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História The Empire Of War - Pessoas morrem, querida.


Escrita por: Kallberg

Notas do Autor


Revisado: 20/07/18

Capítulo 3 - Pessoas morrem, querida.


Fanfic / Fanfiction The Empire Of War - Pessoas morrem, querida.

Sakura vinha correndo desesperada, desviando de maneira atrapalhada de pessoas, mesas, e lençóis sujos no chão. Tropeçou em seus próprios pés e caiu duas vezes durante o percurso. Tudo o que seu cérebro processava eram os gritos de sua tia.

Sua mente gritava "Ande logo! Alguém vai morrer! Corra!". Miseravelmente, ela percebeu que provavelmente estava certa. —Tia! -a rosada exclamou ao finalmente avistar a tia, sentada no chão ao lado do corpo ensanguentado de um homem, na verdade, uma criança que não deveria ter mais de 16 anos

—Sakura! Finalmente! -Tsunade falou enquanto suas mãos pressionavam o ferimento, tentando a todo custo parar o sangramento. —Pegue panos limpos e um bastão na mesa ao lado.

—Certo! - A rosada voltou a correr até a grande mesa central que havia naquele lugar, com alguns panos e poucas ervas que elas dispunham.

Pegou tudo o que precisava e rapidamente voltou para o pequeno lençol encharcado de sangue em que o garoto estava estendido no chão. Como diabos ele teria chances de sobreviver? —Aqui está tia.

—Me ajude aqui. Pegue o tecido e enrole entorno da ferida. Forte. -A meistre instruiu sem diminuir a pressão sobre o ferimento, o sangramento era intenso demais para dar brechas desnecessárias. —Faça um nó. Coloque o bastão e...

— Entendi. - Sakura torceu o bastão, assim que Tsunade retirou a mão, de forma a fazer pressão para estancar o sangramento.

O garoto gritou agoniado com a dor intensa que subia da sua perna estraçalhada pela espada do inimigo, mas contra todos os seus  protestos Sakura torceu mais uma vez o bendito torniquete e, assim, ele gritou de novo quando a garota apertou mais ainda. O lençol encardido já estava sendo tomado pelo vermelho e Sakura pressionou ainda mais.

—Meu filho! -Uma mulher morena vinha correndo em resposta aos gritos do menino. —Você vai matar meu filho!

—Kurenai! Estamos estancando o sangramento. -Tsunade interceptou a mulher antes que ela chegasse ao seu destino. —Ele foi acertado em um corte profundo, e estava perdendo muito sangue. Tivemos que conter o sangramento.

—Ele vai ficar bem, Tsunade? - A mulher perguntou angustiada.

—Sim. -a loira se vira para a cena em suas costas, Konohamaru quase desmaiava pela perda de sangue, Sakura se mantinha firme com o torniquete, e dava instruções para algumas mulheres, que buscavam ervas e caldos. Sakura estava lhe surpreendendo com o seu rápido desenvolvimento. —É. Ele vai ficar bem.

A mulher suspirou aliviada agradecendo a meistre de forma humilde até que foram interrompidas.

—Kurenai, por que você não vai ajudar a Sakura. Eu preciso falar com a senhora Tsunade um minuto. -shizune pediu direcionado a mulher a cena mais atrás antes que houvesse qualquer questionamento pelas outras partes.

—O que foi Shizune? -Tsunade questionou com a face séria. Sabia que nada bom viria daquela conversa. Já era uma mulher bastante vivida, e antiga arquimestre de castely rose, ela farejava problemas ao longe.

—A senhorita Mei está indo para o acampamento de refugiados no Oeste. -Shizune falou sem rodeios.

—O que diabos Mei quer tão perto do castelo real? Ela é louca?! - a loira se agitou. Um passo em falso e a vida de todos estaria em risco. Não que ela se importasse com a sua vida miserável, mas nunca se perdoaria se algo acontecesse a sua protegida.

—Eu não sei senhora. -A morena diz calmamente, aquele não era o lugar para discussões fervorosas, ainda havia uma vida sendo salva a poucos metros, e outras padecendo pelos cantos. —Chegou uma carta, datada da semana passada, que já queimei por segurança, e tudo o que ela dizia era que estava finalmente iniciando uma revolução.
 
—Revolução? E nós estamos brincando de boneca por acaso? -a ex-meistre exclamou indignada.
Ela não tinha tempo para as loucuras de Mei! E nem mesmo margem para erro, tinha que tomar uma atitude. —Preciso de papel e caneta.

—O que vai fazer senhora?

—Vou falar com um velho amigo, não posso lidar com Mei sozinha.

—Princesa! -O velho soldado saudava a princesa que adentrava, depois de longos anos, novamente pelos portões do castelo de areia. —Que grande prazer a ter no castelo real novamente!

—Fazem 14 anos que meu pai me trancou em castely rose, e isso aqui continua exatamente da mesma forma -a loira comentou com seus olhos varrendo todo o salão.

—É uma arquitetura muito clássica senhorita. Apenas as pinturas dos antigos imperadores já me inflam o coração, e o conjunto é a mais pura sinfonia dos anjos. -Baki diz humildemente.

—É claro que é. -a loira diz com ironia. —E quanto ao meu pai? Por não veio me receber? Ou mesmo o meu irmão? Onde está Kankuro?

—O senhor seu pai encontra-se em reunião, senhorita. Por isso não pode vir. -Baki respondeu rapidamente e Temari percebeu no mesmo momento a grande mentira.

Baki era conselheiro de seu pai a mais tempo do que ela se lembrava, contudo parecia mais trabalhar para sua mãe, e essa proximidade com a rainha o aproximou também dos filhos. Kankuro nunca gostou muito dele, Baki tinha um jeito puxa saco que chamava de gentileza que irritava o filho do meio dos Sabaku. Gaara era bom com todos, inclusive o conselheiro. Mas Temari nunca lhe formulou uma opinião concreta, apenas sabia que o conselheiro era medroso, puxa saco e, para ela, extremamente fácil de ler. E mesmo depois de todos aqueles anos ainda o fazia com maestria. —Sor Kankuro foi as torres em missão. -o idoso relatou. —E o restante de nosso exército está se preparando para uma represália em terras próximas. Não precisa se preocupar senhorita, estaremos bem protegidos.

—é claro. -a Temari disse ceticamente, segurando no braço do idoso e o direcionando à uma área vazia. —O que diabos está acontecendo exatamente? -Homem a olhou assustado, estavam no castelo não poderiam conversar abertamente, mas vendo o olhar determinado da garota resolveu tirar-lhe as dúvidas. —Uma guerra está prestes a estourar senhorita. -o conselheiro confidenciou. —Uchihas e Uzumakis estão fazendo alianças e levantando armas. Seu pai acredita que o império não deve negociar uma trégua, uma vez que os Uzumakis se dizem "independentes".

—O Norte vai entrar em guerra... Hinata! -a loira se sobressaltou assim que percebeu o problema em que a amiga estava se metendo. —Isso vai dar muito problema.

—Eu não sei muito senhorita. Apenas o que escutei de alguns sussurros desde que voltei.

—Estava onde? -questionou curiosa.

—Em missão, minha senhora. -o homem respondeu simplesmente antes de voltar ao seu caminho pelo castelo, não seria bom que os vissem conversando pelos cantos sozinhos. -Cheguei ontem a noite de viagem.

—Você agora é um conselheiro, não mais um soldado. Não faz missões.

—Fui em missão para a ilha das cachoeiras, minha senhora, seu pai me pediu para convence-los a não se rebelarem. -ele respondeu rapidamente e depois abrindo um sorriso falso. —Senhora Mei que bons ventos a trazem ao nosso humilde castelo?

—Tenho negócios a tratar aqui, meu senhor. -A mulher respondeu descendo as longas escadas do local. —Princesa, é um prazer revê-la. -Se curva de leve.

—O mesmo minha senhora. -a loira imita sua reverência pomposa. —Me desculpe, mas tenho que me retirar agora, como disse também tenho negócios a resolver. -Se virou para fugir rapidamente da meistre, mas parou para sussurrar a Baki. —A ilha das cachoeiras é pequena demais para se rebelar sozinha e se eles sonhassem em fazê-lo meu pai mandaria destruí-los, não negociar. Não minta para mim Baki, você não pode.

 


 

—Pai! - Ino vinha andando rapidamente indo de encontro ao abraço do pai, que a repeliu com delicadeza, aquele não era um bom momento. —O que está acontecendo aqui? - a garota questionou ao perceber a grande movimentação de homens pela sala, afiando e arrumando espadas.

—Temos que voltar rápido para as torres, chegaram notícias de que os Uchiha já se encontram a poucos quilômetros das torres. -Inoichi disse sério. —Partiremos em alguns minutos.

—Certo. Arrumarei minhas coisas.

—Você vai ficar aqui. Todas as mulheres vão. - O homem anunciou olhando pela janela, seu cavalo já estava pronto, percebeu. —Nem tente retrucar, ficar aqui é o mais seguro. Não confio nos Uchiha, Shikaku não acredita que estão indo negociar, e nem eu. Fique aqui, observe as pessoas, leia e se mantenha segura. Você é a minha herdeira Ino, aprenda a ser uma líder. -Ino assentiu perante o olhar cansado do pai, sabia que não era o que ele esperava, era filha única, uma única filha mulher que não tinha muitos atributos além da extrema beleza. Seu pai queria que ela assumisse os Yamanaka quando faltasse, o que irritava sua mãe cada vez que isso era falado, contudo concordava com a matriarca, sabia que jamais poderia ser a líder de um clã, não tinha forças nem conhecimento suficiente para isso, e de certa forma, isso decepcionava a seu pai e a si mesma que queria ser mais que a bela garota burra dos Yamanaka. —Preciso ir agora.

Então o loiro sai acompanhado de alguns homens Yamanaka, os Nara já estavam prontos mais conversavam entre si sérios, Ino foi até o grupo discretamente.

—Shikamaru, espero que volte bem.

—Eu vou. Não vamos deixar um Uchiha passar pelas torres. -O moreno respondeu se levantando junto com o resto do grupo. —As torres são patrimônio Nara. São nossas. Do nosso sangue. Cada Uchiha que ousar pisar em nossas terras, vai pagar com a vida.

Gritos de apoio foram ouvidos, com homens levantando suas espadas, jurando suja-las com o sangue dos traidores. O grupo saiu para se juntar aos outros que se encontravam lá fora, prontos para partir.

Shikamaru nem mesmo olhou para trás para vê-la ao sair.

—Senhorita, seu quarto já está pronto. A senhora mizuno vai leva-la. -Naruto falou logo atrás da loira.

—Lorde Uzumaki, é muita bondade sua. -a loira diz agradecida.
 

—É meu dever cuidar de todos do Norte. -o Uzumaki respondeu sério arrumando os últimos retoques em sua armadura, sentia que hoje poderia vingar seu pai.

Ino apenas assentiu rapidamente e se retirou.

—Hoje é um dia decisivo na história do reino milorde, espero que decida com sabedoria, como seu dever de cuidar do povo do Norte. -A voz Shikaku Nara foi ouvida um pouco ao fundo, o homem fumava um cigarro encostado em uma pilastra com o semblante aéreo.

—Não sabia que fumava, meu senhor. -O uzumaki disse se aproximando.

—Não fumo. Roubei alguns de Shikamaru. Em tempos de guerra um homem não pode se privar de algo tão trivial. -O moreno soltou uma densa fumaça. —Em uma guerra milorde, você pode estar morto no segundo seguinte. Então, sem privações.

—Certo, me arrume um então. - o loiro pediu se pondo ao lado do homem, que apenas lhe entregou um pequeno papel com fumo enrolado que o loiro acendeu logo em seguida. Ficaram alguns minutos em silêncio apenas fumando quando o Uzumaki falou der repente.

—Eu o amava. Sasuke era meu melhor amigo, meu irmão. Eu ia ser padrinho do casamento dele. E então ele mata o meu pai, foge, monta uma armada e vem "negociar". Como eu posso não declarar guerra? Eu tenho que mata-lo.

—Você quer que eu lhe dê uma alternativa que ainda não pensou? Uma luz no fim do túnel? - O mais velho perguntou ironicamente.

—Eu quero que você me aconselhe. -o loiro falou sério, precisava montar seu próprio conselho. —Não é isso que você faz?

—Para que vou perder meu tempo com isso? -O Nara falou dando um longo trago no fundo do filho. —Você já tomou sua decisão. Você ainda o ama, mas não pode perdoa-lo. Então vai mata-lo. E não há nada que eu possa fazer. -falou sem olhar para o lorde ao seu lado. —Uma coisa é certa, meu senhor. Até o fim do dia estaremos declaradamente em guerra. A dúvida é somente quem vai grita-la primeiro.

 ♚
 
—minha primogênita! Herdeira do meu trono. -O Rei cumprimentava com galanteios a filha mais velha enquanto os nobres ali se curvavam respeitosamente. 

—Meu rei. - a jovem respondeu se curvando perante o soberano.

—Hoje o jantar é em sua homenagem. -o homem disse direcionando todos para a enorme mesa ao lado, abarrotada de todos os tipos de pratos. Eram ela, seu pai, Mei, Baki, Danzou, Gandra, e outros que ela não conhecia, havia contado 10 pessoas ao todo naquela sala, era impossível que eles comessem tudo aquilo, o exagero dos nobres as vezes a enjoava.

Depois que todos estavam acomodados a mesa o soberano deu início a um diálogo que lhe agradava.

—meistre Mei conte-nos sobre o trabalho de conclusão de minha filha.

—é claro, meu rei. Lady Temari recebeu na última semana seu trabalho de conclusão. -a mulher disse educadamente com os olhos dos curiosos sobre si. —Seu dever é salvar o império do mal que nos assola.
 
—e isso quer dizer o que exatamente minha senhora? -um nobre barrigudo que Temari conhecia como Gandra manifestou-se. Era um dos inúmeros nobres que ela não gostava.

—Bom, isso é ela quem tem que descobrir milorde. -Mei respondeu simplesmente voltando a comer, a loira deu uma pequena risada com a cara de descontentamento do homem.

—como funciona esse trabalho de conclusão, princesa? -a pequena moça ao lado de Gandra questionou. Temari observou o grande anel de no dedo anelar da garota e do homem, e sentiu pena dela. Isso fazia lembrá-la de Hinata, como ela estaria se saindo, a viagem de Castely rose ao norte era bastante longa, e depois ainda haveria o casamento...

—Senhorita? - a garota lhe chamou de seus devaneios.

—Bem, somos preparadas desde crianças em castely rose, e quando o oráculo percebe que estamos prontas nos dá uma prova especial para cumprirmos. Se a cumprimos somos dignas de liderar nossas casas. É como um teste. - a loira simplificou, detalhar sobre as torturas e os podres da instituição não mudaria nada na vida da pequena garota, iria apenas assusta-la.

—Por que vocês precisam provar que são boas? Eles lhes treinaram, eles deveriam saber do que são capazes. -a garota insistiu.

—por que senhorita, não treinamos tolas meninas para se casarem com velhos gordos repugnantes. -Mei tomou a frente com firmeza. — Treinamos líderes. Mulheres que vão mudar o mundo por que são fortes o suficiente para isso. E uma líder só é forte quando já conhece a dor de uma espada derramando o seu sangue, sabe o preço do sangue, e não tem medo de derrama-lo. -E então, como se nada houvesse acontecido voltou a comer, enquanto a garota encarava o nada admirada.

—Não acredito que apenas os lideres devam fazê-lo, todos precisam experimentar um pouco de sangue na vida. -o rei disse com um sorriso maldoso.

—Concordo plenamente, meu rei. -Gandra anunciou. Limpando os restos da gordura do porco de seus dedos. —Se esses rebeldes realmente soubessem tudo o que passamos para chegar até aqui, não estariam reclamando. Oras, se querem comer como nós que trabalhem duro como nós.

Temari teve cortar seu pedaço do porco imaginando aquele homem odioso no lugar para não responder as asneiras ditas, percebeu Mei fazendo o mesmo que si, mas a garota que o acompanhava não teve o mesmo discernimento e argumentou.

—Mas eu não acho que essa seja a resposta, sempre que saia com a minha mãe via os plebeus, eles pareceriam tão pobres, com tanta fome e desesperados que não consigo imaginar que seja falta de vontade de trabalhar que os faça...

—e eu não consigo imaginar como ousar me retrucar em uma mesa de jantar com o rei! -o homem gritou, logo depois acertando um forte tapa na face da menina.

A mesa ficou silenciosa, a garota tinha lágrimas nos olhos, Temari ia se levantar para ensinar aquele ser como se dava tapas mas Mei a segurou discretamente, o resto da mesa se manteve em estado de choque enquanto o rei continuava a comer sua refeição sem se importar com o ocorrido.

—Meu rei se me dá licença surgiu uma emergência feminina, e necessito da ajuda de Lady celeste. -Mei comentou fingindo indiferença.

—é claro, só não suje minhas coisas. -o homem disse dando de ombros.

—Obrigada. -a meistre não espero mais um segundo e saiu arrastando a garota, que soltava alguns suspiros pelo choro.

Minha deusa da grande merda, Temari havia se esquecido como era jantar no castelo.
 

Logo após deixar a garota mais calma em seu quarto Mei se dirigiu discretamente para fora do castelo, precisava ser rápida.

Não andou mais que 20 minutos e chegou ao bendito esconderijo. As velhas rochas ao redor do castelo protegiam a bunda do rei dos invasores, e da mesma forma lhes dava um esconderijo.

Se o senhor do império ao menos desconfiasse que havia um esconderijo rebelde em suas terras... Mei quis rir, Rasa sempre gostou de ladrar ordens e fazer com que todos estivessem abaixo de si mas nunca foi um homem muito esperto. Karura, ela sim, sempre fora esperta demais, sempre estava um passo à frente de todos, e melhor que qualquer um sabia que a maior fraqueza do Rei do império Shinnobi era sua vaidade, ele nunca iria imaginar que os benditos rebeldes estariam tão próximos de si.

Aquele foi o primeiro de muitos acampamentos rebelde, de início eram apenas alguns jovens sulistas pensando em mudar o mundo, mas o movimento tomou força e se espalhou por todo o império. Mas aquele tempo havia passado, e os jovens haviam descoberto que mudanças como aquela eram difíceis, e cobravam um preço caro. Agora eram poucos, as perdas se acumularam ao longo dos anos, algumas dolorosas demais para se falar... Já não eram tão jovens e tão pouco tão fortes, o grande exército rebelde, pouco a pouco, foi se tornando um amontoado de corpos gelados e Mei sabia que deveria fazer algo imediatamente antes que todos acabassem daquela forma. E diferente dos outros ela estava disposta a pagar o preço, não tinha mais nada a perder.

Abriu uma velha porta de madeira adentrando no esconderijo, e sendo recepcionada antes que pudesse dar dois passos por um homem com a face ansiosa e aparentemente doente.

—Senhora Mei, que bom vê-la, precisamos de ajuda. A última investida contra o império foi desastrosa! Temos muito feridos e estamos ficando sem lugar para deixar os corpos dos mortos. -o homem corpulento vinha acompanhando a meistre por entre os feridos.

—Quantas pessoas temos aqui? -Mei questionou ignorando todo aquele beaba, ela não tinha muito tempo.

—110 sendo tratados, quase o dobro de mortos empilhados até agora. -respondeu tristemente.

—Não há nada que possamos fazer. Mal conseguimos nos esconder dos guardas, quem dirá sair e carregar várias pessoas doentes. -Mei falou correndo os olhos pela imagem inumana. —Nós dois sabemos que já não há como salvação para esse lugar.

O rosto do homem pareceu inchar como um balão, não acreditando no que acabara de sair da boca da mulher. —Senhora, como pode... -entretanto, o pobre homem não pode completar sua indignação, pois uma vez que uma flecha talagada com o brasão do império acertou em seu olho, lhe pintando o rosto de vermelho, já não teve mais voz.

O povo, entretanto, tinha, e no segundo seguinte ouviu-se o primeiro grito que dali se sucederam vários outros, como numa sinfonia dramática e agoniante.

Soldados imperiais invadiram o local marchando e manchando suas espadas com o sangue rebelde. Mei se jogou embaixo de uma grande mesa, engatinhando para sair do local, não olhou para trás ou ao menos parou para lutar. Sabia exatamente o que estava acontecendo e sabia que se quisesse viver tinha que sair dali.
 
Gargantas eram cortadas sem piedade e os gritos dos rebeldes mortos eram ouvidos pedindo misericórdia e ajuda, mas ninguém viria.

O guardas imperiais matariam todos. Não havia salvação. Mas talvez alguém pudesse tentar a sorte. Alguém, que diferente de Mei não tinha vivido aquilo milhares de vezes, alguém que ainda se parecia com um massacre. Temari entrou correndo no cômodo escuro tentando se desvencilhar do seu vestido esvoaçante que se emaranhava em suas pernas. Odiava aquelas coisas.

Havia seguido Mei assim que fora avisada que a mulher deixara o castelo, sabia que Mei não estava ali à toa, mas tão pouco imaginária que encontraria com aquela cena. Que diabos estava acontecendo naquele castelo?

Entretanto, antes que chegasse junto ao caos da batalha, foi interceptada e jogada de volta para fora em um forte chute que levara no estomago.

Levantou a cabeça ofegante pelo golpe que recebera, tentando identificar sua agressora, exatamente a mesma mulher que vinha seguindo. Mei.

—Vai fazer o que?! Ham?! Se jogar numa luta perdida? Morrer por burrice? -Mei gritou irritada, limpando o sangue que cobria sua face, sangue rebelde. —Eles já estavam mortos antes mesmo da guarda imperial chegar, não havia como salvá-los. Pessoas morrem querida e você não pode mudar isso. Seu pai as quer morta e elas morrem! -Mei a puxou bruscamente para trás de uma rocha, estavam muito expostas e não poderiam ficar ali. —Isso vai continuar acontecendo, a não que pare o seu querido pai. E podemos fazer isso! Isso é o que me mata! Podemos fazer isso! Existem inúmeros acampamento rebeldes pelo império, cada um lutando por uma causa. Eles só vão vencer essa guerra se alguém os unir, se alguém os liderar! Esse alguém é você! -a meistre se aproximou colando seus olhos nos dá loira que tremia sob seus braços ensanguentados. —Então eu te pergunto novamente: você vai liderar essa rebelião? Vai libertar o povo? Vai cumprir o seu dever?

Temari não conseguia pensar direito com os gritos ao lado e muito menos entendia tudo o que acabara de acontecer, mas de uma coisa tinha certeza... Não ia deixar mais ninguém morrer daquela forma.

—Eu vou. - Temari respirava pesadamente com seus olhos trémulos pelo que ocorrera. — Eu prometo, vou libertar todo mundo. 

 ♚

—Você realmente está progredindo muito rápido Sakura. -Tsunade elogiou enquanto entravam nos domínios do castelo Uchiha já com seus longos vestidos caros e joias. O lugar estava mais vazio que o normal sem os inúmeros guardas que iam a guerra contra o Norte, mas o meistre evitava falar daquilo com a protegida que ainda estava muito sensível com os últimos acontecimentos.

—só estou tentando ajudar. É horrível ver todas aquelas pessoas morrendo sem ter o que fazer. -a rosada desabafou.

—Eu entendo. Mas você está fazendo um bom trabalho...

Sakura sorriu agradecida com o elogio, contudo nada pode dizer pois foram interrompidas em seguida.

—Senhora Tsunade! Sakura! que bom encontrá-las. Já quase não as vejo mais. -Mikoto recepcionou as mulheres na porta da residência. —Essa casa fica tão vazia sem meus filhos. Ainda bem que estão aqui. De que falavam?

—Eu estava parabenizando Sakura por seus avanços na pintura, minha senhora. - Tsunade respondeu rapidamente e Sakura corou dos pés a cabeça, ela pintava bem como um bebe.

—Oh sim, minha querida! Por favor me presenteie com uma de suas artes quando estiverem prontas. Se você ainda fosse se tornar a senhora desse castelo encheríamos as paredes com eles. -Mikoto disse sorridente e a garota a retribuiu amarelo, era a última coisa que queria falar. —Por falar disso, você e Sasuke nunca mais conversaram? Quem sabe vocês não podem se acertar e ...

—Senhora. Já não há mais nada o que conversar com o seu filho. -Sakura a interrompeu firme. —Nosso noivado foi rompido e não há nada que mude minha decisão.

—Sakura! -Tsunade ralhou, por mal ou bem, estavam hospedadas nas terras Uchiha, e tratar a senhora daquele castelo mal não as ajudaria em nada.

—Eu sinto muito. Não estou me sentindo bem... -a rosada murmurou fazendo uma careta falsa. —Se me dão licença... 

A rosada saiu sem esperar por uma resposta deixando as mulheres sozinhas, cada uma com seus pensamentos. Tsunade pensava que por mais que Sakura se tornasse uma grande medica sua personalidade explosiva nunca iria mudar.

Ela já havia visto esse filme acontecer, só não sabia onde...
 

Já Mikoto apenas pensava que por mais que Sakura afirmasse estar certa de sua decisão, ela podia ver que a rosada ainda amava seu filho. Só esperava que ele voltasse bem e os dois pudessem conversar de verdade. 

Ela ainda tinha esperança.

Era a única coisa que ainda mantinha.

 ♚
 

—Para trás -Inoichi gritou de cima de seu cavalo branco, que vinha correndo em grande velocidade com vários homens nortenhos em seu encalço. Chegaram atrasados, os Uchihas já estavam na ponte que fazia a travessia do rio de jade. Eles não poderiam chegar as torres. —Esse é o último aviso Uchihas, saiam da ponte ou mataremos todos vocês!

—A ponte já estava abaixada, milorde. Estamos aqui para um acordo de paz, não guerra -Itachi disse calmamente. Mas era perceptível que os homens ao seu lado estavam tensos.

—Certo. Entregue o traidor e mantemos a paz. -Um nortenho gritou mais a o fundo. —A não ser que vocês prefiram encarar as correntezas do rio de jade.

—Senhor, viemos negociar, não trocar ameaças. -Sasuke falou se aproximando do irmão mais velho. —Vocês, assim como nós, sabem quanto custa uma guerra e... -a voz dele vacilou assim que viu Naruto se aproximando com mais homens do norte, mas continuou. —Podemos evitá-la, por que tirar mais vidas?

—Você matou o rei do norte. -outro nortenho gritou na retaguarda. —Só queremos a sua vida.

—uma vida por outra, Uchiha. É justo. -Shikamaru diz sério ao lado do pai e do rei.

—Morte ao traidor! -gritou uma voz no meio da multidão de homens, sendo ecoada pelo resto em vários gritos de vingança.

—Naruto, estou subindo para as torres, se essa guerra estourar aqui, precisamos de um ataque pelo alto. -Shikaku anunciou baixo ao lado do Uzumaki. —Vou aproveitar a bagunça e levar alguns arqueiros comigo.

—Certo. -o loiro concordou, e discretamente o lorde das torres e alguns homens que Naruto não pode identificar se foram.

—Meu irmão não é um traidor! Não há provas. -Itachi falou alto iniciando outra chuva de gritos e indignações nortenhas.

—não há provas? -Naruto bradou pela primeira vez, com sua voz se equivalendo a mil trovões, calando a todos. —Sasuke Uchiha foi encontrado coberto de sangue logo lado do corpo do rei do Norte! Sua espada estava suja com o sangue do Rei, ele admitiu tê-lo matado! -ele falava para o povo. Era o acusador. E pela lei, também clamava o lugar de executor. —Sasuke Uchiha é culpado! E merece ser decapitado.

Por fim, os gritos foram mais altos que nunca, Sasuke já fora julgado e condenado, contudo Itachi não pretendia deixá-lo ser executado, tinha uma promessa para cumprir.

—está declarando guerra milorde? -Itachi perguntou com sua sobrancelha se arqueando como se desafiasse o loiro a fazê-lo. —sabe das consequências.

O campo calou-se. Todos aguardavam apenas as palavras do Rei do Norte para sacarem suas armas. Mãos postas nos cabos das espadas, precisariam ser rápidos, as frentes estavam a menos de 3 passos de distância. Alguns já sentiam o suor escore-lhe pela face, em expectativa da luta.

Naruto mantinha-se com a face dura. Itachi relaxado na frente de seu exército com Sasuke na retaguarda. Shikamaru se manteve alerta, os Uchiha estavam visivelmente em menor número, por que Itachi estava tão calmo? algo estava errado.

Entretanto não teve tempo de pensar nos por quês, Shikamaru deveria saber que aquilo era uma guerra, e ali, não havia mais tempo.

Não havia tempo para pensar, calcular e agir de forma lógica.

Ele não tinha calculado aquilo. Não tinha calculado o som de um corpo cotando o ar, caindo do alto das torres como uma bala perdida.

Não tinha calculado o som surdo do baque do corpo contra o chão de pedra do pátio de sua casa.

Não tinha calculado ter seu pai ali, com membros e ossos para fora de seu lugar de origem.

Morto.

Morto pelos Uchiha.

Ele não pensou quando sacou sua espada correndo para o primeiro Uchiha que vira na frente.

Não pensou quando, com a prata escura dos Hyuuga atravessou o corpo de Itachi Uchiha quebrando até mesmo a armadura que estava em seu caminho. 

Ele não pensou. Havia declarado guerra.

Itachi tossiu, cuspindo sangue em seguida, seus ouvidos zuniam, podia sentir o aço lhe estraçalhando por dentro, podia sentir o ódio de Shikamaru passando pela sua espada. E o ódio do Nara doía como o inferno. 

Ele merecia aquilo.

Mas Sasuke estava pouco se fudendo para isso. O mais novo gritou ao ver a espada negra do Nara atravessar o corpo do irmão como um espeto, e, com os olhos cheios de lágrimas balançou sua espada pronto para vingá-lo. 

—Matem todos! - Naruto gritou em plenos pulmões erguendo a própria espada. E como resposta a seu chamado os homens do Norte investiram contra seus inimigos na ponte. —Matem todos os malditos Uchiha!

Os nortenhos estavam em maior número então avançavam facilmente. Sasuke, contrariando o resto de seu exército tentava avançar para chegar ao corpo caído e ensanguentado de Itachi que fora abandonado pelo Nara. A folha fina de sua espada cortava espaço por entre aquele mar de nortenhos até que foi bruscamente parada pela espada de ouro envelhecido de Naruto.

—Eu vou matar você, Sasuke! Não me importa se terei de desafiar reis, deuses ou o que for. Eu vou matar você!



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