EUA - Nova Yorque 8:14 PM
Chegamos em casa, tia Clarie e papai tinham preparado o jantar. Hambúrguer. Os hambúrgueres do papai são os melhores.
- Oi gente! - Falei com um tom de canssasso evidente na voz.
- Oi pequena! - Papai falou empolgado, aparentando estar curioso pra saber como foi o treino.
- Oi crianças! - Tia Clarie falou sem se distanciar da panela. Não queremos que a casa pegue fogo não é mesmo?
- Como foi lá? No treinamento? - Papai perguntou muito empolgado.
- Depois te conto, pai. Preciso de um banho urgente. - Falei me apoiando no corrimão da escada.
Papai assentiu, e eu me virei pra escada. Subi as escadas lentamente, estava morta de canssasso.
- Hey Mackenzy... - James me chamou.
- Sim? - Respondi meio desnorteada.
- Hoje foi muito legal. Passar um tempo com você. Faz muito tempo que a gente não faz isso, eu estava com saudades. - James falou de um jeito carinhoso, protetor e compreensivo.
- Eu também estava. - Falei com um sorriso discreto, enquanto descia as escadas na direção dele. Cheguei no último degrau e me atirei nos braços dele. Sem hesitar, ele me abraçou forte, como se nós não nos víssemos a muito tempo. James enterrou seu rosto no meu ombro, e eu enterrei o meu no ombro dele.
- Eu te amo James, te amo muito. Mais que tudo na vida. - Falei com lágrimas nos olhos.
- Eu também te amo Mackenzy, minha irmãzinha caçula favorita. - Ele falou derrenterrando o rosto do meu ombro, bagunçando meu cabelo. Ele também estava chorando. Rimos enquanto choravamos. James me deu e beijo na testa e foi pra cozinha.
Subi as escadas um pouco abalada, ainda chorando muito. Abri a porta do quarto devagar, me sentei na cama e viajei nos pensamentos. Acabei me lembrando de uma história de quando éramos pequenos, tínhamos uns 7 anos ou até menos. James e eu estávamos no parque, brincando no balanço, mamãe e papai estavam sentados em banco proximo ao balanço, nos observando. Eles ainda estavam casados nessa época. Sinto muita falta dessa época...
~ Flashback On ~
- James! - Gritei meu irmão.
- Eu! - Ele gritou de volta.
- Olha como eu vou alto. - Falei me gabando.
- Grande coisa. - Ele falou meio birrento.
Em um certo momento, minhas mãos encarregaram das correntes do balanço, e eu acabei caindo de uma altura de mais ou menos 2 metros. Cai com o lado esquerdo das costas em cima de uma pedra. A dor era absurda, eu estava desnorteada. Minhas costas estavam sangrando tanto que fiquei tonta rapidamente.
- Mackenzy! - Ouvi James gritando meu nome, desesperado, muito longe talvez. Em poucos segundos ele estava de frente pra mim.
- Vai ficar tudo bem, confia em mim, eu estou aqui com você. Nunca vou te abandonar. - James falou rápido, mas consegui entender. Pesquei uma vez, duas vezes. A cada segundo mãos desnorteada. Na terceira piscada, mamãe e papai já estavam em cima de mim.
- Vai ficar tudo bem, minha pequena. Vai ficar tudo bem. - Papai falou muito nervoso, estava até tremendo. Ele pegou a celular o bolso e dia vou alguns números. Enquanto isso mamãe falava algumas palavras que me esforcei muito para entender. Devido a perda de sangue, estava muito fraca e confusa.
- Filha, olha pra mamãe, vai ficar tudo bem. A mamãe ta aqui com você. - Mamãe falou chorando muito. Papai falava no celular, com a emergência do hospital mais próximo dali se não me engano.
Papai se ajoelhou ao meu lado, se aproximou do meu rosto e meu deu um beijo na testa, seguido de algumas palavras.
- Eles estão vindo, vai ficar tudo bem minha pequena, seja forte. O papai ta aqui. - Papai falou nervoso com lágrimas nos olhos, mas não as deixou cair.
Alguns minutos depois a ambulância chegou, alertando todo o bairro. Eu estava fraca, já não enxergava mais nada. Em um último momento de clareza, vi um paramédico vindo na minha direção. Tentei me manter firme, mas a dor e a fraqueza eram maiores. Fechei os olhos e escutei papai gritar algo. Não entendi o que ele disse, porém parecia um tom preucupado. Desmaiei. Acordei em uma sala clara, clara até demais. Por um segundo ouvi alguém dizer algo, um médico talvez.
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