordinados ela ordena que o matem.

—e mais esperta também. -Num movimento rápido, Naruto a agarra pela capa trazendo-a para junto de si, todos os Hyuugas retesaram com o som da espada de prata da Hyuuga caindo no chão.

Naruto tinha sua espada prensada contra o pescoço fino da menina.

—pra trás! -ele ordena, mas os Hyuugas continuaram parados com olhos em fúria, mas Naruto podia ver ali preocupação, ele sabia que os Hyuugas consideravam Hanabi o futuro de sua casa. —para trás ou a sua princesa de merda morre! -ele ameaça novamente fazendo sangue escorrer pelo pescoço de Hanabi, assustados os Hyuugas começam a recuar. Naruto suspira olhando de sua refém aos outros Hyuugas. —sinceramente, vocês Hyuuga não sabem escolher líderes. -em seguida a prata da espada que Naruto usava passou pelo pescoço de Hanabi assustando todos os Hyuugas, mas ao invés de rasgar o pescoço da morena  ele passou para o pano grosso da capa da menina o cortando próximo a parte inferior do pescoço fino.

Em questão de segundos Naruto a empurrou de volta para os Hyuuga e pulou da torre leste.

E com a capa grossa da Hyuuga escorregou pela corrente que erguia a torre Uchiha. 

Naruto se virou levemente para ver os Hyuugas pararem junto ponta das torres assistindo-o partir, um dos Hyuugas porém carregava um arco e flecha e imediatamente atira contra ele, mas num dia de sorte de Naruto ele erra. 

Porém atrás deles apareceu Hanabi com a face vermelha de raiva, ela agarrou um arco do homem e pegando uma flecha aponta para si. 

Ela não erraria. 

Naruto assistiu a Hyuuga respirar fundo com seus olhos presos nele num calculismo que ele só via em Hyuugas. Os dedos finos escorregaram pela corda esticada do arco soltando a flecha num solavanco direto para Naruto.

Ele assistiu a flecha cortar o ar em sua direção,  podia estar descendo rápido pela corrente, mas a flecha era ainda mais rápida que ele. Da mesma forma Hanabi fazia assistindo com a face em deleite, mas a sua face se transformou em seguida em incredulidade ao assistir sua flecha ser desviada por outra que colidiram contra ela. 

Naruto tinha a face em cópia da de Hanabi, ele só conhecia duas pessoas que conseguiam fazer aquela merda.

Seguindo a trajetória de onde a flecha misteriosa vieira, ele encontrou o rosto determinado de alguém que ele considerava um irmão, de alguém que jurara protegê-lo e alguém que ele jurara matar. 

Sasuke.

Naruto caiu em cima da torre Uchiha agarrado a sua espada que mesmo levando sol, chuva e neve ainda brilhava em realeza. Tão brilhante que refletia como um espelho que o mostrou uma cambada de arqueiros Hyuugas se colocando em posição enquanto Hanabi os comandava em fúria.

Sasuke voltava a colocar outra flecha, mas um homem viera por trás dele o atacando, estava acontecendo uma batalha na rainha e Sasuke estava no meio dela, aparentemente em desvantagem. Naruto não conseguia entender o que Sasuke fazia no meio de uma batalha na rainha, mas pela primeira vez em meses se sentia feliz em vê-lo.

O Uzumaki agarrou a espada arrancando-a da velha torre fazendo-a estremecer, estava extremamente fraca.

—arqueiros! Armar! Apontar! -Hanabi gritou do alto das torres, fazendo Naruto olha-la. —Ataquem!

Sua voz viera como um urro, fazendo Naruto pular para trás do brasão Uchiha na ponta da torre como uma forma de proteção. Segundos depois uma chuva de flechas surgiu no meio da neve fazendo-o se encolher.

Naruto assistia as flechas que passavam voando pelo céu acertando até alguns Uchihas que vinham abaixo na ponte. Por ouvir as que batiam em suas costas, no brasão de aço Uchiha. Mas Naruto podia sentir que por mais que aço Uchiha fosse extremamente forte, aquele ficará tempo demais exposto as águas do rio de Jade, estava praticamente apodrecido. Tinha que sair dali.

Assim que a chuva de flechas cessou Naruto se levantou erguendo sua espada. O peso do ouro forçando seus braços, sentirá falta dela.

 —arqueiros! Armar! -Hanabi voltou a comandar assim que avistou Naruto.

Mas o Uzumaki não perdeu tempo e apontou com sua espada dourada para Hanabi que o encarava na espera do próximo passo do loiro. 

—Apontar!

Naruto observou todas as flechas Hyuugas serem apontadas em sua direção, apenas esperando a ordem.

Mas ele era um rei. Ele não precisa esperar ordens. Então surpreendendo a todos ao invés de voltar a se esconder atrás da ponte ele pegou sua espada e apontando-a para baixo empurrou-a com força contra mesma corrente que o trouxera até ali, a partindo. Era por isso que ele amava aquela espada.

A torre balançou antes de começar a tombar para o lado. Hanabi assistia a pequena performance do rei do norte, sem acreditar no que ele fizera. 

—Princesa? Princesa? -um dos Hyuugas a chamou esperando a ordem para atacar, mas ela não viera.

Hanabi parecia petrificada, enquanto assistia a torre Uchiha tombar na frente das torres Nara e num estrondo cair contra a ponte que ligava o norte ao sul, a partindo ao meio e com ela levando tudo. 

Uchihas, Senjus, império, alguns barcos, e o próprio Naruto. Todos sendo tragados juntos pelas águas frias do rio de jade.